No mês de maio estive em Nova York para embarcar no navio Meraviglia a convite da MSC Cruzeiros. Aproveitei a oportunidade para viajar na classe executiva da American Airlines e fazer um relato aqui para o Melhores Destinos.

O voo de volta foi o AA951, que liga diariamente o aeroporto JFK ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com aproximadamente 9h30 de duração. A aeronave (prefixo N775AN) era um Boeing 777-200 já com 24 anos de idade.

Compra da passagem

Embarcamos a convite da MSC, então não pagamos nada pela tarifa aérea ou taxas de embarque. Sendo assim, paguei apenas pelo upgrade para a classe executiva no trecho de volta. Na American Airlines é possível solicitar upgrade de cabine utilizando milhas AAdvantage ou milhas mais dinheiro, a depender da classe tarifária do bilhete.

Para o meu bilhete foi cobrado pelo upgrade US$ 350 (aproximadamente R$ 1.760) mais 25.000 milhas AAdvantage. A solicitação foi feita pela central de atendimento e confesso que senti falta de ter a opção de solicitar pelo site sem a necessidade de falar com uma pessoa.

Como liguei na central de atendimento americana, a cobrança foi feita em dólares no cartão de crédito e sem opção de parcelamento. Talvez se eu tivesse ligado na central do Brasil, poderia ter sido cobrado em reais e com parcelamento, porém, a central brasileira não funciona 24h e já estava fechada na hora em que liguei.

Após fazer a solicitação, o upgrade fica em lista de espera e é confirmado apenas algumas horas antes do voo. No meu caso, percebi no aplicativo da AA que já estava na executiva aproximadamente 6h antes do voo.

Reserva de assentos

Antes de fazer o upgrade, eu havia reservado o assento 14L janela na econômica, que é vendido pela companhia como “Main Xtra” por ter mais espaço para as pernas. Como tenho status Executive Platinum no AAdvantage, não fui cobrado pela marcação. Após conseguir o upgrade, eram poucos os assentos disponíveis na executiva e optei pelo 9A na janela.

A marcação dos assentos foi feita sem problemas pelo aplicativo da American Airlines e eu tinha a possibilidade de alterar o assento a qualquer momento.

Check-in

Eu não consegui fazer o check-in de forma antecipada pelo aplicativo, embora algumas pessoas que estavam comigo no mesmo voo tenham conseguido. Foi necessário ir até o balcão para receber o cartão de embarque. Como eu tinha bagagem para despachar, não foi um problema.

No aeroporto JFK, os passageiros premium American Airlines e British Airways possuem acesso a uma área exclusiva para atendimento. Não havia fila e foi super rápido. A atendente aproveitou para conferir meu comprovante de vacinação para covid-19, que era exigido para viajar para o Brasil.

O que achei curioso é que nesse local de atendimento não há balanças para pesar as malas.

Bagagem despachada e com o cartão de embarque em mãos, fui liberado para acessar a área de embarque. A fila para passar na segurança estava bem grande.

Felizmente eu tenho TSA pre-check. Para quem não conhece, o TSA pre-check é um programa que agiliza o processo de inspeção de passageiros de confiança que passaram com análise prévia do TSA (empresa responsável pela segurança dos aeroportos nos Estados Unidos). Esses passageiros podem passar pela segurança sem tirar os sapatos ou cinto e sem tirar o computador da mochila, o que é uma baita economia de tempo!

O cadastro no TSA pre-check exige agendamento de entrevista e pagamento de uma taxa. E mesmo assim, pode ou não ser aprovado. Em menos de 5 minutos eu já tinha passado pela segurança.

Sala VIP

Meu voo decolava no terminal 8, onde não há salas VIP conveniadas com os programas Priority Pass, LoungeKey ou Dragon Pass, apenas salas da American Airlines. Uma alternativa é receber US$ 28 em créditos para consumir no restaurante Bobby Van’s Steakhouse utilizando um acesso dos programas Priority Pass ou LoungeKey. O restaurante fica logo após passar pela inspeção de segurança ao lado direito.

A American Airlines conta com três salas VIP no terminal 8 do JFK: Admirals Club, Chelsea Lounge e Soho Lounge, sendo as duas últimas as mais novas. Como eu estava voando em executiva, pude conhecer o Soho Lounge. Para chegar até a sala é preciso pegar um elevador no primeiro corredor a direita após passar pela inspeção de segurança. As salas também recebem clientes elite British Airways.

O Soho Lounge é bem espaçoso e não estava muito cheio. Havia muitos lugares para sentar e aguardar o voo com tranquilidade e com direito a vista para o pátio de aeronaves.

No buffet tinham boas opções quentes, como salmão, ravioli de queijo e sopas. Tinha ainda sobremesas, frutas e bebidas diversas. Eu provei o salmão e estava muito bom. Os morangos também estavam suculentos e bem docinhos.

Por fim, o lounge também oferece uma área de descanso para quem quiser tirar uma soneca e chuveiros (que eu aproveitei para tomar um banho e me refrescar antes do voo).

Embarque

O embarque começou com 10 minutos de atraso no portão 34. Achei o processo de embarque tumultuado e desorganizado. Mesmo sendo chamado para embarcar somente passageiros do grupo 1, passageiros de outros grupos entraram na fila e embarcaram mesmo assim.

Para embarcar não foi necessário apresentar o passaporte, apenas o cartão de embarque. A identificação dos passageiros foi feita por reconhecimento facial.

Poltrona

A configuração das poltronas da classe executiva da American Airlines no Boeing 777-200 é 1-2-1, ou seja, todos os passageiros possuem livre acesso ao corredor sem precisar “pular” o coleguinha do lado. O assento possui três posições pré-definidas, mas é totalmente ajustável. E o melhor: reclina 180º e vira uma cama.

O espaço para os pés “afunila” pouco e deu para eu dormir confortavelmente (tenho 1,75 de altura). Ao chegar no assento, já estavam um fone de ouvido com cancelamento de ruído (gostei, achei de boa qualidade), travesseiro e cobertor da marca Casper, o amenity kit, uma garrafa de água e o menu do serviço de bordo.

O que não falta no assento são porta-trecos, eram 4. Dois do lado esquerdo do assento, um na parte inferior e outro no apoio do braço direito. Um dos porta-trecos acomoda uma tomada universal e entrada USB para recarregar aparelhos eletrônicos, entrada para os fones de ouvido e o controle de entretenimento de bordo.

Entretenimento

Todos os passageiros têm tela individual de entretenimento de bordo de bom tamanho que pode ser controlada diretamente na tela (touchscreen) ou através do controle. O acervo de filmes, séries e músicas é grande e vários lançamentos estavam disponíveis. Alguns deles, no entanto, não possuíam dublagem ou legendas em português.

Também havia wi-fi no voo, mas o valor era bem salgado. A AA cobra US$ 29 por duas horas de acesso ou US$ 35 por todo o voo. Diferente de outras companhias, como a Delta Air Lines, não é oferecido pacote grátis para envio de mensagens de texto. Em outros tempos, era possível acessar gratuitamente o wi-fi da AA através do iPass oferecido pelos cartões de crédito Elo Diners, porém, esse benefício já não é mais oferecido.

Amenity Kit

A bolsinha é da marca Shinola Detroit e veio com meias, tapa-olhos, protetor labial, hidratante, protetor auricular, kit dental e uma caneta. Achei o amenity kit bem simples se comparado a outros que a própria American já utilizou.

Serviço de bordo

Logo no embarque foi servido welcome drink com opção de espumante e água. Eu escolhi o espumante que veio acompanhado de nozes quentes. Ainda em solo foi anotado o pedido do jantar. A comissária de bordo perguntou se eu queria ser acordado para o café da manhã e eu disse que sim.

O jantar foi servido pouco após a decolagem. Haviam três opções de prato principal: filé, peito de frango e ravioli. Eu escolhi o filé que veio acompanhado de batata recheada. O serviço foi entregue todo de uma vez – estilo “bandejão” – já acompanhado da entrada (tiras de carne com guacamole) e a salada. O filé estava no ponto, mas nada de mais.

Para a sobremesa, tinha a opção de sundae, prato de queijos e torta de caramelo salgado. Eu pedi a torta e não gostei. Estava fria e dura. Também pedi vinho do porto que estava bom.

Depois do jantar, apagaram as luzes. Para quem sentisse fome durante a noite, haviam snacks disponíveis, como sanduíches, batatinhas, brownie, cookies e água.

O café da manhã foi servido 1h30 antes do pouso em Guarulhos. Eram duas opções: omelete de queijo e tomate ou frutas com iogurte e granola. Eu escolhi as frutas e estavam frescas e doces. Também foi oferecida uma cesta de pães e escolhi o croissant que estava quentinho. Para beber pedi café com leite, que estava bom.

Tripulação

No voo havia comissários tanto brasileiros como americanos. Todos os avisos foram feitos em ambos os idiomas. Quem me atendeu durante o voo foi uma comissária americana e achei ela com cara de “poucos amigos”. Também não recebi nenhum tratamento especial por ser Executive Platinum no programa AAdvantage.

Programa de Fidelidade

As milhas dos voos da American Airlines podem ser creditados no programa AAdvantage ou parceiros da aliança Oneworld, como Iberia, British Airways e Qatar Airways. Uma opção para brasileiros é acumular milhas na Smiles. O acúmulo é de acordo com a classe tarifária e a distância voada.

Nesse voo optei por acumular no AAdvantage, o que me rendeu 4.235 milhas já considerando o bônus do meu status. Mesmo tendo voado na executiva, recebi as milhas de acordo com o meu bilhete original, em classe econômica.

Considerações

No geral gostei da experiência de voar na executiva da American Airlines. Porém, achei que o amenity kit e o atendimento deixaram a desejar. Certamente voaria com a AA novamente, principalmente para aproveitar os benefícios do meu status e também os bons resgates em milhas que o programa oferece com trechos do Brasil para os Estados Unidos a partir de 20.000 milhas.

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E você, já viajou na classe executiva da American Airlines de/para os Estados Unidos? Como foi a sua experiência? Comente e participe!

Nota final.