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Toscana: roteiro completo pela romântica região da Itália

Camille Panzera
09/11/2023 às 20:00

Toscana: roteiro completo pela romântica região da Itália

A Toscana é uma região do centro da Itália, que abriga paisagens exuberantes e cidades medievais. Com razão, a área é conhecida como um dos principais destinos do país e arranca suspiros com seus cenários. Ela já foi pano de fundo de diversos filmes e encanta com sua gastronomia farta e cheia de sabores irresistíveis! Viaje com a gente para esse destino encantador, confira todas as nossas dicas e acompanhe nosso roteiro pela Toscana!

Toscana: entendendo a região

Viajar pela Toscana é um pouco diferente de viajar para grandes cidades da Itália como Milão ou Roma. A Toscana, cuja capital é a cidade de Florença, é uma área de paisagens naturais belíssimas, colinas verdes, belos fins de tarde, construções majestosas e várias cidades medievais encantadoras, cada uma com suas peculiaridades.

Essa região foi ocupada por diferentes povos nos séculos passados, entre eles os etruscos, e teve muitas batalhas e disputas entre as antigas cidades e seus povos dominantes. Diferentes cidades se destacaram ao longo dos anos na Toscana; algumas foram exaltadas pelo comércio marítimo, outras pelo comércio de seda ou couro, por exemplo, outras pela arquitetura e outras pelos movimentos artísticos. Florença, berço do Renascimento, era uma cidade tão popular que quando a Itália se unificou, a língua falada na cidade é que se tornou a língua oficial do país, o italiano.

toscana

A região, que foi comandada pelo influente clã Médici, possui atualmente 7 patrimônios da Unesco, entre eles o Centro Histórico das cidades de Siena, Pienza, Florença e San Gimignano, com suas belíssimas torres, a Piazza del Duomo de Pisa, os jardins Medici e os cenários do Val’dOrcia.

Firenze, em Italiano, ou Florença, com seus quase 400 mil habitantes, é a cidade mais conhecida da região e ponto de partida para explorar a Toscana, mas certamente não é o único destino que você deve procurar visitar. Como você perceberá ao longo do nosso relato, uma viagem à Toscana consiste, basicamente, em visitar várias pequenas cidades, vinícolas e atrações que ficam espalhadas por uma enorme área da península.

Por toda a Toscana você encontrará igrejas belíssimas, importantes obras de artistas mundialmente conhecidos, cidades cercadas por muros medievais, e, sempre, paisagens naturais incríveis, uma mais linda que a outra! Difícil é não se apaixonar por esse destino encantador!

Leia também:
-Viagem à Itália – dicas essenciais para saber antes de embarcar!
-Lago de Como – conheça essa paraíso no norte da Itália
-Costa Amalfitana – tudo sobre uma das regiões mais bonitas da Itália!

Como visitar a Toscana

Para viajar à Toscana, é necessário primeiro pensar em como realizar uma viagem à Itália. Com grande frequência encontramos passagens aéreas para a Itália por ótimos preços e baixando o app do Melhores Destinos você consegue saber de todas as ofertas em primeira mão! Os aeroportos de Roma e Milão têm voos diretos do Brasil e dessas grandes cidades é possível facilmente ir a Florença com um trem.

Outra opção é chegar primeiro a uma outra capital europeia e então pegar uma conexão para o Aeroporto de Florença, o maior na região da Toscana.

toscana roteiro

Uma viagem à Toscana é ideal para ser feita de carro — veja aqui nossas dicas de aluguel de carros. O transporte ferroviário, tão prático para viajar pela Itália, não cobre boa parte das pequenas cidades que merecem ser visitadas ao longo de um roteiro pela região. Algumas cidades podem ser conhecidas com trens, mas cidades de menor porte só são acessíveis de carro e/ou ônibus. Além disso, a Toscana é uma região de cenários naturais incríveis e estradas espetaculares, então, o ideal é vê-la em toda sua complexidade, viajando por caminhos cercados por mata, podendo admirar as colinas ao longo dos trajetos e fazendo paradas não programadas para fotos ao longo dos percursos, que só é possível com um veículo à sua disposição.

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Quem está hospedado em Florença, por exemplo, consegue visitar as cidades de Pisa, Lucca ou Siena através de trens. Outra opção para quem não está de carro alugado é fazer passeios com as agências turísticas ou motorista particular, que oferecem trajetos por essa região. Ainda que haja essa opção, reforço: a melhor forma de viajar pela Toscana é com um carro, criando seu próprio roteiro e fazendo paradas quando quiser!

Toscana sem carro

Se você não quiser alugar um carro, é possível também conhecer algumas cidades da Toscana. Entretanto, as cidades em que se pode viajar de trem ou ônibus são, principalmente, as cidades maiores ou mais turísticas. Cidades menores vão ser muito mais práticas de serem conhecidas com um carro. Se não quiser dirigir, é possível contratar passeios ou um tour privado com motorista particular para visitar os lugares que deseja.

Cidades para visitar sem carro na Toscana, usando Florença como base:
Pisa, a 50 min de trem
Lucca, a 30 minutos de trem de Pisa (aproveite para ir a Pisa e Lucca no mesmo dia)
San Gimignano – a 1h30 de ônibus de Florença
Siena, a cerca de 1h30 de ônibus ou trem de Florença. O ônibus pode ser mais prático por já deixá-lo na parte central da cidade.
Arezzo – a 1h de trem de Florença

Saiba mais sobre viagens de trem na Europa.

Onde ficar na Toscana

Curiosamente, essa é uma das partes mais legais de programar uma viagem pela Toscana. Como as paisagens naturais são o grande charme dessa região, os hotéis também seguem um estilo diferente e por ali há muitos estabelecimentos conhecidos como “agriturismo”, que são hotéis e pousadas localizados em áreas rurais. Alguns desses agriturismi (no plural) são administrados pelos próprios donos, o que faz toda a diferença durante a hospedagem — em muitos deles a gente se sente em casa!

A Toscana tem muitos castelos e viajar pela região pode ser também uma oportunidade para hospedar-se em um! São diversos castelos em toda Toscana e os preços são os mais variados possíveis, não há apenas acomodações com diárias de valores exorbitantes e irreais. É possível, ainda, hospedar-se em antigos conventos ou em vinícolas… são tantas as possibilidades charmosas que fica até difícil definir onde ficar! A vontade é poder conhecer tudo!

toscana italia

Os centros das cidades toscanas têm seus hotéis e para quem deseja ficar em um centrinho urbano, com lojas e restaurantes próximos, podem ser uma boa pedida. Procure sempre observar se essa acomodação possui estacionamento próprio ou como ele funciona, porque em diversas cidades históricas da Toscana, estacionar no centro da cidade é proibido e será necessário deixar o veículo em estacionamentos privados.

Quanto à localização da hospedagem, as opções são bastante diversas porque há várias cidades e dezenas de pequenos vilarejos para se hospedar. Estando com um carro para explorar a Toscana, uma localização de hotel tão central não se faz necessária e, na verdade, é parte do charme estar em uma área campestre e mais afastada das cidades. A dica que deixo caso opte por se hospedar em um lugar distante do centro de uma cidade, é averiguar se nas proximidades de seu hotel ou agriturismo há opções para jantar à noite, já que você precisará fazer refeições após um dia de passeio.

Durante minha experiência pela Toscana, fiquei hospedada na cidade de Florença, em duas acomodações diferentes na região rural de Siena e nas proximidades de Pienza. Essas acomodações em regiões diferentes permitiram economizar tempo em alguns deslocamento e poder conhecer com mais afinco alguns locais que eram do meu interesse. Muitas pessoas usam Siena e sua área rural como base justamente pela localização central dentro da Toscana e é realmente uma ótima ideia.

Leia também: Viagem à Itália – dicas para criar seu roteiro

Hotéis na Toscana

As opções de hotéis na Toscana são bem variadas, em núcleos rurais ou urbanos, em acomodações familiares ou de grandes redes. Uma dica importante é não deixar para fazer as reservas muito em cima da hora, para conseguir encontrar bons preços, especialmente nos agriturismi de pequeno porte, que possuem poucos quartos.

Em Florença, ficamos hospedados no c-hotels Joy, que além de ter acomodações novas, oferece uma localização central e fica pertíssimo da estação de trens Firenze Santa Maria Novella, facilitando a fazer trajetos de trem. Outras boas opções na região central de Florença são o Hotel Art Atelier, o Hotel Bretanha Heritage, localizado bem próximo ao Rio Arno e Hotel Orcagna.

Na região de Siena, ficamos hospedados no Certosa di Pontignano, um antigo Convento localizado na área rural e com um ótimo custo, a cerca de 20 minutos do Centro de Siena. Também ficamos hospedados no Casa di Campagna in Toscana, um agriturismo pequenino, com bom café da manhã e atendimento de extrema simpatia. No Centro de Siena, uma boa opção de hospedagem é o Hotel Athena, mas nos arredores do centro as opções são as mais variadas possíveis como o Agriturismo Amina, o Chianti B&B Design, o Borgo Grondaie e o Podere La Strega, que tem piscina e uma linda vista.

Na região de Pienza ficamos no Castello di Spedaletto, uma propriedade familiar instalada em um antigo castelo. Ficar nessa região permitiu conhecer melhor a região do Val d’Orcia.

Dicas de hotéis na Toscana:

Hotel Cidade
c-Hotels Joy Florença Ver preços
Hotel Art Atelier Florença Ver preços
Castello di Spedaletto da Laura Pienza Ver preços
Podere la Strega Siena Ver preços
Certosa di Pontignano  Pontignano – Siena Ver preços
Borgo Grondaie Siena Ver preços
Agriturismo Il Sasso Montepulciano Ver preços
Agriturismo Il Gallo Montepulciano Ver preços
Hotel Minerva Arezzo Ver preços
Si Montalcino Hotel Montalcino Ver preços

Roteiro na Toscana

Nosso roteiro na Toscana foi de 9 dias, divididos da forma mostrada abaixo. Clique no nome de cada uma das cidades e vá direto para a programação 

– 2 dias em Florença
– 1 dia em para Pisa + Lucca (dormindo em Florença)
– 1 dia na região do Chianti
– 1 dia em Siena + Monterrigioni
– 1 dia em San Gimignano + Volterra
– 1 dia em ArezzoCortona
– 1 dia no Val d’Orcia
– 1 dia para o retorno do Val d’Orcia, passando por Pienza, Montepulciano, Chianti e volta para para Florença.

 

Florença – roteiro de 2 dias

Dois dias são suficientes para conhecer o básico de Florença e para isso não é necessário carro. É possível fazer tudo a pé ou com os ônibus – para utilizar os ônibus, basta comprar seu bilhete em um tabacchi (tabacarias). O ideal é que ao decidir visitar a cidade, você já se informe sobre as atrações que quer conhecer porque algumas delas só conseguem ser visitadas com uma reserva prévia.

Se não quiser fazer nada com pressa e for um grande amante das artes, reserve 3 ou 4 dias para conhecer Florença e seus museus. Além disso, agregue mais um dia de hospedagem em Florença, porque a partir da cidade você pode conhecer Pisa, um bate volta excelente e clássico, facinho de fazer!

toscana florença roteiro

1º dia de viagem:
Florença

Em seu primeiro dia em Florença comece a explorar a cidade pelo centro, em especial pela Catedral de Santa Maria del Fiori, com entrada gratuita (e geralmente longas filas). A catedral faz parte de um “complexo” de 5 atrações, que são pagas, dentre as quais estão a sua cúpula (reserva necessária), que na época da construção foi inovadora, o batistério bem na frente da catedral a sua frente e a torre do relógio, com uma vista linda. Dentre todas as atrações do complexo da Catedral de Santa Maria del Fiori, a que mais achamos legal foi conhecer a cúpula, por isso reserve seu ingresso antes de ir.

Reserve também um tempo para conhecer a Basílica Santa Maria Novella, o Mercado Central, ótimo para comer os mais variados pratos, e andar pela região central de Florença passando por pontos como o Palazzo Vecchio, a Ponte Vecchia, importante cartão-postal da capital toscana.

2º dia de viagem:
Florença

Em seu segundo dia em Florença, visite a Galleria degli Uffizi, o principal museu da cidade e um dos principais museus de toda a Europa. Se tiver pique para caminhadas, vá aos Jardins de Boboli ou então escolha ir ao Palazzo Pitti ou Galleria dell’Accademia (imprescindível reservar antes), onde está David, de Michelangelo. No fim de tarde não deixe de ir à Piazzale Michelangelo, de onde você verá o mais conhecido pôr-do-sol de Florença.

Onde Comer em Florença:

  • Mercato Centrale – Embaixo o local funciona uma “feira” e em cima tem vários “restaurantes” servindo os mais variados tipos de pratos! É excelente e imperdível!
  • All’antico Vinaio – tradicional por servir panini, é um local que costuma ter fila na porta e preços bem convidativos para um almoço rápido
  • Trattoria Marione – tradicional, sem frescuras e preços razoáveis
  • Trattoria dall’Oste – incrível para comer a deliciosa bisteca fiorentina!
  • Trattoria Zazá – popular entre turistas, costuma ficar bem cheio e tem um cardápio com enorme variedade de pratos, além de bom custo-benefício.
  • La Giostra – refinado e com pratos deliciosos!
toscana florença

Florença

 


3º dia de viagem:
Pisa + Lucca – Roteiro de 1 dia na região, com noite em Florença

Pisa, a cidade da torre inclinada

O mais conhecido entre os bate-volta a partir de Florença é o que leva à cidade da torre inclinada. A pequena cidade universitária possui um conjunto de obras de cair o queixo e que muita gente acaba não notando em sua totalidade porque concentra sua atenção apenas à Torre de Pisa.

pisa italia

Pisa

A torre inclinada, claro, é a mais conhecida atração da região e é realmente bastante torta. Sua inclinação se deu devido ao terreno da área em que foi construída, que composto de argila e areia, não sustentou as colunas da torre. A construção, iniciada em 1173, começou a ceder poucos anos após sua construção e ao perceber-se isso novas estratégias foram adotadas para que a torre se mantivesse de pé, mas sem muito êxito. Depois de fechada ao público sob o risco de desabar, a torre foi reaberta em 2001 após um processo de reforma e manobras de sustentação da construção. Hoje a torre continua inclinada, mas está em condições seguras e é possível acessar o seu topo, reservando um ingresso para isso.

Na Piazza dei Miracoli, a praça que concentra as principais atrações de Pisa, além da Torre, estão a Catedral de Pisa, que tem entrada gratuita e uma arquitetura monumental, o Camposanto (uma construção com diversos afrescos nas paredes e que serviu de cemitério, o Campo dei Miracoli, o Batistério de San Giovani e o Museu delle Sinopie, que conta a história dos afrescos do Camposanto. É possível comprar um ingresso combinado para todas as atrações que ficam na Pizza dei Miracoli e vale super a pena. O Camposanto, em especial, chama a atenção por ter uma linda arquitetura, belos jardins ser bem mais vazio de turistas enquanto a Torre de Pisa fica lotada.

Onde Comer em Pisa:

  • L’Ostellino – panini saborosos e com bom preço
  • Porci Comodi – bom para petiscos, panini e tábua de frios à la Toscana.
toscana pisa

Pisa

Como chegar a Pisa:

Partindo da estação Santa Maria Novella, em Florença, você pode comprar nas máquinas de autoatendimento da Trenitalia as passagens para a estação Pisa Centrale ou Pisa San Rossore. Embora a estação Pisa San Rossore fique mais próxima da torre, sugiro descer em Pisa Centrale, que além de ser a principal estação da cidade, é uma estação com maior estrutura, facilidades aos turistas e não requer baldeação. A partir de Pisa Centrale você poderá ir caminhando até a Torre de Pisa, atravessando o Rio Arno, caminhando pela Corso Italia, via que tem várias lojinhas legais e então visitar a Pizza del Miracoli, onde está a torre.

Não há necessidade de comprar a passagem de trem antecipadamente e os valores das passagens são fixos. Entretanto, é importante recordar que na Itália o seu bilhete físico de viagem deve ser validado antes de entrar no trem.

Caso queira estender seu passeio, é uma ótima ideia visitar também a cidade de Lucca. Pisa e Lucca são uma duplinha perfeitamente possível de serem feitas no mesmo dia. A sugestão que deixo é visitar Pisa durante a manhã, comer algo na cidade e então seguir para Lucca. De Lucca a Pisa é possível pegar o trem na Estação Pisa Centrale ou na Pisa San Rossore, que fica mais próxima da torre.

Lucca

Pequenina, a cidade de Lucca é uma bela surpresa aos mais exigentes viajantes. Escondida em meio a muralhas, a cidade das 100 igrejas e ruas de paralelepípedo é um colírio aos olhos e um encantador destino para passar o dia. Fundada pelos etruscos, ela foi uma colônia romana e também tomada por Napoleão, que deixou sua irmã Elisa a cargo da cidade.

A maior atração de Lucca é sua muralha do século XVI, que percorre 4 km ao redor da cidade. A linda muralha, que tem larga extensão e pode ser facilmente percorrida a pé ou de bicicleta (há locais para alugar bicicleta ou quadriciclos), permite dali admirar lindas construções, jardins e áreas arborizadas. O passeio é incrível e realmente imperdível! Não deixe de fazê-lo… é uma atividade simples e deliciosa, dessas que uma viagem à Itália sabe proporcionar muito bem!

Outros destaques da cidade são o Duomo di San Martino, a Piazza dell’Anfiteatro, a Piazza Napoleone, o Palazzo Pfanner, que tem jardins muito bonitos para relaxar, a Torre Guinigi, que oferece vista panorâmica da região e a Via Fillungo, uma das principais ruas da cidade, com muitas lojinhas descoladas. Durante a tarde a cidade costuma ficar animada, com seus cafés e bares com mesinhas nas ruas.


4º dia de viagem:
Chianti – 1 dia circulando pela região

A região do Chianti certamente é uma das mais belas da Toscana e tem um gostinho especial porque costuma ser o primeiro contato que os viajantes com têm com as paisagens naturais da região ao partir de Florença, com campos de parreiras a perder de vista. A rota cênica SR222 é de uma beleza inexplicável e uma viagem pelo Chianti não seria completa sem atravessar essa incrível via, cercada por árvores e montanhas.

O ideal é partir de Florença cedo para aproveitar bem o dia no Chianti (pronuncia-se quianti). Por isso, reservei um carro alugado para ser retirado na noite anterior ao dia que pretendíamos começar a viagem pelo interior da Toscana.

Deixamos Florença de manhã cedinho e partimos rumo ao Castelo de Verazzano, uma vinícola com bastante história. Nesse local é possível conhecer o processo de produção dos vinhos, a história da vinícola, fazer degustação de vinhos, azeites e um delicioso balsâmico. O ideal é que se faça reserva do passeio visitação antes de ir, mas foi possível fazer a visita guiada sem reserva.

Após a visita à vinícola passamos rapidamente na cidade de Greve em Chianti e por alguns minutos andamos nas ruas da cidade. Prosseguimos, então, pela SR222 até Panzano in Chianti, onde fica a Antica Macelleria Cecchini, açougue do mundialmente famoso Dario Cecchini. O espaço do açougueiro tem três restaurantes, cada um deles com um perfil. Tivemos a oportunidade de experimentar o restaurante mais conhecido da casa, chamado Officina della Bistecca, onde é servido um menu completo (50 euros), em várias etapas, todas elas com o prato principal da casa, a carne! Desde a entrada até a sobremesa, todos os pratos têm um toque especial e relacionados à gastronomia toscana. O menu é composto por diferentes pratos, entre eles a bisteca fiorentina, que é muito tradicional dessa região.

Depois de visitar o restaurante e sairmos muito felizes com a farta refeição, continuamos nossa viagem rumo a Castellina in Chianti, mais uma cidadezinha pequena e muito simpática, com algumas atrações bem interessantes, entre elas um muro medieval, que tinha como objetivo proteger a cidade — a fortificação é tão diferente hoje abriga uma atração chamada Via delle Volte, uma espécie de ruazinha no meio da fortificação. A pequena cidade também tem um visual panorâmico para as montanhas, além de lojinhas de presentes e queijos, uma igrejinha.

Após um pequeno passeio por Castellina in Chianti, fomos em direção ao Castelo di Brolio, uma vinícola e castelo, com paisagens encantadoras. Fizemos um passeio simples, por fora do castelo (o exterior é fechado) e também uma degustação de vinhos na propriedade. Como ainda havia sol, resolvemos passar por Radda in Chianti, que o tempo não permitiu visitar antes pois o Castelo di Brolio tinha horário de encerramento e não era algo que queria perder. Radda in Chianti, também com suas pequenas ruas de paralelepípedo tinha pouco movimento no fim do dia, mas um clima amistoso, visual incrível para as montanhas da região e nos proporcionou um lindo pôr do sol.

Depois de um dia maravilhoso, com os cenários incríveis da Toscana, fomos para o nosso hotel, que ficava localizado na região rural de Siena.


5º dia de viagem:
Siena e Monteriggioni – 1 dia pela região

Siena

Siena é uma das cidades mais importantes da Toscana e disputava com Florença o monopólio dessa região. Com suas construções de estilo gótico, ela não é um simples vilarejo como outros que se visita ao longo dos passeios e oferece uma excelente estrutura. Segundo a lenda, Siena foi fundada pelos filhos de Reno e durante os meses de julho e agosto recebe o tradicional Pálio de Siena, a corrida de cavalos mais antiga do mundo.

Partindo de nosso hotel durante a manhã, estávamos a apenas 9 km do centro da cidade e esse foi o dia que reservamos para explorar a cidade de Siena e Monteriggioni. Alugando um carro, um cuidado que se deve ter em mente é de que na maior parte das cidades históricas e medievais da Toscana, o acesso ao centro da cidade é bastante restrito e os carros sem autorização não podem circular. Seu carro alugado deverá ficar em um estacionamento nas proximidades do local que deseja visitar. Em uma cidade como Siena há diferentes estacionamentos nos arredores do centro e optamos por deixar o carro no estacionamento Il Campo, uma ótima decisão porque ficava pertinho da Piazza del Campo.

Na Piazza del Campo estão as principais atrações de Siena. A própria praça, que é inclinada, é onde acontece o grande Pálio de Siena e um ponto de encontro na cidade. Nessa praça ficam a Fonte Gaia, uma fonte ornamentada com esculturas, o Palazzo Comunale, construído no século XIII, o Museu Cívico e a Torre del Mangia, uma torre medieval construída a partir de 1338 e que hoje pode ser acessada através de suas escadas. A subida a Torre del Mangia tem em torno de 102 metros de altura e o acesso à sua parte superior é feito por escadas bem apertadas, mas que lá em cima oferecem uma vista sensacional — se você gosta de ter vistas panorâmicas, vale muito a pena visitar, ainda que a subida não seja fácil.

O Museu Cívico, que fica junto à Torre, possui belos afrescos e salas muito bem decoradas. De quebra, o museu também possui uma varanda, com uma bela vista da cidade! Depois dos passeios ao redor da Piazza del Campo, paramos para um almoço ali pertinho, na Taverna di San Giuseppe.

Durante a tarde, visitamos o Duomo de Siena, construído em mármore verde, rosa e branco. A majestosa construção tem ricos detalhes, inclusive no chão, onde ficam mais de 50 murais de imagens bíblicas, construídos ao longo de 2 séculos. Também chamam a atenção dentro do Duomo as suas enormes pilastras de cores branca e preta, sua cúpula e Libreria Piccolomini, com afrescos no teto e enormes livros do Papa Pio II. Pudemos visitar também a Fortezza Medicea, uma antiga fortaleza onde hoje funciona um parque em que os moradores da cidade praticam atividades físicas e se encontram para conversar. O local é simples, mas a construção muito interessante.

Não tivemos tempo suficiente, mas para quem gosta de atrações culturais e históricas, também é possível visitar o Batistério de San Giovani, a cripta e o Museu dell’Opera del Duomo, que reúne obras que enfeitavam o Duomo de Siena. Siena também guarda o complexo de museus Santa Maria della Scala e a Pinacoteca Nacional. Nesse caso, pode ser interessante ficar 2 dias em Siena para explorar melhor suas atrações turísticas.

Onde Comer em Siena:
Taverna di San Giuseppe – com pratos variados e gastronomia típica da região. Recomendado fazer reserva!
Grom – gelateria deliciosa também presente em outras cidades da Itália

Monteriggioni

No finzinho da tarde, após visitar Siena, pegamos o carro e fomos para Monteriggioni, um burgo muito simpático e fácil para ser conhecido a pé. Em 5 minutos você consegue atravessar a cidadela, de tão pequenina que é. Uma hora ou um pouco mais são suficientes para conhecer o local, já que não há tanto para fazer por ali. A principal atração de Monteriggioni é realmente conhecer suas vielas, edifícios de pedra e sua arquitetura.

O castelo de Monteriggioni foi construído durante o segundo século da República de Siena para que servisse de local estratégico de defesa e impedisse a expansão de Florença. Como Florença e Siena eram cidades rivais, muitas batalhas entre ambas foram travadas ao longo dos séculos. Monteriggioni faz parte da chamada Via Francigena, uma rota de peregrinação da Idade Média, que ia da França à Roma e na região da Toscana passa por cidades como San Giminignano e San Quirico d’Orcia.

monteriggioni toscana

Monteriggioni

O castelo está cercado por muros, altas torres e belos portais — esse conjunto arquitetônico de muralhas, que são na verdade mecanismos de defesa são a principal atração do lugar. E, para deixar o passeio ainda mais interessante, é possível subir esses muros e percorrer parte deles — recomendo o passeio, porque a vista é linda! A principal porta de acesso ao borgo é a Porta Franca e já dentro dele você pode visitar a igreja de Santa Maria Assunta e o pequeno museu de armas da cidade – é um local simples, mas pode ser divertido para crianças, já que é possível tocar e experimentar artigos medievais, por exemplo.


6º dia de viagem:
Arezzo e Cortona – 1 dia pela região

Arezzo

Um dia de nossa programação foi dedicado às cidades de Arezzo, localizada a 75 km de Siena, e a Cortona, a 31 km de Arezzo. Começamos o dia cedo porque embora 75 km possam parecer pouco, às vezes as estradas exigem um ritmo mais lento do que esperamos. Chegando à cidade, estacionamos no Parcheggio Eden, que fica bem próximo do centro e a partir dali acessamos o Corso Itália, uma das principais vias de Arezzo.

Diferentemente de outros destinos que passamos pela Toscana, Arezzo não é uma cidade tão pequenina e tem em torno de 100 mil habitantes, mas seu centro histórico pode ser todo conhecido a pé. O centro da cidade tem bastante lojinhas, vários restaurante e diferentes igrejas para visitar.

Com um dia em Arezzo, ou melhor, em meio dia você pode passar pela Piazza Grande, a principal praça da cidade e onde ocorre uma feira de antiguidades nos fins de semana, admirar a Igreja Santa Maria della Pieve, a Catedral de São Pedro e Donato, e principalmente a Basílica de San Francisco, que foi finalizada no século XIV e embora tenha um estilo relativamente simples de decoração, em seu interior fica a Capella Bacci, com afrescos renascentistas de Piero della Francesca, conhecidos como “Legenda della vera Croce” (A História da Santa Cruz). Caso queira visitar os afrescos da Basílica San Francisco, é recomendado fazer reserva antes porque essa área da igreja é paga.

Nesse mesmo dia em Arezzo é possível também passear pela já mencionada Corso Itália, admirar o Palazzo Pretorio e visitar o Passeggio del Prato, um parque com uma linda vista da região, que está conectado à Fortezza Medicea, uma fortaleza construída em meados de 1500, que fazia parte do sistema defensivo da cidade.

O lugar é ótimo para ter um panorama da região, ver os antigos muros de Arezzo e entender sobre o sistema de fortificação — é um passeio muito interessante e gratuito! Conseguimos ver todas essas atrações mencionadas em algumas horas, mas se você tiver mais tempo, poderá montar um itinerário mais completo, o site de turismo de Arezzo apresenta mais opções.

Depois de passear por Arezzo, paramos para um rápido lanche e seguimos para Cortona.

Cortona

Localizada no alto de uma colina, Cortona é uma cidade com cerca de 20 mil habitantes que desponta no meio de um vale. Ela fica próxima da fronteira com a região da Úmbria e está localizada a quase 500 metros de altitude. Cortona foi uma importante cidade da civilização etrusca e tem 2 km de muralhas remanescentes do século X, que podem ser admiradas até hoje. O encanto pelo vilarejo começa antes mesmo de colocar os pés por lá, já que mesmo de longe é possível observá-la e se extasiar com sua maestria no alto da colina em que cresceu.

Assim como outras cidades históricas, Cortona deve ser conhecida a pé, por isso é importante estacionar seu carro em um local apropriado para depois caminhar por suas pequenas vielas e poder explorá-la. Entre as principais atrações de Cortona estão o Palazzo Comunale, o Palazzo del Popolo e a Igreja de São Francisco, todos construídos em meados do século XIII.

A cidade também abriga um museu etrusco e outras duas atrações que considero imperdíveis, a Basílica de Santa Margherita e a Fortezza del Girifalco. A Basílica, além de ter uma construção imponente, possui jardins com uma vista muito bonita de toda a região, ideal para tirar fotos.

Já a Fortezza del Girifalco impressiona porque acredita-se que a presença de uma fortaleza nessa área data desde o século VI ou V a.C., período em que também foram construídos muros etruscos. A fortaleza foi saqueada diversas vezes, reconstruída ao longo dos anos e hoje está aberta para visitação – como fica no alto da cidade, em um ponto estratégico de observação, também tem uma vista lindíssima!

Depois de maravilhados pela visita a Cortona, que certamente foi uma das minhas cidades preferidas na Toscana, retornamos ao nosso agriturismo, que ficava localizado nas redondezas de Siena. Por lá mesmo realizamos o nosso jantar.


7º dia de viagem:
Volterra + San Gimignano – 1 dia pela região

O plano para esse dia na Toscana era visitar apenas as cidades de San Gimignano e Volterra, destinos que podem ser conhecidos em um mesmo dia e que é uma opção de passeio popular na região. Mas, aproveitando a proximidade, estivemos também Abbadia de San Galgano, uma atração belíssima, que tinha pouca gente e valeu muito a pena visitar. O bacana de viajar pela Toscana é isso… poder incrementar seu roteiro com novas atrações, sem se prender tanto a uma programação já pronta. Nesse dia de nossa viagem a programação foi dedicada inicialmente à Abbadia de San Galgano, depois seguimos para Volterra e terminamos o dia em San Giminiano.

Abbadia de San Galgano – Localizada a cerca de 33 km do centro de Siena, a grande Abbadia de San Galgano foi construída entre 1220 e 1268, no clássico estilo de cruz. Com arquitetura gótica, ela é uma das construções desse tipo mais bonitas da Toscana. Em torno do século XV os monges que lá viviam deixaram o lugar por conta da fome e da praga. A Abadia foi abandonada por muito tempo e hoje está aberta a visitação e suas ruínas estão bem conservadas, embora sem o teto. Próximo da Abadia fica também a Capela de Montesiepi, onde San Galgano teria atingido uma rocha com sua espada, que hoje está exposta no local.

Volterra

Localizada na província de Pisa, Volterra é uma cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, em que se vê muitos moradores locais e não só turistas. O assentamento é de origem etrusca e a maior parte de seus edifícios são datados entre o século XII e XIII. As pequenas ruas de pedra da cidade são um charme e ao longo das ruelas no centrinho histórico há muitos restaurantes e lojinhas de presentes, muitas delas vendendo artigos em madeira. Um fato muito interessante e que diferencia Volterra de outras cidades medievais da Toscana é que na cidade é possível admirar grandes ruínas romanas, como é o caso de seu Teatro Romano.

Deixamos o carro no estacionamento La Dogana, bem próximo ao centro histórico e de lá partimos para explorar um pouco das ruas de Volterra. Em um dos portais medievais que levam à cidade antiga, há um ponto panorâmico e dele é possível ter uma noção da região e tirar belas fotos da paisagem característica da Toscana. A cidade é murada e entre suas principais atrações estão o Museu Etrusco Guarnacci, a Catedral de Santa Maria Assunta, o Palazzo dei Priori (prefeitura), além do Teatro Romano do século I a.C e cisternas romanas, que ficam no bonito parque Enrico Fiumi.

Assim como em outras cidades antigas da Itália chama a atenção a quantidade de construções antigas, medievais e até romanas, convivendo em harmonia com as necessidades do mundo moderno. Volterra é graciosa, tranquila, tem belos muros medievais e é um lugar muito gostoso para passar o dia.

San Gimignano

Bastante conhecida entre os turistas, San Gimignano é uma das pequenas cidades mais populares da Toscana. Essa joia medieval, Patrimônio da Unesco, está cercada por muros e sua principal marca é a presença de suas várias torres. Antigamente, construir uma torre sinalizava que a família tinha poder e dinheiro, portanto, havia uma disputa entre as famílias locais para construírem suas torres cada vez maiores e assim demonstrarem seu poder. Dada a quantidade de torres presentes na cidade, San Gimignano é conhecida como a “Manhattan medieval”.

toscana san gimignano

San Gimignano

As tão faladas torres de San Gimignano são lindas e realmente merecem uma visita. Tivemos a oportunidade de visitar o Palazzo Cívico, edifício do século XII, onde fica o Museu Cívico, com salas muito bem adornadas por dentro e belos afrescos, além de servir também de acesso para a Torre Grossa, uma das torres de San Gimignano que permite visitação!

A Torre Grossa tem 54 m de altura e é a mais alta da cidade — o visual lá de cima é belíssimo, os edifícios de pedra contrastam com o verde da área rural de uma maneira incrível! Também vale visitar a Collegiata, forma como é a chamada a catedral da cidade e que merece uma visitação! A Praça do Duomo, a Praça da Cisterna e a Igreja de Santo Agostinho também merecem uma visita, caso você tenha tempo.

Embora tenha atrações lindas, o mais legal de San Gimignano é poder circular pelas ruelas estreitas, caminhar por suas muralhas, admirar as pequenas lojinhas que vendem produtos artesanais, provar um bom queijo, sentar-se em um restaurante e tomar um vinho… ou, claro, um sorvete! A cidade é conhecida por ter a Gelateria Dondoli, já premiada com o melhor sorvete do mundo! Não dá para perder a oportunidade de experimentá-lo!


8º dia de viagem:
Val d’Orcia – 1 dia pela região

Esse era um dos dias mais esperados da viagem e que tinha uma programação intensa, com expectativa de conhecer várias cidadezinhas. Mas como choveu e isso foge do nosso controle, a programação foi levemente adaptada.
Iniciamos o dia passando rapidamente por Buonconvento, uma pequena cidade murada. Sem muito o que fazer por ali na chuva, prosseguimos para o próximo destino, Montalcino, onde almoçamos. Mais tarde passamos pela Abadia de Sant’Atimo e depois fizemos um tour bela vinícola Castelo di Banfi. À noite demos uma voltinha por Bagno Vignoni, que ficava próximo do hotel em que estávamos nesse dia e por ali mesmo jantamos.

Geralmente um roteiro por essa área da Toscana inclui as cidades de Pienza (imperdível) ou Montepulciano, que era o plano original, mas a chuva não permitiu, então visitamos essas cidades no dia posterior.

Talvez a ideia de visitar várias cidades em um mesmo dia pareça estranha, mas a região é muito propícia para isso. Algumas “cidades” são na verdade vilarejos, com pouco o que fazer… outras cidades têm mais atrações, mas ao mesmo tempo maior quantidade de turistas. É importante sempre entender o tipo de turismo que você gosta de fazer. Se gosta de visitar muitas vinícolas e fazer tudo com bastante calma, considere ficar mais dias para explorar melhor cada região.

Montalcino

Conhecida não apenas por ser uma charmosa cidade medieval, mas por sua área campestre, Montalcino se orgulha em produzir um dos melhores vinhos do mundo, o Brunello di Montalcino. A cidade propriamente dita está entre muros e tem como uma das suas grandes atrações a sua fortaleza, construída no século XIV. Em um passeio pelo vilarejo você também pode visitar a Igreja de Santo Agostinho e reservar um tempo para conhecer as vinícolas próximas, muitas delas oferecem passeios guiados e degustação de seus rótulos.

Entre as vinícolas da região estão a Castelo di Banfi, Biondi Santi (que pertence aos herdeiros do “criador do Brunello”), Fattoria dei Barbi e outras. Visitar vinícolas na Toscana é um passeio muito legal, há diferentes tipos de passeios e muitas vezes essas vinícolas possuem bons restaurantes. A dica de ouro é sempre fazer uma reserva antecipada antes de visitar o lugar.

Abadia di San’Antimo – O edifício atual da abadia beneditina data do início do século XII, mas há histórias que dizem que o lugar existe desde o século IX. A visita ao lugar permite conhecer o interior da abadia, sua cripta, horta e farmácia, que vende produtos fitoterápicos. Estão disponíveis videoguiadas para quem deseja mais informações sobre a construção e sua história.

Castelo Banfi – Considerada uma das maiores produtoras de vinho dessa região, a Castelo Banfi é uma vinícola fundada em 1978 por irmãos ítalo-americanos. A propriedade em Montalcino é enorme, possui restaurante e até hotel para hospedagem dentro de seu castelo, e oferece passeios guiados para conhecer o processo de produção do vinho. Fizemos o passeio em uma tarde chuvosa, na companhia de uma guia brasileira que trabalha no lugar e gostamos bastante da experiência, embora seja considerada uma vinícola mais comercial e menos artesanal.

Pudemos conhecer a área interna da vinícola, entender o processo de colheita das uvas sangiovese, a fermentação, amadurecimento, engarrafamento, etc. A vinícola realiza um processo bastante moderno, utiliza diferentes tecnologias em seus processos, e também produz outros rótulos de vinho como o Rossi di Montalcino, Poggio All’Oro, além de um excelente aceto balsâmico envelhecido.

Diferentes passeios são oferecidos na vinícola Castelo Banfi o que fizemos e dava direito à visita, degustação e a levar uma garrafa de um vinho de menor valor para casa. Faça a reserva do seu tour com antecedência para garantir que conseguirá realizar a visita.

Bagno Vignoni

De tão pequenina que é, muitas pessoas acabam por não visitar Bagno Vignoni, um vilarejo no alto de uma colina que ao invés de uma “praça”, possui uma fonte de água termal no seu centrinho. O vilarejo é realmente minúsculo e faz parte de San Quirico D’Orcia, a 4 km de distância. O lugar é de origem etrusca e ganhou fama por suas águas termais com propriedades medicinais, que acabavam sendo visitadas por peregrinos que passavam próximo dali.

É um lugar de muita tranquilidade, com poucos restaurantes e hotéis e uma vista maravilhosa dessa área da Toscana. Além disso, é um lugar interessantíssimo porque a fonte de água termal localizada na “praça” do vilarejo, a Piazza delle Sorgenti, segue seu fluxo colina abaixo e se transforma em um parque, chamado Parco dei Mollini, onde foram esculpidos quatro moinhos nas rochas e que serviam principalmente para moer cereais antigamente. Uma peculiaridade desse parque de moinhos é que ele funcionava mesmo no verão devido ao fluxo constante de água, quando outros moinhos ficavam fechados.

Em Bagno Vignoni jantamos no restaurante Osteria del Leone — uma grata surpresa e que faz jus total a ideia de que se come bem em qualquer lugar da Toscana, inclusive em um borgo com 30 habitantes!


9º dia de viagem:
Val’Orcia e retorno para Florença passando por Pienza, Montepulciano e Castello di Volpaia

Último dia de viagem, em que visitamos Pienza e retornamos para Florença 

Esse era o nosso último dia na Toscana, com um trem programado para sair durante a noite de Florença para Roma. Ainda que o tempo continuasse chuvoso, a ideia era conhecer algumas cidades do Val’Orcia e se o horário permitisse, passar por uma vinícola no caminho antes de devolver o carro alugado em Florença. Começamos o dia em San Quirico D’Orcia, mas por termos visitado o lugar em um domingo cedo, não havia muita coisa aberta e rapidamente fomos para nosso próximo destino, que era o mais importante do dia: Pienza.

Em Pienza, que é considerada patrimônio da UNESCO, fizemos mais passeios e por lá almoçamos. Demos uma breve passadinha em Montepulciano e, no caminho de volta para Florença visitamos o borgo e vinícola Castelo di Volpaia. Foi uma programação com tempo apertado, que arrisquei fazer porque viajava a trabalho; caso estivesse de férias, teria feito menos coisas nesse dia e é o que recomendo.

Pienza

Difícil não se apaixonar pela linda Pienza, que tem um centro histórico conservado e é conhecida como a “cidade ideal da Renascença”. Ela é a cidade de nascimento do Papa Pio II, Enea Silvio Piccolomini, que com a ajuda do arquiteto Bernardo Rossellino transformaram o pequeno borgo medieval em uma cidade renascentista modelo.

Entre as principais atrações da cidade estão o Praça Pio II, a Catedral, o Palácio Piccolomini, o Palácio Borgia e a Igreja de San Francisco, com arquitetura equilibrada e imponente. Todos esses edifícios e pontos de interesse estão cercados por charmosas e floridas ruazinhas de pedra, onde encontra-se lojinhas que vendem uma importante iguaria local, o pecorino de Pienza, queijo tradicional não só na região mas famoso em toda a Itália.

A gastronomia é, inclusive, um grande motivo para visitar Pienza, que não deixa a desejar nesse quesito. Durante nossa passagem pelo local almoçamos no Sette di Vino, osteria que não serve massas e sim pequenas porções de pratos típicos da região, incluindo uma deliciosa sopa de feijão.

Pienza é uma cidade muito interessante, que fica bem movimentada durante o dia, mas que, assim como outros pequenos destinos da Toscana, fica quase vazia durante a noite. Para quem gosta de ter uma experiência mais autêntica, pode ser uma ótima ideia se hospedar pela região e fazer um passeio noturno ou jantar por ali.

Montepulciano

A passagem por Montepulciano foi rápida, já que chovia no momento do passeio. Montepulciano é mais uma das cidades medievais da Toscana que se destaca pela produção de vinhos, nesse caso o Vinho Rosso de Montepulciano e principalmente o Vinho Nobile de Montepulciano, que foi o primeiro vinho italiano a receber a denominação “DOC” (denominação de origem controlada).

Localizada a 605 metros acima do nível do mar, o borgo é cercado por muros construídos por ordem de Cosimo I de Medici e fica entre os Vales D’Orcia e Chiana. A via principal atravessa toda a cidade, da Porta al Prato, portal de ingresso na cidade, até a Igreja de Santa Maria de Servi, passando por diferentes ruas e pela Piazza Grande, principal praça do lugar. É uma cidadezinha cheia de empórios, ótimos para comprar vinhos, temperos, queijos, massas e molhos.

montepulciano italia

Montepulciano

Castello di Volpaia

Construído como uma vila fortificada entre a fronteira de Siena e Florença durante o século XI, o Castelo di Volpaia é um borgo que ao longo dos anos pertenceu a diferentes famílias dedicadas à produção de vinho. Atualmente o local funciona como atração turística, já que tem construções antigas, hospedagem, restaurante e claro, produção de vinhos.

Através de uma visita guiada ao local é possível descobrir sobre o processo de produção de vinhos e azeites, que é realizado em diferentes etapas, cada uma delas em casas de pedra centenárias adaptadas para a produção. As etapas de produção do vinho são artesanais e a visita guiada é finalizada com degustação de alguns vinhos em uma adega, com os visitantes cercados por rótulos dos mais variados anos. O passeio é muito legal e feito de maneira personalizada; no dia de nossa visita, éramos os únicos realizando a atividade, tornando-a ainda mais especial.

No fim da tarde e após a visita ao Castelo di Volpaia, retornamos para Florença, onde fizemos a devolução do carro alugado. Depois de dias de muito aprendizado, paisagens inexplicavelmente belas, experiências gastronômicas sensacionais e vilas medievais de um encanto sem igual, finalizamos nossa passagem pela Toscana, certos de que visitamos um dos lugares mais incríveis do mundo!


Dicas da Toscana:

  • Procure fazer reserva nos restaurantes e vinícolas com antecedência porque alguns estabelecimentos são pequenos e/ou concorridos.
  • Geralmente os centros históricos das cidades só podem ser visitados a pé, então considere que você terá que deixar seu carro alugado estacionado em algum local. Costuma haver ao menos um estacionamento pago próximo da entrada das cidades históricas.

As distâncias entre as cidades da Toscana são pequenas, mas as estradas são sinuosas e podem levar mais tempo do que o esperado. Considere um pouco mais de tempo para percorrê-las do que o GPS indica, assim você pode parar para fotos ao longo do caminho. Vale lembrar também que às vezes caminhos mais longo podem ser mais bonitos, então não se prenda ao percurso mais rápido.

  • No caso de se hospedar em diferentes hotéis e diferentes cidades ao longo de sua viagem, faça o check-out cedo de seu hotel/hospedagem, logo após o café da manhã, e leve sua mala dentro do carro para ficar mais prático ir para o hotel seguinte.
  • Viajar pela Toscana é sinônimo de conhecer várias cidades. Para quem nunca esteve no lugar, é importante mencionar que algumas cidadezinhas são realmente muito pequenas e sem tanto o que fazer, por isso nosso roteiro contemplou várias localidades no mesmo dia. Ainda assim, se você gosta de viajar em um ritmo bem tranquilo, pode ser interessante ficar mais dias, para explorar a região de forma mais calma.
  • Assim como no Brasil, é proibido beber e dirigir pelas estradas italianas. Você pode alternar com seu parceiro de viagem quem será o motorista da rodada. Se fizer questão de beber, pode ser uma boa ideia contratar passeios com motoristas particulares.

Quando ir a Toscana

A Toscana é uma região belíssima o ano todo, mas no inverno fica bem mais vazia. Os meses de primavera são uma ótima pedida para conhecer a região, assim como agosto e setembro, em que é verão e acontece a colheita das uvas.

O fim do verão é a época de colheita de uvas, a chamada vendemmia. Nesse período e especialmente em setembro, diversas cidades da Toscana celebram a colheita, permitindo aos visitantes experimentar os vinhos da região e de cada cidade.


E você, tem mais dicas da região da Toscana, na Itália? Compartilhe com a gente suas dicas e roteiro nos comentários!

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