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Viagem em tempo de Coronavírus: nossa equipe relata as dificuldades vividas com a pandemia de Covid-19

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23/03/2020 às 16:13

Viagem em tempo de Coronavírus: nossa equipe relata as dificuldades vividas com a pandemia de Covid-19

Atrações fechadas, voos cancelados, fronteiras bloqueadas… a pandemia de Covid-19, declarada no dia 11 de março, causou impacto no mundo inteiro e pegou muitos viajantes de surpresa nessa última semana. Aqui na equipe do Melhores Destinos também sentimos na pele as dificuldades de ter uma viagem marcada ou de estar fora do país durante uma crise global sem precedentes, vivenciando os mesmos dramas e incertezas de nossos leitores. Nesse post reunimos relatos de editores que viveram (ou ainda estão vivendo) momentos de tensão devido ao Coronavírus.

 

Aniversário de casamento em Machu Picchu


Thiago Ibrahim
Editor de conteúdo

Era um sonho de infância visitar terras peruanas e aproveitar para conhecer Machu Picchu, uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno. Aproveitei uma promoção que divulgamos aqui no Melhores Destinos em novembro e comprei passagens pra mim e pra minha esposa para Cusco com parada grátis em Lima.

Nossa viagem estava marcada para o dia 6 de abril e a expectativa só aumentava à medida que os meses se passavam, pois essa seria uma viagem para comemorar 2 anos de casamento e também o aniversário da minha esposa, Sara. Mas, infelizmente, nossos planos foram frustrados pela pandemia, e assim que ela foi anunciada tivemos a certeza de que teríamos que comemorar em casa e adiar a nossa aventura em Machu Picchu.

Sempre faço reservas de hotel reembolsáveis, então pude cancelar nossas hospedagens sem problemas. Com relação aos voos, recebi um email da agência on-line com um formulário de remarcação ou cancelamento. Preenchi e agora estou aguardando a resposta. Machu Picchu, em breve a gente se vê.

 

Viagem cancelada à Argentina


João Goldmeier
Editor de Promoções

Tinha viagem programada para o último dia 12 de março a Buenos Aires, onde iria encontrar com minha esposa. Ela tinha viajado mais cedo por conta da programação do congresso que iria participar.

Cheguei ao aeroporto de Florianópolis cedo, despachei minha mala e fui aguardar o voo para São Paulo, onde faria conexão, na área de embarque. Faltando menos de uma hora para o horário de decolagem recebi uma ligação da minha esposa de que estava voltando, pois o evento tinha sido cancelado.

Ainda argumentei que podíamos manter a viagem, já que tínhamos a reserva de hotel (não cancelável), mas quando ela contou que havia uma séria possibilidade do país vizinho fechar as fronteiras (algo que se confirmou no dia 15 de março), tive a certeza de que embarcar não era uma opção.

Pedi a um funcionário da GOL para retirar minha bagagem do avião, o que foi feito sem nenhum problema e voltei pra casa. Depois fiz o contato com o hotel através do site da Booking (sem ligar pra central) para ver se poderiam abrir uma exceção e tive a grata surpresa de que o hotel concordou em cancelar sem custos.

As passagens foram tiradas com milhas, como dei no-show na ida e na volta, terei o reembolso das taxas de embarque. As milhas provavelmente não verei mais, mas quer saber? Acho que saiu até barato perto aos perrengues que temos visto nos relatos dos nossos leitores.

 

Pandemia nos Emirados Árabes


Sandro Kurovski
Editor de Conteúdo

Quando a pandemia foi declarada eu havia acabado de chegar a Dubai para uma viagem de 6 dias com outros 3 jornalistas. Não havia registro de muitos casos de coronavírus nos Emirados Árabes e o clima nas ruas era tranquilo, embora o número de turistas na cidade estivesse bem abaixo do normal para essa época do ano.

Nossa programação seguiu sem alterações, até que no segundo dia nosso hotel foi simplesmente esvaziado! Com a ocupação baixa resolveram transferir os hóspedes para o hotel ao lado (do mesmo grupo porém mais luxuoso) e dispensar os funcionários por 3 meses. Era apenas o prelúdio da tempestade que estava por vir.

Na mesa do café comentei que a sensação era de estar na primeira classe do Titanic enquanto ele afundava. “Não é tão sério, vai ficar tudo bem”.

Passamos a redobrar os cuidados, lavando as mãos com frequência e carregando Álcool em gel para os momentos em que isso não fosse possível.

Nos dia seguinte as notícias de voos cancelados e fronteiras fechadas começaram a chegar. Uma das jornalistas do grupo, que seguiria para a Índia, precisou mudar os planos e remarcar a passagem de volta para o Brasil. Outra colega antecipou o retorno em um dia, a pedido de seu chefe, com receio de que os voos fossem suspensos. O Melhores Destinos deixou de divulgar promoções e iniciou uma força tarefa para publicar as notícias e orientar os leitores. O clima ficou tenso muito rápido!

No sábado algumas atrações de Dubai deixaram de funcionar e as máscaras passaram a ser usadas em massa na rua e lugares públicos.

Quando entrei no avião na segunda-feira (16) para voltar ao Brasil, confesso que senti um certo alívio por poder voltar para casa. Os Emirados Árabes fecharam as fronteiras 2 dias depois. Durante o voo de 15 horas conversei com outros passageiros e constatei que muitos haviam interrompido suas viagens e antecipado o retorno com medo de ficarem presos em outro país.

Com outras duas viagens programadas para os Estados Unidos, uma no final de abril e outra no final de maio, optei por aguardar mais algumas semanas antes de cancelar ou remarcar. Até lá sigo em quarentena, trabalhando em casa e torcendo para que essa tempestade passe logo.

 

Cancelamentos na Chapada Diamantina


Monique Renne
Editora de Destinos

Foram cinco lindos dias em um trekking pelo Vale do Pati, na Chapada Diamantina. Lá no Pati não há acesso à internet, sinal de telefone ou televisores conectados. Era o início da chegada do coronavírus ao Brasil e saímos rumo a um isolamento temporário sem nenhuma intenção de quarentena ou algo do gênero. Queríamos apenas alguns dias de férias. Ao voltar da trilha, a primeira notícia que recebemos era a de um caso suspeito de contaminação por coronavírus na cidade de Lençóis – Bahia, onde eu e o meu marido moramos. Dias depois o caso foi descartado, mas os números de contaminados seguiram crescendo pelo Brasil.

No Melhores Destinos todos da equipe são autorizados e incentivados a trabalhar em sistema de home office desde sempre. Medida que facilitou a minha mudança para a Chapada Diamantina três anos atrás, onde o marido tem uma pousada. Nós dois trabalhamos diretamente com turismo e também com muitos turistas. Acompanhando de perto todas as notícias do coronavírus, sabíamos que o estrago seria bem grande para o mercado, viajantes e tudo o que envolve o setor do turismo no mundo. Era hora de tomar medidas mais drásticas e priorizar a saúde. Deixamos as questões financeiras de lado e antes mesmo das medidas oficiais sobre isolamento e afins, optamos por fechar a pousada até final de maio. A cidade foi eleita o “melhor destino nacional” no Prêmio Melhores Destinos. Tínhamos tudo para ter um ano maravilhoso e cheio de feriados prolongados. Agora estamos prevendo o fechamento da pousada pelos próximos 4 meses.

Logo depois que decidimos fechar as portas, dois grandes festivais de música previstos para os próximos dias na cidade de Lençóis (e que atrairiam milhares de turistas) foram cancelados. Entramos em contato com todos os hóspedes que tinham reservas para datas futuras, sugerimos a remarcação da viagem e nos assustamos com alguns deles que ainda insistiam em manter os planos. O último deles acabou cancelando dois dias antes de chegar, já (finalmente!) acreditando nos noticiários.

Na cidade de Lençóis foi decretado estado de emergência, as aulas foram interrompidas e serviços público também. Oficialmente é para que todos fechem as pousadas e não recebam turistas. Para isso, os alvarás de funcionamento de pousadas e comércios não essenciais foram suspensos. A vida no interior da Bahia ainda corre tranquilamente, mas a entrada da cidade já é controlada. Fazer o isolamento dar certo (o que não é impossível no caso de uma cidade pequena com apenas uma entrada), depende de todos. Muitos, no entanto, não estão ajudando ou acreditando no que está acontecendo. O turismo despencou e não há mais viajantes por aqui. Lençóis vive exclusivamente do turismo. É imprevisível o impacto que esse período tão difícil irá causar. Ainda não temos casos confirmados de contaminação na cidade.

Quanto às minhas viagens programadas, todas foram canceladas sem data prevista para acontecer. Sigo trabalhando em home office em meio ao lindo cenário da Chapada Diamantina. Vamos passar alguns dias entre a pousada e um sítio próximo. A ideia é colher limões, cuidar das abelhas e plantar algumas mudas de alface e rúcula para não precisar ir à feira (que deve ser cancelada). Talvez a gente ainda tome um banho de rio, já que estamos em uma grande área com pouquíssimo (ou quase nenhum) movimento atualmente, mas o Parque Nacional está oficialmente fechado e nos restam poucas opções. Em meio à natureza, vamos lidando com o possível isolamento obrigatório. Na torcida para tudo passar rápido e nós podermos continuar desbravando o mundo em busca de belezas para vocês. Fiquem em casa, lavem bem as mãos e se cuidem.

 

Argentina, Peru e Equador terão de esperar


Thayana Alvarenga
Editora de Conteúdo

O Melhores Destinos é um site de viajantes feito para viajantes. Portanto, se tem algo que é senso comum aqui na equipe é que viajar nunca é demais. Eu já tinha alguns voos planejados pela América do Sul esse ano, entre eles agora no primeiro semestre para Argentina, Peru e Equador, porém com o atual cenário ainda está tudo muito incerto.

O primeiro deles seria em cerca de um mês. Já fui para a Argentina algumas vezes, portanto desta vez o plano era visitar o país por meio de outra ótica conhecendo novas províncias. O problema é que a viagem já está aí e provavelmente não seja realizada, considerando a atual situação do mundo com fronteiras fechadas e aeronaves paradas. Ainda que meu voo não seja cancelado ou algo do tipo, pode ser muita irresponsabilidade ir para outro país neste momento com o risco de contrair / propagar o vírus.

passagens aéreas buenos aires

Outro grande ponto é que muitas atrações turísticas pelo mundo já não estão em funcionamento, além de transporte, restaurantes e etc, portanto não acho muito coerente arriscar uma viagem agora correndo o risco de ter de ficar presa em um quarto de hotel sem poder passear pelo destino.

Quanto às outras viagens internacionais, resta aguardar o que vai acontecer nas próximas semanas, que pode impactar diretamente nos voos que tenho… Ansiosa para que tudo normalize logo e todos os setores impactados se recuperem. Uma coisa sim é certa: a hora é de sermos conscientes e respeitar o momento de ficar em casa, fazendo esse vírus parar de circular.

 

Viagem para o Japão cancelada


Camille Panzera
Editora de Destinos

Fomos convidados a participar de uma viagem para o Japão, que aconteceria em 1 de março. Nesse período a situação do Brasil ainda era mais tranquila, mas no Japão o número de casos aumentava, em especial por conta de um navio na costa de Yokohama que estava em quarentena. Por vários dias fiquei confusa, de olho nas notícias de jornais japoneses e de outras partes do mundo para entender os possíveis desdobramentos da situação e fiz também uma consulta com um médico para saber melhor sobre gravidade do quadro que eu poderia acabar me submetendo.


A viagem foi cancelada e embora houvesse um pouquinho de frustração por não poder desfrutar da experiência, certamente foi a melhor opção e a mais acertada. Outras oportunidades para ver a terra do sol nascente e tantos outros destinos virão por aí no futuro. Para quem viaja muito e se apega aos lugares que visitamos, é difícil ver todo esse cenário caótico acontecendo com lugares tão queridos, mas acaba também sendo um alívio e um privilégio poder estar em casa, em segurança.

 

Mudança incerta para Portugal


Rafael Castilho
Editor de Promoções

Mudar de casa não é uma coisa simples. Mudar de país é muito mais complexo. Em agosto do ano passado decidimos mudar de São Paulo para Braga, Portugal. Para dar tempo de organizar as coisas e o meu filho conseguir matrícula para o novo ano letivo (lá iniciado em setembro) acertamos a data de 25 de março de 2020 para a grande mudança.

Desde então, estamos organizando tudo para conseguir mudar. Fechando empresa, cancelando assinaturas de TV e celular, cortando o seguro saúde que tem um aviso prévio de cancelamento de 60 dias, fechando malas, alugando o apartamento nosso aqui e o de lá, etc. Até estive em Portugal em fevereiro para buscar escolas e moradias, mas desde então as coisas mudaram drasticamente.


A pandemia foi decretada e a doença se alastrou por lá e por aqui. Agora vários voos foram cancelados e Portugal anunciou o fechamento das fronteiras. O nosso voo que seria dia 25 foi transferido para 26, agora com escala em Recife. Antes era direto de Campinas até Lisboa. Mas 6 dias antes da viagem, o voo foi cancelado e as operações internacionais da Azul suspensas. Agora tudo remarcado para maio.

Uma mudança que já tinha diversas vertentes e complexa por natureza agora virou caótica. Estamos nervosos e ansiosos sem saber se vamos viajar. Se ficarmos por aqui não poderemos ficar em nosso apartamento já alugado a partir de abril e também ficaremos sem seguro saúde. Sem falar é claro da quarentena que teremos que adotar tanto aqui como lá. Agora devemos aguardar os próximos dias…

 

Cruzeiro no Caribe cancelado


Leonardo Cassol
Editor de Conteúdo

Eu tinha um cruzeiro pelo Caribe, partindo de Miami no dia 21 de março. E íamos aproveitar alguns dias a mais para visitar os parques de Orlando. Minha mãe, com mais de 60 anos (que ela não leia que eu revelei a idade dela!), estaria junto no grupo. Com a piora da crise eu já tinha desistido de viajar, pois os parques estariam fechados e o risco do voo ser cancelado era grande.

Essa semana, quando entrei no site da MSC, percebi que a viagem havia sido cancelada. Me foi oferecido o crédito do valor pago mais um voucher de US$ 200 para usar a bordo num próximo cruzeiro. Cancelei a passagem aérea e com os créditos consegui remarcar a viagem para o Carnaval  2021, tanto os voos, como o cruzeiro. Espero que até lá a situação esteja melhor! Acho meu problema pequeno diante de tantos outros, mas claro que a minha expectativa e da minha família para essa viagem era enorme…

Além disso, eu tinha mais duas viagens nacionais planejadas até junho. Felizmente, consegui cancelar tudo sem custo e gerar créditos para usar em futuros voos. É triste ver a indústria da aviação e do turismo afetadas tão rapidamente pela pandemia do coronavírus.

 

Quarentena com a família na Índia


Wendell de Oliveira
Editor de Conteúdo

2020 tinha tudo para ser o ano perfeito para viajar para a Ásia: Olimpíadas de Tokyo, flexibilização de vistos, mais ofertas de voos… Nesse clima de otimismo, convenci meus pais a me visitarem e passearmos um pouco. Eu sairia de Bangkok e eles do Rio de Janeiro. Viajaríamos pela província de Kerala, ao Sul da Índia, conhecida por sua natureza exuberante.

Quando as notícias sobre o coronavírus começaram a brotar na mídia, não levamos muita fé. Cometemos o erro crasso de achar que era “só uma gripe” e confundir os alertas de viagem como “histeria”. O voo vazio foi um prenúncio do que encontraríamos logo na chegada à Índia, no dia 28 de fevereiro. Fomos surpreendidos com um forte aparato de segurança. Scanners de temperatura, formulários de imigração extensos e muitas perguntas sobre a nossa saúde.

kerala india nomades digitais

Fomos encaminhados para uma quarentena domiciliar de 14 dias, restringindo nossas saídas apenas para buscar provisões. No final do período da quarentena, quando estávamos quase comemorando, o Departamento de Saúde local deu a primeira má notícia: ao contrário do restante da Índia, em Kerala o isolamento deveria ser de 28 dias, e não mais 14! Com a extensão do confinamento, as coisas pioraram. A Polícia simplesmente nos proibiu de sair até para comprar comida!

Enquanto escrevo, vamos para a nossa terceira semana de quarentena. O governo fechou as fronteiras, restaurantes e mercados funcionam em horários limitados e os serviços de entrega foram afetados — o que já nos levou a racionar comida. Seguimos confiantes de que a situação melhore, torcendo para que a fronteira reabra e possamos ser evacuados.

Dificuldades para voltar da Tailândia


Bruna Scirea
Editora de Promoções

Nossa editora de promoções Bruna Scirea está na Tailândia com seus pais, numa viagem de férias que começou muito antes da crise se agravar. Percebendo o movimento de cancelamento de voos e de fechamento de fronteiras, inclusive do Qatar, país onde faria uma parada de dois dias, tentou sem sucesso antecipar seu retorno para o Brasil.

Procurou a companhia aérea no aeroporto de Bangkok que disse que nada poderia fazer a não ser manter o itinerário atual. E que se quisesse alterar deveria procurar o programa de fidelidade brasileiro utilizado para resgatar a passagem. Ela tentou contato com o programa, mas não conseguiu ser atendida. Percebeu também que parte das milhas usadas para comprar a passagem já teriam vencido, o que a levaria a perder tudo se decidisse cancelar o bilhete. Outra opção foi procurar voos com outras empresas, o que custaria quase R$ 10.000, ou 500.000 milhas… Sem opções, decidiu ficar na Tailândia até o dia 23, quando estava previsto o seu retorno para o Brasil. Infelizmente o voo acabou cancelado e ela precisou comprar novas passagens em outra companhia para poder retornar ao Brasil.
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Para ajudar leitores em situações semelhantes criamos uma central de informações, com atualizações em tempo real e um espaço para tirar dúvidas. Nos últimos dias publicamos matérias sobre países com restrições de viagens pelo coronavíruscomo se proteger durante o voo e sobre as companhias aéreas que flexibilizaram o cancelamento e alteração das passagens aéreas, atualizados constantemente. Também fizemos posts com informações essenciais e cobramos o posicionamento das principais seguradoras sobre a cobertura dos seguros viagem após o decreto da pandemia.

 

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