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Como é voar com a South African Airways de São Paulo para a Cidade do Cabo

Como é voar com a South African Airways de São Paulo para a Cidade do Cabo

GRU São Paulo
CPT Cidade do Cabo
SA227
Avião Airbus A330-300
Classe Econômica
Poltrona 52K
Data 31/10/2023
Partida 21:35
Chegada 09:48
Duração 07:13
Por
8/11/2023 às 5:00

Após mais de três longos anos de espera, a South African Airways finalmente retomou suas operações no Brasil. A companhia aérea sul-africana havia cancelado seus voos em 2020 devido à pandemia e por pouco não fechou as portas por causa de uma crise financeira. Mas, agora, os brasileiros já podem voar com a empresa de São Paulo para dois destinos do país africano: Cidade do Cabo e Joanesburgo.

O primeiro voo partindo do Aeroporto de Guarulhos para a Cidade do Cabo ocorreu no dia 31 de outubro e, seis dias depois, a viagem seria para Joanesburgo. Estivemos presentes no voo inaugural para Cape Town para contar para vocês como foi essa jornada e o que espera os passageiros que optarem por voar para a África com a SAA! Vamos juntos?

Se quiser conferir a review em vídeo, meu colega Sandro Kurovski registrou o mesmo voo, em outra data:

Check-in

Estive na África do Sul por duas vezes, em 2009 e 2010, e nas duas vezes voei com a South African Airways. Quando soube que iria participar desse momento de retorno das operações da SAA no Brasil, fiquei empolgado. Afinal, lembro que havia tido uma boa experiência com a companhia (uma delas na classe executiva), mas estamos falando de mais de uma década atrás. Será que o voo seria novamente bom?

Dessa vez iria na classe econômica a convite da South African Airways, Wesgro e South African Tourism, e a passagem aérea foi emitida por eles.

Teoricamente, o check-in online começaria 24 horas antes do horário do voo (marcado para 18h05) e, no dia anterior, já tentei marcar minha poltrona, sem sucesso – tanto o aplicativo da SAA como o site apresentavam erro.

Já no dia da partida, tentei novamente pela manhã, agora sim sem problema algum. Percebi logo de cara que havia muitas poltronas vazias e escolhi uma no corredor sem ninguém ao meu lado, torcendo para que ninguém pegasse esse assento vago.

Como de costume, cheguei cedo ao aeroporto, quase quatro horas antes do voo. A fila para realizar check-in e despachar a bagagem estava ainda bem tranquila, com poucas pessoas – e com o espaço todo decorado por ser um voo inaugural.

Como uma das obrigatoriedades para entrar na África do Sul é apresentar o certificado de vacinação contra a febre amarela, fui perguntar para uma funcionária em que momento o documento seria mostrado, se na saída aqui no Brasil ou na chegada ao destino. Primeiramente ela informou que seria apenas lá na Cidade do Cabo, mas depois uma outra pessoa disse que era no momento do check-in no Aeroporto de Guarulhos mesmo.

Na dúvida, peguei a rápida fila e apresentei todos os documentos, mesmo sem precisar despachar malas. Depois, soube que outras pessoas que haviam realizado o check-in online viajaram sem apresentar o certificado, que também não foi requisitado na África do Sul. Acredito que por ser um voo inaugural as informações ainda estavam desencontradas, mas saiba que é obrigatório sim ter tomado a vacina da febre amarela (com 10 dias antes da viagem) e estar com o certificado internacional impresso – vi alguns viajantes tendo de procurar um lugar para imprimir no aeroporto, pois ele não é aceito salvo no smartphone.

Também perguntei quanto custava para ter um upgrade para a classe executiva, e o valor já me assustou: 1,1 mil dólares. Como não quis desembolsar mais de R$ 5 mil, mantive minha viagem na econômica mesmo.

Embarque

Assim que peguei o bilhete no momento do check-in presencial, já me foi informado que o horário do voo era outro: ele estava atrasado em meia hora, já que a aeronave que saiu da Cidade do Cabo para São Paulo havia partido com atraso.

Como estava com tempo de sobra, fui conhecer a sala VIP da Latam, que acessei gratuitamente graças ao programa Dragon Pass de um cartão de crédito (aliás, agradeço ao colega Daniel Gadelha pela indicação da sala).

Faltando uma horinha para o embarque e já com uns bons lanchinhos no estômago, me dirigi ao portão para aguardar o voo por lá. Além dos passageiros que voariam para a Cidade do Cabo, estavam também presentes no saguão alguns funcionários do Consulado da África do Sul no Brasil, fazendo uma festa para receber o primeiro voo entre as duas cidades.

O embarque começou apenas às 18h50, sendo que o horário original de partida era 45 minutos antes. Como o voo não estava lotado, o processo foi bastante rápido e logo deu para perceber que haveria muitas poltronas vazias, inclusive na executiva.

Meu assento era o 46H (corredor) e, como havia alguém ao meu lado na janela (achei que viajaria sozinho, mas não foi o caso), resolvi trocar por outra fileira vazia, um pouco mais atrás, o que a comissária disse que poderia fazer sem problema – vi vários passageiros fazendo o mesmo que eu.

Meu assento original era no corredor, mas depois mudei para um lugar na janela

A configuração da classe econômica do A330-300 da SAA é 2-4-2, e alguns sortudos conseguiram pegar a fileira do meio vazia, ideal para deitar e tirar um cochilo nas quase oito horas de viagem.

O problema é que o avião demorou para decolar, e muito! Já na aeronave, foram mais de duas horas de espera, segundo o comandante por causa de um problema no plano de voo. Depois, conversando com outros passageiros, muitos tiveram a mesma impressão que eu, de que o voo seria cancelado.

Após um bom tempo de apreensão, finalmente recebemos a notícia que queríamos: a decolagem estava autorizada! E só às 21h35 (mais de três horas depois do previsto) a aeronave levantou voo.

Serviço de bordo

Uma coisa precisa ser dita agora: enquanto aguardávamos ansiosos a partida, toda a equipe de comissários de bordo foi bastante atenciosa e solícita, oferecendo água para os passageiros e já servindo as refeições para as crianças. O nível de atendimento e serviço seguiu o mesmo durante toda a viagem, e o serviço de bordo realmente merece elogios.

O jantar foi servido cerca uma hora depois da decolagem, com três opções de comida: carne, frango ou prato vegetariano. Optei pela segunda escolha, que estava saborosa (considerando que é uma comida de avião na classe econômica). Tinha também uma salada (com um exagero de pepino para o meu paladar), pãozinho e uma espécie de torta de chocolate de sobremesa (gostosa, porém muito doce). Para beber escolhi um vinho tinto, mas havia muitas outras opções de bebidas alcoólicas (tinha até Amarula!), sucos e refrigerante, além de água, café e chá.

O café da manhã também estava bom, com a opção de prato frio (lanche de queijo) ou quente, sendo esta última a minha escolha: uma boa fritada de legumes com linguiça, além de frutas, pão e iogurte. Foi tudo muito bem servido.

Entretenimento e poltronas

Como já disse, acabei trocando de lugar para ter um pouco mais de conforto. Não que viajar com alguém ao lado fosse tão ruim assim, até porque achei que há um espaço razoável para as pernas e a poltrona até que inclina bem, mas nada melhor do que poder se esticar ainda mais em um voo longo. Acabei ficando na poltrona 52K.

Muitas poltronas vazias no voo inaugural

O sistema de entretenimento tinha cerca de 50 filmes, além de séries, jogos, música e atividades para as crianças. Senti falta de filmes dublados em português, o que estava presente no voo de volta (mais para o final do texto trago algumas diferenças dos voos de ida e volta). Outra coisa que também faltou foi o mapa de voo, que se encontrava indisponível. Para quem gosta de acompanhar em que região o avião se encontra durante a viagem, realmente é algo que faz falta.

As poltronas da classe econômica contam com entradas para USB e fone de ouvido na tela de entretenimento e uma tomada embaixo do assento (que fica meio escondido e acaba sendo um pouco incômodo para usar). No bolsão, além do manual de segurança, havia também uma revista da SAA, um fone de ouvido e um amenity kit com tapa olhos, meia e escova com pasta de dente – um diferencial que quase nunca as companhias entregam para os passageiros da econômica. Além disso, tinha também uma manta e um pequeno travesseiro.

Chegada a Cape Town

Antes de o avião pousar, os passageiros foram surpreendidos com uma surpresa. Para comemorar a rota inédita entre São Paulo e Cape Town, a South African Airways sorteou duas passagens aéreas. Infelizmente não fui um dos contemplados. Mas ok, a experiência de voar com a SAA novamente após tanto tempo já me deixou feliz.

Feliz fiquei também chegando à Cidade do Cabo, já que a vista ainda no avião, minutos antes do pouso, é deslumbrante. Do meu lado direito da janela, a imponente Table Mountain dava as boas-vindas à África do Sul. Ainda deu para ver do alto a Robben Island, a ilha onde Nelson Mandela ficou anos preso e que hoje é um dos principais destinos turísticos da cidade.

A Table Mountain no fundo à direita

Após pousarmos, tivemos um desembarque remoto, o que sempre gosto porque dá para ver melhor a aeronave. O processo de imigração foi bem rápido, e eu apresentei apenas o passaporte (que precisa ter uma página inteira em branco para receber o carimbo) e também o certificado da vacinação da febre amarela, mesmo sem o fiscal ter solicitado. Antes de sairmos do aeroporto, todas as malas (de mão e despachadas) ainda passaram por uma máquina de raio-x.

Voo de volta

Os voos entre São Paulo e Cape Town acontecem sempre às terças-feiras e sábados, e três dias depois da minha chegada já voltei para o Brasil. Dessa vez o voo saiu praticamente no horário, com cerca de 20 minutos de atraso (o horário original era 12h55).

Como dificilmente durmo durante o voo, gosto dos voos diurnos. E por causa da diferença de cinco horas no fuso, ainda chegamos em um horário bom no Brasil, com bastante sol.

Dessa vez, no voo de volta havia uma boa seleção com filmes dublados, até com mais opções de títulos. Meu check-in online acabou dando um erro, mas quem conseguiu me falou depois que era preciso finalizar o processo no próprio aeroporto. Como eu já ia despachar a mala (que voltou com garrafas de vinho, algo que vale muito a pena comprar na Cidade do Cabo), não vi problema nenhum. A fila também estava pequena e andando rápido.

O processo de imigração foi bem tranquilo, sendo solicitado apenas o passaporte para ser carimbado e com apenas uma pergunta do fiscal, para onde era meu destino.

Dei sorte de no voo não ter ninguém ao lado e pude novamente usar e abusar de todo o espaço duplo – inclusive usando as duas mesinhas na hora da refeição. O almoço estava novamente bom, apesar de a carne que eu queria ter acabado (esse é um problema em ficar no fundo do avião). O peixe escolhido, no entanto, estava bem saboroso. O detalhe é que no voo da volta os talheres da refeição foram de metais – na ida, eram de plástico. Ainda foram servidos um snack e, antes do pouso, mais uma refeição – agora a carne estava disponível e bem saborosa.

O tempo do retorno é um pouco mais demorado, 8h40. Como não estava com nem um pouco de sono, aproveitei para ver dois filmes e já escrever esse review do voo inaugural da SAA.

Programa de fidelidade

O programa de fidelidade da South African Airways é o Voyager, mas como a companhia aérea faz parte da aliança Star Alliance é possível acumular pontos em diversos outros programas, como da United Airlines e a da TAP Portugal.

A Gol é uma das parceiras da SAA, mesmo não sendo membro da Star Alliance. O passageiro pode até emitir uma passagens da SAA com milhas, mas os voos da companhia africana ainda não pontuam no Smiles. Também é possível resgatar voos da SAA com pontos TudoAzul através do portal Interline e com as milhas do programa TAP Miles&Go, por exemplo.

Conclusão

O longo atraso logo no primeiro voo e a falta de informações claras ainda no Aeroporto de Guarulhos foram obviamente pontos ruins, mas que acredito que logo serão (ou já foram) corrigidos.

Tirando esses fatos, a boa expectativa que eu tinha em voar novamente com a SAA foi bem correspondida. Os voos da South African Airways, aliás, passam a ser uma das melhores opções para quem vai à África do Sul – há também a Latam, que retomou os voos de São Paulo para Joanesburgo em setembro. Antes disso, era preciso fazer algum voo com conexão, em Dubai ou outro país africano como Angola, por exemplo.

Eu não precisei usar, mas um ponto positivo da SAA é a franquia de bagagem. Mesmo na classe econômica, os passageiros podem levar duas malas de até 32 quilos. Em época em que muitas companhias cobram pelas bagagens (ou só liberam uma de 23 kg), isso é algo que deve ser levado em consideração. Ainda mais se você quiser trazer uma mala cheia de vinhos depois – mas não se esqueça que só pode embarcar com no máximo 12 litros de bebida alcoólica.


E aí, ficou com vontade de conhecer a África do Sul? Se você já fez algum voo para lá com a SAA ou está planejando uma viagem participe dos comentários!

 

Nota final.

South African Airways

São Paulo - Cidade do Cabo

Voo SA227

7,8
Embarque 6
Assento 8
Entretenimento 8
Amenidades 7
Equipe 10
Fidelidade 8