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10 companhias aéreas que podem desaparecer em meio à pandemia do coronavírus

Leonardo Cassol
12/05/2020 às 5:05

10 companhias aéreas que podem desaparecer em meio à pandemia do coronavírus

Em 2019 nada menos que 22 companhias aéreas deixaram de operar no mundo todo. Entre elas, a Avianca Brasil e a francesa Aigle Azur, que impactaram milhares de brasileiros. E a pandemia pode tornar o ano de 2020 ainda mais crítico para o setor. O coronavírus já é responsável pela maior crise da história da aviação e do turismo mundial. E tudo indica que terá um efeito devastador também na economia.

Nesse contexto, algumas companhias aéreas correm sério risco de desaparecer. Veja nesse post quais são os fatores determinantes para uma companhia aérea sobreviver em meio à crise e 10 empresas que estão vulneráveis e correm o risco de deixar de voar definitivamente.

Quatro fatores decisivos para a sobrevivência das companhias aéreas

De maneira geral, nenhuma companhia aérea está totalmente livre do risco de quebrar durante essa pandemia. Especialmente se a quarentena e o amplo distanciamento social se alongarem por muitos meses. Mas, seja quais forem as circunstâncias, quatro fatores serão determinantes para a sobrevivência das empresas de aviação nesse contexto de instabilidade e incerteza: um eventual apoio governamental, a situação financeira da empresa antes da crise, a resposta dos seus executivos aos efeitos da pandemia e quando a demanda voltará a patamares próximos ao período antes da crise, como explico melhor a seguir.

Apoio governamental

A ajuda dos governos pode ser um fator decisivo para a sobrevida de empresas aéreas em dificuldade. Ela pode ocorrer de diferentes formas, como a concessão de empréstimos ou subsídios, redução e postergação de impostos, autorização para postergação de reembolsos de bilhetes, compra antecipada de passagens aéreas para uso governamental e até a estatização.

No entanto, o apoio do poder público geralmente está associado a contrapartidas nem sempre desejáveis pelas empresas, como manutenção de empregos e de rotas não rentáveis, controle de tarifas e participações nos conselhos de administração. Em alguns casos, governos podem até se tornar sócios ou proprietários das companhias aéreas, interferindo em seus negócios. O CEO da Lufthansa, por exemplo, declarou recentemente que preferia a falência do que a participação do governo no grupo. Naturalmente, a afirmação é um desabafo, enquanto a companhia aérea alemã procura soluções para enfrentar a crise.

No Brasil, o governo editou a Medida Provisória (MP) 925 que ampliou para 12 meses o prazo para reembolso de passagens aéreas e também prometeu uma linha de financiamento para assegurar empréstimos para as companhias aéreas nacionais, via BNDES.

Situação financeira da empresa antes da crise

Numa crise talvez nenhum fator faça tanta diferença como ter dinheiro em caixa. O quanto uma empresa tem de recursos disponíveis, ou capacidade para mobilizá-los, para usar até que a situação se normalize. Até mesmo negócios promissores podem sucumbir por falta de liquidez. E essa métrica deve dividir as companhias aéreas em dois grupos: as mais vulneráveis e as menos vulneráveis.

Na aviação, uma crise global como a que vivemos tem impactos devastadores na receita das empresas, ao mesmo tempo que desvaloriza seus principais ativos, os aviões. Muitas empresas tentam vender as aeronaves num período em que quase ninguém se dispõe a comprar, jogando os preços bem para baixo. Por isso, mesmo os grandes grupos podem se ver ameaçados, especialmente os que estiverem mais endividados. Ninguém está totalmente a salvo mas, dependendo do tempo que a crise durar, certamente algumas empresas vão resistir e outras não!

Quando a demanda voltará a patamares próximos ao pré-crise

Três fatores que podem acelerar a recuperação do turismo e da economia mundial: a criação de uma vacina, o surgimento de um tratamento eficaz contra a COVID-19 e a ampliação da rede de atendimento e dos mecanismos de prevenção/proteção à saúde. Mas não há nenhuma certeza de quando isso vai acontecer. Pode demorar alguns meses ou até anos. E isso vai ser decisivo para a recuperação do setor aéreo e da economia como um todo. As coisas só vão melhorar quando as pessoas tiverem certeza que é seguro viajar.

Conforme a quarentena for flexibilizada, as companhias aéreas terão que mostrar capacidade de retomar a operação compatibilizando a oferta com a demanda existente. Se ampliarem a oferta mais rápido que a demanda, vão torrar dinheiro. Se ficarem aquém, vão perder mercado e uma receita preciosa. Não é uma tarefa fácil, ainda mais num mercado complexo como esse.

Outro fator que pode fazer a diferença é a capacidade de cada empresa de gerar confiança nos clientes, para que eles voltem a comprar passagens aéreas, ainda que no futuro o vírus continue circulando por aí, com menor impacto. Essa fase está sendo chamada de o “novo normal”, com mudanças na rotina das viagens por conta do coronavírus.

Resposta dos executivos aos efeitos da pandemia

Essa pandemia criou problemas inéditos para a aviação, mas se tem um setor que entende bem uma crise, esse é um deles. E um dos principais aprendizados com as crises anteriores, como a dos atentados de 11 de setembro de 2001, ou a crise financeira de 2008, foi que voar com aviões vazios por muito tempo é a receita certa para a falência.

Por isso, tão logo a pandemia foi declarada, milhares de aviões deixaram de voar no mundo todo. No Brasil não foi diferente. Azul, GOL e Latam estão mantendo mais de 90% da frota no chão, economizando com combustível, manutenção, taxas aeroportuárias e de navegação aérea, e com pessoal, já que boa parte da equipe está em licença não remunerada ou com salários reduzidos. Nos Estados Unidos, foi ao contrário. O governo sinalizou que só apoiaria financeiramente as companhias aéreas que mantivessem a operação normal dos voos domésticos. O resultado foram milhares de aviões voando praticamente vazios, gerando prejuízos bilionários em apenas algumas semanas.

Já o adiamento de investimentos e a suspensão de pagamentos de fornecedores para poupar recursos para despesas inevitáveis foram práticas adotadas por quase todas as empresas do mundo. Vale destacar que mesmo sem voar as companhias aéreas ainda mantêm gastos expressivos, como arrendamento e seguro de aeronaves, além de despesas administrativas, encargos, e parte da despesa com pessoal.

Companhias aéreas que correm maior risco de desaparecer em meio à crise

Para listar as companhias aéreas que enfrentam uma situação de maior vulnerabilidade levamos em consideração sua situação financeira, as medidas tomadas pela empresa após o início da pandemia e as declarações mais recentes dos executivos para credores, acionistas e para a imprensa. Vale destacar, como expliquei aqui no post, que outros fatores, como a duração da crise ou um eventual apoio governamental podem mudar completamente a trajetória dessas empresas, não sendo nosso objetivo antecipar a quebra de nenhuma empresa.

Nada impede, também, que empresas não listadas tenham problemas no futuro. Um exemplo de que a situação não é trivial foi a recente decisão do mega investidor Warren Buffett de vender todas as participações que seu fundo de investimentos Berkshire Hathaway tinha em companhias aéreas, afirmando que foi um erro apostar no setor. Para se ter uma ideia, o fundo tinha 10% das ações da American Airlines e da Southwest, 9,2% da Delta e 7,6% da United, com bilhões de dólares aplicados nessas empresas. São todas empresas sólidas e nenhuma delas está na nossa lista. Sem dúvida, a notícia é a mostra de que a crise poderá ser impiedosa com as companhias aéreas por muito tempo…

Sem mais delongas, as dez companhias aéreas que estão hoje em situação de maior vulnerabilidade, com base nos fatores citados aqui no post, são:

1) Air India

Está a fim de comprar uma companhia aérea? A Air India está à venda. Sem lucros desde 2007, a estatal encerrou 2019 com o maior prejuízo da sua história: US$ 1,2 bilhão. O governo indiano lançou uma oferta de privatização. Anteriormente os interessados só poderiam adquirir 49% da companhia, mas agora podem adquirir até 100% das ações.

Em 2018, uma tentativa de vender 76% das ações da Air India terminou sem interessados. Agora o governo indiano espera atrair mais investidores. Interessados terão até o dia 30 de junho para enviar suas propostas. Originalmente o limite era 17 de março, mas a pandemia do coronavírus adiou o prazo. O Ministério das Finanças da Índia informou que não há pressa para concluir a venda. “Temos até o dia 31 de março de 2021 para vendê-la”.

Caso não haja interessados na aquisição, a Air India poderá encerrar suas operações.

Air India

Air India: estatal em processo de privatização.

2) Air Mauritius

A companhia aérea das Ilhas Maurício é mais uma empresa que já enfrentava dificuldades financeiras antes da COVID-19. Com o fechamento de fronteiras e a paralisação dos voos, viu sua receita cair a zero e entrou em administração voluntária, quando um grupo externo de gestores é contratado com o objetivo de  de encontrar melhores saídas para a empresa e para seus credores.

Antes da pandemia a empresa atendia 22 destinos, voando com 13 aeronaves de grande porte Airbus A330 e A350.

3) Avianca

A Avianca Holdings entrou com pedido de recuperação judicial no domingo passado (10 de maio). Com sedes na Colômbia e no Peru, a Avianca é a segunda maior companhia aérea da América Latina. “Estamos enfrentando a crise mais desafiadora em cem anos de história”, disse o presidente, Anko van der Werff, em um comunicado à imprensa. “Apesar dos resultados positivos do plano ‘Avianca 2021’, acreditamos que, diante de um aterramento completo de nossa frota de passageiros e de uma recuperação gradual, a entrada nesse processo é uma etapa necessária para enfrentar nossos desafios financeiros”.

A petição de algumas de suas subsidiárias e afiliadas foi apresentada nos termos do Capítulo 11 (Lei de Falências dos EUA), que permite que a empresa em dificuldades financeiras possa se reorganizar.

A Avianca já havia anunciado a suspensão de todos os voos internacionais  saindo da Colômbia desde 23 de março, além das subsidiárias de El Salvador, Equador e Peru. Em 2019, o grupo divulgou uma perda líquida de US$ 475,94 milhões no primeiro semestre ano, aproximadamente R$ 2,6 bilhão no câmbio atual. E também mantém suspensos os pagamentos de leasing e de fornecedores desde junho do ano passado, o que pode levar à perda de aeronaves.

4) Cabo Verde Airlines

A Cabo Verde Airlines (antiga TACV), deixou de ser uma empresa estatal após ser adquirida pelo grupo Icelandair. Com fortes planos de expansão antes da pandemia, para criar um centro de operações com voos para quatro continentes na Ilha do Sal, chegou a voar para Fortaleza, Recife, Salvador e Porto Alegre, no Brasil. Mas, desde 18 de março, suspendeu todas as suas operações, devendo ficar sem voar pelo menos até julho, devido às restrições impostas pelo governo de Cabo Verde.

O grupo Icelandair admitiu o desafio de encontrar investidores dispostos a fazer aportes de longo prazo na Cabo Verde Airlines, mas ressaltou que trabalha para encontrar uma solução que mantenha a empresa operacional.

No fim de abril, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, abreviação do termo em inglês) suspendeu a venda de passagens da empresa. A Cabo Verde informou que trabalha com a IATA para resolver as pendências e que pretende retomar a venda de bilhetes antes do reinício das operações, previsto para julho.

5) Norwegian

Crise não é uma novidade para o grupo norueguês. Mesmo antes da pandemia, a Norwegian já enfrentava dificuldades com seus credores em função de fracos resultados e de um endividamento muito alto. A empresa, que teve uma expansão muito rápida, foi duramente afetada pela suspensão dos voos do Boeing 737 MAX e por problemas com os motores Rolls-Royce nos jatos 787 Dreamliner.

No fim de 2019, a Norwegian vendeu sua subsidiária na Argentina e cortou diversas rotas, mas manteve até a pandemia os voos diários de Londres para o Rio de Janeiro. Em abril desse ano, quatro subsidiárias da empresa pediram falência na Suécia e na Dinamarca, cujo futuro deve ser decidido numa assembleia de acionistas que vai ocorrer nos próximos dias. Lembrando que as subsidiárias ainda podem ser salvas com a ajuda financeira dos respectivos governos.

No início de maio a empresa anunciou a devolução de algumas aeronaves e um acordo com credores para trocar US$ 1 bilhão em dívidas (cerca de R$ 5,6 bilhões de reais) em ações da empresa. Também ressaltou que deve ficar hibernada, sem voar, até 2021, aguardando pela recuperação da demanda. É um alívio para quem esperara ver o grupo sucumbir rapidamente. Mas, para obter êxito e sobreviver a empresa ainda precisa negociar com sindicatos, fornecedores e governos seu plano. Vamos aguardar e torcer!

6) South African Airways

A South African Airways talvez seja a primeira empresa aérea global a sumir do mapa em 2020. Em fevereiro, antes mesmo da pandemia de coronavírus, anunciou o fim das operações no Brasil e em vários outros destinos, em meio a um processo de recuperação judicial para lidar com uma grave crise financeira.

A empresa contava com possíveis investidores para seu plano de recuperação, mas a pandemia assustou potenciais interessados e agora trabalha com a hipótese de vender seus bens e ativos para pagar indenizações aos empregados.  Com dívidas bilionárias, proibida de voar e sem ajuda do governo da África do Sul, a empresa anunciou a rescisão de contrato de todos os 5.000 funcionários, enfrentando a fase mais difícil da sua história.

É muito difícil a South African escapar dessa crise, mas a empresa ainda não teve sua falência decretada. Seus gestores anunciaram que vão operar alguns voos de repatriação e de transporte de carga no mês de maio, enquanto brigam com os sindicatos na justiça. O governo sul-africano chegou a anunciar que tinha planos de criar uma nova companhia aérea com a bandeira do país, mas o agravamento da crise no setor contribuiu para aumentar as incertezas sobre o futuro da South African e da aviação civil na África do Sul.

7) SpiceJet

A companhia indiana SpiceJet cresceu bastante nos últimos anos, surfando no aquecido setor do país. Antes da pandemia, estimava-se que a Índia seria o terceiro ou quarto maior mercado de aviação até 2024. Preparada para o melhor cenário, a SpiceJet passou a atrair mais clientes com uma política agressiva: oferecendo descontos e aumentando a sua frota — mais precisamente com os Boeing 737 MAX. Já viram o tamanho do problema, né?

Agora a SpiceJet se vê na desconfortável posição de uma das companhias com maior risco de falência na Índia. Sem a compensação de 32,5 milhões de dólares pelos 13 Boeing 737 Max parados, as perdas seriam ainda maiores. Com uma queda de 73% em suas ações, não se sabe como a SpiceJet conseguirá capital para sustentar as operações por mais tempo. Com a previsão de baixa ocupação dos próximos meses, a companhia corre o risco de não conseguir se manter.

SpiceJet

SpiceJet: ações em baixa e Boeing 737 Max no chão.

8) Thai Airways

A estatal Thai Airways é a principal companhia aérea da Tailândia. A empresa é conhecida pelos serviços de alto padrão, mas viu suas receitas diminuírem drasticamente com a forte concorrência das companhias low cost asiáticas.

Em 2019, a Thai Airways sofreu um prejuízo de mais de 200 milhões de dólares, com perda acumulada estimada em 9 bilhões de dólares. A companhia é uma das membro-fundadoras da Star Alliance, com uma frota de quase 100 aeronaves e mais de 20.000 funcionários.

Ainda no ano passado, o presidente da Thai Airways afirmou que “[…] os funcionários devem permanecer unidos para superar os obstáculos. Do contrário, a companhia deve fechar. Ainda há tempo para uma solução, mas não muito […] Estamos realmente numa crise, todos vão morrer se o navio afundar”.

Thai Airways

Thai Airways: crise interna e prejuízos muito antes da pandemia.

9) Virgin Atlantic

A companhia aérea com sede no Reino Unido é mais uma vítima da crise provocada pelo coronavírus. Chegou a anunciar voos para o Brasil em 2020, mas teve seu plano frustrado pelos desdobramentos da crise. O grupo é controlado pelo lendário empresário Richard Branson, que chegou a dizer que colocaria sua ilha particular no Caribe como garantia, na tentativa de convencer o governo britânico a injetar recursos na empresa.

“Nas cinco décadas em que estive nos negócios, esse é o momento mais desafiador que já enfrentamos”, escreveu Branson. “Faremos tudo o que pudermos para manter as empresas funcionando, mas precisaremos de apoio do governo para conseguir isso diante da grave incerteza em torno das viagens e sem saber por quanto tempo aviões serão aterrados”, disse.

Essa semana a Virgin Atlantic anunciou um corte de 30% do quadro de funcionários e contratou uma consultoria para uma potencial recuperação judicial. Receber a ajuda do governo e encontrar investidores são as saídas para assegurar a longevidade da empresa.

10) Virgin Australia

A subsidiária da Virgin na Austrália não resistiu aos efeitos da pandemia e entrou com pedidos de administração voluntária e recuperação judicial em abril. A empresa possui quase 100% de capital estrangeiro, o que pode dificultar uma eventual ajuda do governo local. Além do empresário Richard Branson, a Virgin Australia possui participações da Etihad, da Singapore e do grupo chinês HNA, com uma fatia de aproximadamente 20% cada.

A Virgin Australia é mais uma empresa que pode ser salva pelo governo ou por investidores dispostos a arriscar dinheiro para salvar uma companhia aérea em meio a mais grave crise enfrentada pelo setor na sua história. Vamos torcer!


Vale relembrar que nada impede que companhias aéreas que não estão nessa lista venham a ter problemas. E, como já destaquei aqui, as empresas listadas têm condições de se recuperar, especialmente se tiverem ajuda de governos ou encontrarem investidores dispostos a enfrentar o risco.

Alguns leitores podem estranhar a ausência da Alitalia, que há tempos enfrenta uma séria crise financeira. Mas, de acordo com o governo italiano, a Alitalia será estatizada em junho.

Outra decisão que causou desconfiança foi a recuperação judicial da Latam de suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos. As unidades do Brasil, Argentina e do Paraguai não foram incluídas, pelo menos por enquanto. Apesar da medida, a empresa tem um bom dinheiro em caixa e ainda deve receber um novo aporte de acionistas, incluindo a Qatar, na ordem de R$ 5 bilhões, além se um empréstimo do BNDES de aproximadamente R$ 2 bilhões.

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