Voar na cabine executiva é o sonho de muita gente, e era o meu até ter a oportunidade de fazer o voo da Azul entre Orlando e Campinas, a convite da companhia aérea. Até então, só tinha feito um voo nessa classe, e ainda em uma  business “fake”, entre Montreal e Nova York, com a Delta.

Então, posso considerar que com a Azul tive minha primeira experiência real, e vou compartilhar tudo com vocês neste post.

Sente-se e boa viagem!

Compra da passagem

Como fiz a viagem a convite da Azul, não foi necessário comprar uma passagem. Mas para ter uma noção e poder informar, pesquisei o valor do trecho na Executiva nessa data, no site da companhia, e ela estava custando em torno de R$ 10.000 para voar entre Orlando e o aeroporto de Viracopos, em Campinas.

Check-in

Além do voo, a minha viagem ainda tinha uma outra missão: conhecer e mostrar como é o Terminal C do Aeroporto de Orlando (MCO), de onde a Azul está operando seus voos na cidade.

Por isso, cheguei com aproximadamente 4 horas de antecedência, para poder devolver o carro que tinha alugado e fazer tudo com calma, incluindo meu almoço. Chegando ao terminal, foi fácil ver a identificação de onde estava sendo feito o check-in: balcão C14.

Por conta da antecedência, não tinha fila para o check-in nem mesmo para o embarque na econômica.  Para passageiros da Executiva e categorias Diamante e Safira do TudoAzul, havia uma fila exclusiva, igualmente vazia, então a conferência do passaporte e o despacho das bagagens foram bem rápidos.

Antes de ir para o embarque, aproveitei para conhecer mais do lado terrestre do Terminal C. Você pode conferir todos os detalhes nesse post sobre o novo Terminal C do Aeroporto de Orlando.

Segurança e o Terminal C

Com a primeira parte do tour do terminal finalizada, era hora de seguir para a área de embarque. E também de testar a paciência, já que as coisas foram bem mais lentas nessa parte.

Apesar de a sinalização do aeroporto falar em uma espera de até 3 minutos, a fila do raio X e do controle do passaporte demorou muito mais do que isso. Foram quase 40 minutos até passar pela segurança, mas dava para prever que o tempo informado não seria cumprido. Bastava ver a quantidade de pessoas na fila.

Passada a segurança (e a longa espera), pude conhecer um pouco mais do lado ar do Terminal C. Logo na entrada, um Shake Shack, famoso pelos seus hambúrgueres, para matar a fome de última hora dos viajantes.

O terminal é bem grande e espaçoso, e conta com lojas de marcas da Disney, restaurantes e um super telão interativo. A área dos portões de embarque é toda com janelas de vidro, possibilitando visão total para o pátio de aeronaves. Para quem gosta de ficar observando, é bem legal!

Embarque

Voltando ao voo, que é o foco aqui, chegou a hora de embarcar. O portão da vez foi o C241A. O avião não estava lotado, mas estava cheio, então a fila logo tomou conta da área próxima ao portão. Por sorte, para embarcar na Executiva, a fila estava bem mais tranquila.

Aqui, mais uma novidade para mim: não houve conferência do bilhete e do passaporte. Bastou se aproximar de um totem com câmera, que fez o reconhecimento facial e autorizou minha entrada. Achei bem moderno, mas infelizmente não consegui tirar foto.

Assento

Entrando no A330, a classe Executiva fica à esquerda e nas primeiras poltronas à direita, na configuração 1-2-1. Meu lugar estava do lado direito, na poltrona 8K.

O espaço do assento é bem diferente do que temos na econômica. A poltrona-cama é mais larga que o convencional, e bem ao lado fica uma espécie de mesinha onde você pode apoiar seus pertences.

Na lateral, estão os controles do sistema de entretenimento e da poltrona, uma entrada USB e a porta para ligar os fones de ouvido, que eram do modelo over-ear. Abaixo tinha ainda uma tomada comum.

Amenidades

A famosa necessaire da cabine executiva já fica no assento, para que o passageiro possa pegar a sua. Ela era bem completa, com hidratantes para as mãos e para os lábios, tag de mala, meias, pente, escova e creme dentais, lencinhos de papel, máscara para os olhos, caneta e um protetor de ouvido.

Tinha ainda o kit cobertor e travesseiro, que nessa cabine era com um edredom que parecia novo – e bem confortável – e um travesseiro bem maior do que o recebido na classe econômica.

Serviço de bordo – parte 1 (boas-vindas)

Enquanto o embarque era finalizado, a tripulação passou oferecendo bebidas (água, suco ou espumante) e um potinho de castanhas aquecidas. Para começar, fiquei com o espumante, enquanto aguardava a entrada de todos os passageiros.

Antes mesmo de o avião começar a se movimentar, foi a vez de conhecer o cardápio do serviço de bordo, com as opções para jantar e café da manhã, além das bebidas. Apesar de estar ali o menu para almoço e lanche da tarde, os pratos eram praticamente os mesmos.

Os pedidos foram retirados ainda em solo, quando fui questionado se gostaria de ser despertado para o café da manhã, que tinha apenas a opção de prato quente.

Início da viagem

Embarque finalizado! Hora de começar o taxiamento. Como o Terminal C é um pouco distante da pista, levou um tempinho. Decolamos exatamente às 20h11.

Logo no começo da viagem, já foi possível perceber como esse seria o voo mais confortável que eu fiz até então. A largura e o espaço adicional do assento da executiva colaboram muito para que a gente nem perceba as mais de 8 horas de voo entre Orlando e Campinas.

A aeronave utilizada (Airbus A330), apesar de não ser um avião dos mais novos, ainda oferece uma cabine adequada para um voo de longa distância, sem muito barulho interno, apesar de o meu lugar ser praticamente ao lado do motor direito.

Entretenimento

O sistema de entretimento da classe executiva do A330 da Azul é bem satisfatório. A tela tem um tamanho maior do que o da econômica, é touch screen e também oferece um controle remoto que fica afixado na lateral do assento, mas que não funciona como segunda tela, como é possível ver em aviões de outras companhias.

A lista de filmes não trazia nenhuma super novidade, algo que fosse imperdível, mas certamente poderá te manter entretido por boas horas de voo, até mesmo se for entre Campinas e Lisboa, mais longo do que esse que fiz e operado pela mesma aeronave em algumas ocasiões

Serviço de bordo – parte 2 (jantar)

Meia hora após deixarmos o solo de Orlando, o serviço de bordo começou. Primeiro, o comissário Rodrigo me trouxe a toalhinha quente, e logo depois preparou a mesa com uma toalha branca.

Para a entrada do jantar, escolhi o camarão com mix de folhas. De prato principal, fiquei com o filé mignon com purê de batatas. Tudo estava muito bem feito e saboroso! Para acompanhar, uma cerveja bem gelada (que não era Skol, como na econômica). O serviço com louças e talheres de metal… não deu nem saudade dos talheres de madeira da econômica.

Para sobremesa, a escolha foi o sorvete com calda de chocolate e farofa. Achei um pouco simples demais para a Executiva, mas muito gostoso.

O cardápio que peguei nesse voo já mudou. Recentemente, a Azul adotou um novo menu bem brasileiro para seus voos internacionais, que também já foi provado pelo nosso editor Rafael Castilho.

LEIA MAIS:

• De carne de sol a pirarucu: veja como é o novo cardápio da Azul nos voos internacionais

O voo

Passado o serviço de bordo, pedi mais uma taça de espumante para acompanhar o restante do filme que estava assistindo no tablet. E aí foi a hora de experimentar a poltrona-cama, que foi um belo convite para o descanso de algumas horinhas.

Lembra que logo que entrei, percebi que seria um voo muito confortável? Pois foi! O espaço era o suficiente para que eu, com 1,83 metro de altura, ficasse todo esticado, mas vale fazer uma observação: o vão para o descanso dos pés (foot rest) é um pouco baixo, então bati as pernas pelo menos 3 vezes ao me mexer.

De presente, consegui ver ainda a “quina” do estado da Flórida, visto do alto e todo iluminado durante a noite. O contorno não é igualzinho ao que vimos nos mapas? 😊

O descanso foi um pouco mais longo do que previ, e quando acordei faltava aproximadamente uma hora e meia para o pouso. Fui despertado pela tripulação com um copo de suco de laranja para começar a me preparar para o café da manhã.

Serviço de bordo – parte 3 (café da manhã)

O serviço começou, de fato, faltando uma hora para chegar a Campinas. Enquanto isso, o sol já ia dando as caras em um belo amanhecer visto pela janela.

O café da manhã contou com uma fritata, croissant e frutas. Depois, ainda foi oferecido iogurte grego, mel e granola para quem quisesse – e eu, claro, aceitei!

Mais uma vez, tudo estava bem saboroso, mas também achei a opção quente simples demais para uma cabine executiva. Com exceção do serviço oferecido, com louças e talheres de metal, não era nada muito além do que já vi na econômica.

Outra observação foi com o café servido em copo de papel. Segundo o comissário Rodrigo, isso aconteceu porque houve um problema na logística, que impediu o avião de receber xícaras limpas antes de partir de Orlando.

Chegada a Campinas (Aeroporto de Viracopos – VCP)

Pousamos em Campinas às 6h24, depois de um voo super tranquilo e em que eu consegui dormir a maior parte do tempo – até mais do que esperava. Poder utilizar a poltrona-cama foi, sem dúvida, uma grande vantagem nesse sentido.

Como o aeroporto de Viracopos não é tão grande e nem tão movimentado com voos internacionais nesse horário, passei rapidamente pelo controle de passaporte, e a bagagem também foi entregue sem muita demora.

Fidelidade

O programa de milhas da Azul é o TudoAzul, que foi eleito no Prêmio MD 2022 como o melhor programa de milhas nacional. Ele permite o acúmulo de pontos em viagens com a companhia aérea, compras com parceiros ou pelo cartão de crédito emitido em parceria com a Itaucard.

Como a viagem foi feita com bilhetes emitidos pela própria Azul, não houve pontuação no programa de fidelidade TudoAzul.

Conclusão

Como nunca tinha voado em uma executiva de verdade, foi uma ótima experiência, e acho que comecei com o pé direito! A Azul, reconhecida pela qualidade do seu atendimento a bordo – e eleita a melhor companhia aérea nacional pelos leitores do Melhores Destinos – certamente atende as expectativas de quem busca mais conforto e exclusividade ao comprar um bilhete para voar na business.

O valor da passagem pode assustar quem não está acostumado, mas quem tem condições de arcar com esse preço certamente estará bem servido(a).

“Mundo cor-de-rosa (ou azul)” à parte, ficam algumas ressalvas: no meu caso, o espaço do foot rest atrapalhou um pouco, principalmente porque costumo me mexer durante o sono. Para quem tem mais de 1,70m de altura, pode vir a ser um problema também.

O menu, agora atualizado, trouxe algumas opções que, ao meu ver, são básicas até demais para uma classe executiva. A poltrona, apesar de limpa e espaçosa, apresentava algumas partes com marcas de uso aparente, principalmente na região dos controles.

E, finalmente, uma pena que o trecho no dia em que viajei não tenha sido feito com o Airbus A350, que foi inclusive o avião utilizado na minha ida para Orlando. Pelo menos as marcas de uso nos controles ainda não devem estar aparentes na aeronave mais nova.

VEJA TAMBÉM:

• Como foi o voo inaugural do novo A350 da Azul de Campinas para Orlando

Nota final.