Chegou a hora de conhecer todo o conforto do Airbus A350 da Azul! Se a voo inaugural de Campinas a Paris foi na classe econômica, nada mais justo que voltar de classe executiva, não é mesmo? Voamos com a companhia aérea na nova rota que liga Paris a Campinas e hoje você confere como foi o voo!

Resumo do review

Azul Voo AD-8701
Paris (ORY) – Campinas (VCP)
Domingo, 30 de abril de 2023
Partida: 22h33
Chegada: 04:36+1
Duração: 11h03
Milhas: 5.806
Aeronave: Airbus A350-900
Assento: 8K (executiva)
Destaques positivos: simpatia dos comissários, conforto do assento e refeições
Destaque negativo: ausência de internet a bordo

Check-in

A Azul abre o seu check-in dos voos internacionais com 72h de antecedência ao horário da decolagem. Mas desta vez decidi fazer o check-in diretamente no Aeroporto de Orly para poder mostrar como foi o processo.

Chegamos cerca de 3h antes do voo e o movimento estava super tranquilo. O atendimento foi super cordial e em português (grata surpresa). Consegui trocar meu assento do corredor para um de janela. E uma dica de algo que eu sempre faço em todos os meus voos: tire foto da sua mala etiquetada e também da etiqueta. Isso facilita em caso de extravio (também coloquei um airtag na mala).

Sala VIP

Aqui temos um ponto negativo da Azul: a companhia ainda não possui nenhum acordo para utilização de sala VIP em Orly. Isso significa que se você não tiver acesso através do DragonPass, não tem opção. Não há salas conveniadas pelo LoungeKey ou Priority Pass. Isso tirou alguns pontos da nota da Azul no quesito “Amenidades”, afinal é esperado pelo passageiro em executiva ter um espaço para relaxar antes do voo.

Felizmente eu tenho o DragonPass que me permitiu conhecer a PrimeClass. Embora não seja muito grande e tenha ficado devendo no quesito comes e bebes, ela tinha algo que é super raro de encontrar e que eu particularmente gostei muito: uma área externa com vista para o pátio de manobras.

Aproveitei o tempo para dar uma carguinha no celular e tomar uma Orangina. Faltando um pouco mais de 1 hora para começar o embarque eu sai em direção ao portão, que ficava a cerca de 15 minutos caminhando.

Embarque

Diferentemente de Campinas, o embarque foi bem organizado com divisórias para cada grupo. Após as prioridades legais, embarcamos pontualmente às 21h15. Teve até “tapete vermelho” até o Airbus A350-900, de matrícula PR-AOW, poeticamente batizado de “Onde os Sonhos Voam”.

Cabine

A cabine executiva do A350 tem 33 assentos, dispostos na configuração 1-2-1, ou seja, todos os passageiros têm acesso direto ao corredor. Apesar disso, nem todos os assentos são iguais. Nas laterais há assentos que ficam mais perto do corredor, alternados com outros que ficam mais perto da janela. Estes últimos são os melhores, já que têm mais privacidade.

No meio há dois assentos colados (na foto acima à esquerda), chamados de “honeymoon seats” (assentos de lua de mel), alternando com assentos mais afastados um do outro (na foto à direita).

Meu assento foi o 8K, do lado direito do avião e assim que cheguei, fui logo explorando todas as funcionalidades. Há duas entradas USB, uma tomada universal, luz de leitura individual, fone de ouvido e necessaire. Só senti falta das saídas de ar individuais no teto. Também no assento já estava um kit com manta e travesseiro e também o menu do voo.

O espaço para os pés não afunila e é super amplo, o que permite dormir em qualquer posição. Logo abaixo do encosto dos pés, há um bom espaço para guardar seu calçado.

Ainda em solo, o comissário Willi veio dar as boas-vindas e oferecer um welcome drink, com as opções de espumante, água e suco de laranja, acompanhado de um pacotinho de frutas secas e nozes. Ele também tirou o pedido do jantar e do café da manhã em solo, procedimento que agiliza o serviço e permite que os passageiros possam ter mais tempo para descansar.

Antes da decolagem, a chefe de cabine Marilise veio se apresentar e dar as boas-vindas, num gesto simpático. O pushback iniciou um pouco depois do horário previsto, às 22h33. Em poucos instantes a Cidade Luz ia ficando pra trás.

Entretenimento

Enquanto o avião ganhava altitude, voltei a minha atenção para a tela de entretenimento. Ela tem um bom tamanho e pode ser controlada pelo toque (touchscreen) ou pelo controle remoto. A seleção de filmes e séries deixa um pouco a desejar, não há muitos lançamentos, mas há alguns filmes clássicos como “A hora do rush” que sempre são divertidos. O mapa da viagem também está disponível, com informações sobre o voo. O fone de ouvido tem boa qualidade e cancelamento de ruído.

O ponto negativo do entretenimento é a falta do wi-fi, ainda que pago. Em uma aeronave tão moderna era esperado que o serviço estivesse disponível, já que a Azul oferece gratuitamente em diversos voos domésticos no Brasil.

Amenidades

O kit de amenidades da Azul já estava no assento, e é super completo com tampão de ouvidos, caneta, escova e pasta de dentes, tag para mala, cremes da L’Occitane, lenços de papel, pente, tapa-olhos e meia. Além disso, a bolsa é bem bonita e pode ser facilmente reutilizada depois do voo.

Serviço de Bordo

O jantar foi servido logo que o voo atingiu a altitude de cruzeiro, começando pela frente da cabine e vindo para o fundo, exatamente como no voo da vinda. O menu dos voos que saem de Paris não conta com os novos pratos elaborados pelo  chef Claude Troisgrois, mas de culinária os franceses entendem, então estava com expectativa alta para este quesito.

Dentre as opções havia carne desfiada ao molho barbecue, fricassê de frango, filé de salmão na manteiga de limão kaffir e uma massa recheada com queijo de cabra. Na parte dos vinhos, duas opções de vinho branco, duas opções de vinho tinto, vinho porto para acompanhar a sobremesa, além de um espumante gaúcho.

O serviço teve início cerca de 30 minutos após a decolagem, começando com o oshibori, uma tradição japonesa, que costuma aparecer nas melhores cabines executivas. Nada mais é que uma toalhinha úmida, geralmente quente, para você poder limpar as mãos antes da refeição.

Como prato principal escolhi o salmão, acompanhado de vinho branco francês. Estava perfeito, desmanchando, digno de um restaurante! Acompanhando o prato um pãozinho quente e manteiga francesa, combinação que pra mim já é uma refeição completa, e também uma salada com croutons (que estavam moles).

Já o vinho não agradou. Pedi pra trocar pelo branco italiano que era um pouco melhor, mas no geral a carta de vinhos da Azul deixa a desejar. Para a sobremesa escolhi a torta de nozes, mas fiquei com vontade de provar os queijos. Perguntei se podia receber os dois, e o comissário disse que se sobrasse ele traria ambos (o que felizmente aconteceu).

Para acompanhar, um bom vinho do porto, o único vinho digno de uma classe executiva, o ótimo Graham’s Tawny 10 anos. A sobremesa não era a descrita no cardápio, mas sim uma mousse de chocolate com um crocante no fundo (houve uma troca do catering). Isso permitiu provar a melhor sobremesa da viagem inteira, pense numa coisa boa! Tenho saudades dessa mousse até hoje! Os queijos também estavam muito bons. Nesta etapa foi oferecido, além de refil do vinho, também café e chá.

Feliz com a refeição maravilhosa, uma das melhores dos últimos anos, preparei o assento na posição cama para dormir um pouco. Até que não ficou mal, vai? Uma sugestão para Azul para tornar a “cama” ainda mais confortável é oferecer um colchonete, como fazem Latam, United e tantas outras, evitando o contato com o tecido áspero do assento.

Dormi muito bem até ser acordado para o café da manhã, que foi servido faltando 1h15 para a chegada. Quando o comissário tirou o pedido ainda em solo, ele perguntou se eu queria ser acordado ou não. Acho ótimo ter essa opção, pois muitos viajantes querem descansar o máximo possível para chegar dispostos  para trabalhar.

As opções para o desjejum era omelete ou frios (escolhi o primeiro). O ponto estava perfeito e o gosto também. E comer mais um pãozinho com manteiga francesa foi pra fechar a viagem com chave de ouro. Ainda tinha geleia e frutas cortadas, um pouco azedas. Num segundo momento foram oferecidos iogurte, granola e mel.

Geralmente o café da manhã é a refeição mais sem graça do voo, mas esse estava bom demais!

Comissários e equipe de solo

A equipe da Azul foi perfeita neste voo. Desde o check-in, que foi feito por terceirizados, até os comissários de bordo, todos foram extremamente simpáticos e procuraram atender da melhor maneira. Destaque para o Willi que me atendeu. Como é bom ver alguém que tem amor pelo que faz.

Programa de Fidelidade

O TudoAzul é o programa de fidelidade da Azul. O acúmulo de pontos depende da classe tarifária e também do status que o passageiro possui na companhia, variando de 1 até 10 pontos por real gasto. Os passageiros também podem escolher pontuar no Miles & Go da TAP ou no Mileage Plus da United, mas nestes casos é bom olhar as regras da tarifa para ver se vale a pena.

Apesar de ter poucos parceiros internacionais, o TudoAzul tem emissões interline com outros parceiros aéreos (Air Canada, Copa Airlines, TAP, Turkish e United). Mas o forte mesmo são as emissões para voar com a Azul, onde com frequência temos visto bons preços.

Conclusão

Pousamos em Campinas às 4h36 do horário local, um pouco antes do horário previsto para a chegada (4h45).

O controle de passaporte foi super rápido, já que o aeroporto conta com totens de autoatendimento, que aceitam o passaporte que já vem com o chip.

Assim como em Paris, a bagagem despachada demorou um bocado para aparecer, apesar da etiqueta de prioridade. Pelo menos o conteúdo precioso chegou intacto (alguns vinhos franceses), mostrando que a etiqueta de frágil funcionou. O procedimento de alfândega foi tranquilo.

No geral, o voo foi extremamente agradável e cumpriu com o objetivo de uma boa executiva: ter uma experiência bacana a bordo e também chegar descansado. Existem alguns pontos a serem corrigidos, claro, mas certamente a Azul está ciente deles e correndo atrás de soluções.

O voo foi tão bom que já reservei outro para as minhas férias 😂 Te vejo em breve, Azul, rumo a Paris!

O Melhores Destinos viajou a convite da Azul.

Nota final.