A Arajet, companhia aérea de ultra baixo custo da República Dominicana, estreou recentemente seu voo direto entre São Paulo e Santo Domingo; com possibilidade de conexão para mais de 20 destinos na América do Sul, América Central e Canadá.

Com três frequências semanais entre o Brasil e a República Dominicana, a Arajet surge como uma alternativa mais econômica principalmente para quem pretende visitar lugares paradisíacos na região do Caribe, como Punta Cana, Cancún, Aruba, Curaçao, Cartagena e Sint Maarten ou mesmo as cidades canadenses de Toronto e Montreal.

Para saber como é voar com a Arajet e contar tudo em detalhes para você, embarcamos rumo a Cancún, no México, com uma conexão rápida em Santo Domingo. Confira a seguir o relato completo da viagem em texto ou em vídeo, mas uma coisa já adianto: se for viajar com a Arajet fique bem atento para não gastar mais que o necessário!

Compra da passagem Arajet

A compra dos bilhetes foi feita diretamente pelo site da Arajet, que está disponível em espanhol, inglês e português. O pagamento, no entanto, é processado no exterior e feito em dólar, então considere que haverá cobrança de IOF e diferença de cotação do cartão de crédito (spread). Para economizar na compra a dica é usar o saldo de contas digitais internacionais como a Nomad ou Wise, assim você paga uma taxa muito menor de imposto e não tem surpresas, já sabe exatamente quanto vai gastar.

Vale o alerta de que a tarifa mais básica – e mais barata – da Arajet não inclui bagagem de mão, apenas um item pessoal (bolsa ou mochila) que caiba em baixo do assento. É comum que passageiros de “primeira viagem” em ultra low cost não atentem para esse “detalhe” e tenham uma surpresa negativa ao chegar ao aeroporto, tendo que desembolsar uma quantia considerável para embarcar com sua mala de mão de rodinhas.

Viajei para Cancún apenas com uma mochila como item pessoal e em nenhum momento ela foi medida ou pesada. O importante, nesse caso, é que caiba em baixo do assento. Se você costuma viajar com bastante bagagem é preciso fazer as contas para saber se compensa. Na Arajet a bagagem de mão de até 12kg custa a partir de US$ 64 (cerca de R$ 320) já a primeira bagagem despachada de até 20kg sai a partir de US$ 40 (aproximadamente R$ 200) na compra antecipada. No aeroporto, na hora do check-in, os valores são mais altos.

Outro item que merece atenção na hora da compra é um seguro opcional que vem marcado automaticamente na hora da compra e acrescenta US$ 8 ao valor total (R$ 40 aproximados). Para não pagar a taxa basta desmarcar a caixa de seleção.

O item de assistência no check-in também acaba sendo desnecessário, já que você vai precisar passar pelo balcão da companhia de qualquer forma para imprimir seus bilhetes, conferir a documentação e despachar bagagem (se for o caso), mais US$ 8 de economia, de nada!

A escolha de lugares também é paga à parte. Escolhi o assento 22F nos trechos da ida e paguei US$ 11 por trecho (mais ou menos R$ 55). Se não quiser pagar para escolher assento, um lugar aleatório será atribuído no momento do check-in.

Preciso mencionar que não consegui concluir a compra pelo site na primeira tentativa, por erro no processamento do pagamento. Mesmo assim a reserva foi gerada de forma temporária e pude acessá-la logo em seguida para fazer uma nova tentativa, sem ter que fazer todo o processo novamente.

Check-in e embarque

Na véspera da viagem fiz o check-in on-line pelo site da Arajet e recebi os bilhetes de embarque. Porém, ao chegar ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) descobri que o código gerado não servia para acessar a área de embarque, o que me obrigou a passar pelo balcão de check-in mesmo sem ter bagagem para despachar.

Aqui outra dificuldade, o voo da Arajet não aparecia no painel de partidas e por isso não era possível saber em qual setor do terminal 2 era o check-in da companhia. A sinalização do Aeroporto de Guarulhos indicava que o balcão da Arajet ficava no check-in B, mas quando cheguei lá encontrei tudo deserto, com exceção de outros passageiros confusos.

Caminhando pelo terminal, vi que o atendimento estava sendo realizado no check-in C. A mudança foi pontual no dia do meu embarque, pois não havia sistema no check-in B. Só faltou um aviso ou orientação do aeroporto ou da companhia aérea. Por ser o segundo dia de operação, uma companhia nova, o fato gerou insegurança desnecessária em muitos passageiros que chegavam.

Passado o susto inicial, entrei na fila e esperei cerca de meia hora até receber os cartões de embarque (Só achei estranho que ninguém tenha lembrado de conferir se eu tinha visto, obrigatório para entrada no México). O atendimento em solo em Guarulhos é feito por uma empresa terceirizada, não por funcionários próprios da Arajet.

Caso seu destino final seja a República Dominicana, será necessário apresentar certificado internacional de vacinação contra febre amarela

Bilhetes em mãos, passei pela segurança e segui para o portão de embarque no Terminal 2. A ocupação desse voo não estava alta, então o embarque foi bem tranquilo. Primeiro foram chamadas as prioridades por lei, e depois os demais passageiros, sem distinção. Quem quiser ter embarque prioritário pode pagar por isso separadamente.

Como o voo não estava completamente cheio ainda fiquei com uma fileira de três assentos exclusiva só para mim. Quem disse que não tem classe executiva em companhia low cost, hein?

Cabine do Boeing 737 Max 8 Arajet

Toda a frota da Arajet é composta por aeronaves Boeing 737 Max 8, que possui autonomia para distâncias mais longas que o 737 convencional. A configuração dos assentos é a tradicional 3-3, com exceção das duas primeiras fileiras, que possuem poltronas mais largas e com maior espaço para as pernas, na configuração 2-2.

Esses assentos especiais custam a partir de US$ 61 (cerca de R$ 305), mas além de mais espaço, quem senta ali não tem nenhum benefício ou serviço extra.

Na aeronave em que voei – que foi a mesma nos dois trechos – as poltronas da frente eram em couro, mas na volta reparei que nem todas seguem esse padrão.

Outra fato que chamou atenção é que nessas poltronas não havia tomada USB, comodidade que (felizmente!) estava presente no meu assento comum.

O espaço para as pernas do assento comum é bem generoso para uma companhia low cost e não lembra em nada o espaço apertado de outras companhias que adotam o modelo, como a Jetsmart ou a Ryanair. A poltrona também tem uma boa reclinação, o que foi uma surpresa! – confesso que fui esperando assentos com reclinação zero.

Serviço de bordo

O serviço de bordo foi iniciado logo após a decolagem e como já é de praxe nas companhias aéreas de baixo custo mundo afora, a Arajet também não oferece serviço de bordo gratuito em seus voos, apenas itens para compra. Em trechos longos como esse entre São Paulo e Santo Domingo (que chegam a quase 7 horas), um lanchinho grátis pode fazer falta aos desavisados. Até mesmo a água é paga e não sai barato, não! A garrafa de 500 ml custa US$ 2 (cerca de R$ 10).

Fui bem preparado e levei um snack, fruta e água na mochila, mesmo assim comprei uma batata frita no trecho mais longo para testar o serviço.

Outro detalhe importante é que eles só aceitam pagamento em dólares ou pesos dominicanos. A Arajet ainda não oferece a possibilidade de pagar pelo serviço de bordo com cartão de crédito ou débito como outras companhias ultra baixo custo. Além disso, eles só aceitam cédulas, nada de moedas! Tentei pagar meu pedido com 3 dólares em moedas que achei na carteira, mas foi recusado. Então precisei trocar uma nota de 20 dólares.

Dica: não deixe de levar sua própria garrafa de água para encher no bebedouro após passar pela segurança do aeroporto, afinal de contas não é permitido embarcar em voos internacionais com líquidos acima de 100 ml na bagagem de mão. E se você é do time de viajantes que não abre mão de um lanchinho durante o voo, leve sua própria comida ou deixe alguns dólares à mão.

Confira o menu completo do serviço de bordo da Arajet e os respectivos preços:

Conexão em Santo Domingo

O voo até Santo Domingo foi bastante tranquilo. Pousamos na capital da República Dominicana no horário previsto. A maioria dos passageiros estava em conexão e por isso formou uma fila considerável no raio-x para acessar a área segura.

Minha conexão era de duas horas, tempo suficiente para passar pela segurança e ainda conhecer uma das salas VIP do terminal. Passei pela sala Caribe, que aceita Loungekey. Ela não é muito espaçosa nem tem muitas opções de comida, não crie muitas expectativas.

O aeroporto de Santo Domingo não é muito grande, mas tem uma boa estrutura de lojas, restaurantes e lanchonetes para atender quem está em conexão ou embarca no país, o que é bem importante. Comprei uma salada e uma garrafa de água por lá para almoçar no segundo trecho da viagem.

O embarque para Cancún foi um pouco confuso, havia muita gente de outros voos próximo ao portão, mas no fim correu tudo bem.

Conforme mencionado, a aeronave que fez o trecho de Santo Domingo (SDQ) até Cancún (CUN) foi exatamente a mesma que saiu do Brasil. O serviço de bordo no segundo voo também foi idêntico.

Conexão de ônibus para Punta Cana

Um fato curioso é que a Arajet oferece opção de conexão terrestre para Punta Cana, um dos destinos mais populares da República Dominicana – já que a companhia ainda não tem voos diretos para lá.

É possível comprar o trecho terrestre junto com a passagem aérea. Na chegada a Santo Domingo, funcionários aguardam e conduzem os passageiros que vão embarcar no ônibus. Claro que antes é necessário passar pela imigração e retirar a bagagem.

A viagem de Santo Domingo até Punta Cana de ônibus leva em torno de duas horas.

Chegada a Cancún com a Arajet

Tanto a saída de Santo Domingo (SDQ) como a chegada a Cancún (CUN) foram pontuais, mas ainda tive que enfrentar a fila da imigração mexicana, mais uma hora de espera.

No total foram 11 horas de viagem considerando os dois trechos e a parada na República Dominicana.

Atendimento e equipe

A equipe da Arajet foi bastante atenciosa e solícita, tanto em solo quanto no ar. Diria até que há um clima de informalidade no atendimento, sem aquela pompa que se vê em muitas companhias por aí.

Vale a Pena voar com a Arajet?

Além do preço, os pontos fortes da Arajet realmente foram o conforto acima da média para uma companhia low cost, com espaço generoso para as pernas e reclinação nos assentos comuns.

Os pontos fracos ficaram por conta da confusão no check-in no aeroporto de Guarulhos e embarque confuso em Santo Domingo. Sem falar no fato de não aceitarem cartão nas vendas a bordo.

Como se trata de uma companhia aérea relativamente nova e as rotas estão no início, vale sempre o alerta de que pode haver cancelamentos e até mesmo desistência de rotas pouco rentáveis. Por serem apenas três frequências semanais para o Brasil, um cancelamento pode atrapalhar bastante a programação. Por precaução, é interessante fazer reservas de hotéis e passeios canceláveis e/ou remarcáveis para não ter dor de cabeça em caso de imprevistos.

No mais, voar com a Arajet pode, sim, ser uma boa alternativa caso surjam preços atrativos e boas promoções. Minha passagem de ida e volta custou R$ 1.386, mas algumas semanas depois da compra, a Arajet fez uma promoção com passagens para Cancún por menos de R$ 700 ida e volta! Muitos leitores do Melhores Destinos aproveitaram. Quer aproveitar oportunidades de viajar barato como essa? Então baixe o app do Melhores Destinos e ative as notificações!

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Ficou com vontade de viajar com a companhia ou prefere manter distância de lowcost? Diz pra gente nos comentários.

Nota final.