Gosto de viajar, adoro o clima de aeroporto e costumo sempre aproveitar e ver com bons olhos os momentos que passo enquanto aguardo o voo e também já no avião. E a viagem que fiz com a Delta de Amsterdã, na Holanda, até Orlando, nos Estados Unidos, trouxe muitos pontos positivos para a companhia aérea e alguns pontos negativos para o confuso e demorado serviço do aeroporto europeu.

Para começar, vamos falar do tempo de voo entre as duas cidades: mais de 10 horas. Apesar de gostar de viajar, já acho um pouco incômodo passar todo esse tempo sentado em uma classe econômica. Apesar disso, como entrarei com mais detalhes ao logo do texto, já posso adiantar que minha experiência com a Delta foi a melhor possível por dois motivos: o ótimo serviço de bordo e a sorte em não ter ninguém ao meu lado.

Isso, convenhamos, faz toda a diferença em um longo voo, para quem não está viajando com todo luxo e conforto de uma classe executiva. Agora, o que não dá para entender é como um moderno aeroporto como o de Amsterdã falha em não conseguir ter um serviço mais rápido para acelerar as longas filas que provavelmente devem fazer algumas pessoas mais atrasadas perderem seus voos.

Voo Toulouse – Amsterdã (e um breve passeio pela capital holandesa)

Antes de entrar em todos os detalhes do voo da Delta, vamos voltar um pouquinho no tempo, para algumas horas antes de embarcar para Orlando. Minha viagem naquele 18 de novembro começou bem cedinho, de madrugada. Estava com um grupo de jornalistas em Toulouse e o primeiro voo saiu da França perto das 6h, com a KLM, chegando na Holanda duas horas depois.

Como já havia despachado a bagagem na primeira parte da viagem, marcado o assento anteriormente (já com o check-in realizado) e tinha cinco horas de conexão em Amsterdã, eu e os outros brasileiros resolvemos pegar um trem até o centrinho da capital para desfrutar um pouco do que a cidade oferece – eu não conhecia Amsterdã e não dava para desperdiçar essa oportunidade, afinal, o trajeto demoraria apenas 15 minutos.

Tickets comprados, menos de uma hora depois do desembarque do voo já estávamos passando frio e tomando chuva nas ruas de Amsterdã (os termômetros marcavam 7 graus, mas a sensação térmica parecia abaixo do zero). Quando o sol finalmente apareceu, já voltávamos para a estação de trem e antes das 11h30 já estávamos indo para o embarque no aeroporto. E foi aí que vimos filas e mais filas.

Check-in e embarque

Como o check-in já tinha sido realizado e as malas já estavam despachadas, imaginamos que todo o trâmite seria rápido. Ledo engano. A primeira fila (de mais de 40 minutos) foi para passar pela inspeção e, por algum motivo que não sei até agora, encrencaram com minha bagagem de mão – passou duas vezes pelo sistema de raio-x, tiraram tudo de dentro dela e, sem encontrarem nada de errado (obviamente), me liberaram.

Na sequência, nova fila para finalmente formalizar a saída da Europa. Vale dizer, porém, que o próprio aplicativo da KLM já alertava da demora para o embarque e, antes de resolver sair para conhecer brevemente Amsterdã, vimos que nosso voo para Orlando estava naquele momento meia hora atrasado. E planejamos bem para chegar ao menos duas horas antes do voo no aeroporto.

No total, foram mais de 90 minutos entre a chegada à primeira fila e a entrada no salão de embarque – onde ainda tivemos que pegar uma nova fila, responder outras perguntas sobre nosso destino e preencher uma ficha com questionário de saúde sobre a Covid-19. Essa parte ao menos foi rápida e às 13h10, enfim, me sentei em minha poltrona.

Voo tranquilo e com gratas surpresas

Com 50 minutos de atraso, o Airbus A330 da Delta decolou de Amsterdã rumo a Orlando. Não fosse essa quase uma hora de demora, bem provavelmente teríamos que pedir alguma ajuda antes para furar fila e assim não perder nosso voo.

Mas, já aliviado dentro do avião, a primeira surpresa veio quando anunciaram o fechamento das portas: não havia ninguém ao meu lado. Se o espaço para as pernas já era até que bom, ficou ainda melhor poder me esticar. Troquei minha poltrona do corredor pela da janela e aproveitei para curtir todo o espaço que ganhei.

Não costumo dormir no avião, mas dessa vez precisava tirar um cochilo, ainda mais que minha jornada havia começado muitas horas antes. E, entre o início do voo e o primeiro serviço a bordo, consegui ao menos uma soneca de quase uma horinha.

Fui despertado pelo anúncio da primeira refeição, e já estava com fome quando recebi um almoço completo: arroz com frango e legumes, salada e sorvete de sobremesa. Ao longo da viagem, reparei como o serviço de bordo não parava – até por ser um voo diurno, imagino que as pessoas aproveitavam para tomar mais bebidas (vi bastante gente pedindo vinho), já que não era todo mundo que estava dormindo.

Nas horas seguintes, fui surpreendido ainda por um stroopwafel (a bolachinha tradicional holandesa), uma nova refeição (um roll de frango apimentado e muito gostoso com um mousse de maracujá de sobremesa) e, antes do pouso, um chocolatinho amargo de despedida. E vou dizer: tudo estava muito saboroso!

Wi-fi e entretenimento

Hoje em dia, estamos praticamente 100% conectados, e nos voos não tem sido diferente. Quer dizer, nos voos que oferecem wi-fi.

A Delta é uma dessas companhias que não pararam no passado e já estão com conexão em suas aeronaves (ao menos na que voei). Se para ter uma internet de alta velocidade é preciso pagar, o serviço de mensagens é gratuito durante toda a viagem, e é possível enviar um WhatsApp para seus amigos e familiares nas mais de 10 horas de voo e a mais de 10 mil metros de altitude.

O serviço de entretenimento também é bom e aproveitei, entre um cochilo e outro, para atualizar minha lista de filmes. Entre clássicos antigos e títulos novos, optei pelo novo ‘Trem-Bala’, filme de 2022 com Brad Pitt e outros atores famosos.

Logo depois que entrei no avião, vale ainda lembrar, passaram entregando um fone de ouvido para quem quisesse e um ‘kit viagem’ contendo um protetor auricular e lenço umedecido. Parece bobagem, mas quantas companhias entregam isso sem você pedir? Além disso, tinha ainda o famoso kit ‘travesseio/cobertor’. No meu caso, se quisesse, ainda poderia usar o da poltrona vazia ao lado – e só usei o travesseiro para ter um pouco mais de conforto.

Chegada aos Estados Unidos

Apesar da longa demora para sair de Amsterdã, o avião pousou às 17h20 em Orlando, com apenas poucos minutos de atraso e um lindo pôr do sol visto da janela.

A fila da imigração para entrar nos Estados Unidos também foi bem tranquila e, após 20 minutos depois de descer do avião, já estava na esteira esperando minha mala.

Programa de fidelidade

O programa de fidelidade da Delta é o SkyMiles, que tem parceria com várias outras companhias aéreas, incluindo a Latam. A Delta, aliás, é uma das fundadoras da aliança SkyTeam.

Até 2020 a Delta tinha uma parceria com o programa Smiles, da Gol, mas eles se separaram e a nova união foi com a Latam Pass – e quem tem pontos nesse programa pode solicitar para fazer um voo com a Delta, que possui uma rede com mais de 300 destinos em todo o mundo.

No entanto, como viajei a convite da Disney, Azul e Airbus e não paguei pela passagem aérea, acabei não acumulando as milhas do voo.

Conclusão

Como vocês puderam acompanhar, a viagem de mais de 10 horas no Airbus A330 da Delta até que foi boa: dormi, comi bem, vi um filme e descansei principalmente por causa da poltrona vazia ao lado. O atendimento dos comissários foi muito bom e o voo foi bem agradável na medida do possível. O único ponto negativo mesmo vai para o serviço do Aeroporto de Amsterdã, que deixou a desejar devido às suas várias filas e confusão para embarque.

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Nota final.