O que fazer em Brisbane: roteiro completo e dicas de quem mora na Austrália
O que fazer em Brisbane: roteiro completo e dicas de quem mora na Austrália
Brisbane, capital do estado de Queensland, é um dos destinos mais procurados da Austrália. Moderna e vibrante, a cidade é repleta de restaurantes, cafés, jardins incríveis e várias opções de lazer, além de ser muito procurada por brasileiros para estudar e trabalhar. Nossa leitora Cháris Rocha mora há dois anos por lá e compartilhou com a gente um roteiro completo, com informações úteis, passeios, transporte e todas as dicas de Brisbane, confira!
O que fazer em Brisbane: Roteiro completo e dicas de quem mora na Austrália
**Por Cháris Rocha
Brisbane está localizada na região centro-leste da Austrália, próxima ao litoral (1 hora de carro de Gold Coast e 1h30 de Sunshine Coast). É a terceira maior cidade do país, com uma população de cerca de 2,4 milhões de habitantes (número estimado em 2020).
Apesar de ser uma capital, uma das maiores cidades do país e não ter praias oceânicas na principal região urbana, o ritmo da cidade é considerado bastante descontraído, conforme o esperado para o estado de Queensland e suas famosas cidades turísticas litorâneas.
É uma cidade que está em forte desenvolvimento, com muitos prédios sendo construídos – especialmente na parte central – e novos bairros crescendo rapidamente nos subúrbios, além de uma cena cultural efervescente.
O coração de Brisbane se desenvolve entre as curvas do rio que dá nome à cidade, trazendo um ar leve e brilhante à paisagem urbana. A cidade tem uma combinação bastante interessante entre atrativos urbanos, vida cultural, paisagens naturais e atividades de lazer ao ar livre.
Possui um centro comercial moderno e movimentado, com muitas lojas, escritórios, bares e restaurantes; arquitetura histórica; diversos campi universitários; centros culturais de grande relevância; agitada vida noturna; caminhos cênicos ao longo da orla do rio; e parques públicos com muitos atrativos, incluindo uma praia artificial na beira do rio.
Por ter essa combinação de apresentar muitas oportunidades de trabalho e estudo, vida cultural intensa, clima agradável, opções de lazer, e ainda apresentar um custo de vida mais baixo e ritmo de vida mais descontraído que Sydney e Melbourne, a cidade tem sido escolhida como morada por muitos australianos e imigrantes, incluindo um grande número de brasileiros que vai ao país estudar e/ou trabalhar.
Como todas as grandes cidades australianas, é bastante cosmopolita, oferecendo encontros com muitas línguas, culinárias, eventos e artigos comerciais de todos os cantos do mundo através de suas ruas. A arquitetura da cidade é um tanto peculiar, conciliando arranha-céus modernos, prédios históricos e casas de madeira com grandes varandas do típico estilo Queenslander.
Além disso, apresenta significantes diferenças urbanísticas e geográficas entre os bairros, proporcionando uma experiência variada ao se transitar pela metrópole.
Brisbane é uma das principais cidades do país e tem muitos atrativos turísticos, recebendo um número cada vez maior de visitantes internacionais (cerca de 1,6 milhão em 2016).
Porém, considerando o que a cidade tem a oferecer, é considerada ainda bastante subestimada turisticamente, ofertando uma rica experiência turística sem o inconveniente de multidões de visitantes.
Ela funciona ainda como um importante hub para outros polos turísticos do estado de Queensland – como Cairns, Gold Coast, Sunshine Coast, Fraser Island e Whitsunday Islands – e outras regiões do país. Conta com o maior aeroporto do estado, recebendo voos do Brasil, e muitas linhas de trem e ônibus.
O inglês australiano é considerado desafiador por suas peculiaridades e isso não é diferente em Brisbane, podendo causar um estranhamento inicial ao visitante.
Porém, a população de Brisbane é bastante receptiva e faz o possível para se comunicar ao perceber as dificuldades dos interlocutores. É, assim, uma metrópole muito acolhedora em todos os sentidos.
Quando ir a Brisbane
Com invernos amenos e ensolarados e verões quentes com chuvas rápidas, Brisbane proporciona um visita agradável em qualquer época do ano. Nos meses de verão (dezembro, janeiro, fevereiro), porém, pode ser um pouco desagradável caminhar na rua nos dias mais quentes e úmidos.
O clima local é considerado bastante agradável, com uma média de quase 80% de dias ensolarados ao longo do ano, inverno ameno e seco (céu muito claro e temperaturas oscilando entre 20 e 15ºC), e verão quente e mais úmido (temperaturas entre 25 e 30ºC e chuvas rápidas).
Como se locomover em Brisbane
Brisbane é uma cidade bastante acessível para visitantes, contando com um eficiente sistema de transporte coletivo através de trens, ônibus e barcos que cobrem bem as diferentes regiões da cidade, principalmente as áreas de interesse turístico. A locomoção para visitantes é ainda mais facilitada, tendo em vista que a região de maior interesse turístico é predominantemente plana e as distâncias entre os principais pontos de interesse não são grandes.
Além disso, a cidade conta com um sistema de aluguel de bicicletas fácil de acessar e que pode ser utilizado praticamente de graça. Há ótimas ciclovias por toda região central, muitas delas passando por rotas na orla do rio, provendo uma visão muito agradável da cidade. Dessa forma, uma das melhores maneiras de conhecer a cidade é pedalando.
O sistema de aluguel funciona da seguinte maneira: o usuário faz um cadastro no site City Cycle e pode escolher por quanto tempo deseja dispor do serviço (um dia, vários dias, semanas ou ano), pagando a taxa correspondente pelo cartão de crédito. Com este cadastro feito, o sistema gera um código de usuário que é utilizado para retirar as bicicletas nas estações distribuídas ao longo de toda a cidade.
Não é cobrada nenhuma taxa para cada meia hora ininterrupta de uso, então, é possível utilizar cada bicicleta durante todo o dia sem ter praticamente nenhum custo, desde que, a cada meia hora, o usuário devolva a bicicleta em uma estação e espere um minuto para retirá-la novamente. Há estações por toda a cidade, a maioria das bicicletas está em ótimas condições e vem com capacete.
Outra opção agradável e de baixo custo para circular na zona central é a utilização do sistema gratuito de ferry boats. O City Hopper oferece ferries gratuitos que circulam entre oito estações – cobrem a área do CBD, South Bank, Kangaroo Point e New Farm – a cada meia hora.
Essa é uma popular maneira de combinar o transporte entre os pontos de interesse turístico com um passeio, tornando-se mais uma atração gratuita da cidade. O eficiente transporte através do rio estende-se para as demais áreas da cidade, com barcos saindo em intervalos entre 10 e 15 minutos. Para esses trajetos fora da área central as passagens são cobradas.
O que fazer em Brisbane
CBD ou City (Centro)
O centro comercial das cidades australianas é geralmente identificado como City ou CBD (Central Business District). Em Brisbane esta área urbana encontra-se encaixada em uma das curvas do rio, sendo toda cercada pela água, com exceção da sua porção Norte, que faz divisa com o bairro Spring Hill.
A city concentra grande densidade de lojas, escritórios, cafés, bares, restaurantes e hotéis, além de algumas construções históricas, um campus universitário e o jardim botânico do centro (Brisbane City Botanic Gardens).
Como qualquer centro de cidade, é bastante agitada durante o dia, mas apesar dos prédios altos e da correria tradicional de cidade grande, é uma área arejada e encantadora, na qual a orla do rio e a vegetação do jardim botânico estão sempre a poucos passos.
É muito fácil se locomover a pé pela região, por ser majoritariamente plana e ter os quarteirões bem ortogonais. As ruas no sentido norte-sul recebem nomes femininos (Ann, Elizabeth, Margaret…) e as perpendiculares a essas, nomes masculinos (Edward, George, William…).
A principal rua do centro é a Queen Street, boa parte da qual tem circulação exclusiva para pedestres (um calçadão). Ao longo da rua, encontram-se muitas lojas de rua e diversos shoppings e galerias, formando um complexo de mais de 700 estabelecimentos comerciais.
Na porção noroeste da City está localizado o prédio do City Hall, considerado o coração da cidade. Imponente construção neoclássica concluída em 1930, abriga a maior câmara municipal da Austrália, além de áreas culturais abertas ao público como o Museu de Brisbane, a Torre do Relógio, dois cafés (um deles de 1936) e salas onde são realizados concertos e outros eventos. O espaço funciona sete dias por semana e a entrada é gratuita.
Há opções de tours guiados gratuitos para conhecer o prédio e também para apreciar vistas da cidade de cima da torre de 92 metros, sendo necessário, porém, reservar com antecedência. O Museu de Brisbane funciona no terceiro andar, apresentando interessantes exposições sobre história e cultura local, também com entrada franca. Em frente ao City Hall está a King George Square, praça onde eventos públicos são frequentemente realizados.
Duas quadras ao sul, quase na ponta da Victoria Bridge, outro prédio histórico chama atenção: o Treasury Building. Construído pelo governo de Queensland entre 1886 e 1928, é considerado importante pela sua arquitetura no estilo renascentista italiano. Hoje abriga um complexo de cassinos, bares, restaurantes e luxuoso hotel, abertos 24 horas por dia.
Seguindo pela borda sudoeste da city, no número 115 da William Street encontra-se o mais antigo edifício ocupado de Brisbane. Construído por condenados em 1829, os antigos armazéns hoje abrigam o Commissariat Store Museum, pequeno museu dedicado à história penal e colonial de Queensland. A entrada é paga.
Na continuação da caminhada para a ponta sul da city, chega-se à Parliament House, construção no estilo renascentista francês finalizada em 1868 que até hoje abriga o parlamento de Queensland. Há visitas guiadas disponíveis todos os dias em diversos horários com opções gratuitas e pagas.
Seguindo a George Street – que neste ponto passa a se chamar Main Drive – adentra-se o campus da QUT (Queensland University of Technology). A caminhada através dos prédios universitários é bastante agradável, integrando o ar fresco da beira do rio, jardins bem cuidados na continuação dos Botanic Gardens, prédios históricos e modernos, e algumas opções de restaurantes, cafés e espaços de lazer. Entre as construções destaca-se a Old Government House.
Considerado o mais importante prédio histórico de Queensland, foi construído em 1862 para ser a residência do primeiro governador e sede administrativa do estado. Em 1910 passou a ser a sede da QUT e hoje abriga uma galeria de arte e espaços para eventos culturais. A entrada é gratuita.
A leste do campus conecta-se o City Botanic Gardens, o segundo jardim botânico mais antigo da Austrália. É um local ideal para relaxar em um dia quente entre as sombras de muitas árvores centenárias, canteiros de flores coloridas e diversas aves aquáticas. Esses jardins dominam a ponta sul da City, contornando o rio desde sua borda do lado leste (avistando-se dali o penhasco do chamado Kangaroo Point na outra margem do rio) até a borda virada para o chamado South Bank no lado oeste.
A Goodwill Bridge – ponte para pedestres e ciclistas de cerca de 500 metros de extensão – é uma fantástica ligação entre essas duas áreas de grande interesse na cidade (Botanic Gardens e South Bank). Cruzar essa ponte, além de ser um caminho conveniente, vale ainda muito a pena pelas ótimas vistas que oferece da City, do South Bank e, principalmente, do resplandecente rio Brisbane – especialmente no horário em que o sol se põe.
Já na orla leste da City não há pontes, mas há um caminho de pedestres e bicicletas igualmente agradável, estendendo-se por mais de 2 km desde a ponta sul do Jardim Botânico, até o extremo norte do CBD, na divisa com os bairros Spring Hill e Fortitude Valley.
O percurso por esse caminho, além de oferecer ótimas vistas do rio, apresenta muitas opções de bares, cafés, restaurantes e festas, principalmente no complexo chamado Eagle Street Pier (também conhecido como Riverside).
A área é bastante movimentada também à noite, com ótimas vistas da iluminada Story Bridge (ponte icônica da cidade, enfeitada com luzes coloridas).
Nessa área encontra-se, ainda, a Customs House, bela construção de 1886 onde funcionava a antiga alfândega e hoje abriga um espaço cultural pertencente à University of Queensland.
Já fora da área mais comercial do CBD, no limite noroeste desta região encontra-se o Roma Street Parkland, o maior jardim subtropical em um centro urbano do mundo. São 16 hectares de parque com diferentes recantos, gramados, lagos, surpreendentes jardins e brinquedos infantis bem elaborados.
No parque há ainda um grande anfiteatro ao ar livre e amplas áreas abertas onde são realizados diversos eventos públicos, como feiras gastronômicas e festivais de música.
South Bank
Na margem sul do rio Brisbane, a sudoeste da city situa-se a área mais vibrante da cidade, chamada de South Bank. Essa área abrigou o primeiro centro da cidade no século XIX, porém, em decorrência de uma severa enchente em 1883 o centro foi movido para onde é hoje – na outra margem do rio. Após isso, a região tornou-se uma zona portuária e industrial, que ao longo do tempo foi ficando abandonada.
Tudo mudou quando Brisbane foi escolhida como sede da Exposição Mundial de 1988 (Expo 88) e a região foi completamente modificada para abrigar esse grande evento. A população da cidade gostou tanto de utilizar aquele espaço que solicitou que a zona continuasse sendo um centro de cultura e lazer após o término da exposição. Desde então, o South Bank segue crescendo, oferecendo cada vez mais atrações. Atualmente, esse complexo estende-se ao longo de cerca de 2 km na orla e ocupa uma área de 17 hectares, com muitas opções de cultura, entretenimento, recreação e gastronomia.
No extremo norte da área encontra-se a bonita ponte de pedestres Kurilpa, que faz a ligação entre essa ponta do South Bank e o CBD. Seguindo a orla, logo a frente localiza-se uma das melhores atrações da área, a Gallery of Modern Art (GOMA). Essa é a maior galeria de arte moderna e contemporânea do país, dedicada à arte produzida a partir da década de 70 na Austrália, Ásia e Pacífico.
Além das exposições de arte, o espaço oferece ainda uma área com atividades para crianças, um café e um cinema com programação cult. A entrada é gratuita e há tours guiados também sem custo.
Logo ao lado da GOMA está a enorme Biblioteca Estadual de Queensland, que além de disponibilizar um acervo de obras de todo o mundo, ainda sedia exposições, um centro de conhecimento indígena e um espaço comunitário digital, chamado The Edge (prédio anexo, ao qual vale uma visita para tomar um café, mesmo que não vá se utilizar do espaço para trabalhar).
Seguindo ao sul, o complexo cultural tem continuidade com a Queensland Art Gallery (QAG), galeria com três andares de exposições, a qual oferece uma experiência complementar à GOMA, tendo um acervo de obras nacionais e internacionais, em sua maioria produzias até a década de 70. A entrada é gratuita e há tours guiados também sem custo.
No prédio adjacente à QAG encontra-se o Queensland Museum and Science Centre, museu de história natural que conta com reproduções de animais pré-históricos e atuais em tamanho real, além de exposições interativas e atividades práticas, muito apreciadas pelas crianças. A entrada é paga.
Fechando o complexo do Queensland Cultural Centre, já na altura da principal ponte que liga o South Bank ao CBD, situa-se o Queensland Performing Arts Centre (QPAC), um enorme teatro onde são exibidos concertos, óperas e peças teatrais, espetáculos de dança e outras performances.
Em frente ao QPAC há uma área aberta onde são frequentemente realizados eventos como shows e feiras gastronômicas e de artesanato.
Nesse espaço encontra-se o famoso letreiro com o nome da cidade, um dos pontos preferidos pelos turistas para registrar em fotos a visita à Brisbane.
Na parte sul desse espaço aberto encontra-se a também famosa Wheel of Brisbane, roda gigante de 60 metros de altura, que proporciona vistas de 360º de toda a região.
Seguindo a caminhada ao sul pela orla do rio, depara-se com o Nepalese Peace Pagoda, uma pequena construção típica nepalesa que acabou sendo o único prédio remanescente da Expo 88. A pagoda fica aberta aos visitantes ao longo do dia sem custos e vale a rápida visita por sua beleza peculiar.
Na sequência, há uma série de agradáveis jardins que simulam uma floresta tropical; um parquinho infantil tão elaborado que até os adultos têm dificuldade de resistir em brincar um pouco; e várias áreas para piquenique e churrasqueiras.
Chega-se então a uma das principais atrações da região, a praia artificial. De uso gratuito e sem nenhuma restrição de acesso (exatamente como uma praia natural), esse espaço fica cheio nos finais de semana de calor e conta até com serviço de salva-vidas durante as horas mais movimentadas do dia.
Na praia há duas piscinas principais com profundidades variadas, cercadas por uma faixa de areais branquinhas, vários gramados e decks de madeira com bancos e guarda-sóis (tudo de uso livre) nos quais as famílias espalham suas toalhas e aproveitam o banho de sol.
Na continuidade desse complexo há ainda uma terceira piscina bem rasa cheia de brinquedos aquáticos que fazem a diversão de todas as crianças pequenas.
Diversos bares e restaurantes com convidativas áreas externas e, frequentemente, música ao vivo tocando se espalham pelas imediações, completando o clima praiano da área. Tomar um chope na varanda de um pub olhando o pôr do sol no rio após uma tarde de sol e mergulhos na praia de Brisbane é um dos programas mais populares entre os locais.
A parte sul do South Bank segue com diversos caminhos e áreas de lazer, jardins, gramados, espaços para piquenique, além de mais bares, cafés e restaurantes.
Esses espaços são muito utilizados pela população local, que tem o costume de comemorar aniversários e outras datas festivas nos parques públicos. A atmosfera em toda essa região é super vibrante durante os finais de tarde e finais de semana.
Fechando a região no extremo sul, em frente à ponte Goodwill, encontra-se o Queensland Maritime Museum, onde estão expostas algumas embarcações de verdade, diversas maquetes e outros equipamentos marítimos. A entrada é cobrada.
West End
Região com uma forte cena boêmia, West End difere contrasta poucas movimentadas ruas de alta concentração de estabelecimentos comerciais com o restante do bairro majoritariamente residencial e tranquilo. Morada de muitos estudantes de artes (as principais escolas de arte localizam-se no bairro vizinho – South Brisbane), a região tem um apelo bastante cultural e alternativo.
Ao longo e nos arredores da Boundary St. abundam cafés, bares de música ao vivo, restaurantes, cervejarias locais, brechós, e lojas de livros e artigos alternativos. Todas as sextas e sábados ocorre a Boundary Street Markets, uma animada feira de comidas de rua.
O clima artístico e alternativo não se limita apenas aos estabelecimentos comerciais, se fazendo presente também na extensiva arte de rua que colore diversos muros e equipamentos urbanos em todo o bairro.
A região apresenta ainda forte diversidade étnica, sendo fácil encontrar restaurantes e delicatessens de produtos estrangeiros, especialmente gregos. A presença grega aqui é tão forte que há uma bonita igreja ortodoxa grega na região – St George Greek Orthodox Church – e um Festival Grego, com comidas, apresentações e outras atividades culturais típicos, que ocorre todos os anos em maio.
Além da intensa vida boêmia/cultural/gastronômica, West End guarda seu charmoso e agradável lado residencial. Boa parte do bairro se desenvolve próximo às margens do rio, proporcionando agradáveis passeios a pé ou de bicicleta com belas vistas, especialmente na região do Orleigh Park.
Kangaroo Point
Esse subúrbio, que se encaixa em uma estreita curva do rio a leste do CBD, é uma popular área de lazer da cidade. Toda a margem do bairro voltada para o CBD é contornada por uma sequência de parques os quais oferecem inúmeros espaços para piquenique, churrasqueiras, equipamentos para exercício e brinquedos para crianças. Ao longo desses parques estende-se uma agradável ciclovia que contorna quase todo o bairro e o conecta com o extremo sul do South Bank.
Na porção sudoeste da região, destacam-se bonitas falésias de origem vulcânica conhecidas como Kangaroo Point Cliffs. Listadas como patrimônio natural, essas falésias são um ponto popular para escaladas e rapel. Mas não são só os amantes dessas atividades que aproveitam o local.
A parte superior dos cliffs é também bastante apreciada para a realização de piqueniques, especialmente nos finais de tarde, sendo um dos melhores locais para se admirar o pôr do sol refletindo no rio Brisbane e criando um bonito jogo de sombras com as construções do CBD.
Ainda no Kangaroo Point localiza-se outro ícone da cidade, a Story Bridge. Essa ponte metálica listada no patrimônio histórico de Queensland trata-se da mais comprida ponte em estrutura cantilever da Austrália. Ela faz a ligação entre Kagaroo Point e Fortitude Valley. Além de ser uma via de transporte bastante útil e uma obra de grande destaque na paisagem urbana, a Story Bridge ainda oferece uma excitante opção de passeio turístico: a escalada da ponte.
Esse programa consiste em uma subida guiada através de algumas centenas de degraus que levam à parte superior da estrutura da ponte. Ao longo de cerca de duas horas e meia de trajeto, os visitantes recebem explicações sobre a história da ponte e da cidade, além, é claro, de se deleitarem com as paisagens de Brisbane vista do alto.
New Farm
Esse tranquilo e arborizado subúrbio de Brisbane é conhecido como “pequena Itália” pela forte presença de imigrantes italianos na região, oferecendo por esse motivo, uma variedade de opções dessa culinária.
Na porção sudeste do bairro, às margens do rio, fica a Brisbane Powerhouse, uma antiga usina elétrica que foi transformada em um interessante centro de arte contemporânea, o qual sedia exposições de artes visuais, performances de vários gêneros e eventos gastronômicos, muitos deles gratuitos.
A visita ao prédio em si já vale a pena pela peculiaridade do espaço, com maquinário industrial, luminárias feitas de antigos transformadores e intervenções artísticas por todos os lados. Além disso, o espaço abriga dois elegantes restaurantes na beira do rio. A entrada é gratuita e um áudio tour pode ser baixado no aplicativo Generator.
Ao lado da Powerhouse encontra-se o extenso New Farm Park, uma área de 15 hectares que faz parte do patrimônio histórico da cidade. Popular entre a população local, o parque oferece quadras de esportes, espaços para piquenique e churrascos, um bem cuidado jardim de rosas, e um lindo caminho de jacarandás.
Todas as margens de New Farm delimitadas pelo rio são contornadas por um caminho para ciclistas e pedestres praticamente contínuo que vai desde a região de Teneriffe, no lado nordeste, passando pela Power House e pelo New Farm Park, adentrando o Merthyr Park no canto sudoeste do bairro e, logo após, passando a fluir sobre o rio em uma passarela suspensa chamada New Farm Riverwalk. Com 870 metros de extensão, esse caminho suspenso oferece um passeio muito agradável, com vistas privilegiadas de dentro do rio.
Ao final do percurso ao norte a passarela desemboca em outro belo parque ao pé das falésias presentes nesta região, já adentrando o bairro de Fortitude Valley.
Nessa área há restaurantes, cafés, bares e cervejarias, sendo uma região interessante tanto durante o dia quanto à noite, quando fica iluminada pelas luzes coloridas da Story Bridge logo acima. A ligação entre a orla do rio e a porção do bairro que fica no alto das falésias é feita por elevadores públicos de uso gratuito.
Fortitude Vallley
Esse bairro de Brisbane, que no final do século XIX foi um importante centro comercial e depois acabou se tornando uma área decadente, hoje abriga a principal zona boêmia da cidade. Aqui estão concentrados em poucas ruas muitos restaurantes, bares, cafés, casas noturnas e comércios em geral. Nos finais de semana acontece um movimentado mercado ao ar livre na Brunswich St.
Como toda grande cidade australiana, Brisbane também tem sua Chinatown, que no caso concentra-se na Duncan St. A rua toda é enfeitada com os tradicionais adereços chineses, e portais típicos com esculturas são encontrados nos dois extremos dessa rua. Aqui abundam aromas de diferentes culinárias orientais e diversos animados eventos ao longo do ano, como filmes ao ar livre no verão e grandes festividades na época do ano novo chinês.
Fora da área central
Apesar da área de maior interesse turístico estar concentrada nos bairros ao redor da city, há ainda algumas atrações interessantes fora da zona central da cidade.
Situado junto à última estação de ferries na margem norte do rio, o Eat Street Northshore é um complexo de gastronomia construído em antigas docas abandonadas. Nesse imenso food park encontram-se mais de 70 “containers” vendendo comidas de todo o mundo. Há diferentes áreas cobertas e ao ar livre com mesas e poltronas, decorados de maneira a criar uma atmosfera “cool” nessa área mais industrial à beira do rio.
Além de comidas e bebidas, há sempre música ao vivo e algumas bancas de artesanato. O espaço abre todas as sextas e sábados das 16h às 22h e nos domingos do meio dia às 20h. É cobrada uma taxa de entrada de 3 dólares (em maio de 2020).
Pouco antes de terminar no mar, o rio Brisbane recebe um afluente que desemboca em sua margem norte. É bem no topo da colina que existente nessa confluência que se localiza a Newstead House. Essa residência construída em 1846 é a casa mais antiga do estado de Brisbane. Hoje ela é funciona como uma espécie de museu aberto ao público, exibindo mobiliário vitoriano, antiguidades e roupas de época. Além do interessante valor histórico, a visita vale a pena pelas bonitas vistas do rio e o passeio pelo agradável parque ao seu redor. A entrada no parque é gratuita e a visita ao interior da casa é cobrada.
Mt. Coot-tha Reserve é uma das visitas que vale muito a pena por ser gratuita e proporcionar passeios agradáveis e uma visão de Brisbane de um novo ângulo. Localizado a apenas 15 minutos de carro ou ônibus do CBD, este parque inclui um mirante no alto da colina, o qual proporciona ótimas vistas da parte central da cidade entre as curvas do rio. Em dias com boa visibilidade é possível avistar as ilhas de Moreton e Stradbroke no litoral. Junto ao mirante há um café e um restaurante refinado onde eventos como casamentos são realizados.
No parque há ainda diversas opções de trilhas com duração desde 15 minutos até algumas horas, as quais levam a cachoeiras, áreas de piquenique e obras de arte de artistas aborígenes contemporâneos. Na base da colina fica o exuberante Brisbane Botanic Gardens – Jardim Botânico de Brisbane – uma área de 52 hectares com incríveis jardins de espécies de todo o mundo. A entrada é gratuita e oferece a opção de tours guiados tanto a pé quanto em micro-ônibus.
Logo na entrada do Jardim Botânico encontra-se o Sir Thomas Brisbane Planetarium, o maior planetário da Austrália. A entrada é gratuita, possibilitando apreciar as cativantes exposições permanentes a respeito do espaço sideral. Além disso, há um programa regular de diversos shows dentro da cúpula (Cosmic Skydome), para os quais são cobrados ingressos. Há ônibus partindo do centro de Brisbane durante todo o dia para o Mt. Coot-tha, fazendo paradas no Jardim Botânico/ Planetário e no mirante.
Outra atração muito popular nos arredores de Brisbane é o Lone Pine Koala Sanctuary – uma reserva ecológica onde os visitantes podem conhecer exemplares da peculiar fauna australiana, não apenas coalas, mas também cangurus, crocodilos, ornitorrincos, vombates, dingos, equidnas, demônios-da-tasmânia, aves e répteis exóticos. O Lone Pine fica a 12 km da city, sendo possível chegar lá de ônibus partindo do centro em 45 minutos ou através de um cruzeiro pelo rio, operado por empresa parceira do parque. A entrada é paga.
Menos conhecido, Redcliffe é um subúrbio litorâneo que fica a 28 km do CBD (cerca de 45 minutos de carro), local onde Brisbane teve sua origem como uma colônia penal em 1824. Apesar de banhadas pelo oceano, as praias de Redcliffe lembram a orla de uma grande lagoa, já que a região marítima é protegida por ilhas que impedem a formação de ondas.
Assim como no South Bank, o maior atrativo da região nos dias quentes é a Settlement Cove Lagoon, enorme piscina pública desfrutada pelos locais como uma verdadeira praia. Próximo à orla fica o centro comercial da região. Uma galeria a céu aberto foi transformada em memorial ao grupo Bee Gees, que realizou seu primeiro show por ali, onde moravam no final da década de 50.
Arredores de Brisbane
Se o visitante deseja explorar bem a região, ou se não dispõe de tempo para seguir para as paradisíacas praias ao norte de Queensland ou ao sul no estado de New South Wales, há duas ótimas opções litorâneas nos arredores de Brisbane que não deixam nada a desejar: as ilhas de North Stradbroke e Moreton.
North Stradbroke Island
North Stradbroke Island, conhecida como “Stradie” pelos locais, é uma das muitas ilhas de areia do litoral de Queensland e a segunda maior ilha de areia do mundo. Situada a apenas 30 minutos de ferry do subúrbio de Cleveland (45 minutos de carro do centro de Brisbane), a ilha, que abriga praias paradisíacas, ótimas ondas para prática de surfe e boas opções de hospedagem, restaurantes e cafés, é um dos principais destinos de final de semana dos habitantes de Brisbane.
Outro forte atrativo do local é a abundância de animais aquáticos, sendo muito comum avistar golfinhos, tartarugas, arraias e baleias jubarte, que entre os meses de junho e novembro cruzam o mar muito próximo à ilha.
Como a maioria das ilhas de areia do litoral de Queensland, a maior parte do território de Stradie não é habitado, sendo possível visitar diversas praias maravilhosas e áreas verdes sem nenhuma construção à vista. A porção mais desenvolvida da ilha, onde se encontra a maior parte das acomodações e comércios, fica na ponta nordeste, no chamado Point Lookout. Aqui estão as praias mais famosas e “instagramáveis” de Stradie, como Cylinder, Deadmans, Frenchman e a minúscula, mas encantadora, South Gorge Beach.
Um passeio imperdível na região é a rota de caminhada chamada North Gorge Walk, um caminho fácil de percorrer de cerca de 20 minutos, passando em torno de uma fenda nas pedras por onde o mar se esgueira proporcionando um visual deslumbrante.
Ali por perto também é muito comum encontrar cangurus circulando.
Além de Point Lookout, há outros pequenos vilarejos na ilha em Amity Point e Dunwich, aonde chegam os ferries de Brisbane. O interior da ilha ainda abriga alguns lagos e fontes naturais. Destacam-se o Brown Lake, onde pode se chegar de carro, a 4 km de Dunwich, e o Blue Lake, acessível apenas através de uma trilha de aproximadamente 45 minutos. Em ambos os lagos é possível nadar.
Apesar de existir uma linha de ônibus que faz o trajeto entre o local de chegada do ferry, Amity Point e Point Lookout, é recomendando visitar a ilha usando o próprio carro (pode ser alugado em Brisbane), pois isso possibilita explorar os vários recantos do local. Para quem vai à ilha com veículo equipado com tração nas quatro rodas, é possível comprar uma permissão para dirigir nas imensas faixas de areia delimitadas pelo azul brilhante do mar, um passeio muito apreciado pelos locais.
Moreton Island
Moreton Island fica logo ao norte de North Stradbroke e é a terceira maior ilha de areia do mundo. Menos povoada do que Stradie, aproximadamente 98% do território da ilha é parte de um parque nacional (Moreton Island National Park).
Para chegar à Moreton há diversas opções de embarcações saindo da zona portuária de Brisbane, algumas apenas para pedestres e outras para veículos também. O percurso até a região de Tagalooma leva cerca de 75 minutos. Há ainda um ferry que liga o norte de North Stradbroke Island com a região sul de Moreton, chamada de Kooringal.
Não há estradas pavimentadas, então, o deslocamento interno em Moreton Island só é possível com veículos com tração nas quatro rodas. O visitante pode optar por levar o carro (pode ser alugado em Brisbane) nos ferries ou contratar tours e serviços de transfer para se deslocar na ilha se preferir não dirigir. É permitido dirigir em quase todas as praias da ilha, porém, alguns pontos podem ficar cobertos pelo mar dependendo da maré, sendo recomendável verificar as condições no momento da visita.
A atividade mais famosa de Moreton Island é o mergulho de snorkel ao redor dos Tangalooma Wrecks, conjunto de 15 navios afundados próximos à costa na região de Tangalooma. Há opções de tours incluindo caiaque, snorkel e stand up paddles. Em Tangalooma fica o único resort da ilha, o qual promove sessões de alimentação a um grupo de golfinhos que aparecem na praia todos os dias ao entardecer. Para alimentar os golfinhos é necessário estar hospedado no resort ou fazer parte de um tour para passar o dia na ilha organizado por eles, mas para a atividade é aberta a todos que desejem assistir.
Há diversas trilhas pela ilha saindo da região de Tangalooma. A trilha mais icônica leva ao topo do monte Tempest, considerada a maior duna de areia do mundo, com 285 metros de altura. A subida é desafiadora, mas as vistas de 360º do alto compensam o esforço. Outra atividade bastante popular são os tours de barco para avistar animais marinhos, especialmente golfinhos.
A visita ao Cape Moreton Lighthouse, farol localizado no extremo norte da ilha, construído em 1857, é mais uma maneira privilegiada de admirar os animais marinhos que circulam próximos à Moreton. De lá é comum ver golfinhos, baleias, arraias, dugongos e tartarugas.
Além das diversas praias paradisíacas, com excelentes condições de banho, a ilha oferece também algumas lagoas de água doce, sendo a Blue Lagoon a mais popular delas. Por fim, um curioso atrativo da ilha são os resquícios históricos das duas guerras mundiais, sendo encontrados alguns prédios militares, fortes e até dois bunkers, remanescentes das importantes bases navais que existiam no local.
Além do complexo do Tangalooma Resort, há ainda três vilarejos na ilha, dois ao norte – Bulwer e Cowan Cowan – e o já citado Kooringal no extremo sul, nos quais se encontram algumas (poucas) opções de minimercados e restaurantes. As opções de hospedagem, apesar de não tão abundantes em número, tem faixas de preço (e conforto) para todos os gostos: resort, aluguel de casas, camping e glamping (camping com estrutura de luxo).
Agradecemos a Cháris pelas super dicas! E você, quer compartilhar sua viagem com os leitores do Melhores Destinos? Envie seu roteiro pra gente!