Passeios de trem: conheça 9 roteiros pelos trilhos do Brasil
Passeios de trem: conheça 9 roteiros pelos trilhos do Brasil
Embarcar em um trem e deixar se admirar pela paisagem que passa quase sem pressa pela janela é uma daquelas experiências que devem ser vividas pelo menos uma vez na vida. E não é preciso necessariamente ir até a Europa para curtir as delícias dos passeios de trem. No Brasil, embora pouca não muitos saibam, existem linhas férreas por onde as locomotivas seguem a todo vapor.
Neste post, apresentamos nove dos mais famosos roteiros sobre trilhos no nosso país. O que liga Vitória e Belo Horizonte, em uma viagem de 13 horas, é o único que ainda funciona como meio de transporte de passageiros. Mas há vários outros que levam turistas a divertidas viagens ao passado. Confira!
Trem Maria Fumaça da Serra Gaúcha (RS)
(Bento Gonçalves a Carlos Barbosa)
A Maria Fumaça é um dos passeios mais famosos e procurados por quem circula não apenas pelo Vale dos Vinhedos, na região de Bento Gonçalves, mas também por quem está turistando por Gramado e Canela, também na Serra Gaúcha. A locomotiva movida a vapor percorre um trecho de 23 quilômetros entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, um roteiro conhecido pelos vinhos, queijos e outras delícias, verdadeiros legados deixados pelos imigrantes italianos.
Ao longo do percurso, os vagões do trem viram palco para apresentações artísticas (de música, teatro e dança), que ficam ainda mais animadas após algumas provas de vinhos, espumantes e sucos de uva oferecidos nas estações em que o trem passa. Veja como foi nossa experiência no passeio com o trem Maria Fumaça na Serra Gaúcha.
Trem Maria Fumaça de Campinas (SP)
(Campinas a Jaguariúna)
Por causa da produção de café, o interior do São Paulo já contou com muitas linhas ferroviárias – boa parte delas hoje desativadas. Um dos poucos trajetos que permanecem é o do trem Maria Fumaça de Campinas, que liga a cidade a Jaguariúna. Os antigos vagões de trem percorrem 45 quilômetros da ferrovia construída no século 19. No caminho, monitores contam a história do período do café e também das tradicionais locomotivas que abasteciam a região. A viagem histórica conta ainda com belas paisagens: pela janela dos vagões, os passageiros podem admirar as belas paisagens das áreas de preservação, fazendas de café e apreciar a vista do alto das pontes sobre os rios Atibaia e Jaguari.
Passeio de trem de Curitiba a Morretes (PR)
O passeio de trem entre Curitiba e Morretes é um dos passeios de trem mais famosos do Brasil. E a beleza faz jus à fama: o trajeto passa por dentro da Serra do Mar, ziguezagueando pela parte mais preservada da Mata Atlântica em todo o país, passando por paredões de pedras, montanhas e pontes tão estreitas que, ao olhar da janela, parece que se está à beira de um despenhadeiro. É ainda uma viagem histórica: a locomotiva circula desde a construção da ferrovia para a exportação de erva-mate e madeira, em 1885.
São 110 quilômetros percorridos em uma viagem de aproximadamente quatro horas. É um dos mais longos passeios de trem do Brasil, mas nada cansativo. A paisagem compensa. E não bastasse isso, na chegada em Morretes ainda é possível saborear um delicioso barreado no fim do percurso, prato típico do local. Boa pedida para quem pretende visitar Curitiba!
Passeio de trem de Tiradentes a São João del Rei (MG)
Visitar Tiradentes, em Minas Gerais, é por si só um passeio pela história brasileira. Para uma experiência ainda mais completa ao passado, os turistas podem pegar a locomotiva que liga a cidade a São João del Rei, onde uma das atrações é o Museu Ferroviário. São 12 quilômetros percorridos em um trecho da antiga Estada de Ferro Oeste de Minas, inaugurada em 1881, com a presença do imperador dom Pedro II. Nos 45 minutos de passeios de trem, os passageiros passam por fazendas, sítios e podem admirar o paredão da Serra de São José. O destino final, São João del Rei, é daquelas cidadezinhas históricas mais do que agradáveis para uma caminhada sem pressa: que preservam a arquitetura colonial e igrejas barrocas que valem muito a visita.
Linha de trem da Estrada de Ferro Vitória a Minas (MG/ES)
(De Vitória a Belo Horizonte)
A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que liga uma série de municípios no percurso entre Belo Horizonte a Vitória, é o único trajeto de trem diário de passageiros em atividade no país. É bem verdade que a maior parte dos três mil passageiros que embarcam diariamente na locomotiva fazem trechos mais curtos, entre as dezenas de paradas entre Minas Gerais e o Espírito Santo.
Mas essa pode também ser uma viagem longa e turística. Do começo ao fim da linha são 13 horas em meio a belas paisagens: a mata exuberante próxima a Belo Horizonte, na região da Serra do Caraçá, pequenas cidades, algumas fazendas e também todo o cenário do Vale do Rio Doce (afetado pelo desastre ambiental da Samarco, em 2015, é verdade). O trem é operado pela Vale e conta com lanchonete, restaurante e oferece também a opção de classe executiva, mais confortável para os que viajam longas distâncias.
Trem da Vale de Ouro Preto (MG)
(Outo Preto a Mariana)
Dezoito quilômetros ligam a primeira capital de Minas Gerais, Mariana, à turística cidade de Ouro Preto. No percurso realizado em uma hora, o Trem da Vale circula por uma ferrovia construída em 1883, passando por vales, túneis, cachoeiras, paredões de pedras e outros cenários típicos do interior mineiro. Percorrer a antiga Rota do Ouro é uma volta a um dos períodos mais importantes do passado brasileiro.
Trem do Corcovado (RJ)
Um dos mais tradicionais passeios de trem do Brasil é o que liga o bairro Cosme Velho ao Cristo Redentor, de onde se tem uma das mais impressionantes vistas sobre o Rio de Janeiro. O Trem do Corcovado, como é chamado, transporta todos os anos mais de 600 mil passageiros pela centenária Estrada de Ferro do Corcovado, subindo a uma altura de 710 metros. No percurso de 20 minutos, os turistas podem curtir as paisagens do Parque Nacional da Tijuca, um pedaço bem preservado da Mata Atlântica.
A linha foi inaugurada pelo imperador dom Pedro II em 1884 e utilizada para o transporte das peças para a montagem do Cristo Redentor. Além de ser um passeio histórico que termina em um dos mais famosos pontos turísticos do Brasil, o Cristo Redentor, é também ecológico. O trem é elétrico e parte da arrecadação da bilheteria é destinada ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIo). Saiba mais sobre horários e ingressos do Trem do Corcovado.
Expresso Turístico da CPTM
(De São Paulo ou Santo André a Mogi das Cruzes, Paranapiacaba ou Jundiaí)
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) oferece passeios turísticos para a Vila de Paranapiacaba (Santo André), Mogi das Cruzes e Jundiaí. As viagens geralmente ocorrem nos domingos e partem das estações Luz, em São Paulo, e Celso Daniel, em Santo André. Os percursos são feitos em confortáveis vagões dos anos 60, com funcionários vestidos a caráter, que também contam histórias a respeito das ferrovias paulistas.
Um dos passeios de trem da CPTM mais procurados pelos turistas é o com destino a Paranapiacaba, que abrigou imigrantes ingleses no fim do século 19, vindos ao Brasil para a construção da ferrovia paulista. A antiga vila inglesa até hoje conserva uma arquitetura diferenciada, como o maquinário do Relógio da Estação Alto da Serra e o Clube União Lyra Serrano. O passeio de trem da CPTM até Paranapiacaba percorre aproximadamente 48 quilômetros de linha férrea em 90 minutos, atravessando parte do que resta da vegetação nativa da Serra do Mar. E chegando lá, a frequente neblina sobre o vilarejo bem lembra a Inglaterra…
Locomotiva do Forró (PB)
(Campina Grande a Galante)
Durante os festejos juninos, uma locomotiva do Forró parte de Campina Grande rumo à cidade de Galante levando centenas de pessoas loooucas para dançar um bom forró pé de serra. Não importa em qual vagão você se acomodar: haverá um trio de forró e muita gente disposta a dançar, em um verdadeira festa. A música acompanha a viagem de ida e de volta, com 1h30 de duração cada uma. No intervalo os passageiros descem na cidade de Galante e ainda aproveitam os festejos juninos por lá. Simbora?