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Como não ser barrado na imigração: 12 erros que você pode evitar

Leonardo Cassol
25/02/2021 às 5:33

Como não ser barrado na imigração: 12 erros que você pode evitar

Todos os anos milhares de brasileiros são barrados na imigração e inadmitidos em outros países, principalmente ao tentar entrar nos Estados Unidos, Reino Unido e na União Europeia. Mesmo viajando a turismo e com um visto válido, este é um risco real, mas que pode ser superado cumprindo todas as exigências legais para a entrada no país desejado e seguindo algumas dicas simples.

Confira os principais erros cometidos pelos turistas ao viajar para o exterior e como evitá-los para não passar perrengue e não sentir aquele frio na espinha nas suas próximas férias.

12 erros que podem te barrar na imigração

1. Não ter a passagem de volta comprada

Viajar sem preocupação e sem data pra voltar, certo? Errado! Todos os países estabelecem um período máximo de estadia conforme o tipo de visto e a motivação da viagem. E uma das maneiras de controlar isso é exigindo que o viajante apresente uma passagem de retorno válida. Muitas vezes a exigência começa pela própria companhia aérea no momento do check-in no Brasil (caso seu voo de retorno não seja no mesmo bilhete da ida), podendo também ser exigida pelo agente de imigração.

Dica: tenha a passagem de volta impressa, além do seu itinerário completo de viagem, em mãos com seu passaporte (não coloque na mala despachada que você só vai pegar de volta depois da imigração e não conte com ela no celular).

2. Não comprovar que tem dinheiro para bancar a viagem

É comum os oficiais de imigração perguntarem o que você faz no Brasil, tentando inferir seus vínculos com o país e sua capacidade financeira de pagar pela viagem. Mas o que muitos não sabem é que frequentemente eles perguntam quanto dinheiro em espécie você está trazendo. E a quantia informada precisa ser compatível com a duração da sua visita. Uma conta razoável é 60 euros ou dólares por dia de estadia. Caso viaje com uma quantia acima de US$ 10.000 nos Estados Unidos ou € 10.000 na União Europeia, é obrigatório declarar tais valores, sujeito até a prisão.

Vale destacar que nada impede que você comprove que tem limite no cartão de crédito para utilizar na viagem, ou mesmo que pode sacar da sua conta bancária no Brasil usando o caixa automático. Mas, nesses casos, o agente pode pedir para ver o saldo ou o limite disponível no cartão (é bom ter uma fatura do cartão ou o saldo impresso da sua conta com a data). Eu costumo viajar com pouco dinheiro em mãos, já que pois faço viagens mais curtas com reservas pré-pagas nos hotéis, além de utilizar o cartão de crédito. Nunca tive problemas.

3. Não comprovar onde vai se hospedar durante a viagem

Se você vai ficar em hotel ou num Airbnb, por exemplo, leve impresso o comprovante da sua reserva com a informação do pagamento. Saiba que os agentes podem verificar se a reserva está ativa e válida. Além disso, a sua estadia deve ser compatível com o propósito da sua viagem. Exemplo: se você diz que vai fazer turismo numa cidade, não adianta apresentar comprovante de estadia num lugar remoto e distante de tudo…

Caso você vá se hospedar na casa de um amigo, parente ou em algum outro tipo de acomodação, confira as exigências do país que vai visitar para esse tipo de acomodação. Geralmente uma carta-convite dos anfitriões preenchida a mão num formulário específico definido por cada nação é suficiente. Se a pessoa que for te receber for um residente ilegal, você corre o risco de ter problemas.

4. Não saber explicar o motivo da viagem e o que vai fazer durante a estadia

Parece uma coisa boba, mas não é! Uma das primeiras perguntas que vão fazer na imigração é “qual o motivo de sua viagem?”. Tenha atenção ao que vai responder! Se for turismo, o oficial pode perguntar porque você escolheu determinada cidade, especialmente se o destino não for muito turístico. Outra pergunta comum é “que atrações você pretende ver?”. As respostas podem ser genéricas e bem clichês, citando dois ou três pontos mais famosos, desde que sejam verdadeiras. Caso você cite algum show ou evento específico, atenção, pois é comum o agente perguntar a data e pedir o ingresso (que pode não estar com você ainda, já aconteceu comigo).

Quem viaja a trabalho, para estudar ou participar de congressos, conferências e outros eventos específicos deve levar uma carta-convite da instituição organizadora, o comprovante de inscrição e outros documentos que comprovem sua participação no evento. Lembre de ter isso em mãos.

5. Não ter um seguro viagem

O seguro viagem é obrigatório em pelo menos 32 países. Na União Europeia, por exemplo, é exigido uma cobertura mínima de 30 mil euros em despesas médicas e hospitalares durante todo o período de estadia. Geralmente as seguradoras já incluem esse piso nos produtos comercializados. O seu cartão de crédito também pode oferecer essa cobertura gratuitamente, desde que a passagem tenha sido comprada com o ele e você faça a emissão da apólice pelo site da bandeira. Mas fique atento às limitações de cobertura desses produtos, que não incluem despesas médicas com a Covid-19, por exemplo.

Nos Estados Unidos e nos países que não exigem seguro obrigatório você até poderá entrar sem cobertura de uma seguradora, mas estará sujeito a arcar com eventuais despesas médicas e hospitalares que podem custar uma verdadeira fortuna. Avalie se vale mesmo a pena correr esse risco, mesmo que você tenha boa saúde.

6. Mentir, ainda que pareça algo sem importância

Sabe aquela mentirinha boba, inocente, que você acha que nunca será descoberta? Ela pode custar a sua tão sonhada viagem. Mentir para um oficial de imigração é motivo suficiente para deportação e coloca em cheque tudo mais que você disser na sua entrada em outro país. É mais fácil e seguro ser sincero. Eles fazem aquilo todos os dias e rapidamente percebem quando alguém está mentindo. O importante é evitar cair em contradição.

Por exemplo, se estiver sozinho é comum perguntarem se você está viajando com alguém. Às vezes, para não dar maiores explicações, você pode querer ocultar que vai dividir o quarto de hotel com um amigo, ou que vai visitar um parente e cai na armadilha da mentira. Aí sua reserva de hotel é para duas pessoas ou está no nome um terceiro… complicou!

Lembre-se que com a tecnologia disponível hoje os oficiais de imigração têm como saber, por exemplo, se a sua passagem aérea foi comprada por você ou por terceiros, se foi paga com cartão de crédito ou com dinheiro, se você despachou bagagem e qual o peso das malas, além de todas às vezes que entrou ou saiu do país ou da região que você está visitando. Portanto, pense bem antes de criar histórias que possam ser facilmente desmascaradas.

7. Não ter passaporte ou documento com a validade exigida

A regra geral determina que você tenha um passaporte válido para o período total da sua viagem. Mas os países da União Europeia exigem a validade mínima de 3 meses após a data de retorno ao Brasil (atenção, pois não é a partir da data do embarque). O mesmo prazo exigido pela Nova Zelândia. Já Irlanda, Austrália, Japão e o México são ainda mais rigorosos, exigindo uma validade de 6 meses após a data de retorno ao país. Muitas pessoas não conseguem sequer embarcar ou são inadmitidas ao chegar no destino por não observarem essas e outras regras básicas, como ter uma página em branco no documento. Além disso, é importante conferir o seu itinerário de viagem e as regras específicas dos países por onde você vai passar ou fazer conexão.

Já na América do Sul muitos países permitem a entrada com o documento de identidade. Mas isso vale apenas para o RG em bom estado de conservação e com uma foto que permita identificar o viajante. A carteira de motorista, por exemplo, não é aceita como documento de entrada por nenhum país.

No portal consular você encontra as exigências de cada país atualizadas para nós brasileiros. Caso tenha passaporte de outra nacionalidade, atenção pois as regras podem ser diferentes.

8. Polemizar com questões sensíveis nas redes sociais

Incentivar a violência, defender atos terroristas e hostis, ou fazer comentários preconceituosos e ofensivos a outras nações nas redes sociais podem custar a sua entrada em outro país. Portanto, se você costuma perder a linha na internet é bom ter mais cuidado com o que escreve, já que os agentes de imigração podem analisar as suas redes sociais para checar se você é uma ameaça a segurança ou mesmo se tem planos de residir em outro país.

Por exemplo, se você faz parte de grupos como “Imigrantes nos EUA” ou “Imigrantes na Europa”, já há elementos para que os oficiais de imigração desconfiem do objetivo da sua viagem… Mesmo que alguns grupos não sejam públicos, pode acontecer do agente pedir para verificar as informações no seu celular, especialmente nos Estados Unidos. Não é comum, mas pode acontecer. E impedir a inspeção é um motivo válido para ser barrado.

9. Não ter comprovação de vacina e outros documentos exigidos pelo país

Em países como África do Sul, Angola, Arábia Saudita, Austrália, Bolívia, China, Colômbia, Costa Rica, Egito, Índia, Maldivas, México, Panamá, Singapura e Tailândia, por exemplo, é obrigatório apresentar o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela. Isso precisa ser providenciado bem antes da viagem, já que caso você precise tomar a vacina tenha tempo hábil de 10 dias para que ela tenha validade.

Outros países e regiões podem exigir vacinações específicas. Com a pandemia, por exemplo, é possível que seja exigida uma comprovação da vacina contra a Covid-19. Além da febre amarela, outras vacinas são recomendadas pela Anvisa como prevenção para o viajante que se desloca para qualquer país, como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), a DT (difteria e tétano) e hepatite B, e no deslocamento para áreas endêmicas, a poliomielite, influenza (gripe) e meningite meningocócica. Mas geralmente não há exigência de comprovação para essas vacinas.

10. Portar itens ilegais ou proibidos na sua bagagem

Acho que não precisa pensar muito para saber que drogas, armas e animais silvestres não combinam com viagens e podem ser motivo para deportação se encontradas na sua bagagem. Além disso, portar ou transportar remédios e bens valiosos pode demandar declarações ou comprovação de procedência por parte das autoridades, dependendo de cada país.

Alguns países proíbem itens que podem parecer inofensivos para nós brasileiros. Não é possível ingressar com bebidas alcoólicas, pornografia ou símbolos religiosos (como crucifixo) na Arábia Saudita, por exemplo. Nas Ilhas Maldivas também é proibido entrar com bebidas alcoólicas, apesar de o consumo ser permitido nos resorts. Frutas e alimentos não processados também não costumam ser aceitos por muitas nações. Mas, nestes casos, geralmente é feito o descarte dos produtos proibidos, sem a deportação do viajante.

11. Ter um número excessivo de viagens ao exterior ou desrespeitar o período de estadia num país

Fazer uma quantidade de viagens acima do comum para determinados destinos, ou em rotas específicas, pode levantar suspeitas dos agentes de imigração e ser motivo para uma checagem mais a fundo. Não será um problema se você souber explicar bem o motivo das viagens, mas esteja preparado para isso.

Caso você tenha permanecido nos Estados Unidos ou na União Europeia acima do tempo máximo permitido por esses países, regularize a sua situação antes de viajar. Nestes casos, há grandes chances de sua entrada ser negada, ainda que você possa comprovar que desta vez não pretende infringir as regras.

12. Ter uma conduta inadequada ou incompatível com o propósito de sua viagem

Vai ficar 30 dias no destino e está apenas com uma pequena bagagem de mão? Ou leva três malas lotadas para passar uma semana? Disse que vai para a praia e só tem roupas de frio na bagagem? Vai visitar um parente, mas não sabe o nome e o telefone dele? Tudo isso levanta suspeitas. Esteja pronto para esclarecer e não fale nada que possa ser desmentido com fatos.

Eu, por exemplo, já fui para os Estados Unidos apenas para avaliar um avião. Ia ficar algumas horas no aeroporto e depois voltar, com uma mochila e uma muda de roupa. Fiquei preocupado dos agentes de imigração suspeitarem de mim por não ter hotel reservado ficar tão pouco tempo, mas falei a verdade, que tinha que voltar para o Brasil para trabalhar, e foi bem tranquilo.

Além disso, seja educado e objetivo. Responda só o que for perguntado. Evite piadas, brincadeiras, ironias ou palavras que possam ser ofensivas ou mal interpretadas pelas autoridades locais. No geral, os agentes de imigração são muito educados e respeitosos. Às vezes, até brincam e contam piadas. Mas isso varia muito, então é melhor não arriscar.

O que acontece se eu for barrado?

Caso os oficiais tenham alguma suspeita eles vão te levar para uma sala específica, onde outro agente fará uma série de perguntas e possivelmente sua bagagem será revistada. Esse processo pode levar até algumas horas, já que eles costumam checar algumas informações antes de voltar a conversar com você, o que pode levar algum tempo. Dica: não adianta se exaltar, só vai piorar a sua situação.

Nossa editora Monique Renne já esteve uma vez na temida salinha da imigração nos Estados Unidos e relatou como foi a experiência.

Na maioria das vezes as pessoas saem da salinha liberadas para entrar no país. Portanto, mantenha a calma e responda as perguntas com calma, mesmo que você já tenha respondido a mesma coisa várias vezes. Se você não conseguir esclarecer os questionamentos aí sim poderá ser barrado (ou inadmitido, o termo mais apropriado), o que não significa deportação, já que você sequer chegou a ingressar no país. Isso ficará registrado no sistema imigratório e pode ou não gerar alguma anotação no seu passaporte.

Os passageiros inadmitidos não são presos. Eles ficam numa área específica do aeroporto, até que seja providenciado um voo de retorno ao país de origem. Infelizmente esse processo pode levar até 48 horas, mas geralmente é resolvido no mesmo dia.

Dicas finais para passar tranquilo na imigração

  • Se você não fala bem o inglês ou o idioma do país visitado, não se desespere. Os agentes costumam se esforçar para entender o que dizemos e contam com o apoio de intérpretes, caso necessário.
  • Lembre-se que apenas familiares diretos e casados no papel tem o direito de passar juntos na imigração. Namorados, amigos e conhecidos costumam ser separados nas cabines devendo, portanto, portar individualmente os comprovantes de hospedagem, seguro, passagem de retorno, etc. Oriente quem vai viajar com você sobre o processo de imigração e as dicas desse post.
  • Viajantes solitários costumam ser mais visados pelos agentes de imigração. Portanto, redobre o cuidado nesse caso e, se estiver acompanhado, informe.
  • Celular não combina com imigração. A maioria dos países não permite a utilização do aparelho próximo às cabines de inspeção. Respeite as regras e tenha em mente que você estará sendo observado, mesmo durante a fila.
  • Quando chegar a sua vez, evite recuar ou aparentar escolher a cabine que você quer ou não quer ir. Isso só levanta mais suspeitas.
  • Tenha todos os documentos organizados e em mãos. Nada mais irritante para um oficial de imigração do que ficar esperando você se resolver com sua bagunça. A vingança dele pode ser te mandar para a salinha.

Por fim, vale destacar que, na maioria das vezes, a imigração é um processo rápido e tranquilo. Não é nenhum bicho de sete cabeças. Se você estiver com a documentação exigida e com tudo em ordem, fique tranquilo e confiante.


Ficou com alguma dúvida? Tem alguma outra dica? Já passou algum perrengue com algo que citamos no post? Comente e participe!

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