Presidente da TAP diz que acabou a era das passagens aéreas baratas
Presidente da TAP diz que acabou a era das passagens aéreas baratas
Você já deve ter percebido que está cada vez mais difícil achar uma passagem aérea barata. Em novembro do ano passado, o presidente da Latam, Jerome Cadier, afirmou que as passagens deveriam continuar caras em 2024 no Brasil. Agora foi a vez de o CEO da TAP Air Portugal seguir na mesma linha.
Em entrevista ao jornal O Globo, Luís Rodrigues diz que a demanda por voos está bem alta no Brasil, sendo que o mercado brasileiro responde por um terço da operação da companhia aérea portuguesa, que atualmente voa para 90 destinos em 37 países. Seguindo a regra da oferta e demanda, e ainda com outros fatores juntos, como a falta de aviões no mercado, a alta do dólar e o preço do combustível, o resultado é um só: passagens aéreas mais caras.
“Passagem aérea barata só em promoção”
Questionado pela reportagem do jornal se a era das passagens baratas acabou, o CEO da TAP foi categórico: “Eu diria que sim”. E foi além: “A humanidade como um todo aumenta. Vai ter mais gente para voar. As pessoas têm mais apetite por turismo. As companhias têm ainda o desafio de sustentabilidade, de conseguir emissões de carbono zero. Diria que passagem aérea barata só em promoção”.
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Luís Rodrigues lembra ainda que a passagem aérea internacional do Brasil é precificada em dólar e que os preços estão crescendo por conta da oferta limitada, sem contar os problemas na disponibilidade de aviões que afetam diversas companhias aéreas, inclusive as brasileiras (recentemente a Azul precisou suspender temporariamente os voos de Belo Horizonte e Recife às cidades de Fort Lauderdale e Orlando, nos Estados Unidos).
“Temos um problema estrutural, com alta procura e oferta que não é forte, o que significa que o preço inevitavelmente sobe”, afirmou o CEO. “A única forma para o passageiro de lidar com isso é planejar o mais cedo possível sua viagem”.
Segundo Rodrigues, a TAP planeja aumentar o número de voos entre Brasil e Portugal ainda esse ano, pulando de 84 pra 91 frequências semanais. Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo são as cidades que vão ganhar novos voos. “Se tivéssemos mais aviões a dúvida seria fazer mais do mesmo ou novas rotas, como São Luís, Florianópolis e Curitiba“, declarou.
Privatização da TAP
Sobre a novela da privatização da TAP, Rodrigues afirmou que esse assunto só deve ser retomado no ano que vem – agora em março vão ter eleições em Portugal e a prioridade do governo é negociar primeiramente o orçamento de 2025, segundo ele.
Ainda não está certo o que o governo português vai fazer com a TAP: ele pode privatizar a companhia ou vender uma fatia de seu capital ao setor privado. “Acho que o Estado manter uma participação faz sentido dada a importância estratégica da empresa. Mas não obrigar a empresa a ser tratada como empresa pública”, declarou Rodrigues.
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