20 lugares para conhecer antes que desapareçam ou sejam extintos
20 lugares para conhecer antes que desapareçam ou sejam extintos
Diversas reservas ambientais ou sítios históricos correm sérios riscos de serem extintos. Pode ser pela degradação humana, exploração desenfreada de recursos ou pelo aumento da temperatura global. Em todos os cantos do planeta há atrações que podem desaparecer se nada for feito para preservá-las. Conheça estes lugares e planeje uma visita responsável e sustentável antes que eles sumam de vez do mapa.
América do Sul
Floresta Amazônica – Brasil
O primeiro destino a ser destacado como em risco de desaparecer fica aqui no Brasil. A Floresta Amazônica, lar de mais de um terço das espécies vegetais e animais do planeta Terra e que se espalha por outros países sul-americanos, sofre terrivelmente com os desmatamentos. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento na região bateu recorde da série histórica para o acumulado de janeiro a março em 2021. Neste período, foram registrados 1.185 km² de áreas devastadas, mais do que o dobro do ano passado. O Pulmão do Mundo, da forma que conhecemos, pode sim acabar.
Salar de Uyuni – Bolívia
Aqui ao lado do Brasil, na Bolívia, fica a maior e mais fascinantes salina do planeta. O Salar de Uyuni atrai turistas do mundo todo, mas a sua degradação pode prejudicá-lo drasticamente. O local abriga metade das reservas mundiais de lítio. À medida que a demanda por baterias de lítio aumenta, assim como sua extração, as planícies salinas intocadas da Bolívia podem em breve se tornar uma lenda.
Geleiras da Patagônia – Argentina e Chile
Todos os anos milhares de turistas, inclusive muitos brasileiros, visitam a região chilena e argentina da Patagônia, Entre as principais atrações estão as diversas geleiras que salpicam as encostas das montanhas rochosas da Cordilheira dos Andes. Infelizmente o aumento da temperatura está derretendo esta beleza. A maioria das geleiras da Patagônia está diminuindo a uma taxa média de dois metros por ano.
Ilhas Galápagos – Equador
Descrito por Charles Darwin como “um pequeno mundo dentro de si mesmo”, o arquipélago de Galápagos, no Equador, oferece uma variedade impressionante de flora e fauna, desde tartarugas gigantes até o corvo marinho que não voa. Mas a mudança está acontecendo nessas ilhas antes isoladas. Todo o arquipélago é Reserva Natural e tem controle de acesso, mas a presença de visitantes e de cada vez mais moradores está provocando danos ambientais. Além disto, a ilha sofre o natural desgaste. Recentemente noticiamos a queda do Arco de Darwin, uma das atrações da região.
Parque Arqueológico de Choquequirao – Peru
Bem pertinho de Cusco, o Parque Arqueológico de Choquequirao é ainda desconhecido de grande parte dos turistas. O local foi um importante centro administrativo e religioso, construído no século XV com cerca de 18 quilômetros quadrados. Toda em pedra esculpida pelos Incas a mais de 3 mil metros de altitude, Choquequirao é tida como a cidade irmã de Machu Picchu. No entanto, com planos em andamento para estabelecer uma ligação rodoviária rápida a partir de Cusco e um teleférico sendo construído através do Vale Apurímac, não demorará muito até que Choquequirao faça parte do roteiro de milhares de visitantes. Espera-se que o local não seja degradado com esta urbanização e a chegada do turismo em massa.
Europa
Veneza – Itália
A encantadora Veneza pode estar com seus dias contados. Há muito tempo especula-se que a cidade flutuante pode desaparecer ao ser engolida pelas águas. Veneza não apenas afundou em suas fundações de madeira (diminuiu cerca de 120 mm durante o século XX), mas também está sob a ameaça da elevação do nível do mar (aproximadamente 110 mm no mesmo período). O projeto Mose para instalar um sistema de comportas móveis está em andamento, mas os climatologistas contestam se essas defesas serão suficientes para salvar a cidade.
Olímpia – Grécia
Local dos primeiros Jogos Olímpicos em 776 aC, a antiga cidade de Olímpia foi habitada desde os tempos pré-históricos e é um dos principais sítios arqueológicos da Grécia. Localizada a 300 km de Atenas, nos últimos anos, verões quentes e secos provocaram no entorno graves incêndios florestais que chegaram a invadir de forma preocupante as ruínas. Com o aumento das temperaturas e a redução das chuvas na área, vale a pena colocar Olímpia no roteiro antes que ela arda em chamas.
Vinhedos de Bordeaux – França
A região do vinho mais famoso da França corre sérios riscos. Segundo especialistas, Bordeaux pode enfrentar uma queda de dois terços na produção nos próximos 40 anos devido a mudanças sutis de temperatura, chuva e sol.
Geleiras dos Alpes Europeus – Suíça
O aumento da temperatura também derrete o gelo na Europa. Os Alpes e suas geleiras enfrentam o derretimento há 150 anos, mas o problema vem se agravando desde a década de 1980 com uma taxa drástica de recuo nos glaciares. Além de perder estes lindos campos brancos, o derretimento do gelo provoca deslizamentos e graves avalanches.
América do Norte
Parque Nacional Glacier – Estados Unidos
No noroeste dos Estados Unidos fica o Parque Nacional Glacier de Montana, com mais de 4 .000 km² e 1.100 quilômetros de trilhas que abrangem duas cadeias montanhosas e mais de 130 lagos. O Parque é reserva da biosfera e patrimônio da humanidade da Unesco, mas o aumento da temperatura pode fazer com que o local mude de nome. Das 150 geleiras que existiam no parque nacional há 100 anos, apenas 25 permanecem até hoje. Os cientistas deram às geleiras sobreviventes uma vida útil de apenas 15 anos se o planeta continuar a aquecer no ritmo atual.
Tundra do Alasca – Estados Unidos
A vasta tundra ártica que cobre as costas norte e oeste do Alasca é o bioma mais frio do mundo. No entanto, nos últimos anos, as regiões do norte do Alasca estão sendo atingidas pelo aumento dramático da temperatura que levou ao degelo do permafrost da região. A alta temperatura provoca também o aumento das taxas de erosão costeira que impactam diretamente em todo o sistema ecológico.
África
Bacia do Congo – República Democrática do Congo
A Bacia do Congo é uma das áreas selvagens mais importantes e vulneráveis do planeta. Ao longo dos quase 5.000 km do Rio Congo vivem cerca de 100 milhões de pessoas. A Bacia do Congo também é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, repleta de gorilas, elefantes e búfalos em savanas, pântanos e floresta. Ameaçados pelo desmatamento, mineração, conflitos armados e comércio ilegal de animais selvagens, os ambientalistas temem que uma proporção significativa das plantas e animais da floresta possa desaparecer até 2040.
Neve do Kilimanjaro – Tanzânia
O aquecimento global está fazendo mais uma vítima. A neve que cobria a montanha mais alta da África (5.885 m) está desaparecendo. Imortalizado no livro The Snows of Kilimanjaro, de Ernest Hemingway, o cume coberto branco da montanha já perdeu 85% do gelo desde 1912. Alguns preveem que as lendárias geleiras do Kilimanjaro podem desaparecer totalmente em duas décadas.
Floresta tropical de Madagascar
Lar de 50 espécies de lêmures e dois terços dos camaleões do mundo, Madagascar é uma meca para os amantes da vida selvagem. Documentários sobre natureza e animações infantis geralmente retratam esta ilha africana como um lugar densamente arborizado, no entanto, a verdade está longe disso. Infelizmente quase 90% das florestas originais da ilha já se foram e diversas espécies da fauna estão ameaçadas.
Ásia
Sundarbans – Índia e Bangladesh
Na fronteira da Índia e Bangladesh fica o mangue arbóreo de Sundarbans, uma das maiores florestas desse tipo do mundo, que é formado pelos deltas dos rios Ganges, Bramaputra e Meghna na Baía de Bengala. O local abriga centenas de espécies de pássaros, peixes, répteis e mamíferos, como o tigre-de-bengala. Infelizmente esta biosfera do patrimônio mundial está sob ameaça crescente do despejo de esgoto, poluição industrial e forte desmatamento.
Maldivas
Para muitos um sonho de luxo. As Maldivas têm praias lindíssimas, mar azul turquesa, locais deslumbrantes para mergulho e resorts cinco estrelas em ilhas exclusivas. Infelizmente as Ilhas Maldivas, um dos menores países do mundo, pode desaparecer. O Programa Ambiental da ONU previu que o arquipélago pode se tornar a primeira nação a ser perdida para o oceano – potencialmente até o final do século XXI – se o nível do mar continuar a subir no ritmo atual.
Ilha de Komodo – Indonésia
Fundado em 1980 para proteger o ameaçado dragão de Komodo, este parque nacional da Indonésia oriental atrai visitantes apaixonados por vida selvagem.
Além de sua beleza na superfície, a Ilha de Komodo guarda uma riqueza abundante de espécies marinhas e de corais raras. Mas todo esta beleza subaquática está ameaçada. O branqueamento dos corais e a acidificação dos oceanos ameaçam matar seus recifes espetaculares.
Porta do Inferno – Turcomenistão
Há exatos 40 anos a Cratera de Darvaza, também chamada de Porta do Inferno, queima sem parar. Localizada sobre umas das maiores reservas de gás natural do mundo, a Porta do Inferno atrai turistas que se aventuram no país asiático a cada ano. É difícil prever quando o governo pode finalmente extinguir o fogo ou quanto tempo levará para queimar todo o gás, mas certamente é um espetáculo que vale a pena ver enquanto você pode.
Mar Morto – Israel, Jordânia e Palestina
Entre Israel, Palestina e a Jordânia fica o ponto mais baixo da Terra, a 400 metros abaixo do nível do mar, o Mar Morto reserva maravilhosas experiências para os turistas. Entretanto uma ironia cruel está por acontecer. O Mar Morto está finalmente morrendo. Uma mistura da influência humana e fatores geológicos estão contribuindo para o desaparecimento gradativo deste antigo mar. A cada ano os níveis da água estão caindo a uma taxa de cerca de um metro.
Oceania
Grande Barreira de Corais – Austrália
Lar de 2.900 recifes de coral, 600 ilhas e mais de 1.500 espécies de peixes, a Grande Barreira de Corais é um dos lugares com maior biodiversidade do planeta. A gigante estrutura composta por mais de 700 espécies diferentes de corais, ocupa uma extensão de 2.300 km entre o litoral australiano até a Papua Nova Guiné e chega a ter mais de 60km de largura em algumas partes.
Para se visitar o melhor é ir até a cidade de Cairns, mas corra. Segundo os ambientalistas a Grande Barreira de Corais sofre sérios riscos. O recife perdeu cerca de metade de sua cobertura de coral nos últimos 30 anos como resultado do aumento das tempestades tropicais, branqueamento do coral e acidificação do oceano.