Fim a jato! Promissora fabricante de avião supersônico encerrará as atividades
Fim a jato! Promissora fabricante de avião supersônico encerrará as atividades
De forma supersônica, como eram seus projetos aeronáuticos, a fabricante norte-americana Aerion fechou as portas. Em comunicado divulgado a imprensa a companhia, que era uma das mais promissoras e apostava alto na construção de jatos sônicos para serem entregues já em 2027, disse que está encerrando as operações depois de não conseguir garantir dinheiro suficiente para começar a construir a aeronave.
“O ambiente financeiro atual, tem se mostrado extremamente desafiador para fechar os grandes novos requisitos de capital programados e necessários para finalizar a transição do AS2 (jato supersônico da Aerion) para a produção. Dadas essas condições, a Aerion Corporation está agora tomando as medidas adequadas em consideração a este atual ambiente financeiro”, destacou a empresa.
A fabricante era uma das mais promissoras no mercado de aviação supersônico. Em março a empresa chegou a anunciar que já havia mais de US$ 11,2 bilhões em pedidos de interessados em seu jato executivo AS2. “Nosso próximo marco importante é levar o AS2 à produção em 2023, começar os testes de voo em 2025 e entrar em serviço em 2027”, afirmou naquela época o CEO, Tom Vice. Mas a expectativa de custo para o desenvolvimento do AS2 era altíssima, cerca de US$ 4 bilhões.
No mesmo mês de março, a Aerion chegou a ir mais longe e apresentou um projeto de avião comercial supersônico, em parceria com a Nasa, capaz de atingir a velocidade de até 6.200 km/h. Nesta velocidade o AS3 seria capaz de viajar do Brasil até a Europa em apenas 70 minutos.
A empresa tinha planos ambiciosos. No início do ano, a Aerion também chegou a apresentar seus planos para a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimentos de jatos supersônicos no Aeroporto Internacional Melbourne, em Orlando, nos Estados Unidos. O investimento superava o US$ 1,5 bilhão.
Uma das parceiras dos projetos supersônicos da Aerion era a Boeing, que chegou a divulgar um comunicado após a notícia. “Embora estejamos desapontados com a Aerion não ter conseguido financiamento adicional para continuar seu trabalho, continuamos comprometidos em trabalhar com parceiros inovadores e criativos que, como a Aerion, continuam a empurrar os limites da tecnologia inovadora”, disse a Boeing.
Para nós apaixonados por aviação, o fim de uma das principais empresas promissoras no novo mercado de supersônicos é triste. Entretanto, há diversas empresas pelo mundo buscando o sonho de voar bem mais rápido. É o caso da inglesa Reaction Engines e da americana Lockheed Martin. Agora é esperar, para ver um novo Concorde cruzar os céus.