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Grave crise financeira deve levar South African Airways a pedir recuperação judicial

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02/12/2019 às 10:38

Grave crise financeira deve levar South African Airways a pedir recuperação judicial

O ano de 2019 definitivamente não está fácil para as companhias aéreas no mundo inteiro. Depois da Avianca Brasil, Thomas Cook, WOW Air, Aigle Azur, entre outras empresas, a South African Airways (SAA) está enfrentando uma grave crise financeira, que pode impactar suas operações, e obrigar a empresa a pedir recuperação judicial nas próximas semanas.

Segundo o Financial Times, a companhia sul-africana poderá pedir recuperação judicial caso não consiga capitalizar 2 bilhões de rands (aproximadamente US$ 135 milhões).

Com salários pagos pela metade, na última semana a empresa enfrentou uma paralisação que levou ao cancelamento de todos os voos, inclusive para o Brasil. A greve teve início após a declaração da empresa em reduzir 23% dos seus voos e, proporcionalmente, o quadro de funcionários.

A SAA está numa indústria com margens pequenas e existem 50 companhias aéreas servindo a África do Sul”, afirmou Martin Kingston, membro do conselho da companhia aérea.

Com sucessivas crises em sua história e sem apresentar lucro desde 2011, a estatal chegou a ser socorrida outras vezes pelo governo, mas agora a situação parece ter se deteriorado. Com a alta do preço do combustível e a concorrência de companhias como Emirates, Qatar e a africana Ethiopian, o momento parece crítico.

A South African precisa de uma garantia do governo para poder solicitar empréstimos bancários, mas o Ministério das Finanças reluta em aprovar novos financiamentos, já que não há garantia de que a empresa vai parar de perder dinheiro. Embora o governo sul-africano afirme que continuará apoiando a a empresa, não há detalhes sobre uma possível nova ajuda financeira, ou quais condições seriam impostas pelo governo para um eventual socorro. Pelo que foi dito até agora, o governo deve exigir que a empresa faça uma reestruturação, cortando mais de 20% das suas rotas e funcionários.

De acordo com uma publicação da FlightGlobal, a SAA planeja demitir cerca de 944 trabalhadores até janeiro, de um quadro atual de 5.150 funcionários.

A situação da SAA é reflexo da realidade econômica do próprio país. A África do Sul vem sofrendo com o alto índice de desemprego e vive uma crise energética. Por conta dos outros problemas, dessa vez a crise da SAA não está sendo encarada como prioridade pelo governo. A empresa de energia elétrica Eskom é uma preocupação maior, pois gera energia para todo o país e também está atolada em dívidas, que somam US$ 30 bilhões.

Vale mencionar que a SAA voa para o Brasil desde 1969. É a companhia com mais tempo de serviço no país, com 50 anos de atuação ininterrupta. Além da South African, a Latam faz a ligação entre o Brasil e a África do Sul.

O Ministro das finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, emitiu uma sobre a situação da empresa, repassada a nós pela Assessoria da South African. Confira na íntegra:

“A SAA passou por desafios difíceis ao longo dos anos, e mais particularmente nas últimas semanas. A greve iniciada pela NUMSA e pela SACCA causou imensos danos a reputação, operações e prejuízos financeiros.

A SAA, portanto, não pode continuar em sua forma atual. O grupo de companhias aéreas passará por um processo de reestruturação radical que garantirá sua sustentabilidade financeira e operacional. Não há outro caminho a seguir.

O governo está comprometido com uma companhia aérea nacional viável, sustentável e lucrativa. Devido a este cenário, várias opções estão sendo exploradas.

Nos últimos dias, houveram intensas discussões com os credores a fim de garantir os fundos necessários para cobrir a transição operacional e estrutural que ocorrerá nos próximos meses. É nossa responsabilidade coletiva, como sul-africanos, apoiar a SAA em seus esforços para restaurar a confiança dos clientes e recuperar a rentabilidade no menor tempo possível.

Por isso, tranquilizamos os clientes e os incentivamos a comprar suas passagens com confiança.

A SAA está determinada a permanecer aberta para os negócios. A gerência também está comprometida em garantir a sustentabilidade financeira daqui para frente.

O conselho e a administração da SAA intensificarão suas campanhas de marketing para reconstruir confiança na companhia aérea e tomará iniciativas ousadas para aumentar sua participação no mercado.”

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