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Governo do Peru quer criar companhia aérea low cost estatal

Rafael Castilho
23/12/2020 às 5:01

Governo do Peru quer criar companhia aérea low cost estatal

Em meio à maior crise da aviação mundial da história e quebras econômicas em todo o mundo, o governo do Peru está com uma ideia bem inusitada. Os políticos de lá querem criar a primeira companhia low cost (de baixo custo) estatal do mundo. O projeto, que pode ser uma boa alternativa para nós viajantes que buscamos preços baixos e mais opções, está em debate no Congresso peruano e sofre duras críticas.

O Peru tem pouco mais de 30 milhões de habitantes e as rotas domésticas são atendidas por quatro companhias aéreas: Viva Air Peru, Sky Airline, Latam e Avianca Peru. A chilena JetSMART também pensa em entrar no país andino.

Apesar da grande oferta de empresas, uma das preocupações do Governo, além de buscar tarifas mais econômicas, é com o controle acionário das companhias aéreas que operam no país. Nenhuma das atuais tem o participação majoritária peruana. A Viva Air tem sede na Colômbia, a Avianca no Panamá (embora também seja de origem colombiana), e Latam no Chile e Brasil. A Latam Peru já chegou a ter 30% de capital peruano, mas hoje este percentual é de apenas 0,39%.

O texto da proposta do governo defende: “Nas últimas duas décadas, as companhias aéreas que utilizaram as rotas aéreas internacionais do Peru, com faturamento e vendas de bilhões de dólares, não investiram no Peru (…). Eles trabalharam como filiais de companhias aéreas com origens em outros países, para onde enviavam todas as suas receitas financeiras. ”

O projeto da low cost estatal prevê o investimento inicial de US$ 75 milhões. O governo deteria 35% da nova empresa, enquanto investidores privados deteriam o restante das ações da companhia aérea que chamaria Línea Aérea de Bandera del Perú ou LAPERU.

A ideia estatal gerou diversas críticas. Para a Sociedade Peruana de Comércio Exterior (ComexPerú) o projeto carece de respaldo técnico e jurídico, além de não apresentar dados de uma demanda reprimida no país para ser atendida. “Expressamos nossa mais profunda preocupação com os efeitos negativos que uma eventual aprovação do referido projeto teria sobre o desempenho da indústria da aviação comercial no país e sobre a livre concorrência”, disse a Comex em carta dirigida ao Comitê de Transportes e Comunicações do Parlamento. 

A ideia de criar uma companhia estatal é bem controversa levando em conta a história da aviação mundial, onde muitas empresas aéreas com participação de governos faliram ao longo do tempo. No Peru há histórico bem recente, como lembra a Comex no comunicado:  “As companhias aéreas com participação estatal são um grande exemplo de intervenção fracassada, como demonstram os casos da TANS e da AeroPerú. De um lado, a AeroPerú, companhia aérea nacional, com perdas anuais de US$ 24 milhões entre 1991 e 1992, do outro a TANS após dois acidentes fatais, acumulou perdas de milhões.”

Como o projeto ainda está em trâmite no Congresso, não foram anunciados os possíveis destinos ou o tamanho da frota da empresa.

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