Cachorro de passageira morre após ser deixado na pista durante onda de calor

A morte do cachorro de uma passageira após ter ficado exposto ao calor na pista de embarque do aeroporto de Sydney chocou a Austrália e está tendo repercussão mundial. Kay Newman viajava com seu boxer Duke de Sydney a Brisbane com a Qantas Airways e compartilhou o caso nas redes sociais como um aviso para quem viaja de avião com animais de estimação.

A previsão para o dia do voo era de 34ºC, que acabou chegando aos 39ºC. Preocupada com a temperatura e o conforto de Duke, vários cuidados extras foram tomados: Kay usou duas garrafas d’agua geladas para molhar o cachorro, além de uma toalha para que ele deitasse. Também encheu a tigela de água e manteve uma terceira garrafa completamente congelada em sua caixa. “A equipe de carga da Qantas disse que Duke só seria mantido na pista por alguns minutos e que ele ficaria escondido até que estivessem prontos para colocá-lo no avião”, contou.

“Todos os animais devem ser embarcados por último (por último, primeiro a sair). No entanto, solicitei e tive permissão para esperar com Duke no ar condicionado até o último minuto possível antes de ele ser colocado em sua caixa para o voo. Quando cheguei ao portão de embarque já vi a caixa de Duke na pista. Não sei quanto tempo ele já estava lá, mas enquanto eu observava, cinco, dez, quinze minutos se passaram e ele ainda estava fora, na caixa, naquele calor”. Ela disse que alertou a equipe da Qantas, que alegou que Duke estava bem e seria carregado em breve.

“Fiquei esperando na janela quando os passageiros começaram a embarcar. Extremamente angustiada, comecei a chorar ao contar mais uma vez à equipe da Qantas minhas preocupações sobre Duke estar no calor o tempo todo e explicar que os boxers não toleram o calor muito bem”.

“Como eu era a última passageira, foi-me dito que eu precisava embarcar e que Duke seria levado ao compartimento de carga com ar condicionado. Quando entrei no avião, a comissária de bordo viu que estava chorando e perguntou se estava bem. Fiquei tão chateada que ela notificou o capitão. Ele aparentemente entrou em contato com a equipe de terra para verificar como estava o Duke. Uma mensagem voltou dizendo que estava tudo bem”.

No entanto, quando os passageiros aterrissaram em Brisbane, Kay Newman foi ao escritório de carga para pegar Duke e lhe deram a notícia de que ele não havia sobrevivido ao voo e falecido.

“Eu estava fora de mim, tudo que eu podia fazer era gritar: não, não, não! Eu exigi ver Duke porque não queria acreditar no que estava acontecendo”, disse ela. “Duke ainda estava no caixote e quando estendi a mão e o abracei soube imediatamente que ele havia morrido pelo calor que vinha da parte inferior do corpo, e o fundo do caixote era imenso”.

Segundo a passageira, a equipe de carga da Qantas disse à ela que o Duke só seria mantido na pista por alguns minutos. “Meu pobre garoto sofreu uma morte terrível porque foi deixado na pista pelo pessoal de bagagem da Qantas, no calor escaldante, enquanto eles carregavam todas as malas dos passageiros. Sua morte foi 100% evitável”.

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O que disse a Qantas sobre o caso

O porta-voz da Qantas disse que a companhia aérea expressou “seus sentimentos” a Kay Newman pela morte de Duke. “Houve um atraso inesperado no voo, o que significava que ele (Duke) estava na pista por mais tempo do que o normal, mas nossos carregadores de bagagem disseram que o cão estava bem quando foi carregado na aeronave”.

O incidente ocorreu poucos dias antes de outro caso, em que outro animal de estimação morreu em um voo doméstico da Qantas. Anthony Balletta disse que seu bulldog Frank, que estava dois dias antes do seu primeiro aniversário, morreu no voo QF405 de Sydney a Melbourne enquanto viajava em uma caixa no porão do avião. O cachorro foi encontrado já sem vida em sua caixa quando o avião pousou em Melbourne.