Como viajar pelas Ilhas Maldivas gastando pouco
Como viajar pelas Ilhas Maldivas gastando pouco
Ah, as Maldivas! O arquipélago de 1.190 ilhas ao Sul da Ásia é sinônimo de paraíso, com praias desertas, resorts de luxo, glamour e sofisticação. É o destino de lua de mel preferido dos famosos, mas quem disse que é preciso gastar como uma celebridade pare se divertir? Embora promoções de passagens aéreas para as Maldivas não sejam comuns, nosso leitor Matheus Nóbrega aproveitou o mochilão pelo Sudeste Asiático e incluiu o país no roteiro, descobrindo a beleza das ilhas locais gastando pouco! Confira o relato:
Como viajar pelas Ilhas Maldivas gastando pouco
Assim como a maioria dos viajantes, sempre tive o sonho de viajar para as Maldivas, um dos destinos mais belos e cobiçados do mundo, conhecido pelas praias de areia branca e o mar azul-turquesa. O país situa-se no meio do Oceano Índico e é formado por cerca de 1.200 ilhas, sendo que 200 delas são habitadas. O que eu não sabia é que, para além dos resorts caríssimos, também há opções econômicas de hospedagem nas Maldivas.
As ilhas locais, onde a população vive, dispõem de hotéis e pousadas com a diária média de 50 doláres para o casal, além de contarem com os mesmos passeios disponibilizados pelos grandes resorts, só que a um preço muito mais acessível. Há pouquíssimas informações em Português sobre esta nova forma de explorar o país, que só agora está sendo descoberta pelo turismo internacional. Por esse motivo, escrevo este relato com base em uma viagem de 9 dias que fiz para as Maldivas, em junho de 2018.
Preparativos
As duas grandes dificuldades financeiras de viajar para as Maldivas são as passagens e a hospedagem. Em uma rápida pesquisa, dá para ver que as menores tarifas saindo do Brasil custam em torno de 6 mil reais ida e volta, além de ser um destino que raramente possui promoções de companhias aéreas. Decidi, então, incluir o país em um mochilão de 40 dias que fiz pela Ásia, diminuindo o custo da minha viagem para cerca de 700 reais ida e volta. Na ida, voei pela companhia de baixo custo AirAsia, saindo de Bangkok, na Tailândia. Na volta, fui com a Scoot para Singapura, outra companhia aérea de baixo custo.
DICA: Se você quiser ter uma das vistas mais bonitas da sua vida, pague uma taxa extra (cerca de 7 doláres) para sentar na janela do avião.
O próximo passo foi escolher a ilha local em que eu iria ficar. A mais interessante talvez seja a ilha de Maafushi, mas como um dos meus objetivos de viagem também era o surfe, escolhi Thulusdhoo. Então pesquisei no Booking as principais pousadas e hotéis disponíveis e entrei em contato com o pessoal por e-mail, sanando minhas principais dúvidas. Apesar de não ser o idioma oficial do país, a maioria das pessoas fala inglês, especialmente quem trabalha com turismo. Portanto, a comunicação é bastante tranquila. Reservada a pousada, era a hora de começar a minha viagem para o paraíso!
Chegando às Maldivas
Como tudo nas Maldivas, o aeroporto também fica em uma pequena ilha, construída ao lado da capital Malé. Isso significa que, após o desembarque, é preciso pegar um barco ou hidroavião para chegar ao seu destino final, que pode ser um resort ou uma ilha local. Ao desembarcar, fiquei um pouco apreensivo.
Havia dezenas de placas com o nome de pessoas que iriam para os grandes resorts, o que obviamente não era o meu caso. Minha apreensão não durou mais de um minuto. Um cara super gente boa gritou “MATHEUS” em um sotaque estranho, me dando as boas vindas e me orientando sobre o horário em que o barco com destino à minha ilha chegaria. No final, tudo correu como deveria. Em cerca de uma hora, eu já estava mergulhando no maravilhoso mar das Maldivas, onde passei os próximos 9 dias em total contato com a natureza.
Vantagens de se hospedar em uma ilha local
Além do preço da hospedagem, outra vantagem comparativa das ilhas locais é o preço do transporte até lá. Como a maioria delas localizam-se próximas a capital Malé, é possível pegar um ferry público (5 doláres) ou um barco rápido (20 doláres). Já para os resorts, o transporte em um barco rápido custa cerca de 150 doláres. Caso o resort seja muito distante, será preciso pegar um hidroavião que custará em média 500 doláres o trecho.
Outra vantagem é descobrir a cultura local, comer a comida que os nativos comem e observar seu modo de vida. Além disso, a cor da água nas ilhas locais é a mesma do que nos resorts e os passeios são praticamente os mesmos. Ao se hospedar em ilhas locais, você pode negociar diretamente com os locais atividades como mergulho, snorkel, passeios para bancos de areia, piqueniques em ilhas desertas etc. Cada um desses passeios custa de 20 a 25 doláres, um preço muito menor do que o mesmo serviço oferecido pelos resorts.
Desvantagens
O consumo de bebidas alcoólicas nas ilhas locais é proibido. As Maldivas são um país muçulmano e só nos resorts a venda de álcool é liberada. Caso você se canse de tomar cerveja sem álcool, eu tenho uma dica: pergunte ao pessoal do hotel sobre a existência de um barco noturno que vende bebidas alcoólicas. Na minha ilha, era possível agendar um barco dessa espécie, que ficava atracado próximo à ilha (no meio do mar é permitido consumir bebidas alcoólicas, não me pergunte o porquê).
Outra questão é relativa ao uso de biquínis na praia por mulheres. Em todos os passeios de barco é permitido usar biquínis, além de toda ilha local possuir uma praia específica liberada para o seu uso. Assim, isso não me pareceu ser um grande problema. Na minha ilha, por exemplo, em toda a região das pousadas era permitido o uso de biquínis.
Melhor época para visitar as Maldivas
A alta estação, período em que praticamente não chove nas Maldivas, vai de dezembro a março. Porém, os preços também ficam mais altos nessa época. Eu fui em junho e, por isso, decidi ficar 9 dias. A maioria dos dias fez sol e as poucas chuvas foram rápidas e passageiras. Lembre-se, todavia, que viajar no período chuvoso é um risco que você deve assumir.
Brasileiros precisam de visto para as Maldivas?
Não. Certifique-se apenas de levar um passaporte com validade mínima de seis meses e o certificado internacional de vacina contra a febre amarela.
O oficial de imigração também irá lhe pedir os vouchers de confirmação da sua hospedagem nas Maldivas, então leve-os com você.
O carimbo de entrada nas Maldivas dá direito a uma estadia de até 30 dias no país.
Moeda oficial das Maldivas
A moeda oficial é a Rúpia Maldívia, mas não se preocupe com isso. Todos os restaurantes, passeios e hotéis, inclusive das ilhas locais, aceitam o dólar americano. Leve uma boa quantia em cash e também um cartão de crédito internacional (não espere encontrar um caixa eletrônico nas ilhas, mas apenas no aeroporto e na capital).
Alimentação nas Maldivas
Nos resorts, o sistema é all inclusive. Já nas ilhas locais, também é possível negociar previamente com a sua pousada ou hotel a inclusão de todas as refeições no preço da diária, o que eu não recomendo.
Isso porque o almoço e o jantar são relativamente baratos em todos os restaurantes das ilhas (cerca de 10 dólares), sendo que depois de alguns dias você vai querer variar o paladar.
Orçamento diário nas ilhas locais
Pousadas para duas pessoas com café da manhã incluso: 25 dólares por pessoa.
Um passeio por dia: 25 dólares por pessoa.
Almoço e Jantar: 20 dólares por pessoa.
Média total: 70 dólares por pessoa/dia.
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Conclusão
O sonho de viajar para as Maldivas pode ser bem mais acessível do que você imagina. Ao se hospedar em ilhas locais, é possível unir as belezas naturais do destino com a experiência cultural. Além disso, caso queira sentir um gostinho de como é se hospedar em um resort nas Maldivas, você pode comprar o “day use” em algum dos resorts próximos à sua ilha. Os pacotes custam cerca de 100 doláres e dão direito a passar um dia inteiro desfrutando do mar e das piscinas, bebendo e comendo à vontade.
E aí, tá esperando o quê para arrumar as malas para as Maldivas?
Agradecemos ao Matheus pelo relato! E você, fez uma viagem inesquecível e quer compartilhar com a gente? Envie seu texto e fotos para convidado@melhoresdestinos.com.br!