Latam passa a cobrar preços dinâmicos na bagagem despachada de seus voos internacionais
Latam passa a cobrar preços dinâmicos na bagagem despachada de seus voos internacionais
Agora não é só o preço da passagem aérea que pode mudar conforme a data da viagem, a tarifa, ou a antecedência da compra. O preço da bagagem despachada nos voos internacionais da Latam também. Sem comunicação prévia aos clientes, a empresa implantou uma nova política de cobrança, onde a taxa para despachar malas para os Estados Unidos, Europa, América do Sul e outros destinos internacionais fica mais cara se adquirida com menos de 48 horas de antecedência do voo, e também com base em outros fatores, como alta ou baixa temporada.
Para quem não sabe, nos últimos meses a Latam passou a comercializar tarifas sem bagagem despachada incluída em seus voos para a Europa, Estados Unidos, México e América do Sul. A novidade é que a bagagem agora não terá mais um preço fixo como antes, mas um valor variável, que vai depender de alguns fatores.
Como funciona a nova cobrança da bagagem despachada em voos internacionais da Latam?
De acordo com a Latam, desde 9 de outubro de 2019, o preço da bagagem despachada nos voos internacionais da empresa dependerá da data do voo (temporada alta ou baixa), tarifa, antecedência da compra e/ou rota, podendo variar conforme a tabela a seguir.
Quem deixar para comprar com menos de 48 horas antes do voo vai pagar mais caro pela bagagem. Até então, o prazo para comprar com desconto era até 6 horas antes do voo. Segundo a Latam, será possível encontrar preços mais em conta comprando com uma antecedência de pelo menos 35 dias.
A medida também deve punir quem viaja em alta temporada e já paga preços mais altos nas passagens por conta disso.
O maior problema é que as informações disponibilizadas pela Latam em seu site são muito limitadas. Fica difícil pro consumidor saber qual será o valor praticado. Nos voos dentro da América do Sul, por exemplo, uma bagagem pode custar entre US$ 6 a US$ 70, dependendo dos fatores citados. Mas como saber quem vai pagar quanto? Além disso, o teto anterior para voos no continente era de 30 dólares com antecedência de 6 horas, ou 60 com menos de 6 horas para o voo. Além de imprevisível, a bagagem pode custar mais.
Para os Estados Unidos, antes da mudança, a tarifa para a primeira mala era 45 dólares se comprada até 6 horas antes do voo, ou 90 dólares se comprada com menos de 6 horas para a partida. Os valores não mudaram, só que a compra antecipada agora precisa ser feita até 48 horas antes do voo.
Para a Europa, antes da mudança, a tarifa para a primeira mala era 55 dólares se comprada até 6 horas antes do voo, ou 75 dólares se comprada com menos de 6 horas para a partida. Agora, o valor varia de 30 a 55 dólares para compra antecipada, e entre 53 e 75 dólares para compras com menos de 48 horas para a partida do voo. O valor máximo também não muda.
Vale destacar que não houve mudança nas regras e valores cobrados para despachar bagagem em voos nacionais.
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Nova tarifa para despacho de bagagem de mão em voos nacionais
As “novidades” não param por aí. A Latam também definiu uma nova tarifa para o despacho de bagagens de mão fora do padrão, ou do peso permitido, na sala de embarque. Segundo o site da empresa, o valor será fixo, de R$ 140. Será que teremos maquininhas de cartão nos portões de embarque?
O que a Latam deveria esclarecer?
Questionamos a Latam se a cobrança de valores dinâmicos na bagagem despachada atende a Resolução 400 da Anac, que estabelece que o consumidor deve ser informado com clareza do custo da bagagem no momento da compra da passagem aérea. Quando simulamos a compra da passagem no site da empresa aparece um valor fixo. Esse valor será mantido no dia da viagem ou sofrerá variação?
Além disso, quem já tem passagem comprada sem bagagem despachada aparentemente vai ser impactado pela precificação dinâmica (exceto quem tem bilhete que já incluía bagagem). Numa simulação feita por nosso leitor Maurício, de um bilhete emitido antes do dia 9 de outubro, a cobrança aparentemente está sendo pelo novo modelo. Ou seja, na prática, ao comprar uma passagem sem bagagem, o consumidor fica sujeito ao preço que a companhia aérea quiser praticar no dia da viagem, o que não parece nem um pouco razoável.
Também perguntamos se a empresa vai divulgar aos clientes algum detalhamento do preço das bagagens, já que pela tabela a variação entre o menor e o maior preço supera 1.100% (11 vezes o valor), no caso dos voos dentro da América do Sul. Por exemplo, quem resgata passagens com milhas para voar dentro do continente não tem como saber se vai pagar US$ 6, US$ 45 ou US$ 70 pela bagagem despachada. Mas, aparentemente, essa informação não será detalhada.
Mais informações no site da Latam
O que diz a Latam
Confira a nota da Latam enviada ao Melhores Destinos e reproduzida na íntegra:
“A LATAM Airlines Brasil informa que, desde outubro, passou a trabalhar com o sistema de precificação dinâmica para os valores cobrados pelo despacho de bagagem nos voos internacionais. A implementação deste tipo de precificação, já utilizada nos valores dos bilhetes aéreos, permitirá oferecer tarifas atrativas para o consumidor de acordo com a época do ano, o tempo de viagem, a data de partida e conexões.
Considerando estes fatores, o valor pago pelo despacho de bagagem para um voo entre os países da América do Sul pode custar a partir de US$ 6 (o correspondente a R$ 24,57 segundo o câmbio de 09/10/19), preço menor que os US$ 20 (o correspondente a R$ 81,80 segundo o câmbio de 09/10/19) pela regra antiga de precificação.
Vale ressaltar que o teto pago pelo cliente para despachar a bagagem no novo modelo não se alterou, ou seja, o passageiro vai pagar no máximo pelo valor cobrado no sistema antigo. As demais faixas de preços dinâmicos para o despacho da bagagem estão descritas aqui.
A LATAM segue recomendando ao cliente programar as suas viagens e adquirir as suas bagagens com antecedência para encontrar os preços mais atrativos. Nas viagens ao exterior, é possível encontrar as melhores tarifas com antecedência de, pelo menos, 35 dias.
É uma pena que mudanças como essa, que impactam diretamente o bolso dos passageiros, sejam feitas de forma repentina e pouco transparente. O mínimo que se espera de uma companhia aérea que prometeu que esse seria o ano da virada, em prol dos seus clientes, é uma comunicação prévia e mais clara de tais medidas.
Por fim, vale destacar para quem quem vai despachar bagagem em voos internacionais da Latam, ou de outras companhias aéreas, que o melhor negócio ainda é comprar a tarifa que já inclui a bagagem. Essa regra não se aplica em todos os voos nacionais, já que encontramos com frequência variações de preço superiores ao custo da bagagem comparada separadamente. Infelizmente, é mais uma coisa para a gente se preocupar na hora de comprar uma passagem.
Agradecemos a contribuição do leitor Maurício.
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