Concessionárias de BH e Salvador vencem leilão dos 22 aeroportos realizado hoje
Concessionárias de BH e Salvador vencem leilão dos 22 aeroportos realizado hoje
A concessionária CCR foi a grande vencedora do leilão de concessão de aeroportos federais realizado hoje na B3. Ela levou os 15 aeroportos dos blocos Sul e Central, incluindo os terminais de Curitiba, Foz do Iguaçu, Navegantes, Goiânia e São Luís. Já o grupo francês Vinci Airports venceu a disputa dos 7 aeroportos do Bloco Norte, incluindo o de Manaus.
O governo arrecadou R$ 3,3 bilhões com o certame, que tem investimentos estimados em pelo menos R$ 6 bilhões durante os 30 anos.
Houve disputa nos três blocos, com propostas do Consórcio AeroBrasil e da Vinci Airports no bloco Norte, da CCR, ACI do Brasil e do Consócio Central Airports no Bloco Central e da CCR, Aena e Infraestrutura Brasil Holding no Bloco Sul.
Confira as propostas, que tiveram valores bem acima do previsto:
Aeroportos leiloados
Bloco Sul – Vencedora: CCR
O Grupo CCR venceu o leilão dos 9 aeroportos do Bloco Sul com um lance de R$ 2,128 bilhões, um ágio de 1.534% em relação ao lance mínimo. A empresa, em associação com a operadora aeroportuária Flughafen Zürich AG (companhia que administra o Aeroporto Internacional de Zurique), já é responsável pela gestão do BH Airport – Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Também foi a concessionária responsável pela construção, operação e gestão do Novo Aeroporto Internacional de Quito, além de gerir terminais na Costa Rica e em Curaçao.
Os 9 aeroportos do Bloco Sul são:
- Curitiba (PR)
- Foz do Iguaçu (PR)
- Navegantes (SC)
- Londrina (PR)
- Joinville (SC)
- Bacacheri (PR)
- Pelotas (RS)
- Uruguaiana (RS)
- Bagé (RS)
Bloco Central – Vencedora: CCR
O Grupo CCR também venceu o leilão dos 6 aeroportos do Bloco Central com um lance de R$ 754 milhões, um ágio de 9.156% em relação ao lance mínimo.
Os 6 aeroportos do Bloco Central são 6 aeroportos das Regiões Nordeste e Centro-Oeste:
- Goiânia (GO)
- São Luís (MA)
- Teresina (PI)
- Palmas (TO)
- Petrolina (PE)
- Imperatriz (MA)
Bloco Norte – Vencedora: Vinci Airports
A Vinci Airports venceu o leilão dos 7 aeroportos do Bloco Norte com um lance de R$ 420 milhões, um ágio de 777% em relação ao lance mínimo. A empresa francesa é especializada em operação aeroportuária. No Brasil, assumiu a gestão do Aeroporto de Salvador, sendo responsável ainda por mais 35 aeroportos no mundo, sendo 13 na França (incluindo do principal aeroporto de Paris), 10 em Portugal, 3 no Camboja, 2 no Japão, 6 na República Dominicana e 1 no Chile.
O Presidente Vinci, Nicolas Nitebaert, disse após o leilão que a vitória é uma oportunidade de consolidar a atuação do grupo no Brasil e que a região amazônica tem sinergia com a operação da empresa na Guiana Francesa, que conta com voo direto para Paris. Destacou ainda a oportunidade de investir em “aeroportos verdes”, respeitando as melhores práticas ambientais.
Os 7 aeroportos do Bloco Norte são:
- Manaus (AM)
- Porto Velho (RO)
- Rio Branco (AC)
- Cruzeiro do Sul (AC)
- Tabatinga (AM)
- Tefé (AM)
- Boa Vista (RR)
Próximos passos
No dia 14 de abril haverá a entrega dos documentos de habilitação dos vencedores. Já a assinatura dos contratos de concessão deverá ocorrer após a homologação do resultado e dos prazos de recurso, provavelmente até julho.
Os 22 aeroportos englobam cerca de 11% do total do tráfego do país, com mais de 24 milhões de passageiros por ano, de acordo com dados de 2019.
A expectativa com as concessões que já foram realizadas e com as próximas rodadas é destravar investimentos e melhorar significativamente a infraestrutura aeroportuária brasileira, criando uma concorrência positiva entre os aeroportos por voos e pelo tráfego de passageiros. Além disso, impulsionar a aviação regional e levar voos regulares para mais cidades e regiões do Brasil.
Concessão não é venda de ativos
Como expliquei ontem, uma confusão muito comum por parte das pessoas e da própria imprensa é achar que a concessão é uma privatização com venda de ativos. Não é. Na concessão os aeroportos continuam sendo de propriedade do governo, sendo apenas a sua administração e responsabilidade pelos investimentos transferidos por um prazo definido para o controle de uma empresa privada. Após o período definido no contrato, o governo pode reassumir os aeroportos ou realizar uma nova concessão.
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