logo Melhores Destinos

Despacho de bagagem – conheça o caminho que a sua mala faz até chegar ao avião

Duda Machado
04/10/2022 às 5:00

Despacho de bagagem – conheça o caminho que a sua mala faz até chegar ao avião

Despachar as bagagens é um dos primeiros passos que damos quando chegamos no aeroporto para uma viagem. Depois de realizar o check-in, seja online ou presencialmente, vamos logo dar destino às malas para tornar a espera pelo voo, literalmente, mais leve. Mas, depois de confiar a sua bagagem a um operador da companhia aérea, você sabe qual é o caminho que ela percorre até chegar na aeronave?

Estive no Aeroporto Internacional de Guarulhos nesta semana a convite da Sociedade Internacional de Telecomunicações Aeronáuticas – SITA,  empresa suíça responsável pela otimização da operação das bagagens nos voos internacionais do terminal 3, e pude conhecer todo o processo. Neste post você vai conferir todos os detalhes!

Para começar, você precisa saber que, depois de despachar a sua bagagem, ela conhece uma outra faceta do aeroporto que está no subsolo, embaixo dos nossos pezinhos viajantes que circulam pelos terminais. Lá, uma estrutura enorme de scanners 3D, quilômetros de esteiras, máquinas de raio x, tomógrafos e uma grande equipe fazem a mágica acontecer!

No aeroporto de Guarulhos, os passageiros que não fizeram check-in online podem procurar um dos terminais de autoatendimento. Nestes computadores ainda é possível imprimir as suas próprias etiquetas de bagagem. Estas, porém,  ainda não contém todas as informações como, por exemplo, o peso e as dimensões da mala. Para isso, é preciso pegar a fila de despacho, onde um funcionário da companhia vai adicionar a informação do peso. Depois disso, a bagagem segue na esteira, onde sensores terão a missão de verificar se o tamanho está dentro do limite imposto.

o-caminho-das-malas

Esteira inicial de despacho, é aqui que o caminho começa a ser trilhado.

Com essas informações coletadas: dados do voo, do passageiro, peso e dimensões da bagagem, é criado um código de barras no sistema, impresso na etiqueta e colocado na mala. É essa etapa que permite o rastreio da bagagem em todo o processo de despacho e entrega.

Para garantir segurança

Depois do despacho, as bagagens percorrem as esteiras de inspeção de segurança – um verdadeiro labirinto! – onde são feitas até quatro etapas de verificação para garantir que nenhuma mala seja aprovada contendo algo suspeito ou irregular.

A partir daí, nós acessamos a muitas áreas restritas, locais em que as imagens precisaram ser um pouco mais gerais, sem muitos detalhes – isso garante que a imagem dos funcionários e a segurança do processo de análise sejam preservadas.

A primeira etapa é um raio-x automatizado, ou seja, sem a participação de um funcionário – caso a bagagem seja reprovada, ela segue para outra esteira, onde há um operador no raio-x para identificar o que foi considerado suspeito.  Se não passar, a bagagem é direcionada para a terceira etapa, em que um tomógrafo com imagens 3D, sem a participação de um funcionário, analisa o conteúdo. Se ainda não for aprovada, novamente,  passa pelo tomógrafo – mas, desta vez, com a participação de um funcionário.

o-caminho-das-malas

Essas são as esteiras que as bagagens passam na hora da inspeção de segurança.

Para transitar entre as esteiras é preciso subir em passarelas e passar por cima delas enquanto a operação está rolando – veja só uma imagem da aventura, rs.

o-caminho-das-malas

Foi uma aventura ter de atravessar as esteiras por esse caminho, rs.

Caso a bagagem seja desaprovada nos quatro níveis de inspeção da esteira, é bem provável que, de fato, haja algum conteúdo irregular e ela é direcionada ao quinto nível de verificação. Neste, o passageiro é convocado a uma sala onde um agente fará a abertura e a inspeção do conteúdo  – geralmente há a presença de um funcionário do aeroporto ou de um policial federal.

Bagagens aprovadas

Mas e quando a bagagem é aprovada? Pois bem, no caso de aprovação em qualquer um dos níveis de segurança, ela vai para um trecho de esteira que possui scanners de etiqueta – e essa é a parte mais legal! Lembra daquelas informações que foram colocadas no código de barras? Ao fazer a leitura da etiqueta, o sistema sabe exatamente para qual das 20 esteiras finais do terminal cada mala precisa ser direcionada para embarcar no avião.

o-caminho-das-malas

Scanners de leitura da etiqueta trabalhando! É aqui que são lidas as informações da bagagem para que ela vá para o voo certo.

Depois da leitura, elas partem para um equipamento chamado “sorter”, ou carrossel – uma longa esteira bem próxima ao teto que, já no pátio das aeronaves, passa por cima de outras menores, divididas por companhias aéreas. No sorter, cada bandeja recebe um volume de bagagem e o despeja exatamente na esteira da companhia aérea correta por uma espécie de funil, onde encontram com os funcionários encarregados de passá-las para aqueles contêineres – chamados de “AKE” – que nós conseguimos ver da janela do avião sendo puxados por carrinhos.

o-caminho-das-malas

Esse é o Sorter. Cada bandeja dessa recebe uma mala e vira para despejar na esteira final correta, conforme a etiqueta indicou.

Ah, vale lembrar que bagagens despachadas com mais de quatro horas de antecedência do voo, ficam armazenadas em uma espécie de “sala de espera” das esteiras e só saem de lá para o sorter quando dá o tempo certinho. Outra curiosidade é que itens não convencionais, como pranchas de surfe, por exemplo, seguem por outro tipo de esteira, mais reta, que diminui os impactos. Ah, falando em impacto, é bom mesmo não colocar coisas muito frágeis nas malas que vão viajar pelo despacho comum porque os movimentos das máquinas não são lá muito delicados, rs.

Antes de entrar no compartimento, os carregadores usam um outro scanner manual, que pode acessar os dados de todo o processo de cada volume, registrar exatamente em qual contêiner e até em que posição essa mala foi colocada – no caso de algum passageiro que já despachou a bagagem, mas que não vai poder embarcar por algum motivo, os seus pertences devem ser retirados – então, saber exatamente onde estão posicionados é fundamental para agilizar o processo – imagina o quanto demoraria ter que procurar entre centenas de malas!

o-caminho-das-malas

Depois de ser despejada, a sua bagagem é entregue aos funcionários.

É possível identificar também o tipo de cada bagagem: primeira classe, classe econômica ou conexão – as de passageiros com prioridade, por exemplo, são colocadas na aeronave por último, para que sejam as primeira a sair. Esses scanners também passam para o sistema um BPM (bagagge processed message), que permite que as companhias aéreas saibam exatamente a localização da mala de cada passageiro.

o-caminho-das-malas

Depois de “biparem” a etiqueta com o scanner manual, eles armazenam no contêiner correto.

Por fim, depois de preenchidos, os compartimentos são lacrados e levados pelos carrinhos até o porão do avião, onde uma plataforma os ergue para que sejam embarcados.

Quando tudo está bem certinho na bagagem, o tempo que ela leva do despacho à esteira final é de apenas 2 minutos e 30 segundos. Incrível, né?

o-caminho-das-malas

Avião da Iberia sendo carregado, dá uma olhadinha ali no canto direito!

Todo esse processo é controlado pelo CCO, Centro de Controle Operacional de bagagens do GRU, que funciona 24h por dia.

o-caminho-das-malas

Se acontecer algum problema no caminho, é o CCO que notifica os operadores do setor responsável para que resolvam.

Tecnologia de ponta

O caos aéreo que a Europa enfrentou recentemente nos mostrou a necessidade de as companhias aéreas darem mais atenção a esta etapa da operação, e dos aeroportos de lá modernizarem a tecnologia utilizada nos terminais. Em certa altura, milhares de malas ficaram travadas no aeroporto de Heathrow, em Londres. A Delta Airlines, inclusive, teve de enviar uma aeronave sem passageiros para trazer de volta aos Estados Unidos cerca de mil malas que haviam sido extraviadas.

Exatamente para evitar um problema dessa dimensão, é que o GRU adota esse sistema de inteligência desenvolvido e operado pela Sita. Esta é uma das tecnologias de controle de operações mais modernas do mundo e, mesmo que os casos de extravio de bagagens ainda ocorram, os danos são muito menores do que os que terminais sem sistemas inteligentes sofrem.


Legal saber o que rola nos bastidores, né? Se você ficou com vontade de viajar, corre na nossa página de passagens aéreas e confere as melhores promoções que estamos encontrando. 

Não perca nenhuma oportunidade!
ícone newsletter E-mail diário com promoções Receba as ofertas mais quentes no seu e-mail
tela do app do melhores destinos
Baixe grátis o nosso app Seja notificado sempre que surgir uma promoção