Como é voar com a Gol de São Paulo para Miami com escala em Punta Cana
Como é voar com a Gol de São Paulo para Miami com escala em Punta Cana
A Gol Linhas Aéreas Inteligentes dispensa apresentações. A maior companhia aérea brasileira em voos domésticos acaba de completar 20 anos como uma das principais empresas do continente, com 135 aeronaves Boeing 737. Se é bastante comum voar com a Gol pelo Brasil, o mesmo não se pode dizer dos voos internacionais da companhia, que costumam gerar bastante curiosidade. Afinal, como é ir para os Estados Unidos voando em um 737 da Gol? Foi esse o trajeto que nosso leitor Matheus Bittencourt Rocha fez antes do início da pandemia e traz com detalhes nessa avaliação. Confira:
Como é voar com a Gol para Miami com escala em Punta Cana
Em 2019, tive a oportunidade de fazer um curso de férias nos Estados Unidos, no estado de Ohio. Começou então um grande planejamento, uma vez que o curso tinha duração de duas semanas, e como estava de férias, decidi estender e descansar nos dias que me restavam. Defini o roteiro como São Paulo – Miami – Ohio – Washington – Nova York – São Paulo.
Como viajo muito a trabalho dentro do Brasil, e dentro do possível, por preferência pessoal, viajo com a Gol, eu tinha muitas milhas disponíveis para uso, e vi então a oportunidade de utilizá-las, nessa viagem, onde eu precisaria de muitas conexões. Foram 11 trechos aéreos no total, todos emitidos com milhas Smiles, utilizando os voos da Gol, além da parceira na época, a Delta Airlines.
Compra
Assim que recebi a confirmação das datas do curso pela escola, sabendo que eu precisaria emitir vários trechos, comecei a pesquisar por passagens, pagas ou emitidas em milhas. Mesmo sabendo do meu saldo em milhas procurei trechos com outras empresas aéreas, porém por um acaso do destino apareceu uma oferta de milhas para o trecho internacional. Fiz a emissão com a Smiles do trecho São Paulo (Guarulhos) – Fortaleza – Miami.
Quando fiz a emissão, como um bom amante da aviação, fiquei feliz pois o voo estava escalado para ser operado pelo novíssimo 737 MAX. Nunca imaginei que haveriam tantas reviravoltas em poucos meses. Com as mudanças de malha aérea da Gol em função do aterramento do 737 MAX, o voo para Miami saindo de Fortaleza foi cancelado, em meados de maio, recebi um e-mail da Gol, informando a mudança do meu voo, definindo que meu novo trecho passaria a ser São Paulo (Guarulhos) – Brasília – Miami.
A principal vantagem dessa mudança foi que todo o trecho seria feito dentro do dia 09, ou seja, na emissão original, eu desembarcaria na tarde do dia 10/07 em Miami, além de uma longa conexão de madrugada em Fortaleza. Com a mudança, eu embarquei no primeiro voo para Brasília pela manhã, e desembarquei em Miami no mesmo dia, antes das 19h. Isso me permitiu aproveitar um dia adicional na cidade, mas como nem tudo são flores, tive que arcar com uma diária adicional em outro hotel, uma vez que o local onde eu tinha reserva, não tinha mais disponibilidade para a data. Ou seja, tive que fazer uma troca de hotel no dia seguinte. Claro, que tentei otimizar isso da melhor maneira para não prejudicar a programação de descanso. Eu teria três dias em Miami antes de seguir viagem.
Em relação à remarcação, achei muito positiva a comunicação da Gol, que ocorreu com antecedência, e adequadamente, já que além de me enviarem um e-mail, me ligaram para informar que eu deveria acessar meu e-mail para a mudança, ou poderia fazê-la via central. Um dos benefícios de voar com a Gol como cliente Diamante é que você tem direito a três bagagens despachadas.
O valor total do trecho São Paulo – Brasília – Miami foi de 122.000 milhas. Entre as pesquisas que fiz, não era o “melhor” negócio, mas era um bom resgate, e eu também não teria que arcar com passagem aérea em uma viagem que seria meu principal meio de transporte.
Check-in
Levando em conta as frequentes mudanças que estavam ocorrendo em função de ajustes de malha ocasionados pela suspensão do MAX, na semana do voo, por precaução, entrei em contato com a Gol para checar se estava tudo OK. Com tudo confirmado, no dia 09, segui ainda na madrugada para o Aeroporto de Guarulhos. A fila do check-in, diferente da minha expectativa, estava bem cheia, era período de férias, e havia vários voos programados, em especial ao Nordeste. Fui para a fila do dos clientes Diamante e foi tudo bem rápido, perguntas padrão de segurança considerando que meu destino era os EUA. As bagagens foram despachadas direto para Miami.
Conexão em Brasília
O interessante é que é uma conexão bem apertada. O voo chega em Brasília às 08h50 e a decolagem para Miami estava prevista para às 10h. Tive que correr bastante, uma vez que o voo de Guarulhos parou em um dos últimos portões da asa oposta do terminal da capital federal. Pude perceber depois que alguns dos passageiros do voo de Guarulhos seguiram no mesmo voo que o meu, e outros aguardavam para o voo de Orlando, que sai na mesma faixa de horário.
Houve bastante tranquilidade na fila da alfândega, super vazia. Fiquei menos de dois minutos na fila, e já no corredor de acesso até a área de embarque internacional alguns agentes paravam os passageiros para os procedimentos de segurança, como perguntas sobre bagagens e outros. Após as perguntas, colocaram um selo de verificação no verso da capa do meu passaporte, conferiram o visto americano, e segui até o embarque, que tinha acabado de ser iniciado. Como vi que a fila era grande, fui rapidamente ao sub-solo para a sala VIP internacional do Aeroporto de Brasília, que possui convênio com a Smiles, para passageiros categoria Diamante em conexão internacional. Deu para tomar um rápido café, e segui para o embarque.
Embarque
O embarque e taxiamento ocorreram pontualmente. Diferente do habitual nos voos domésticos da Gol, antes do embarque tripulantes passaram com um spray sanitizante pelos corredores, seguindo uma gravação no sistema de áudio da aeronave informando sobre a desinfecção da aeronave. Nas poltronas já havia um pequeno travesseiro e uma manta.
Durante o término do embarque, durante a saudação do comandante, fomos informados que nosso voo faria uma escala técnica de reabastecimento em Punta Cana (PUJ), sem desembarque, e nosso tempo de voo seria de aproximadamente 5h30. Achei interessante, pois como acompanho as notícias do setor de aviação já tinha essa informação, mas percebi que muitos passageiros não sabiam disso e mostraram bastante incômodo. Deu a sensação de que a comunicação com os passageiros não foi tão clara nesse sentido.
Entretenimento
Poucos instantes após a decolagem, os comissários passaram distribuindo suportes para celulares e tablets, uma vez que o 737-800 não possui telas de entretenimento. Durante o tempo de voo em que estávamos no espaço aéreo brasileiro, era possível acessar a TV ao vivo pelo wi-fi da aeronave, porém após deixarmos o Brasil, apenas os filmes/séries permaneceram em funcionamento. Não sei dizer se é padrão que aconteça isso.
Cabine
A cabine do 737-800 é a padrão dos voos domésticos, apenas observei que na área gol premium são instaladas cortinas, fechadas após a decolagem, além de bloquearem o assento do meio, dando mais conforto aos passageiros.
Meu assento era o 17F Gol + Conforto na saída de emergência, bem espaçoso e confortável, e me permitiu um voo bem tranquilo. Por sorte, apesar de não serem bloqueados os assentos do meio na saída de emergência, ele foi vazio, então tive mais espaço. O voo estava lotado, além do assento ao meu lado, contei dois assentos vazios apenas.
Serviço de bordo
Como o voo decolou às 10h, o almoço foi servido cerca de uma hora e meia após a decolagem. Havia opção de carne ou massa – optei por carne, além de bebidas não alcoólicas que foram servidas à vontade durante o voo. A tripulação muito educada, prestativa e não demorava a atender quando a chamada de comissários era acionada.
Curiosamente, considerando a parada técnica em Punta Cana, cerca de uma hora antes do pouco na República Dominicana, foi servido um lanche “extra”, creio como cortesia frente ao incômodo de uma parada técnica, onde não era possível desembarcar. É uma parada rápida, de pouco mais de 25 minutos, onde é feito o reabastecimento da aeronave. Foi um serviço de bordo simples, e rápido, como é fornecido nos voos domésticos operados pela Gol.
Aterrissamos em Punta Cana e fomos para uma posição remota, onde chegaram dois caminhões para o reabastecimento da aeronave. Foi reforçado pelo sistema de som que não seria permitido o desembarque, a porta da aeronave foi aberta, e foi colocada uma fita-zebrada. Muitos passageiros aproveitaram para levantar, se alongar, assim como ir ao banheiro. O Boeing 737-800 que cumpria a rota para Orlando chegou alguns minutos depois, e parou ao nosso lado.
Concluído o abastecimento seguimos viagem. Seriam aproximadamente duas horas de voo até Miami. Neste trecho, após cerca de 40 minutos voando, foi servido outro lanche, desta vez mais robusto, um sanduíche (aquele normalmente disponível para venda nos voos domésticos), e pouco depois do término do serviço de bordo, foram iniciados os procedimentos de pouso.
O pouso em Miami ocorreu dentro do previsto, o desembarque ocorreu sem problemas.
Programa de fidelidade
Como cliente assíduo do Gol, posso ser suspeito para dizer, mas estou muito satisfeito com o programa Smiles. Como a passagem foi emitida com milhas, não gera crédito de novas milhas, entretanto pontuam como trechos qualificáveis para manutenção da categoria, o que é muito positivo. Adicionalmente, existem benefícios como despacho gratuito de três bagagens para clientes categoria diamante, check-in, embarque, e restituição de bagagens prioritários. Além disso, na época, a Smiles era parceira da Delta, o que permitia o acesso ao SkyClub lounge onde há conexão internacional Gol e Delta, além de benefícios de embarque, check-in e franquia de bagagem.
Conclusão
O voo até Miami, apesar da parada em Punta Cana, foi pontual, tranquilo, houve um bom serviço de bordo, além da cordialidade da tripulação. Creio que a Gol consiga coordenar da melhor forma a parada técnica em Punta Cana, se esforçando ao máximo para minimizar o tempo em solo e reduzir o transtorno aos passageiros. Também achei uma boa percepção deles fornecer um serviço de bordo intermediário em atenção aos passageiros, que depois de certo tempo de voo, ainda conscientes de que haverá uma parada intermediária, começam a ficar mais agitados.
Agradecemos ao Matheus pelo relato! Vale lembrar que essa rota, assim como os demais voos internacionais da Gol, está suspensa por enquanto – confira a previsão de retorno de cada destino. Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Capriche no texto e nas fotos e mande para a gente pelo e-mail avaliacao@melhoresdestinos.com.br
Nota final.
Gol
São Paulo - MiamiVoo 7748