Como é voar na US Airways – classe econômica


Como é voar na US Airways – classe econômica
Há cerca de um ano, a US Airways e a American Airlines surpreenderam o mundo com o anúncio de uma fusão entre as duas para a criação da maior companhia aérea do mundo. Neste início do ano, o processo entrou em fase final, com integração dos códigos de voo e programas de milhas. Ao que tudo indica, muito em breve a US Airways deixará de voar e seus jatos passarão a exibir o logotipo da American Airlines. Enquanto isso não ocorre, vamos registrar nesta semana aqui no Melhores Destinos um pouco da experiência de voar com a companhia, que a maioria dos leitores não terá devido á fusão. Hoje trazemos como é o serviço de São Paulo a Charlotte na classe econômica, avaliada pelo leitor Moacyr Lopes dos Santos. Ainda nesta semana publicaremos um relato da primeira classe da companhia. Não perca!
As passagens
Estávamos planejando uma viagem ao exterior em família e, de comum acordo, escolhemos ir para os Estados Unidos. Porém, uma de minhas filhas queria conhecer Nova Iorque; a outra queira conhecer a Disney. Decidimos conhecer as duas.
Nosso planejamento consistia em sair do Brasil e ir direto a NY, depois Orlando e finalmente o regresso até o Brasil. Pesquisei várias saídas diferentes (Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio). Em todas, a saída por Guarulhos era a mais barata. Pesquisei em várias companhias a compra de multi trechos, sendo os trechos SP-NY, onde ficaríamos três dias, depois NY-Orlando, mais cinco dias, e, finalmente, Orlando-SP.
Consegui o mais barato três meses antes da viagem, justamente o prazo em que o MD recomenda como ser o ideal para adquirir passagens para o exterior. Paguei R$ 12.400,00 por 4 passagens multi trechos na US Airways, classe econômica, parcelados em 6 x. Dois dias após, o valor subiu para R$ 16 mil.
Comprei online no site da companhia. Porém, tive um problema com o pagamento: meu cartão foi recusado. Liguei na operadora e me disseram que havia suspeita de fraude, devido ao valor. Informei que era realmente eu que estava fazendo a operação e liguei na US Airways no 0800 para confirmar a compra. O atendimento via telefone foi rápido e eficaz e forneci meus dados do cartão novamente e a operação foi confirmada. Neste ponto, nota 10 para a companhia. Aproveitei a ligação e já marquei todas as poltronas. Recebi a confirmação e e-tickets três dias depois via e-mail.
Os trechos adquiridos foram:
17/7/2013 – 08:25 Guarulhos – Charlotte – Newark 21:48
20/7/2013 – 17:35 Newark – Charlotte – Orlando 21:37
25/7/2013 – Orlando – Charlotte – Guarulhos 04:30
Todos os voos faziam escala em Charlotte. Para quem mora em Uberaba, Minas Gerais, como eu, que para ir a qualquer lugar tem de fazer conexão, estas paradas não foram problema.
Check-in
O check-in online da US Airways só abre 24 horas antes da viagem. Um dia antes, entrei no site e fiz o check-in de nós quatro sem problemas. Foi rápido e acessível, mesmo para um analfabeto na língua inglesa como eu. Ainda bem que minhas filhas foram como interpretes.
Fomos para São Paulo via Ribeirão Preto (TAM) um dia antes à noite, visto que nosso voo era no outro dia cedo, às 8h25 e, segundo a recomendação, deveríamos comparecer 3 horas antes do embarque. Dormimos no Slaviero dentro do aeroporto de Guarulhos, o que facilitou o nosso deslocamento.
Às 5h10 estávamos no terminal 2 Check-inn D, guichê da US Airways. Já havia fila (cerca de 40 pessoas) e os atendentes já haviam iniciado a operação. Como tinha feito o check-in pela internet, fui diretamente para o guichê de despacho de bagagens e, em 10 minutos (haviam três passageiros na nossa frente) e com novos cartões de embarque impressos pela companhia, já estávamos liberados. Novamente, nota 10 pelo atendimento e rapidez.
O embarque e a aeronave
O embarque começou às 7h45 e, em 20 minutos, todos os passageiros haviam embarcados. Havia cinco comissários de bordo e um deles falava português. Todos os avisos eram em inglês primeiramente e depois em português, o que foi útil. O voo estava praticamente cheio, com raros lugares vazios. Creio em mais de 90% de ocupação. O avião era um Boeing 767-200, prefixo N246AY, na configuração tradicional 2-3-2. Ocupamos as poltronas 26/27 A e B. Depois, ao chegar ao Brasil, fui pesquisar: essa aeronave foi fabricada em 1987. Ou seja, está com 26 anos de uso. Medo!

Aeronave N246AY – voo da ida em Guarulhos
A Viagem de ida
Estava indo tudo muito bem para ser verdade. O voo atrasou sua saída. Uma passageira sentiu-se mal e vomitou na poltrona em que estava (fileira 22). O pessoal de terra veio limpar e interditaram a fileira, deslocando os passageiros para outras poltronas. Com isso, decolamos às 09h16, 51 minutos após o horário previsto. Até ai, tudo era justificável.
Nas poltronas, um cobertor mais fino que um lenço de papel e um travesseiro para todos. Perdi o travesseiro durante o voo de tão bom que ele era. E podiam ser levados como lembrança.

Cobertor e travesseiro disponíveis
O entretenimento é o padrão do Boeing 767-200: telas coletivas, com headphones distribuídos gratuitamente e filmes já batidos. Um deles, “Eu, Robô”, com Will Smith. Para aliviar, bastava acessar o canal 8 que o áudio era em português. Nota 5 para este item.

A TV vista da minha poltrona
A aeronave estava muito limpa e, considerando a idade, as poltronas de couro ainda estavam com bom acabamento. Não parecia ter tanto tempo de uso. O espaço das poltronas na classe econômica é bem tranquilo, melhor que o padrão da GOL e TAM e semelhante ao da Azul. Não consegui medir. Mas tenho 120 kg e 1,71 m de altura e fiquei bem confortável, melhor que no Airbus A-320 que nos levaram de Ribeirão a São Paulo. Nota 6 pelas acomodações.
Como disse, as comunicações eram primeiramente sempre em língua inglesa. Mas havia um comissário que, na sequência, fazia os comunicados em português. Também foi ponto positivo a cordialidade dos comissários (3 mulheres e 2 homens). Sempre li, aqui mesmo no MD, que os comissários americanos eram pouco cordiais com os brasileiros. Mas pude observar que eles atenderam a todos com extrema generosidade.
Serviço de bordo
Este é o ponto fraco da US Airways. No voo de ida, tivemos duas refeições: um café da manhã, servido uma hora após a decolagem, constituído por um sanduíche de presunto e queijo, gelado e com o pão esfarinhando, um queijo petit suisse (danoninho) e uma salada de frutas. Para acompanhar, café, chá, leite e sucos.

Café da manhã voo de ida
O almoço começou a ser servido às 15 horas, 5 horas após o café da manhã, e havia duas opções de pratos. Até chegarem à minha poltrona, já era 15h54. Na minha opinião, poderia ser mais cedo. Pedi a opção 1: um frango com molho e arroz, acompanhado por salada e um pão francês. Como sobremesa, um pedaço de bolo de chocolate. Estava bom. Porém, minha esposa pediu a outra opção, macarrão à bolonhesa, que estava meio cru e sem sal, também acompanhado por salada e um pão francês e o bolo na sobremesa.

Refeição do voo de ida – opção 1
Para acompanhar, vinho tinto e branco secos, refrigerantes e sucos. Entre o café da manhã e o almoço, foi servido por duas vezes sucos e mini pretzels. Haviam bebidas à parte: cervejas ($ 7,00 a lata) e bebidas destiladas.

Lanche entre as refeições
A chegada e a imigração
Resolvi falar deste item, pois havia lido em alguns sites que, na imigração em Charlotte, havia uma brasileira para auxiliar. Realmente, ela estava lá. Conferia o formulário de cada passageiro ou família e corrigia se fosse necessário. Na entrevista, nenhuma pergunta. Somente “Welcome”. O aeroporto de Charlotte é um caso à parte, com seus cinco terminais de embarque, todos interligados por esteiras, e quatro pistas de pouso / decolagem. Cronometrei e ocorre um pouso a cada dois minutos, 90% deles da US Airways, visto que lá é HUB da empresa. E está sendo ampliado, com a construção de um novo terminal e um ramal de trens.
O voo de volta
Sem muitas diferenças, foi no mesmo tipo de avião, este prefixo N245AY, também com 26 anos de uso. Check-in online feito, em cinco minutos liberado após o despacho de malas.
Diferenças: um comissário brasileiro, o avião saiu com 54 minutos de atraso devido ao tráfego aéreo. Atrás de nossa aeronave, haviam 15 outras em fila aguardando a decolagem. Pude contar, pois eles estavam na pista paralela à de decolagem.
Nunca vi isto em nenhum aeroporto. A comida continuou ruim, com um arroz com tiras de frango que estavam meio cruas e um ensopado de legumes misturados a isto. Muitos passageiros não comeram. E foi servida às 20 horas, uma hora após a decolagem.

Jantar da volta
Às 3 da manhã, foi servido um café da manhã, no mesmo padrão do voo da ida. Apesar do atraso, o voo chegou no horário, explicado pelo fato de, na ida, ele ter voado a 34.000 pés e, na volta, a 39.000 pés e velocidades próximas a 1000 km/h (dados do FlightAware).

Café da manhã da volta
Conclusão
Apesar dos problemas com a comida e de ser uma aeronave com 26 anos de uso, voltaria a voar com a US Airways em uma promoção, pois fomos bem e rapidamente atendidos pelos funcionários da empresa. Só levaria um misto-quente na mala para uma emergência. No geral, nota 7 para o voo.
Agradecemos ao Moacyr pelo seu ótimo relato sobre a US Airways. E você? Já voou com a companhia? Deixe sua opinião nos comentários! Como dissemos, ainda nesta semana vamos publicar a segunda avaliação da US, dessa vez na primeira classe. Você pode ver todas as avaliações publicadas pelo MD até hoje neste post.