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Roteiro no Marrocos: 13 dias desvendando um país fascinante!

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10/05/2017 às 12:22

Roteiro no Marrocos: 13 dias desvendando um país fascinante!

Marrocos é um dos destinos africanos mais visitados por turistas que buscam um lugar de paisagens incríveis, hefultura única, cores vibrantes e culinária saborosa! Para ajudar todos os que pretendem viajar para este país surpreendende, o leitor Fernando Brandão sugere neste post um roteiro de 13 dias pelo país, inspirado na viagem que realizou em janeiro de 2017. 

Fernando, 54 anos, é carioca, casado e tem dois filhos. Todos os anos, ele e a esposa, Ângela, fazem as malas rumo a um lugar diferente do mundo. “Viajar e retratar os lugares através de fotos e vídeos é o nosso hobby predileto”, diz ele. Confira o super completo roteiro do Fernando!

ROTEIRO NO MARROCOS

Por Fernando Brandão

Se antes da viagem você me perguntasse porque escolher o Marrocos, talvez a resposta fosse bem diferente do que vou descrever aqui. É certo que as razões iniciais que nos levaram até lá foram a curiosidade por um primeiro destino no continente africano, e também a possibilidade de conhecer um país muçulmano com, digamos, baixo risco nos dias atuais.

Mas ao final da viagem a visão que ficou para nós foi de um país com uma variedade enorme de paisagens, uma culinária saborosa, um povo hospitaleiro e uma cultura muito rica. Passamos a entender o significado de muitas coisas relacionadas à cultura e à religião. Enfim, aprendemos muito na viagem.

O Marrocos fica na costa oeste da África, a aproximadamente 8 horas e meia de voo direto do Brasil (partindo do Rio ou São Paulo), operado pela Royal Air Maroc (RAM). Essa foi nossa opção para chegarmos até Casablanca. Depois de ler um pouco sobre o turismo no Marrocos e de conversar com amigos que já tinham estado por lá, eu e minha esposa, Ângela, decidimos que nossa opção seria contratar um guia local com veículo 4×4 para dar a volta pelas principais cidades daquele país.

Aqui vai a Dica #1: no Marrocos existem trens ligando as principais cidades e também voos operados pela RAM (os preços não são convidativos…), mas use um carro, ou então você vai perder grande parte da festa! Existem várias empresas e profissionais prestando esse serviço no local, mas optamos por uma empresa portuguesa (Trilho Salama) que opera localmente com motorista-guia marroquino que fala português (saiba mais em www.viagensmarrocos.com). Eles possuem vários roteiros pré-definidos, mas você pode montar o seu próprio, como fizemos.

Selecionamos 6 pontos que serviriam de base e seguimos sempre no sentido horário, partindo de Casablanca até o ponto final, em Marrakech. Você também pode preferir alugar um carro e fazer por conta própria, no entanto vou comentar alguns pontos de atenção ao longo desse post que não devem ser subestimados.

Sobre os idiomas, além do dialeto árabe falado no Marrocos (chamado Darija), você pode exercitar o seu francês, segunda língua oficial do país. Ainda há um grande contingente de marroquinos que falam o espanhol, principalmente mais ao norte, nas proximidades do Estreito de Gibraltar e do Mediterrâneo, e também o inglês nas maiores cidades e atrações turísticas.

A moeda oficial do Marrocos é o Dirham Marroquino (MAD). De forma aproximada, 1 Euro ou 1 Dólar Americano compram 10 Dirhams. Em muitos pontos turísticos o Dólar e o Euro são aceitos, mas recomendo ter sempre Dirhams disponíveis para as despesas menores e para a eventualidade de não serem aceitas as demais moedas. Dica #2: fiz sempre câmbio no Banque Populaire, que tinha melhores taxas de conversão e não cobra taxa de serviço, nos terminais ou agências.

Então, vamos embarcar?

O Boeing 787 Dreamliner da RAM aguardando o embarque no Galeão

1º DIA: A CHEGADA

Escolhemos nosso voo direto do Rio para Casablanca. Dica #3: se você optar por voar RAM, atente que dependendo do dia da semana os voos diretos alternam entre Rio e São Paulo, tanto na ida como na volta. Ou seja, se tiver flexibilidade mínima em suas datas pode evitar uma escala de mais de uma hora dentro da aeronave! Saímos do Rio na manhã do dia 17 de Janeiro de 2017 e chegamos a Casablanca já à noite (o Marrocos todo tem o mesmo fuso de Lisboa).

Nosso motorista-guia Ismail estava nos aguardando para levar ao hotel e passar as primeiras instruções. Ficamos hospedados no Hotel Kenzi Basmaa, bem localizado e bem próximo aos principais pontos de interesse de Casablanca. Como já estava tarde, decidimos comer algo leve perto do hotel e descansar para o dia seguinte. Lembre-se de trocar ou sacar dinheiro ainda no aeroporto – há terminais do Banque Populaire.

2º DIA: CASABLANCA E RABAT

Utilizamos apenas um dia para conhecer as duas cidades, uma vez que nosso roteiro privilegiou as cidades mais interessantes no interior do Marrocos, além do Deserto do Saara. Casablanca e Rabat são cidades que, em   nosso entendimento, não possuem uma quantidade de atrações que justifique mais do que um dia, uma vez que estão a apenas 90 km de distância por autoestrada de ótima qualidade.

Casablanca é a capital econômica do Marrocos, e lá visitamos pela manhã a mesquita Hassan II, maior do país e a única que os não muçulmanos podem visitar. A estrutura impressiona – nela 20 mil homens e 5 mil mulheres podem rezar ao mesmo tempo.

Vista exterior da mesquita Hassan II, em Casablanca

Os homens ficam no salão principal e as mulheres separadas, em um mezanino que circunda todo o salão principal. É um programa recomendado. Custa aproximados 120 Dirhams (12 Euros) por pessoa e esse valor inclui um guia da própria mesquita em vários idiomas (escolhemos espanhol – não tem português).

Saindo da mesquita seguimos direto para Rabat, a capital política do Marrocos. Lá conhecemos o mausoléu onde estão enterrados o avô e o pai do atual rei, Mohammed VI, e as infinitas bases de colunas do que deveria um dia ser a maior mesquita do país, mas que não chegou a ser concluída. O local fica próximo a um mirante à beira do Atlântico de onde se tem uma visão panorâmica interessante.

O mirante fica dentro de um Kasbah (espécie de fortaleza) e os dois pontos podem ser visitados sem custo. Descarte os “guias” que se oferecerão para acompanhar você dentro do Kasbah, e que vão tentar te cobrar 100 Dirhams e valorizar ao máximo uma caminhada quase reta de 300 metros, se tanto!

Almoçamos em Rabat no excelente restaurante Dar Naji, onde tivemos nosso primeiro contato com a culinária típica marroquina e com o chá de menta, e voltamos para Casablanca para mais tarde jantar no Rick’s Café (não deixe de fazer uma reserva antecipada, ainda que no mesmo dia). O restaurante retrata o famoso café onde se passa a maior parte do filme Casablanca, de 1942.

Não vou aqui polemizar se o tal café existiu mesmo ou não, mas vale uma visita, sem dúvida. O local é agradável e a comida boa, ainda que um pouco mais cara do que a média local, mas dentro de uma faixa aceitável. No segundo andar há um reservado onde o filme é passado de forma permanente e no piso abaixo um pianista toca clássicos do cinema e, é claro, As time goes by.

Interior e decoração do Rick’s Café

Aproveito aqui para falar sobre os táxis no Marrocos. Existem dois tipos, os pequenos e os grandes. Os grandes são vans ou carros maiores utilizados tipicamente para trajetos entre cidades. Os pequenos (Petit Taxi, na cor vermelha em Casablanca) circulam dentro das cidades e usam taxímetros.

Dica #4: em determinadas situações é melhor negociar antes o valor da corrida, ou então tenha certeza que o taxímetro vai ser utilizado. Uma tática que usamos e acho interessante era de sempre perguntar no hotel quanto deveria custar em média a corrida para determinado local. Funcionou bem ao longo de toda a viagem. Não se assuste com os preços iniciais da negociação, se você persistir vai viajar por ¼ ou menos do valor inicial…

Isso também vale para as compras, pois lá praticamente tudo que é posto à venda não tem o preço marcado. Ou seja, o valor que você vai pagar depende da negociação do momento. Mais uma vez, vale aqui a tática de buscar referências de preços de outros locais que você conheça – pelo menos você não vai pagar um valor absurdo, mesmo que no Marrocos o item possa custar ainda menos. Em resumo, informação prévia e negociação.

3º E 4º DIAS: CHEFCHAOUEN

Deixamos Casablanca para trás logo cedo, após o bom café da manhã do Kenzi Basmaa, e pegamos a estrada rumo ao norte do país para nossa segunda base: Chefchaouen, a cidade azul. A viagem é relativamente longa e toma boa parte do dia. Chegamos no meio da tarde. Agora a parte mais interessante da viagem estava de fato começando.

As oliveiras na estrada para Chefchaouen

Chefchaouen fica localizada na área do Rif, cadeia de montanhas próxima ao Mediterrâneo e Argélia. A viagem é marcada por estradas com trechos sinuosos e com a constante presença de plantações de oliveiras sem fim nas colinas. O Marrocos é um grande produtor de azeite de oliva (você sabia? Eu não…) e de boa qualidade. O azeite está presente em todas as refeições, até mesmo no café da manhã!

A área das montanhas Rif também é a principal produtora de haxixe no Marrocos, mas não tivemos nenhum problema em relação a esse ponto durante todo nosso roteiro. A primeira característica marcante de Chaouen (forma reduzida como também é chamada) é a predominância da cor azul em suas habitações modernas e também nas ruas e casas da medina (centro histórico formado pela parte antiga da cidade, quase sempre cercada por muralhas). Associa-se o uso da cor a costumes antigos dos reis e também a aspectos religiosos.

Ficamos hospedados no Riad Assilah, simples mas muito aconchegante e bem próximo à praça Uta el Hammam, centro nervoso da medina de Chaouen, onde estão localizados os principais restaurantes e lojinhas. Aqui destaco o restaurante Casa Aladin, de fácil acesso através de rua adjacente à praça. Decoração típica e comida de boa qualidade (experimente a Harira – sopa à base de tomates, típica do Marrocos). Se não estiver frio, vale a pena comer no terraço, com vista para os principais pontos turísticos da cidade. Também recomendo a Pizzaria Mandala, se quiser variar um pouco da culinária típica. Fica localizada fora da medina, mas bem perto. É pequena mas muito bem organizada e tem pizzas e massas de excelente qualidade.

Os principais programas para serem feitos em Chefchaouen são o passeio pelas ruas da medina, onde você poderá encontrar ruas abobadadas e vielas com decoração bem alegre e tirar excelentes fotos. Fizemos um caminho sempre próximo à muralha e chegamos ao ponto mais alto da medina. Existem também trilhas que podem ser feitas nas montanhas, vai depender do tempo que você tiver e de sua disposição, mas não se esqueça de levar seus calçados “outdoor”. Além disso, na pracinha principal há também um Kasbah que é um museu e vale a pena ser visitado (a entrada custa 30 Dirhams).

Vista a partir de mirante na estrada. A parte histórica está mais ao alto, próxima à montanha

Do alto da torre você terá uma vista legal de toda a cidade e das montanhas que a cercam. Se puder vá próximo ao horário do pôr do sol, mas prepare-se para a subida de um bom número de escadas estreitas, porém de baixo risco.

Uma coisa que chama atenção, e não posso deixar de citar aqui, é o conjunto formado pelas características do local e pelos costumes e vestes das pessoas. Parece que você está em um filme épico, com magos e outras criaturas ao seu redor. Isso fica mais evidente porque quase todo mundo usa a jelaba, uma túnica com capuz que cobre todo o corpo, até abaixo dos joelhos. É o traje típico da região e protege contra o frio que pode ser intenso na montanha.

As temperaturas no Marrocos, mesmo no inverno, não costumam ser extremas. Com base no histórico, preparamos nossas malas, mas fomos surpreendidos pela forte massa que estava intensificando o frio em toda a Europa, e que acabou “atravessando” o Mediterrâneo e atingindo também o norte da África. Não teve jeito, minha esposa comprou uma jelaba que a acompanhou por boa parte da viagem a partir dali.

5º E 6º DIAS: VOLUBILIS, MÈKNES E FES

Seguimos para nossa terceira base no roteiro que foi a cidade de Fes (ou Fez, as duas formas são aceitas). A viagem a partir de Chaouen não é muito longa, mas no caminho passamos e paramos em Volubilis e Mèknes e chegamos a Fes quase no final da tarde.

Volubilis hoje é um sítio arqueológico de uma antiga cidade romana, patrimônio da Unesco desde 1997. O local é bem organizado e gerido. Algumas peças que são recuperadas e restauradas ficam expostas na entrada do sítio, próximo à área de recepção dos visitantes, antes do início da caminhada pelo sítio propriamente dito. Vale a visita (a entrada custa 20 Dirhams).

Mèknes faz parte das chamadas cidades imperiais do Marrocos (que já foram capitais, ou são), juntamente com Rabat (capital atual), Fes e Marrakech. Lá paramos para almoçar. O ponto interessante de Mèknes é que a muralha que cerca sua medina é a mais extensa do Marrocos, com cerca de 48 Km. Também é uma cidade forte em agricultura e fica em uma região produtora de vinhos. Provamos um vinho produzido em Mèknes durante nosso jantar no Riad em Fes e avaliamos como de média qualidade. O azeite marroquino é muito bom, mas no vinho eles ainda tem um caminho a trilhar.

Em Fes ficamos hospedados no Riad Al Makan, bem próximo à medina. A acomodação é excelente. Quartos grandes, muito bem decorado no melhor estilo marroquino, com entalhes e mosaicos fantásticos, como os das fotos a seguir:

No dia seguinte saímos cedo em companhia de nosso motorista Ismail e de um guia local que também falava português, chamado Said. Dica #5: não se aventure dentro da medina de Fes sem um guia local. A medina possui 9.200 ruas e vielas e não é difícil se perder e não achar a saída. Iniciamos o passeio indo a um mirante de onde se tem uma vista panorâmica fantástica de Fes e depois fomos conhecer o Palácio Real, com suas 7 portas. A partir dali nos embrenhamos na medina, onde ficamos por todo o restante do dia.

Vista panorâmica da medina de Fes, a partir de mirante

Iniciamos nossa expedição pela medina entrando pela famosa Porta Azul. Foi nosso primeiro contato com as raízes da cultura marroquina. A sensação foi de termos voltado mais de 10 séculos no tempo. A medina de Fes foi fundada no século IX, mas parece que o modo de vida não evoluiu. Seria uma imersão total, não fosse por algumas lojas da medina que vendem equipamentos e acessórios da era digital.

A medina é uma mistura complexa de ruas residenciais, comerciais, de mercados (souks) e mesquitas. Suas ruas e vielas são bem estreitas (passamos por algumas de apenas 60 cm de largura – isso serve para evitar que o sol incida diretamente nas paredes, e também facilitava estratégias de defesa, não permitindo que invasores formassem várias fileiras. Outra característica marcante é a importância dos burricos que, justamente pelas características das ruas, são o meio de transporte usado para levar material para dentro da medina e para retirar o lixo.

Fes é considerada a capital cultural do Marrocos e possui a universidade mais antiga do mundo, que fica dentro da medina. A arquitetura típica das casas nas medinas mais tradicionais não utiliza janelas. A circulação do ar dentro da habitação é feito por um pátio central aberto no seu interior, para onde as janelas dos quartos ficam viradas. Ou seja, de fora, a única coisa que se vê é a porta de entrada. Na cultura marroquina, quanto maior a riqueza da família no interior da casa, mais bonita e elaborada é a porta. Isso está ligado diretamente aos valores daquela sociedade, onde a riqueza deve ficar da porta para dentro. Da porta para fora todos são iguais.

O trabalho feito nas peças em ouro e prata

Fizemos visitas a uma cooperativa de produção de peças de cerâmica (onde compramos algumas peças, muito bem embaladas por sinal) e dos famosos mosaicos – sensacional a forma como são produzidos e montados. Também visitamos uma loja que produz artefatos em prata e ouro (nessa não compramos nada…), como bandejas e jogos de chá, além de lustres magníficos.

Fomos também a um curtume, bem famoso, que até já apareceu em novela aqui do Brasil. O material que eles produzem e vendem é de altíssima qualidade, mas achamos caros. O cheiro de várias peças de couro juntas pode ser desagradável, mas o cheiro que você sente na área onde o material é processado e tingido é muito, muito ruim. Durante a visita você ganha um ramo de hortelã, para manter próximo ao nariz… por aí você já pode ter uma ideia do que vai enfrentar, e olha que estivemos lá em janeiro, no inverno. Almoçamos em um restaurante dentro da própria medina chamado Riad Nejjarine. Boa comida e decoração impecável, no estilo palacete marroquino.

Por fim conhecemos um forno comunitário, onde são assados os pães preparados pelas famílias que moram na medina. Dica #6: antes de fotografar qualquer pessoa ou local mais reservado, peça permissão e ofereça dinheiro – tenha cuidado especial ao fotografar mulheres. Os marroquinos não gostam de ser fotografados e escondem o rosto quando notam uma câmera na mão de alguém, mesmo que você esteja tentando retratar apenas a paisagem ou o ambiente.

7º e 8º DIAS: DESERTO DO SAARA

Saímos bem cedo de Fes, em busca de nossa quarta base na aventura, o Deserto do Saara. Esse já seria naturalmente o trecho mais longo de estrada, com mais de 460 Km a serem percorridos, mas ficou um pouco mais dramático, em função do Atlas, personagem importante que gostaria de introduzir nesse ponto.

O Atlas é uma cadeia de montanhas que se estende por 2.400 km através do Marrocos, Argélia e Tunísia. As montanhas do Atlas separam a parte do país que fica na costa do mar Mediterrâneo e do oceano Atlântico do Saara. No Marrocos temos o médio Atlas (com 3.356 m, e que tivemos que cruzar nesse trecho do roteiro) e o Alto Atlas (com 4.167 m, que ainda cruzaremos, na viagem para Marrakech). (Fonte: Wikipédia)

Escultura do leão, símbolo do Atlas, coberta de neve

Pois bem, para irmos de Fes até o Saara devemos cruzar o Médio Atlas, onde fica localizada a cidade de Ifrane, considerada a Suíça marroquina, tanto pelo clima quanto pelos hotéis e residências de luxo. Chegamos à Ifrane debaixo de muita neve, situação que foi agravada pela tal massa fria que desceu da Europa, conforme já citei antes. Paramos para fazer fotos na escultura de leão que é o símbolo do Atlas quando então descobrimos que a estrada que deveríamos seguir estava fechada, por questões de segurança.

E aí vai o primeiro ponto de atenção para os que quiserem alugar um carro e dirigir por conta própria: tivemos que buscar um caminho alternativo contornando o Atlas. A pista era bem perigosa e de má qualidade (bem diferente das que tínhamos usado até então), e isso depois de muitas mensagens e conversas telefônicas de nosso motorista com outros colegas para saber se era possível avançar ou não.

O outro ponto que aproveito para também comentar aqui se refere à polícia marroquina (Gendarmerie Royale), que monta inúmeras barreiras com radares nas estradas e nos perímetros urbanos. Apesar de estarmos em um veículo de empresa de turismo e com motorista local fomos parados várias vezes para verificação de documentos, equipamentos e também tivemos que responder a alguns questionamentos. Conseguimos superar o obstáculo da nevasca, paramos para comer em uma típica churrascaria (marroquina) de beira de estrada e chegamos ao nosso destino já quase 8 da noite.

Durante o caminho entre Fes e o deserto vimos paisagens surreais, quase pinturas. Após a neve em Ifrane, a transição para o cenário típico do deserto e a beleza do Vale do Ziz (parte da estrada que fica em um cânion, ao lado de um rio com plantações de tamareiras) foram imagens que ficaram marcadas.

Passagem pelo Atlas e sua transição para o deserto

Na noite em que chegamos ficamos hospedados no Alberge du Sud, em Merzouga. Existem vários hotéis desse tipo naquela área, que ficam bem junto às dunas no que podemos chamar de entrada do deserto. O fundo dos hotéis fica já nas areias do deserto, mais ou menos como os resorts de praia…

No dia seguinte saímos para passear de 4×4 nas dunas e planícies do deserto e também para conhecer algumas atrações próximas, entre elas um oásis (que na realidade é uma área irrigada por técnica própria onde os povos do deserto fazem o cultivo) e a duna que tem o mesmo nome da cidade (Merzouga), considerada a maior daquela parte do deserto.

Almoçamos na casa de Hassan, um cara muito louco que tem uma pousada no meio do nada, toda construída de pedra e com uma arquitetura bem rústica. Muitos aventureiros que atravessam o deserto de carros ou motos costumam ficar hospedados lá. Minha esposa aproveitou e fez uma cooking class de tajine (prato típico de Marrocos) com o próprio Hassan. Foi uma das refeições mais gostosas que experimentamos na viagem, acreditem. A pousada é bem rústica, mas a cozinha é gourmet.

A duna “Lala” Merzouga (que significa Sra Merzouga)

Retornando da casa de Hassan, os dromedários já nos esperavam para iniciarmos nossa caravana pelas areias do deserto, rumo ao acampamento onde passaríamos a próxima noite. Os dromedários são extremamente dóceis e o momento de maior emoção é quando eles sobem e descem para você montar e desmontar – se não se segurar você cai. A caminhada em si é bem lenta, acompanhada pelo guia do deserto e, sinceramente, muito desconfortável, mas faz parte da aventura experimentar para conhecer.

No caminho para o acampamento paramos para ver o pôr do sol nas dunas. No acampamento há uma tenda-restaurante com umas poucas mesas e cozinha na parte de trás além das tendas para dormir, no estilo berbere (denominação de uma das etnias do Marrocos e que habita o Saara) acrescidas de algum conforto adicional – uma cama de verdade, tapetes forrando o chão, uma pequena pia, vaso sanitário, ducha higiênica e muitas, muitas mantas. Usamos 6 naquela noite de frio intenso (que saudade dos aquecedores dos hotéis e riads!). O peso das mantas era tanto que não conseguia me mexer, me senti como se estivesse em um sarcófago…

Ângela e Hassan (guia do deserto) aguardando o pôr do sol

Antes de dormir ficamos do lado de fora próximos a uma fogueira onde os berberes tocam instrumentos e cantam. Dica #7: jamais subestime as temperaturas do deserto, seja no inverno ou no verão e leve protetor solar, água e algo “quente” para beber no frio da noite. Digo a vocês que jamais vi um céu como o do deserto – é um espetáculo da natureza que valeu todo o desconforto dos dromedários e da noite mais fria da minha vida.

Na manhã seguinte tomamos um café e retornamos nos dromedários para o ponto de partida. Passamos no hotel para pegar as malas (você só pode levar uma mochila para o acampamento), tomar um banho e partirmos rumo à Ouarzazate. Antes da saída ainda conseguimos ver algumas equipes espanholas que estavam hospedadas no Auberge du Sud se preparando para uma etapa do rally Marrocos-Mauritânia- Senegal.

Equipes espanholas se preparando para etapa de rally

9º E 10º DIAS: TODRA, OUARZAZATE E AIT-BEN-HADDOU

Deixamos o deserto para trás com a certeza de termos vivido uma experiência ímpar em nossas vidas, e seguimos para Ouarzazate, terra do cinema no Marrocos. Há uma grande quantidade de estúdios cinematográficos em Ouarzazate e vários filmes conhecidos foram filmados naquelas locações, entre eles o antigo Lawrence da Arábia (1962, com Peter O’Toole) e os mais recentes A Múmia (1999, com Brendan Fraser) e Gladiador (2000, com Russel Crowe). Você pode visitar os sets de filmagem e há também um museu do cinema, onde ficam expostas peças que foram usadas nos principais filmes (nada extraordinário, mas há itens interessantes).

E isso é tudo em Ouarzazate, porém o mais interessante está em suas vizinhanças, o que descreverei mais adiante. Ficamos hospedados no Dar Chamaa, bastante confortável, boa cozinha (jantamos 2 noites no hotel), uma área externa com piscina que deve ser ótima no verão, mas a localização não agradou – distante do centro e do comércio. Não o recomendamos apenas por essa questão, principalmente se você não estiver de carro.

O jardim e a piscina do Dar Chamaa, em Ouarzazate

No caminho para Ouarzazate conhecemos as Gargantas de Todra, um desfiladeiro na parte do Alto Atlas com paredes que chegam a 200 m de altura. Há uma parte do local que tem uma calçada margeando o rio onde você pode caminhar dentro do cânion.

Também há pontos onde é possível escalar as paredes. Vale a visita, com certeza. Distante cerca de 20 Km de Ouarzazate está Ait-Ben- Haddou, patrimônio da Unesco desde 1987. Ait-Ben- Haddou é um Ksar (cidade fortificada) que fica localizado em uma colina dentro da rota que era usada pelas caravanas que vinham do Saara a caminho de Marrakech.

Atualmente poucas pessoas vivem em Ait-Ben- Haddou, que passou a ser apenas atração turística. Não deixe de visitar (a entrada custa 20 Dirhams, apesar de muitos defenderem que não é obrigatória, apenas uma espécie de doação) e de subir até o topo do Ksar, de onde a vista é espetacular, com o Atlas ao fundo. Há placas indicando a direção da visita e não há risco de se perder. Não é recomendado para pessoas com dificuldade de locomoção.

O Ait-Ben- Haddou visto à distância

11º E 12º DIAS: MARRAKECH (está acabando…)

Pé na estrada para nossa última parada neste roteiro: Marrakech, a cidade vermelha. Na quase totalidade das cidades por onde passamos existe a parte antiga, histórica (medina), e a parte nova, formada por habitações e estruturas mais próximas do que conhecemos hoje. No entanto Marrakech se destaca pela quantidade de resorts de luxo, campos de golfe, cassinos, clubs e restaurantes classe A. É a cidade onde identificamos a maior quantidade de opções de lazer no Marrocos. E a denominação de cidade vermelha lhe cai bem, pois sem dúvida a cor predomina na cidade, seja na parte moderna ou na histórica. Na verdade a cor mais se aproxima de um tom terracota ou goiaba do que propriamente o vermelho.

Vista do Alto Atlas a partir do ponto mais alto da estrada para Marrakech

No caminho entre Ouarzazate e Marrakech tivemos que cruzar o Alto Atlas, que apesar de forte nevoeiro e de um pouco de neve estava bem mais tranquilo do que o Médio Atlas em Ifrane. Dessa vez não foi preciso buscar uma rota alternativa mas a estrada é bastante sinuosa e metade dela ainda não está modernizada – é estreita, apresenta buracos e curvas bem fechadas, além de um intenso tráfego de caminhões. A parte da descida em direção a Marrakech, já é nova e possui pontos onde você pode ver as curvas serpenteando na montanha. Ao cruzar o Atlas paramos em uma cooperativa de produção de óleo de argan e descobrimos que ele é usado para muitas outras coisas, inclusive na fabricação de azeite (de altíssimo valor), mel e de doces. Até então achava que o argan era usado apenas na indústria cosmética.

Ficamos hospedados no Riad & Spa Bahia Salam, a 300 metros da praça Djemaa El-Fna, célebre ponto de interesse que faz parte da medina de Marrakech, que também é patrimônio da Unesco. Os quartos do Riad são bem confortáveis e espaçosos e o Spa é de excelente qualidade – minha esposa experimentou o Hammam (banho turco) e aprovou.

Detalhes da fachada do riad em Marrakech

Saímos para um primeiro contato e fomos direto para a praça onde tudo acontece e é uma doideira… Tem encantador de serpente, micos, dançarinos, grupos de música tradicional, barracas e mais barracas de comida, restaurantes, lojinhas… O local é muito doido e barulhento.

Dica #8: evite se embrenhar pelo meio da praça, e se decidir encarar uma foto com dançarinos, mico ou serpente escolha seu alvo antes de se dirigir a ele. O fato de você simplesmente olhar fixamente por alguns segundos para o animal ou grupo de dançarinos parece que os atrai de forma intensa e imediata, e depois não é fácil se livrar deles ou dos donos. Da mesma forma, quando você passa pelo meio deles, ao menor descuido seu o mico já está no seu ombro, a serpente está enrolada em seu pescoço e você se vê no meio de uma roda de dançarinos. E depois tem que pagar por aquilo, é claro. Ou seja, o melhor é circular pela parte mais externa e só ‘mergulhar’ quando, e se, estiver pronto para encarar o show.

Movimento na praça Djemaa El-Fna ao final da tarde

Do outro lado da praça está localizada a mesquita Koutoubia, outro cartão postal de Marrakech. Seu minarete (torre) é o ponto mais alto da cidade. A visita à área da mesquita e ao seu jardim é bem interessante. O conjunto Koutoubia e a praça Djemaa El-Fna é o ponto de encontro de locais e turistas no final das tardes. Os restaurantes ao redor da praça ficam com os seus terraços lotados ao entardecer, próximo ao pôr do sol, que ocorre bem atrás da mesquita, produzindo um belo quadro. Os restaurantes cobram uma espécie de consumação mínima (em torno de 20 a 30 Dirhams por pessoa) se você quiser disputar um lugar no terraço. Um aspecto que chamou a atenção e que ainda não comentei no post diz respeito aos chamados para a reza.

Pessoas se amontoam disputando espaço nos terraços dos restaurantes no entorno da praça Djemaa El-Fna aguardando o pôr do sol

Cinco vezes ao dia os homens são chamados a rezar nas mesquitas por um sistema de som instalado no alto dos minaretes. Presenciamos isso em todas as cidades por onde passamos, mas em Marrakech, ali na praça, o efeito que você percebe é incrível. A praça é extremamente barulhenta, seja pelo burburinho das pessoas conversando, pela música tocada para os dançarinos, pelos encantadores de serpente… Mas ao primeiro toque do chamado para a reza o silêncio imediatamente se faz. Todo o ruído cessa e assim perdura por cerca de 15 minutos.

Antes de retornar ao riad, desprovidos de todo e qualquer pudor, doidos de vontade de experimentar, nos rendemos e comemos na rua um sanduíche de kebab – se soubesse que era tão bom…

No dia seguinte visitamos a medina de Marrakech com o auxílio de um guia local, Youssef (que também falava português). A exemplo do que já alertei em relação à Fes, vale o mesmo aqui – não se aventure sozinho pela medina, que é muito grande.

Dependendo do tempo que você tenha disponível para a visita ela pode ser customizada para atender pontos de interesse específicos, roteiros mais culturais, roteiros de compras, e por aí vai – basta alinhar previamente com o guia. Fizemos um roteiro mais genérico.

Existem duas diferenças bem marcantes entre as duas principais medinas que visitamos: em Fes as coisas são mais misturadas, mas em Marrakech existem “bairros” separados na medina para atividades artesanais, comerciais e para moradias. Em Fes apenas identificamos como meio de transporte dentro da medina as bicicletas e os burricos. Marrakech já introduziu as mobiletes e vespas, o que faz a caminhada ficar caótica em determinados pontos e principalmente em cruzamentos mais movimentados.

Dois pontos que destacamos dentro da medina de Marrakech foram as visitas ao Museu de Marrakech e a uma farmácia natural (herborista). O museu funciona em um palácio e possui coleções de artigos bem interessantes além da própria planta do museu, com salas de banho, aposentos reservados para convidados, aposentos para até quatro mulheres (esse é um número considerado ‘legal’ no Marrocos – um homem ter até quatro esposas) e um pátio interno muito bonito. Vale a pena visitar (entradas a 30 Dirhams).

Na parte mais nova da cidade, fora da medina há outras atrações, mas recomendo uma visita ao Jardim Majorelle (a entrada custa 70 Dirhams). O jardim foi adotado pelo estilista Yves Saint Laurent e seu companheiro Pierre Bergé, que o adquiriram para evitar que um projeto hoteleiro o destruísse. Duas curiosidades sobre o jardim: ali existem exemplares de plantas de todas as partes do mundo; o belo tom de azul que é utilizado na parte externa da construção é chamado de “azul Majorelle”. Na área externa há um memorial de YSL e para o segundo semestre de 2017 está prevista a inauguração de um museu em homenagem a Saint Laurent, anexo ao jardim.

Por fim, para comemorarmos nossa aventura que estava chegando ao fim fizemos uma reserva e fomos jantar no restaurante Comptoir Darna, recomendação dada pelo nosso motorista. O Comptoir é um restaurante de razoável luxo, comida típica marroquina de boa qualidade e que também tem um show de dançarinas do ventre. O show rola no próprio ambiente do restaurante, com várias dançarinas atuando nos corredores e próximo às mesas. Ou seja, não se preocupe com a localização de sua mesa – o show vai até você. Apenas lembre de fazer a reserva, pois o local fica lotado. O show começa após as 22 horas.

ÚLTIMO DIA

Vista aérea logo após a decolagem do aeroporto Menara, em Marrakech

Saímos cedo do Riad e fomos direto para o aeroporto de Marrakech para pegarmos nosso voo até Casablanca, de onde retornamos direto para o Rio de Janeiro. O voo entre as duas cidades tem uma duração de menos de 40 minutos e o acréscimo de custo é mínimo se você comprar a round trip (trechos de ida e volta a partir do Brasil) com a RAM, o que nos fez encerrar ali o roteiro terrestre, evitando o trecho até Casablanca.

Antes de encerrar este post acho importante comentar alguns outros pontos que julgo relevantes para quem pretende ir ao Marrocos:

Culinária – a cozinha marroquina é muito bem definida no sabor, com muito uso de especiarias, mas carece um pouco de variedade. Os principais pratos são o cuscuz marroquino e o tajine (prato feito à base de vegetais e uma proteína). As principais proteínas são a carne de vaca e de aves. Poucas vezes provamos frutos do mar e nenhuma vez a carne de porco. Quanto às aves é frequente o uso de todas as partes, inclusive com ossos – mesmo em restaurantes mais sofisticados, como no Rick’s Café, o frango ao limão siciliano tinha coxa e sobrecoxa com ossos. Quase sempre você vai ter à mesa o pão marroquino, o azeite e algumas azeitonas temperadas como uma espécie de couvert cortesia. Os berberes utilizam o pão como talher – não estranhe. Apesar dos temperos diferentes, de termos experimentado comida de rua e de beira de estrada, vale ressaltar que não tivemos nenhum tipo de problema ao longo da viagem.

Azeitonas à venda em barraca na medina de Marrakech

Trajes femininos, assédio e banheiros – Essa era uma preocupação de minha esposa que não se confirmou. Apesar de estarmos acompanhados durante parte do tempo por marroquinos, fizemos vários passeios sozinhos e não houve qualquer tipo de problema. É claro que ela não usou trajes ousados ou que deixassem partes do corpo evidenciadas demais ou à mostra, mas não precisa usar burca nem se vestir como as marroquinas mais tradicionais. Muitas jovens locais já nem cobrem mais a cabeça… O problema mesmo ficou por conta dos banheiros. Em muitos locais que estivemos os sanitários eram do tipo “turco”, instalados no chão (tem que ficar agachada), e não há separação entre banheiros femininos e masculinos – o banheiro é único e dispõe de várias cabines – escolha uma vazia e entre. Os lavatórios costumam ficar do lado de fora.

Mulheres trajando a burca em povoado no interior do Marrocos

A Royal Air Maroc – Optamos pela RAM pela rapidez e facilidade de voos diretos, já que o preço também era competitivo. Os aviões que fazem a rota para o Brasil (Boeing 787 Dreamliner) são relativamente novos e com conforto padrão (viajamos na classe econômica). No entanto destaco os seguintes pontos negativos: o serviço de bordo é muito fraco (tanto a qualidade da comida como o serviço em si), eles são confusos nos procedimentos de embarque e o sistema de entretenimento de bordo apresentava vários filmes apenas com legendas em francês, uns poucos em inglês e nenhum em espanhol ou português. Nos monitores há entrada USB para você conectar sua própria mídia. Se não fizer questão do voo mais curto você pode optar pelas companhias europeias e fazer uma conexão, ou até mesmo um stopover, no velho continente.

A imigração e alfândega no Marrocos – Os procedimentos de imigração e inspeção de bagagem são lentos e repetitivos. Nossas malas e mochilas foram revistadas várias vezes antes de sairmos do aeroporto, inclusive desde a porta de saída da aeronave, onde se forma uma longa fila ainda dentro do ‘finger’. Há necessidade de preencher um pequeno formulário, bem simples, mas ele não foi distribuído no avião. Tem que pegar assim que acessar o saguão de controle de imigração. Na saída também precisa preencher o mesmo formulário. Além do carimbo de entrada, o oficial de imigração escreve um número na folha do seu passaporte que é sempre solicitado nos procedimentos de check-in dos hotéis e riads.

Habitante local descansa e pega sol próximo à mesquita Koutoubia

O que mais gostei da viagem:

Sem dúvida, os pontos altos da viagem são o aporte cultural, as belas paisagens com que fomos premiados e os detalhes da arquitetura marroquina. O povo é bem receptivo e não notamos qualquer tipo de hostilidade ou indelicadeza por parte deles.

Marrocos é um país que consideramos de ótima relação custo x benefício. Para ter uma ideia, o custo de uma refeição com sobremesa e bebida para duas pessoas fica em média abaixo dos 20 euros. Bebidas alcoólicas são mais caras do que aqui no Brasil.

As taxas de admissão nas atrações ficam em torno de 20 a 60 Dirhams (a maior que pagamos foi na mesquita em Casablanca – 120 Dirhams) e há atrações sem custo.

Quanto ao custo de hospedagem também é muito bom. Apesar de os hotéis terem sido incluídos no custo do pacote verifiquei antes os preços em pesquisas preliminares.

O que poderia ter sido melhor:

Como citei no início do post, o roteiro foi idealizado por nós a partir de outros pré-definidos, e com base em estudos preliminares que determinaram os locais que gostaríamos de visitar e também o tempo de permanência em cada base. E achamos que funcionou bem, desde o planejamento com o pessoal da Trilho Salama até a operação local, onde não tivemos nenhum problema.

RAIO-X

Hospedagem: Isso depende muito do perfil de cada um, mas minha recomendação é ficar em riads, que são estruturados a partir de casas ou palacetes, com decoração típica e são os mais bonitos. Quanto à localização, fique próximo às medinas nas cidades imperiais.

Alimentação: Rick’s Café em Casablanca, Dar Naji em Rabat, Casa Aladin e Pizzaria Mandala em Chefchaouen, Riad Nejjarine em Fes, Casa de Hassan no deserto (próximo a Merzouga), Trid em Ait-Ben- Haddou, Comptoir Darna em Marrakech.

Passeios e atrações imperdíveis: em Casablanca – Mesquita Hassan II; Em Chefchaouen – tour pela medina; Em Fes – vista da medina a partir do mirante, tour pela medina; No Saara – dormir uma noite no acampamento, passeio de 4×4 nas dunas; Gargantas de Todra; Ksar Ait-Ben- Haddou; Em Marrakech – praça Djemaa El- Fna, Mesquita Koutoubia, tour pela medina.

Melhor forma de transporte: sem dúvida, o carro é a melhor forma de você viver todas as sensações do Marrocos. E com motorista-guia de preferência, para você apreciar e curtir sem estresse.

Como levar dinheiro: levamos parte do dinheiro em cartão de débito internacional e parte em espécie (euros e dólares americanos). Não tivemos nenhum problema em sacar nos terminais ou trocar nas agências do Banque Populaire.

DICAS

As dicas foram descritas ao longo do post, no entanto faço aqui a consolidação delas para facilitar a leitura.

Dica #1: No Marrocos existem trens ligando as principais cidades e também voos operados pela RAM (os preços não são convidativos…) mas use um carro, ou então você vai perder grande parte da festa!

Dica #2: Faça câmbio no Banque Populaire (www.gbp.ma), que na época tinha as melhores taxas de conversão e não cobra taxa de serviço, nos terminais ou agências.

Dica #3: Se você optar por voar RAM, atente que dependendo do dia da semana os voos diretos alternam entre Rio e São Paulo, tanto na ida como na volta. Ou seja, se tiver flexibilidade mínima em suas datas pode evitar uma escala de mais de 1 hora dentro da aeronave!

Dica #4: Em determinadas situações negocie antes o valor da corrida dos táxis, ou então tenha certeza que o taxímetro vai ser utilizado. Uma tática que usamos e acho interessante era de sempre perguntar no hotel quanto deveria custar em média a corrida para determinado local.

Dica #5: Não se aventure dentro da medina de Fes sem um guia local. A medina possui 9.200 ruas e vielas e não é difícil se perder e não achar a saída. O mesmo pode se aplicar à medina de Marrakech.

Dica #6: Antes de fotografar qualquer pessoa ou local mais reservado, peça permissão e ofereça dinheiro – tenha cuidado especial ao fotografar mulheres. Os marroquinos não gostam de ser fotografados e escondem o rosto quando notam uma câmera na mão de alguém, mesmo que você esteja tentando retratar apenas a paisagem ou o ambiente.

Dica #7: Jamais subestime as temperaturas do deserto, seja no inverno ou no verão e leve protetor solar, água e algo “quente” para beber no frio da noite.

Dica #8: Evite se embrenhar pelo meio da praça Djemaa El-Fna em Marrakech, e se decidir encarar uma foto com dançarinos, mico ou serpente escolha seu alvo antes de se dirigir a ele. O fato de você simplesmente olhar fixamente por alguns segundos para o animal ou grupo de dançarinos parece que os atrai de forma intensa e imediata, e depois não é fácil se livrar deles ou dos donos.

CONCLUSÃO

O Marrocos nos surpreendeu com seus contrastes, sua arquitetura, suas cores e sua cultura. Se você gosta de conhecer coisas diferentes, vivenciar experiências pouco tradicionais e trazer visões de culturas diferentes na bagagem não deixe de ir ao Marrocos.

Fico por aqui. Bislama! (Até logo)

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Agradecemos ao leitor Fernando Brandão por esse super roteiro, que certamente vai ser muito útil para quem está planejando uma viagem ao Marrocos! Quer mandar o roteiro de sua viagem para o MD? Entre em contato com a gente pelo e-mail convidado@melhoresdestinos.com.br

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