Cerveja de R$ 140 reacende debate sobre preço da alimentação nos aeroportos
Cerveja de R$ 140 reacende debate sobre preço da alimentação nos aeroportos
Quem já viajou mundo afora sabe: os preços por vezes exorbitantes nas comidas e bebidas em aeroportos não são exclusividade brasileira. Nesta semana, jornais norte-americanos retomaram o assunto a partir do tweet de um viajante que fotografou o cardápio de um restaurante do aeroporto La Guardia, em Nova York, em que o preço de uma cerveja básica era de 28 dólares, mais de R$ 140.
Fora dos aeroportos, a mesma cerveja em Nova York não costuma custar mais do que 3,50 dólares, algo em torno de R$ 18. Na publicação, o viajante ainda destacou os 10% adicionais cobrados como “Taxa de Recuperação da Covid”, que não vai para os trabalhadores, e sim para o próprio estabelecimento.
lol at all of this, including the additional 10% “COVID Recovery Fee” that doesn’t go to workers pic.twitter.com/Bq9rHJqek7
— Cooper Lund (@cooperlund) July 7, 2021
O valor virou motivo de auditoria de preços pela Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey. A OTG, empresa que opera vários negócios nos aeroportos da região, informou que o preço apresentado no cardápio estava errado e que já foi corrigido, convidando o viajante a uma cerveja grátis quando estiver novamente de passagem pelo aeroporto.
No Brasil, casos parecidos também já viraram destaque na mídia. Em 2017, o cantor Gusttavo Lima reclamou do preço de uma coxinha no Aeroporto de Guarulhos, que estava custando R$ 9. Dois anos mais tarde, também ganhou a internet a queixa da cantora Simone (da dupla Simone & Simaria), que julgou ser um absurdo pagar R$ 23 por um pão com peito de peru e queijo. Se está cara para as celebridades, imagina para nós, simples mortais… Relembre de alguns casos:
Já no aeroporto, voltando para casa. Pedi 1 suco+1 queijo quente. A conta: R$ 29,50 pic.twitter.com/JtdgCaNBR5
— giuliana morrone (@giulianamorrone) September 7, 2015
R$18,50 um pacote de Doritos no aeroporto. No mercado não custa R$5,00. pic.twitter.com/pCBpVqqya4
— Melissa Pilotto (@Melissa_Pilotto) July 21, 2016
Por que pagamos tão caro na alimentação nos aeroportos?
Em partes, os preços mais elevados nos aeroportos são motivados pelo custo de operação das lojas. Geralmente o aluguel de um espaço em um terminal aéreo é mais caro do que em shoppings ou áreas comerciais das cidades. Além disso, as empresas pagam adicional noturno aos funcionários – custo que é repassado ao consumidor no preço final. Em alguns casos, os aeroportos também cobram uma taxa sobre o faturamento das lojas. Tudo isso vai somando…
Sabemos também que, em um aeroporto, as opções de lojas de alimentação não são tantas. E, bem, se você realmente precisar consumir, com pouca concorrência terá de escolher entre algumas das opções existentes – estando sujeito a pagar mais do que gostaria para saciar a fome ou sede. E, claro, as empresas podem se beneficiar desta situação. É o preço da conveniência… como na lojinha de um posto de gasolina, só que potencializado.
Ainda assim, preços abusivos como o do caso da cerveja de cerca de R$ 140 no Aeroporto LaGuardia em Nova York ficam muito além do justificável.
Precificação abusiva: o que fazer?
Especialistas em Direito do Consumidor costumam afirmar que as abusividades na precificação dos produtos costumam ser difíceis de serem apuradas, uma vez que envolvem sempre uma análise dos custos de operação de cada empresa.
Ainda assim, viajantes que se sentirem lesados na compra de produtos pode sempre acionar o Procon local. Também vale lembrar que, em alguns aeroportos, os preços das comidas e bebidas na área externa são mais em conta do que na área de embarque. Em outros, há lanchonetes populares com preços mais acessíveis, como é o caso do Galeão.
Para quem for passar mais horas em um aeroporto, pode valer a pena também acessar uma sala VIP, que oferece conforto, além de comidas e bebidas. Veja nosso ranking dos melhores cartões de crédito para acessar salas VIP no Brasil e qual a maneira mais barata de acessar uma sala VIP. E, bem… não custa nada carregar uma garrafinha de água para encher nos bebedouros sempre que der sede. Só aí, dá para contar uns R$ 7 economizados a cada 500 ml. E levar um lanchinho na bolsa ou mochila também não faz nenhuma vergonha.
E você? Já passou por alguma experiência chocante em relação aos preços nas comidas e bebidas nos aeroportos? Você costuma deixar para fazer refeições nos terminais ou evita o máximo possível? Participe nos comentários!