Presidente da Latam faz balanço de 2018, avalia como “ano complicado” e se diz otimista para 2019
Presidente da Latam faz balanço de 2018, avalia como “ano complicado” e se diz otimista para 2019
O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, recebeu jornalistas em São Paulo para uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira. Na ocasião, além de informar sobre o novo voo da companhia para Munique, também foi feito um balanço da empresa referente ao ano de 2018 e as perspectivas para 2019.
Para o executivo, 2018 foi um ano complicado por diversos acontecimentos. Entre eles, as alterações no sistema de reservas da companhia. Durante a mudança, era comum recebermos relatos de leitores que viram o buscador de tarifas do site da Latam fora do ar, impossibilitando a compra de passagens. “A decisão desta integração foi tomada há três anos e, na prática, a transição foi bem difícil, porém sei que vamos colher os benefícios”, disse.
Reformulação das aeronaves
O Grupo Latam Airlines está investindo cerca de 400 milhões de dólares na reformulação do interior das aeronaves Boeing 777 e 767, que operam voos de longa distância, e também dos Airbus A320 e A321, que realizam os de curta distância. Ao todo, serão mais de 135 aviões reformulados. O executivo aproveitou a ocasião para dar mais detalhes sobre as alterações.
Na Classe Executiva, as principais mudanças serão a remodelagem dos assentos, que terão reclinação full flat (quando a poltrona se transforma em cama), além de proporcionar acesso de todos os assentos ao corredor, maior privacidade com separações entre as poltronas, cinto de três pontos que possibilita manter o assento reclinado durante pouso e decolagem, e telas de entretenimento individual de 18 polegadas, tamanho acima do comum.
Já na Classe Econômica, serão feitas melhorias no revestimento e design ergonômico dos assentos oferecendo maior distância entre as poltronas, além de disponibilizar tomadas USB e telas de entretenimento de 12″.
Os assentos Latam+ também terão alterações. Algumas aeronaves ainda contam com poltronas antigas, então a ideia é mudar para algo mais moderno. Além disso, todos os assentos contarão com entrada USB. As primeiras seis fileiras terão algo entre 3 e 4 polegadas a mais de espaço entre as fileiras, possibilitando cruzar as pernas e reclinar a poltrona sem atrapalhar quem está atrás – e, também, podendo levantar do assento sem incomodar quem está ao lado.
Novo hangar em Guarulhos
Outra novidade é que até o fim deste ano a Latam vai inaugurar um hangar de manutenção no Aeroporto de Guarulhos. O objetivo é dar agilidade ao processo de manutenção das aeronaves. O local terá estrutura para receber sete aviões de dois corredores (wide body), como os Boeing 777, 767 e 787, e o modelo Airbus A350, ou até mesmo 19 aviões de um único corredor (narrow body), da família Airbus A320, em um espaço de mais de 65 mil m².
“Isso vai nos permitir mais agilidade e espaço para fazer as manutenções das aeronaves grandes e menores, tornando a malha mais eficiente. Se conseguirmos devolver um avião para o voo mais rápido, será possível trazer mais agilidade no processo de manutenção”, ressaltou Jerome.
Voos para Lisboa
Em setembro deste ano, a Latam finalmente inaugurou seus voos diretos para Lisboa. Alguns meses depois, a avaliação do CEO é bastante positiva. “A expectativa é aumentar as frequências conforme o aeroporto de lá puder nos receber. Está indo muito bem e vendendo muito bem”, disse.
Voos em Congonhas
Jerome lembrou que o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, está no seu limite. De acordo com o executivo, a afirmação não tem relação nenhuma com slots e, sim, com a estrutura do aeroporto em si.
“Lá está sobrecarregado. Os raios-x em uma segunda-feira têm filas enormes… Até para o embarque finger ou remoto, não há cobertura para os passageiros em caso de chuva. Acho um desproposito falar de aumentarmos slots lá, sendo que falta infraestrutura. Temos mais de 30 aeroportos pelo Brasil com obras na pista, o que faz com que tenhamos que restringir a operação. O ideal é investir em infraestrutura nos aeroportos”, opinou ele.
Futuro
Ainda segundo o executivo, a ideia para 2019 por enquanto é manter as rotas atuais – e parece que não teremos muitas novidades em termos de voos internacionais. Foram feitas mudanças para melhorar a conectividade da operação no Aeroporto de Guarulhos e isso deve continuar no ano que vem. “Estamos mais otimistas do que estávamos no início deste ano. Parece que a demanda, mesmo devagar, está voltando. O dólar se estabilizou em um patamar melhor e estável, trazendo uma demanda internacional necessária e adequada. O mercado doméstico não está com a velocidade que gostaríamos, mas temos muitas coisas a fazer ainda”, finalizou Jerome.