“Já estamos em um momento de tirar a covid de nossas vidas”, diz presidente da Azul
“Já estamos em um momento de tirar a covid de nossas vidas”, diz presidente da Azul
O presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, está otimista com o fim da pandemia. “Já estamos em um momento de discutir as vacinas e tirar a covid de nossas vidas nos primeiros meses de 2021”, afirmou ele em entrevista ao jornal Estadão.
Rodgerson confessou que a companhia temeu por sua sobrevivência no auge da crise, mas que a recuperação foi mais rápida do que o previsto: “Pensamos que iríamos voar com apenas 40% da malha até o fim do ano. Essa foi a estratégia que passamos para os nossos tripulantes e fornecedores. Gerenciamos a empresa com essa visão durante três meses. Em setembro começamos a ver aumento por uma demanda que a gente achava que não existiria. Terminamos novembro operando com 85,1% da nossa capacidade doméstica. Em dezembro com 91%. Isso mostra que o brasileiro está conseguindo viajar dentro do próprio país”.
O executivo atribuiu a retomada a dois fatores: a necessidade econômica dos brasileiros de voltarem ao trabalho e a volta da confiança de que há segurança em viajar: “O Brasil é um país diferente. Podemos falar de todos os defeitos que temos por aqui, e essa seria uma lista longa, mas a verdade é que não temos dinheiro para todos ficarem sem trabalhar. Nos Estados Unidos e na Europa, as empresas receberam dinheiro do governo, mas aqui não tivemos esse benefício para as pessoas ficarem em casa. Todos tiveram que trabalhar. Depois de junho, os brasileiros começaram a se soltar porque viram que é seguro viajar. É muito melhor ir para o Nordeste, por exemplo, porque está mais distante, do que para o litoral paulista, onde há muito mais pessoas”.
Os novos empregos em home office também contribuíram para a retomada das viagens, na visão de Rodgerson: “Os brasileiros perceberam que estão livres para viajar mais. As pessoas esperavam o fim do expediente, em uma sexta-feira à noite, para pegar um voo e curtir o fim de semana. Agora é possível fazer o mesmo trabalhando, mas dormindo em outra cidade ou estado. A pandemia trouxe muito mais flexibilidade”.
O executivo disse ainda que a pandemia trouxe avanços de tecnologia que serão permanentes, especialmente nos aeroportos, e citou como exemplo o sistema de embarque Tapete Azul, empregado pela companhia para organizar o embarque. Para este ano, a empresa pretende ampliar a malha aérea para 25 novas cidades. “A ideia é conectar cidades pequenas para mais regiões ao redor do País. Ao fazer isso, mais pessoas viajam e isso é o que esperamos para 2021. Quando a vacina chegar para todos, vamos trazer a confiança de volta e fazer a aviação crescer”.
As declarações reflete o otimismo já demonstrado na entrevista do presidente da Azul ao Melhores Destinos, quando ele afirmou que a companhia planeja chegar ao volume pré-Covid-19 até julho desse ano. “O volume de viagens a lazer já é maior do que antes da pandemia. O de viagens de negócio que ainda não voltou. E aqui no Brasil a parcela de viagens a trabalho sempre foi mais relevante”, afirmou.