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Exclusivo! Presidente da Azul diz que preços das passagens vão cair e que empresa vai chegar a 200 destinos

Leonardo Cassol
19/11/2020 às 9:27

Exclusivo! Presidente da Azul diz que preços das passagens vão cair e que empresa vai chegar a 200 destinos

A Azul espera fechar este ano com 80% da demanda e 98% dos destinos que tinha antes da pandemia. É uma recuperação impressionante, puxada pela procura por voos no mercado doméstico. E a ambição é grande: chegar a 200 destinos nos próximos anos, especialmente dentro do Brasil. É o que garantiu John Rodgerson, presidente da Azul, numa entrevista exclusiva ao Melhores Destinos na sede da companhia em São Paulo. Ele também explicou como o compartilhamento de voos entre Azul e Latam será o maior do mundo, se a empresa desistiu de voar para Nova York, Paris e Orlando por conta da pandemia, e prometeu tarifas mais baixas. Confira!

John Rodgerson com o novo cartão da Azul, após a entrevista, realizada na sede da empresa (o executivo tirou a máscara para a foto)

Melhores Destinos – Você nasceu e começou a sua carreira nos Estados Unidos, mas participou da fundação da Azul e veio para o Brasil dirigir a empresa. Como se deu essa conexão com o nosso país e o que te motivou para essa mudança?

John Rodgerson (Presidente da Azul) – Eu trabalhei com o David Neeleman (fundador da Azul) na JetBlue (companhia aérea dos Estados Unidos também criada por Neeleman). Mas não fiz parte do time de criação da JetBlue. Quando entrei, a empresa estava crescendo muito… recebendo 30 aeronaves por ano. Quando o David saiu da JetBlue e veio a oportunidade de começar algo do zero, isso me motivou. Seria algo diferente. Algo lindo! Eu não conhecia o Brasil, minha esposa estava grávida, mas eu só pensava em fazer algo grandioso. Mas pensei que ia fazer parte do projeto de fora, apenas ajudar na concepção da empresa e depois seguir minha carreira. Naquele momento eu não imaginava que me mudaria para o Brasil. Mas estou aqui há 12 anos. Um dos meus filhos nasceu no País. Nós gostamos muito do Brasil.

MD – Há muita diferença do mercado brasileiro para o norte-americano? É mais difícil fazer negócios aqui?

John – Muito mais difícil! Para você ter uma ideia, eu cheguei aqui o dólar estava R$ 1,58. Recentemente bateu R$ 5,70. A economia do Brasil também é mais instável. Há problemas de infraestrutura. A complexidade é maior. Mas, se você trabalhar bem, há muitas oportunidades. Por exemplo, em 20 anos a JetBlue não passou de 5% do mercado dos Estados Unidos. Em 10 anos, a Azul já chegou a 25%-30% do mercado nacional, e segue crescendo. O brasileiro viaja só 1/3 do que um chileno viaja. Voa menos que mexicanos e colombianos. Isso não faz sentido!

Quando a Azul começou, GOL e Latam dominavam 98% do mercado nacional, sempre focados no mesmo triângulo, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Mas, na nossa avaliação, o mercado de aviação no Brasil poderia ser muito maior do que isso. E viemos para cá fazer algo diferente. Crescemos a Azul ao longo desses dez anos conectando cidades que nunca foram conectadas antes.

MD – Qual é a situação atual da Azul? Como você analisa a recuperação da empresa e do setor? Já dá para ver uma luz no fim do túnel?

John – Fizemos tudo o que precisava ser feito! A parte difícil já passou. Levantamos mais capital na semana passada. Renegociamos contratos, reduzimos custos, ajustamos processos. Agora é focar na retomada. Existe todo um ecossistema e empregos que dependem da Azul e das demais companhias aéreas. É o agente de viagem que precisa de produto, o cara que vende queijo na praia lá no Nordeste que precisa de turista…

A demanda vai ser diferente? Talvez ter executivo voando a ponte aérea para fazer uma reunião só, como antes, não! Vai demorar mais para voltar. Mas vai ter gente trabalhando home office no país inteiro. Pessoas viajando pela primeira vez, ou viajando por outros motivos. Uma das poucas coisas boas que vieram com a pandemia foi que o brasileiro está conhecendo mais o próprio país. Quem ia para Paris, Nova York e outros lugares do mundo agora está viajando aqui dentro, forçado pelo fechamento das fronteiras.

O Brasil tem uma peculiaridade. O vício nas altas temporadas. Todo mundo quer viajar para os mesmos lugares, na mesma época. Acho que a pandemia pode ajudar a mudar isso. As pessoas terem mais flexibilidade para planejar viagens, trabalhar remoto e economizar voando alguns dias antes do feriado, por exemplo. Aquela mesma praia, aquele mesmo hotel, estão disponíveis em outras épocas, pela metade do preço. Quem consegue viajar fora das férias escolares e dos feriados prolongados tem uma experiência muito melhor, com praias mais vazias, trânsito melhor e preços bem mais baixos! Isso talvez mude e estimule o mercado!

MD – O brasileiro já foi convencido de que voar é seguro? Ou isso ainda é um entrave à recuperação do turismo?

John – Os voos estão cheios. No geral, as pessoas não estão com medo de voar e perceberam que é uma experiência segura. Temos um pacote incrível que envolve os filtros HEPA, máscaras, limpeza, com muitos processos e tecnologia. Por exemplo, nossos tripulantes de voo não estão pegando Covid-19. O que ajuda a comprovar a segurança do avião como meio de transporte durante a pandemia. Vários estudos mostram que voar é seguro.

MD – Com relação ao número de destinos e de voos, o quão longe a Azul está do período pré-pandemia? Quanto tempo até voltar aos níveis de 2019?

John – Em número de destinos estamos bem perto. Vamos terminar o ano com 113 destinos, dos 116 que operávamos antes da pandemia. Em relação ao número de voos, estamos com 80% do volume de 2019, olhando o doméstico. Se incluir o internacional, 70%, porque as fronteiras estão fechadas. Devemos chegar ao volume pré-Covid-19 em junho ou julho de 2021, no cenário mais otimista, ou em dezembro, no mais pessimista. O volume de viagens a lazer já é maior do que antes da pandemia. O de viagens de negócio que ainda não voltou. E aqui no Brasil a parcela de viagens a trabalho sempre foi mais relevante.

MD – Sem o passageiro que viaja a trabalho dá para voltar a operar no azul?

John – Passamos 6 meses sem queimar caixa. Somos uma das poucas empresas do mundo que conseguiu isso, sem ajuda de governos. Temos recursos para sustentar a empresa por pelo menos 5 anos. E acho que teremos uma solução para a pandemia antes de 5 anos (em tom irônico e otimista)! Além disso, temos pouca dívida vencendo no curto prazo. Dos R$ 4 bilhões de caixa, temos apenas R$ 400 milhões de dívida vencendo em 2021. Por isso, já agradecemos e dispensamos o empréstimo oferecido pelo BNDES. No último trimestre de 2020 devemos usar um pouco de caixa, mas em 2021 será um ano de equilíbrio, de retomada. Acho que as viagens de negócio voltarão em maior volume em 2021, com a vacina.

MD – Qual é a visão de futuro da Azul? Vocês querem liderar o mercado doméstico?

John – Hoje já somos líderes em número de destinos e de voos no Brasil. E a número 1 do mundo em qualidade (de acordo com pesquisa do site TripAdvisor). Meu cliente não se importa se eu sou líder em participação de mercado, mas se eu atendo ele bem, se tenho uma boa malha. Meu objetivo é continuar sendo a melhor empresa aérea do mundo! Olhando para o futuro, queremos chegar a 200 cidades no Brasil. Essa é a nossa meta. Lançamos agora voos para Angra dos Reis, Búzios, Canela, Ubatuba, Paraty e outros destinos com a Azul Conecta. Queremos ajudar as pessoas que ficam presas em engarrafamentos para curtir as praias, com opções convenientes para chegarem rápido de avião. E vamos crescer ainda mais, com tarifas menores. Acho meus concorrentes bons também. GOL e Latam são boas empresas. E também estão melhorando. Mas vamos continuar investindo para ficar na frente.

MD – A Azul concluiu a compra da companhia aérea regional TwoFlex (relançada com o nome de Azul Conecta) por R$ 123 milhões. Você acha que a aviação regional está reagindo melhor à pandemia do que a aviação comercial regular? Quais são os planos da Azul Conecta?

John – A aviação regional está reagindo rápido. A Azul Conecta vai ajudar a ampliar o nosso número de destinos. Ela vai começar a operar também em cidades inéditas, como os que citei aqui, com o Grand Caravan (que possui 9 assentos). E, se tivermos uma boa resposta da demanda, eu coloco uma aeronave maior lá. Outro fator que ajuda é a rápida expansão do comércio eletrônico. Com uma grande capilaridade de destinos e frota eu consigo transportar carga com uma agilidade que só é vista no Centro-Sul do Brasil. Quem mora no interior do Mato Grosso, numa cidade pequena do Norte ou do Nordeste, muitas vezes espera semanas por uma encomenda. Eu consigo entregar ela um 1-2 dias. O próprio mercado de trabalho pode mudar com uma logística aérea maior e as pessoas trabalhando remotamente.

MD – A pandemia mudou de forma permanente o plano de expansão internacional da malha da Azul? Ou ainda podemos sonhar com os retornos dos voos para Orlando, Nova York e um segundo destino na Europa?

John – Somos agressivos, mas não somos loucos (risos). Eu morei em Nova York e tenho vontade de voar para lá. Mas foi essa rota que matou a Avianca Brasil. A Latam entrou em recuperação judicial em boa parte pelo grande volume de rotas internacionais. Nunca tivemos o objetivo de ter dezenas de destinos no exterior. Nosso foco sempre foi 2 ou 3 cidades na Europa, 2 ou 3 cidades nos Estados Unidos. E depois reforçar isso com parcerias. Pode não ser sexy voar Campinas – Fort Lauderdale, mas dá lucro! Lisboa dá lucro. Então, eu não vou perder o foco pensando em Londres, Paris e outros destinos vistosos só por ambição de ter mais malha. Tenho que focar no que dá resultado. Enquanto isso, estamos usando essas aeronaves de grande porte em alguns destinos nacionais. Transportamos mais passageiros e mais carga. A carga sozinha praticamente paga o voo.

Então, em 2021 a Azul vai voar para Nova York? Não! E nos próximos 3-4 anos? Sim! As fronteiras estão fechadas, ainda não sabemos como a demanda vai se comportar. Vai precisar de um tempo maior para as coisas se acomodarem no internacional. E, no momento certo, vamos voltar a expandir. É um adiamento, não uma mudança permanente. Também vamos voltar a pensar em Paris de novo… Já Orlando, por exemplo, tivemos que parar por conta de restrições de entrada de estrangeiros no aeroporto. Normalizando, vamos avaliar e podemos retomar.

MD – Você vê espaço para a chegada de novas companhias aéreas no Brasil em 2021? Ou a falência da Avianca Brasil mostrou que o mercado não comporta?

John – A Azul é a melhor empresa aérea do mundo, querida pelos clientes, e mesmo assim tem sido difícil se manter no mercado. Mas temos que estar preparados! Temos que ser eficientes. Quem não gosta de concorrência está no setor errado. É bom lembrar que se uma nova empresa começar, vai ter que respeitar os mesmos pisos salariais e leis vigentes, vai comprar o combustível no mesmo valor, pagar os mesmos impostos. Então, que venham! Mas eu não apostaria que qualquer aventura sem muito capital vai render um negócio bem sucedido aqui. Tem que levantar muito dinheiro e ser muito bom…

MD – Como você avalia até agora o compartilhamento de voos com a Latam iniciado em agosto? Você descartou uma fusão, mas comentou que essa parceria seria a maior do mundo. O que quis dizer?

John – Olha o quanto a Delta pagou por parte da Latam: foram R$ 2 bilhões de dólares (mais de R$ 10 bilhões). Porque a Delta viu valor na malha da Latam e queria tirar espaço da American Airlines. Antes da pandemia, a Latam tinha 750 voos por dia na América Latina. E poucos são para locais operados pela Azul. No Brasil, temos mais de 110 destinos, é o triplo da Latam. Então, há muita sinergia. Eu tenho 27 destinos saindo do Recife. A Latam só tem 3! Agora ela pode vender todo o Norte e Nordeste do Brasil com a nossa malha. Já saindo de Congonhas, a Latam tem opções que nós não temos. No exterior, são dezenas de destinos que não operamos. Então, porque não integrar isso e oferecer mais opções para os clientes das duas empresas? Vamos competir onde tiver que competir, mas vamos cooperar onde não nos enfrentamos. É um ganha-ganha-ganha. Ganha a Latam, ganha a Azul, ganham os clientes com mais opções, horários e destinos.

Quando falo do maior acordo de compartilhamento de voos do mundo, eu me refiro ao tamanho da malha da Latam e da Azul. Em número de destinos, será difícil de bater. Hoje essa parceria já é maior do que todas as outras que temos somadas (TAP, United, Copa e Turkish). O que vamos ampliar são justamente os destinos comerciais e regionais da Azul, que ainda não são compartilhados, e a malha internacional da Latam, cujo potencial ainda não aproveitamos.

MD – Algumas pessoas gostam muito da Azul, mas reclamam que as passagens são caras, sobretudo nos trechos onde opera com pouca ou nenhuma concorrência. Há espaço para tarifas mais baixas?

John – Sim, a tarifa média deve cair nos próximos anos. Nossa ampliação de frota com os super eficientes Embraer E2 e o Airbus A320neo foi com a intenção de baixar as tarifas. Mas o que determina os preços é a demanda. E a gente vivia antes da Covid-19 um momento de demanda altíssima. Com o tempo os preços vão cair, porque mais aeronaves chegarão e a oferta vai crescer muito. Enquanto isso, quero alertar os leitores do Melhores Destinos que neste fim de ano já temos passagens aéreas com preços pelo menos 30% menores do que em 2019. É um ótimo momento para viajar.

MD – Falando de frota, há alguma mudança permanente no planejamento da Azul?

John – Postergamos a entrega de algumas aeronaves, porque estávamos com excedente devido à pandemia. Mas, a longo prazo, o plano está mantido. É que não posso pagar menos para a empresa que aluga a aeronave e ficar recebendo um monte de avião novo. Não seria lógico e justo.

A Azul é a única companhia aérea do Brasil com diversificação de frota, que vai do Grand Caravan (9 assentos), passando pelo ATR-72 (70 assentos), Embraer 190 (106 assentos), Embraer E2 (146 assentos), A320neo (174 assentos), A321neo (214 assentos) e o A330neo (298 assentos). Temos aviões para todos os tipos de demanda, o que é essencial.

MD – Mas com tantos modelos de aviões os custos são maiores. Compensa?

John – Sabe qual é o maior custo que uma empresa aérea tem? É um assento vazio. Porque não tem como recuperar uma decolagem com assentos vazios. Voar com um avião errado numa rota é a pior despesa que você pode ter. Você perde em tarifa e gasta mais dinheiro. Vamos continuar operando com as aeronaves certas, nas rotas certas. E conforme a demanda vai mudando, nós vamos ajustando a capacidade e trocando o avião. O Brasil é muito grande e a dinâmica de demanda de um destino para o outro varia demais. Às vezes, a demanda varia num mesmo destino ao longo do ano.

MD – A Azul começou a transferir alguns de seus antigos jatos Embraer 195 para a Breeze Airways, nova companhia aérea fundada por David Neeleman nos EUA. Quão importante é esse acordo hoje para a readequação e modernização da frota da Azul? A parceria com a Breeze irá além do arrendamento de aeronaves?

John – É um acordo muito oportuno! Devemos reduzir um pouco a quantidade de aviões originalmente sub arrendados (28 aeronaves), porque o preço que eles querem pagar não é tão alto e eu posso encontrar uso melhor pro avião. Por exemplo, convertemos 4 aeronaves de passageiros para transportar carga. Além disso, como postergamos as entregas das novas aeronaves, eu devo precisar dos aviões atuais por mais tempo. Vamos fazer conta e avaliar cada caso.

Sobre a parceria, a Breeze não vai voar inicialmente para os mercados que a Azul opera ou tem interesse. Serão cidades menores. E, nos Estados Unidos, temos uma excelente parceria com a JetBlue e devemos seguir com ela. Claro que se lá na frente a Breeze passar a atender cidades que façam sentido para nós, podemos conversar sobre uma parceria. A empresa é do David e temos amigos lá.

MD – E o plano de oferecer internet Wi-fi a bordo, vai ser retomado? 

John – Começamos com 3 aeronaves. Aí veio a pandemia. Mas ano que vem estaremos com 50 aeronaves com internet Wi-fi a bordo. Entendemos que o cliente quer TV ao vivo, mas também quer internet. Viajar de Azul deve ser uma experiência tão boa quanto estar em casa. E em casa a gente assiste TV, acessa a internet, bebe um refrigerante, come uma batata ou um snack. Então, vamos dar  o que eles gostam. Quero todo mundo voando feliz.

MD – O desinvestimento da Azul na TAP Portugal significa o fim da parceria comercial entre as empresas?

John – Não muda nada! O governo português retomou o controle da TAP e não seria possível ter juntos numa empresa um ente privado e um governamental. Mas seguimos parceiros. Tanto a Joint Venture, quanto o acordo de compartilhamento de voos e de programas de fidelidade serão mantidos! A TAP voa para 9 cidades no Brasil, é uma parceira importante para a Azul. E nós somos uma parceria importante para eles. Eles inclusive estiveram aqui essa semana.

MD – Em fevereiro o TudoAzul limitou os resgates de passagens a 5 beneficiários por pessoa, com o intuito de coibir o mercado paralelo de venda milhas. Qual a avaliação da medida até aqui? 

John – Temos que ter um programa sustentável. E algumas pessoas estavam desvirtuando o TudoAzul para comercializar passagens indiscriminadamente, quebrando as regras do programa. Cinco beneficiários atende bem a esmagadora maioria dos clientes. Além disso, eles podem mudar os CPFs se quiserem, aguardando um prazo, o que oferece mais flexibilidade. Quem não gostou da mudança era quem usava o programa para outra finalidade, uma base muito pequena e que não tinha o intuito de se fidelizar à Azul. Vamos concentrar os esforços e oferecer mais vantagens para quem é fiel à Azul, como fizemos recentemente com o lançamento do novo cartão Azul Itaucard Visa Infinite. Temos que proteger o nosso programa e a Azul.


Agradecemos à Azul e ao John Rodgerson e pela entrevista! É muito bom ver a confiança da empresa no Brasil e na aviação mesmo diante de toda a complexidade trazida pela pandemia.

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