Dicas do Cairo: O que fazer na capital do Egito
Dicas do Cairo: O que fazer na capital do Egito
Cairo, capital do Egito, é um daqueles destinos que despertam verdadeiro fascínio em viajantes do mundo inteiro. Está presente no imaginário popular, através de imagens das imponentes pirâmides, desertos e camelos; da fama de Cleópatra e dos faraós. A boa notícia é que uma viagem para o Egito não precisa ficar só na imaginação: boa parte do acervo histórico e cultural egípcio encontra-se bem preservado e facilmente acessível a partir de Cairo, uma megalópole de mais de 9 milhões de habitantes no Norte da África.
Congestionada e encantadora, bela e poluída, com grande potencial e preços extremamente baixos, o Cairo é uma cidade de contrastes e que exige algum planejamento para ser melhor desfrutada. Embora muitos prefiram a companhia de um guia, é perfeitamente possível explorar o Cairo por conta própria. Desperte o arqueólogo que há em você, assista “A Múmia” pela milésima vez e vá fundo nos mistérios do Antigo Egito!
Como chegar ao Cairo
Não há voos diretos ligando o Brasil ao Egito, será necessário fazer ao menos uma conexão. Aqui no MD já publicamos várias promoções de passagens aéreas para o Cairo via Dubai e Etiópia, mas também há opções saindo de várias capitais da Europa.
Vale lembrar que cidadãos brasileiros precisam de visto para visitar o Egito, que deve ser solicitado na representação diplomática egípcia mais próxima (Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro). O visto de entrada única custa R$115 e tem validade de 90 dias a partir da data de emissão, com permanência máxima de 30 dias.
Há relatos de liberação do visto diretamente na chegada ao aeroporto ao custo de U$25, mas a informação não é confirmada pela Embaixada.
Saindo do Aeroporto Internacional do Cairo
O principal aeroporto do Egito não possui conexão com linhas de metrô e a melhor maneira de chegar ao seu hotel é solicitando um transfer com antecedência ou ir de táxi. Ambas as opções são baratas, como quase tudo no país. Um táxi até o centro da cidade não deve custar mais do que 100 libras egípcias (~U$5), ou um pouco mais até Giza, onde ficam as pirâmides. Aplicativos de transporte como o Uber e o Careem estão disponíveis e facilitam bastante a comunicação.
O que fazer no Cairo
Pirâmides de Gizé (أهرامات الجيزة)
Sem dúvidas a principal atração do Cairo são as Pirâmides de Gizé, a pouco mais de 10 km do centro da cidade. As três principais pirâmides (Quéops, Quéfren e Miquerinos) que formam a Necrópole fazem parte de um enorme complexo que também reúne a Grande Esfinge e a Tumba da Rainha Khentkaus I.
Dedique ao menos um dia inteiro para explorar a área. Chegar cedo é a melhor opção para garantir as melhores fotos e evitar multidões. Manter-se hidratado também é essencial, lembre-se de comprar água em uma das inúmeras lojinhas próximas à portaria. Ao contrário do que se pode imaginar, as pirâmides não ficam afastadas no meio do deserto, mas sim bem próximas da cidade, a poucos metros de comércios e redes de fast food.
Existem vários vendedores oferecendo souvenirs surpreendentemente baratos ao redor das pirâmides, bem como passeios de camelo. A julgar pela aparência sofrida dos animais, é melhor não contribuir com a exploração. Também é possível visitar o interior das pirâmides, mas trata-se de uma experiência bem quente e claustrofóbica. Não há muito o que ver lá dentro.
– Horário de funcionamento: 08h às 17h
– Ingressos: Somente a entrada custa 80 libras egípcias (menos de U$5, na confusa cotação atual), mas é recomendável pagar o ticket completo de 400 libras para ter acesso ilimitado à todas as atrações. Carteirinhas de estudante dão direto a 50% de desconto.
– Como chegar: Táxi é a melhor opção, já que o metrô não chega até lá. Caso queira economizar, uma alternativa é embarcar na Linha 2 do metrô até a estação “Giza“, que é a mais próxima do complexo, e de lá seguir de táxi. 20 libras egípcias é um preço justo para o trajeto.
Museu Egípcio (المتحف المصري)
Inaugurado em 1902, o Museu Egípcio é uma das melhores atrações do Cairo. Não deixe de visitá-lo, até mesmo antes de ir às pirâmides, para entender um pouco mais da fascinante história do Antigo Egito.
A fachada do museu é uma atração por si só. Já o interior possui mais de 130.000 items em exposição, como múmias bem preservadas, joias, papiros e a famosa máscara de Tutankhamon, além de diversas outras antiguidades que demonstram o glorioso passado do país.
– Horário de funcionamento: 09h às 17h
– Ingressos: 75 libras egípcias (50% de desconto para estudantes).
– Como chegar: Estação de metrô “Sadat” (Linha 1 e 2).
Rio Nilo (النيل)
Uma viagem ao Cairo não está completa sem passar pelo famoso rio Nilo! O curso de água que corta a cidade é melhor admirado a partir do bairro de Zamalek e hotéis em sua margem. Próximo ao Hotel Four Seasons, é possível navegar pelo rio a bordo de um felluca, pequeno e tradicional barco a vela que pode ser alugado por hora a partir de 50 libras egípcias.
Barcos públicos com decoração extravagante, música alta e frequentemente lotados também podem ser encontrados nas redondezas, a menos de 5 libras egípcias por pessoa. Apesar de serem vendidos como “cruzeiros“, o passeio completo pelo rio não dura mais de 20 minutos. Vale pela diversão, somente.
Khan el-Khalili Bazaar (خان الخليلي)
O mundo árabe é reconhecido por seus tradicionais mercados e bazares, e no Cairo não poderia ser diferente. Visite o Khan el-Khalili Bazaar para ter uma experiência de compras completamente diferente de tudo que você já viu. As ruas apinhadas de gente e mercadorias são uma verdadeira bagunça organizada, típica de grandes feiras do tipo. É possível encontrar roupas, frutas, brinquedos, lembrancinhas e o que mais você puder imaginar!
Um pouco mais afastada do centro, a Cidadela do Cairo (قلعة صلاح الدين) também é um ponto turístico interessante, fundada em 1176 e antiga sede do governo egípcio. Uma vista panorâmica da cidade pode ser obtida no alto dos 187 metros da Torre do Cairo (برج القاهرة), o maior prédio do Egito, aberto das 08h à 0h com ingressos a 60 libras egípcias.
Um programa alternativo que vale muito a pena é visitar o Mosteiro de São Simão (دير القديس سمعان), também conhecido como “A Igreja da Caverna“. Um magnífico templo esculpido na rocha, considerada uma das maiores igrejas cristãs do Oriente Médio e aberto à visitação gratuita.
Melhor época para visitar o Egito
Deserto nem sempre é sinônimo de calor. Quem optar por visitar o Cairo no inverno egípcio, que vai de novembro a março, deve levar casacos para as noites frias com média de 10ºC. Nessa estação, as máximas durante o dia não passam dos 25ºC, permitindo desbravar os arredores das pirâmides com bastante tranquilidade.
A curta primavera de março a maio também possui temperaturas agradáveis. Ao contrário do verão, que vai de junho a outubro com termômetros chegando próximos aos 40ºC.
Independente da época, as noites costumam ser frescas e o ideal é levar ao menos algumas roupas com manga comprida na bagagem.
O que comer no Cairo
A culinária egípcia tem forte influência árabe, com uma infinidade de kebabs e falafels (ou taameya, feitos com fava ao invés de grão-de-bico) à disposição. Sobremesas típicas do Oriente Médio como baklava e kanafeh também marcam presença, bem como o pão pita em seus mais diversos recheios.
Mas é o kushari o prato mais tradicional do Egito, facilmente encontrado em qualquer restaurante e até barraquinhas de rua. Uma antiga receita que mistura arroz, macarrão e lentilhas, com molho de tomate, grão-de-bico e cebola frita. O sabor é agradável ao paladar brasileiro, já acostumado aos ingredientes.
Quem não apreciar a gastronomia local conta com uma notícia interessante: O Egito possui o Big Mac mais barato do mundo. Bom apetite!
Onde ficar no Cairo
>> Confira as opções de hotéis no Cairo.
Os hotéis com a melhor vista certamente estão em Gizé (Giza, em inglês), munícipio vizinho e conurbado com o Cairo, onde é possível hospedar-se em frente às famosas pirâmides a preços bem baratos. No entanto, nem todos as opções da região possuem um bom padrão de qualidade e há pouca infraestrutura na vizinhança.
Uma alternativa pode ser ficar no centro da cidade, às margens do rio Nilo. Peça por um quarto em um andar alto e aprecie a vista – mas isso tem um preço! Se você prefere comodidade, hospedar-se próximo à Praça Tahrir (ميدان التحرير), também no Centro, é uma excelente escolha. A região é bem servida pelo metrô e próximo à atrações como o Museu Egípcio e a Cidadela, com uma boa variedade de hotéis baratos ao redor.
Viajantes que buscam por luxo e sofisticação serão bem atendidos nos hotéis do bairro Zamalek, a parte mais desenvolvida do Cairo, bem próxima ao Centro. Heliopolis é o distrito mais próximo ao aeroporto e também possui várias opções de acomodações, convenientes para quem tem pouco tempo na cidade.
Como se locomover no Cairo
O metrô no Cairo é uma opção barata e conveniente. A partir de 3 libras egípcias (menos de US$ 0,20!) é possível cruzar a cidade, embora o alcance seja limitado e não chegue às pirâmides, por exemplo.
Táxis também são opções bem acessíveis, desde que com o uso do taxímetro. Devido à resistência de muitos motoristas, o ideal é usar aplicativos de transporte, como o Uber e o Careem.
Apesar da grande disponibilidade de ônibus e minivans, eles não costumam ser adaptados para os turistas. Os trajetos são incertos, com letreiros em árabe e condutores que não falam inglês. Melhor evitar, a menos que esteja com um local.
Egito além do Cairo: Destinos próximos
Ainda há muito mais para se ver no Egito além do Cairo! Das ruínas históricas de Alexandria às praias paradisíacas com resorts acessíveis de Sharm El Sheikh, o Egito é um país que merece ser explorado! Confira o Roteiro no Egito entre Cairo e Luxor enviado pelo nosso leitor Julio Ferreira.
Aos aventureiros, vale a pena explorar os países vizinhos Israel e Jordânia, que guardam atrações com relevância histórica e cultural, além de paisagens de tirar o fôlego. Ambos os países são facilmente acessíveis até mesmo por terra, convenientes para quem aluga carro ou reserva uma excursão.
Dicas do Cairo
– Sexta-feira é o dia de folga nos países muçulmanos, por isso algumas atrações podem estar fechadas ou ter seus horários alterados durante esse dia. Certifique-se de pesquisar sobre os feriados religiosos e a data do Ramadã, principal celebração islâmica, que pode afetar o funcionamento de diversos estabelecimentos, especialmente restaurantes.
– Rico culturalmente, mas pobre economicamente. Anos de descaso político, sucessivas crises e uma Primavera Árabe no caminho empobreceram muito o Egito. Apesar da cultura milenar, não estranhe paisagens um pouco mais sujinhas do que o normal. Nem tudo é descuido, a areia do deserto também ajuda a manter a aparência “encardida”.
– O Egito é um país muçulmano e conservador. Convém se vestir de maneira modesta, principalmente as mulheres. Egípcios não costumam ter intimidade com pessoas do sexo oposto, exceto na própria família. Qualquer elogio, toque ou oferta de carona/hospitalidade deve ser encarado com desconfiança.
– Mesmo sendo uma cidade segura e sem relatos de violência, mantenha a atenção para não cair em golpes comuns em viagens ao Cairo. Desde taxistas que se recusam a ligar o taxímetro, vendas de “relíquias” e “papiros” do Antigo Egito e preços inflados para turistas, a principal recomendação é perguntar o preço de tudo e pechinchar sempre! Se possível, recuse o auxílio de pessoas aparentemente solícitas demais e que se ofereçam “apenas para ajudar”. Uma gorjeta costuma ser esperada em troca de qualquer informação, e nem sempre o poder de decisão é seu.
E você, já viajou para o Cairo? Deixe suas dicas e opiniões nos comentários!