Em novembro deste ano viajei a Europa para acompanhar a inauguração do MSC Grandiosa na Alemanha. Nesta viagem voei com a KLM partindo de São Paulo num Boeing 777 para Amsterdã e depois em um Embraer 190 para Hamburgo. Relato abaixo a minha experiência na companhia aérea holandesa.

A KLM esteve bem colocada no Prêmio Melhores Destinos deste ano. A empresa brilhou e terminou na quarta colocação, com uma nota média de 8,11. A KLM completou 100 anos em 2019 e conta com uma frota de 160 aeronaves voando para 99 destinos. Pra quem não sabe, KLM significa Koninklijke Luchtvaart Maatschappij – Companhia Real de Aviação. Melhor chamar pela sigla, não é?

Check-in e Embarque

O check-in da KLM pode ser feito pelo APP ou pelo site da companhia com 30 horas de antecedência de seu voo. Apesar disto, resolvi fazer o check-in presencial para avaliar o serviço. A empresa atende no setor H do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Cheguei com pouco mais de duas horas antes da viagem, marcada para 20h.

O atendente foi simpático e o procedimento super rápido. Ele até avisou que o avião estava relativamente vazio. Com capacidade de mais de 300 lugares, o voo KL0792 tinha 130 assentos vazios, mais de 30% das poltronas. Para escolher o meu assento, o funcionário da KLM chegou a virar o monitor, onde foi possível ver os locais sem passageiros e assim escolher um bom assento. Peguei 60H, corredor, numa fileira de 3 lugares, onde todos se apresentavam, até aquele momento, vazios. Também poderia ter optado fazer o self check-in nos totens espalhadas pelo saguão.

Check-in feito e mala despachada. Hora de passar pela imigração… O movimento estava bem tranquilo. Passei rapidamente pela checagem de bagagem de mão e pelo controle de passaportes, e logo me encaminhei para o portão de embarque.

O Terminal 3 conta com 26 portões e, naquela noite, o KLM ficou no 323, um dos últimos do lado esquerdo do longo corredor de embarques. Fiquei aguardando a chamada, que se deu às 19h15. Ao invés de embarcar, fiquei aguardando até o último momento, meio que estratégico. Queria ser um dos últimos e, assim, chegar ao meu assento e ter certeza que não havia nenhum outro passageiro na minha fileira. Após entrar no avião, eba! Estava sozinho na fileira de três assentos. Poderia deitar e dormir com mais conforto no longo voo até a capital holandesa.

Cabine da Classe Econômica

O Boeing 777 tem a configuração 3x3x3 na cabine econômica. As poltronas eram em dois tons de azul, em tecido, e tinham o encosto da cabeça ajustável. Na minha poltrona havia um travesseiro e um cobertor. Antes da partida foram distribuídos fones de ouvido, mas não peguei porque já tinha os meus.

Sempre gosto de viajar no corredor para ir ao banheiro sem incomodar outro passageiro. Mas naquele voo, onde teria a minha disposição as 3 poltronas, escolhi ficar no meio, assim poderia acompanhar a subida pela janela e ter mais conforto sem ninguém ao lado.

A aeronave parecia relativamente nova e bem conservada. Tudo estava limpo. Não havia riscos nas janelas e o revestimento das paredes e tetos ainda estava brancos, nada de amarelado como fica em aviões mais antigos.

O espaço entre os assentos era bom, apesar dos meus quase 1,90 metro. No assento a frente havia tomada e entrada USB na tela. Mas acabei não usando nenhuma, ainda assustado com o alerta de risco na utilização de USB em áreas públicas.

Serviço de bordo

Cerca de 30 minutos após a decolagem começou o serviço de bordo. Primeiramente, passaram com lenços umedecidos para limpar as mãos e uma garrafinha d’água. Logo em seguida começaram a servir as refeições.

Havia duas opções: massa ou carne, escolhi a proteína. Na bandeja vieram uma mini salada com folhas e frutas, carne com arroz e batatas, torta mousse de limão e pão, que não estava quentinho. A comida sim estava quente e saborosa.

Para beber, escolhi cerveja. Nos voos da KLM é servida a holandesa Heineken, com embalagem comemorativa dos 100 anos da companhia aérea.

Durante o voo as comissárias passaram com uma bandeja com copos d´água mais stroopwafel, bolachinha típica holandesa recheada de caramelo. Além disso, lá no fundo da aeronave, na área da cozinha, ficaram disponíveis chocolates, salgadinhos, água e refrigerante para quem estivesse com fome durante toda a madrugada. Muito legal esta prática e difícil de encontrar em outras companhias aéreas.

 

Uma hora antes do pouso foi servido o café da manhã com omelete, frutas e bolo. Estava bom.

Entretenimento

Um bom entretenimento é fundamental para passar o tempo em mais de 11 horas de voo. Eu me senti atendido com a KLM neste quesito. Além da revista de bordo mensal, em inglês ou holandês, cada poltrona conta com um monitor individual touch screen com filmes, séries, jogos, música e informações da viagem.

O catálogo de filmes é bem servido, com grande variedade e filmes relativamente recentes. Há uma boa quantidade de títulos dublados em português. Tem até filme brasileiro, mas não há TV ao vivo.

Como peguei toda a fileira de três poltronas, assisti o filme em um dos monitores e deixei outro com as informações do voo. Esta parte de acompanhamento da viagem achei um pouco confusa, pois toda hora ficava mostrando as detalhes de altitude/velocidade e, logo em seguida, voltava o mapa com o movimento da aeronave desde a partida. Atrapalhava um pouco.

Desembarque, conexão e reembarque

Não houve atraso na partida e pousamos 17 minutos antes do horário previsto. Logo que deixamos a aeronave, uma fila. No próprio corredor, a imigração holandesa faz a primeira triagem. Independente se você faz conexão e não ficará na Holanda, os agentes checam os documentos, pedem reservas de hotéis e perguntam o motivo da viagem. Se houver dúvidas sobre os reais motivos da visita a Europa, o passageiro passa por mais questionamentos com outro agente.

Após vencida a primeira barreira, hora de caminhar muito até encontrar o novo portão de embarque. Estava ali no aeroporto de Schiphol somente em conexão para Hamburgo, na Alemanha. Chegamos pelo corredor de portões F e o voo KL1781 saia do B, bem longe. Pelo caminho, nova checagem de segurança, imigração “oficial” e muitas lojas e restaurantes.

O tempo de conexão era curto, menos de 2 horas. Não foi preciso fazer um novo check-in. Já estava com o cartão de embarque e a bagagem despachada vai direto para o destino final. Ao chegar no portão de embarque B24, não havia aeronave. O embarque estava programado para começar às 12h35, mas atrasou 15 minutos. Chovia em Amsterdã e parte do embarque era feito na remota, na chuva mesmo. Não havia finger para o Embraer 190. Consegui entrar rápido no avião, mas outros passageiros se molharam mais.

O voo estava marcado para 13h05, mas atrasou 10 minutos.

KL1781 para Hamburgo

Depois de viajar no gigante 777. o choque de realidade é grande ao entrar no Embraer. As poltronas ficam dispostas duas de cada lado do corredor. O espaço do bagageiro é bem menor, minha mochila foi debaixo do assento da frente, pois não havia mais espaço disponível.

Não havia monitor individual para entretenimento, somente a revista da companhia. O avião estava bem preservado e era operado pela KLM Cityhopper, subsidiária aérea regional da KLM.

O voo entre Amsterdã e Hamburgo é curto, cerca de 50 minutos. Durante o voo foi servido um lanche com sanduíche de frios com patê de tomate, bolacha com caramelo e água.

Apesar do atraso na decolagem, chegamos pouco antes do horário marcado, 14h05.

Programa de Milhas

A KLM faz parte da SkyTeam. A KLM e a francesa Air France se fundiram em setembro de 2003. Elas ainda operam com as marcas originais, mas tem boa parte da operação unida e também o mesmo programa de milhagens, o Flying Blue. São 570 aeronaves voando para de 314 destinos em 116 países. Transportaram cerca de 130 milhões de passageiros em 2018. Tem como hubs Amsterdã e Paris.

No Brasil, a companhia holandesa tem parceria com a Smiles, então creditei as milhas destes voos no programa brasileiro.

Considerações finais

Foi muito boa a experiência de voar com a KLM. Certamente voltaria a voar com a empresa novamente, pelo bom atendimento e serviço acima da média.

Nota final.