Como é voar na Flyways – a nova companhia aérea brasileira
Como é voar na Flyways – a nova companhia aérea brasileira
No final do ano passado uma nova companhia aérea brasileira iniciou suas operações no país, a Flyways Linhas Aéreas. Criada com o objetivo de oferecer voos de baixo custo para os passageiros, a Flyways opera hoje nos aeroportos de Brasília, Belo Horizonte, Araxá, Patos de Minas, Ipatinga, Uberaba e Rio de Janeiro com aeronaves ATR 72-500 com capacidade total para 68 passageiros totais.
Mas como será que é voar com a novata companhia aérea brasileira? O nosso leitor Caio Martins Lima nos enviou uma avaliação de voo inédita e bastante completa sobre como é voar com a Flyways. Confira todos os detalhes do voo que ele fez entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e tire suas próprias conclusões sobre os serviços da companhia aérea.
Agradecemos ao Caio por enviar ao Melhores Destinos uma avaliação de voo inédita e que será útil para muitos leitores viajantes brasileiros. Lembre-se, se você também teve a oportunidade de fazer um voo com a Flyways, deixe suas impressões nos comentários ao final do post.
Boa leitura!
Introdução
Foi minha primeira vez voando com a Flyways, e a escolha por essa companhia aérea foi apenas pela questão de preço. No caso, precisávamos de passagens de última hora para o Rio de Janeiro (compradas em uma terça-feira, para realizar o voo no final de semana) e a companhia estava fazendo promoção de trechos por R$ 99, divulgada aqui no Melhores Destinos. Sendo assim, compramos o voo de volta para a segunda-feira à tarde, do Rio de Janeiro até Belo Horizonte.
Trecho: Rio de Janeiro (GIG) – Belo Horizonte (PLU)
Voo: FY 9711
Data: 22/02/2016
Duração: 55 min
Eu já havia voado por diversas vezes com a Azul de/para Pampulha, então já sabia o que era voar nos ATR.
Compra
A compra dos bilhetes foi feita pelo próprio site da empresa, que é bem fácil de navegar. O único inconveniente é que precisa-se fazer um cadastro com inúmeras informações antes de comprar as passagens. Eles possuem uma tarifa “jovem”, para pessoas de 12 à 21 anos, mas que, no nosso caso, estava o mesmo preço da tarifa de adultos.
A plataforma do site é, aparentemente, a mesma usada pela companhias aérea Passaredo, e a primeira surpresa foi positiva. Por ser uma companhia iniciante, eu esperava encontrar dificuldades, ou que a compra não fosse ser tranquila e organizada, mas foi um equívoco. O e-ticket foi emitido imediatamente, contendo todas as informações necessárias.
Como dito, a Flyways estava fazendo promoção de trechos por R$ 99, então a passagem saiu por R$ 124 por pessoa, já com taxas. A franquia de bagagem é de 23 kg.
Check-in e embarque
A Flyways opera no T1 no Galeão e seus balcões ficam à direita dos da GOL (logo no início do terminal). O voo estava previsto para sair às 15:40 e os guichês abriram 13:30. Eu não havia feito check-in online, e como já estava no aeroporto, fui um dos primeiros a fazer check-in e despachar as malas.
A empresa disponibilizou dois guichês para seus passageiros, mas como atualmente ela só opera um voo saindo do Galeão, isso não foi problema algum. Naquele momento não havia fila.
Houve um pequeno problema com 3kg de excesso de bagagem e o atendente se mostrou um pouco confuso em relação a isso. Ele saiu do guichê e foi até a loja da companhia aérea conversar com a gerente, que depois de cerca de 5 minutos tentando ligar para o call-center da Flyways (imagino que estava tentando conversar com algum superior), nos liberou de pagar o excedente, estávamos em duas pessoas com uma única bagagem. Fora isso, todo o processo do check-in se deu de forma rápida e tranquila.
O voo saiu do portão R4, visto que os ATR não são compatíveis com os fingers de nenhum aeroporto.
Houve um atraso no voo, e o embarque, que tinha início previsto para às 15:10, começou somente às 15:45. Curiosamente, quem estava conferindo os cartões de embarque era a mesma gerente que resolveu o problema da nossa mala no check-in. É claro que isso não é prejudicial, mas mostra que a companhia ainda conta com número limitado de funcionários.
No embarque foram respeitadas as prioridades legais, mas as pessoas não foram divididas em grupos de acordo com suas fileiras, como costuma ocorrer em outras empresas aéreas. No entanto, esse se deu de forma tranquila e organizada (até porque não haviam tantos passageiros, pelo tamanho do avião) e fomos levados pelo ônibus da Infraero até a remota.
Avião
O voo foi realizado em um ATR 72-500, de matrícula PR-TKN, que já foi das companhias aéreas Air Nostrum, TRIP e Azul, antes de ser da Flyways.
Sem dúvidas, ele não engana a idade. Seu interior é visivelmente velho e não apresenta nenhum traço de sua empresa dona, como pintura ou logo, em nenhum lugar. A configuração dos assentos é 2×2.
A poltrona à minha frente estava quebrada. O encosto dela estava livremente se deslocando para frente e para trás. A passageira deste assento chamou a comissária e relatou o defeito, mas a funcionária não demonstrou preocupação alguma.
Outro ponto negativo é que o bagageiro da cabine é bastante limitado, mas isso é uma característica do avião e não culpa direta da companhia aérea.
Já o espaço para as pernas entre as poltronas é razoável. Tenho 1,78m e meus joelhos não chegaram a encostar (mas quase) na poltrona da frente.
Dica: o barulho dos motores dos ATR é bem maior que de jatos e pode incomodar quem estiver sentado próximo. Evite a fileira 4 a todo custo, é exatamente ao lado das hélices e o barulho é insuportável.
Serviço de bordo e Refeições
O serviço de bordo foi “ok”. Havia duas comissárias no voo, sendo que uma delas era consideravelmente mais simpática do que a outra, mas posso dizer que nenhuma delas foi mal educada.
Logo após o sinal de atar cintos ser desativado, começou o serviço de bordo. Foram servidas bebidas (suco de laranja, água, Coca-Cola e Coca-Cola Zero) e uma esfirra de carne, que estava quente e saborosa. Pouco tempo após o serviço, as comissárias passaram pelas poltronas para recolher o lixo.
Pouco antes do começo da descida para pouso, foi distribuído um bom-bom para cada passageiro, um toque bacana da companhia na minha opinião.
Entretenimento de bordo
Simplesmente nenhum, nem revista de bordo. A única opção de diversão dos passageiros era ler o cartão de segurança.
Vale destacar que foi solicitado aos passageiros que mantivessem o celular desligado durante todo o voo, uma “política” que considero bastante atrasada e incompatível com o que vem sendo feito em outras companhias do Brasil e do mundo.
Chegada
Pousamos no aeroporto da Pampulha às 17:23, sendo a duração do voo de quase uma hora. O avião taxiou até o terminal e as bagagens começaram a aparecer na esteira aproximadamente 15 minutos após o desembarque.
Os passageiros que seguiriam viagem para Ipatinga permaneceram na aeronave.
Conclusão
Atualmente, a companhia enfrenta competição das companhias aérea Passaredo e Azul nos voos regionais no sudeste. Como base de comparação, na minha opinião, a Azul proporciona uma experiência de fato melhor e as aeronaves são mais novas e o serviço, de forma geral, é melhor.
Contudo, não pode-se esquecer que a Flyways está em seus primeiros meses de “vida”. É uma empresa de alto potencial. Na minha opinião, para experiência com a companhia aérea ficar realmente boa é necessária a aquisição de novos aviões e mudar a política de celulares desligados durante todo o voo, além de oferecer também algum tipo de entretenimento a bordo, que seria bastante positivo.
Seu grande ponto forte são os destinos que opera. Para quem é de Belo Horizonte, por exemplo, o aeroporto da Pampulha costuma ser mais perto de onde se precisa ir, e atuar nele é um ponto positivo da companhia.
Sem dúvida, o custo x benefício da Flyways também foi determinante para a escolha e emissão dos bilhetes.