Uber e 99 reajustam tarifas para conter a perda de motoristas de aplicativo
Uber e 99 reajustam tarifas para conter a perda de motoristas de aplicativo
Os aplicativos de mobilidade urbana, como a Uber e a 99, estão enfrentando grande dificuldade para atender a demanda crescente de viagens, num contexto em que muitos motoristas deixaram de trabalhar ou estão escolhendo as corridas por conta da alta preços dos combustíveis e pela dificuldade para alugar carros, no caso os motoristas não proprietários, como abordamos no post “Por que está difícil conseguir uma viagem de Uber ou 99?“.
Agora a Uber e a 99 anunciaram um reajuste nas tarifas repassadas aos motoristas de aplicativo, em até 35% e 25%, respectivamente, visando melhorar o retorno dos colaboradores e atrair aqueles que deixaram de rodar nas ruas das grandes cidades brasileiras. Confira o que mudou em cada empresa:
Reajustes nas tarifas da Uber
Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, o valor base de viagens da UberX teve um aumento de 10% a 15% no repasse ao motorista. Já o valor por minuto aumentou entre 10% e 35%, enquanto o valor por km teve um aumento de 10% a 15%, dependendo da região. No Rio Grande do Norte, o valor de mudança percorrida subiu de R$ 0,90 para R$ 1,03 por quilômetro rodado, um reajuste de 14,5%. Já a remuneração por tempo de viagem foi reajustada em 17%, de acordo com uma reportagem da CNN Brasil.
Já o UOL publicou uma tabela que circula em grupos de motoristas de aplicativo que mostra que nas corridas para o Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, o valor do minuto passou de R$ 0,19 para R$ 0,26 (um aumento de 40%), enquanto o ganho por quilômetro avançou de R$ 1,05 para R$ 1,21 (15%).
Apesar dos reajustes, a Uber divulgou em sua nota para imprensa que não alterou o preço cobrado do passageiro. No entanto, é provável que a empresa repasse pelo menos parte deste custo extra aos usuários de alguma forma, ou em algum momento.
“Com o aumento constante dos combustíveis, a Uber tem intensificado seus esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos, com parcerias que oferecem desconto em combustíveis, por exemplo, assim como tem feito uma revisão e reajustado os ganhos dos motoristas parceiros em diversas cidades. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os valores de ganhos com viagens UberX foram reajustados em até 35% nesta semana”, destacou a Uber em nota publicada pela CNN Brasil.
Reajustes nas tarifas da 99
Já a 99 informou chegou a informar que haveria repasse para o consumidor, mas voltou atrás depois da publicação do post, e afirmou que vai subsidiar o aumento entre 10% e 25% em mais de 20 regiões metropolitanas, incluindo cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Brasília, Goiânia, Fortaleza, Salvador, São Luís, João Pessoa e Maceió.
“Implementada após constantes aumentos no preço dos combustíveis, a revisão dos repasses aos motoristas parceiros foi definida levando em consideração a manutenção do equilíbrio da plataforma, de maneira que a população também continue tendo acesso a um meio de transporte financeiramente viável, seguro e eficiente. A 99 ainda destaca que a plataforma trabalha com preços dinâmicos, e que os valores finais das corridas para os passageiros são calculados a partir de uma equação que leva em conta a oferta e a demanda.”, concluiu a empresa.
De acordo com um levantamento da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos), houve uma queda de 28% no número de motoristas de aplicativos em São Paulo em 2021. Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação, disse que os reajustes ainda são inferiores aos aumentos de custos dos motoristas. “Não temos um reajuste nas tarifas desde 2015, o combustível subiu dezenas de vezes nesse período, assim como a inflação. Então esse reajuste é bem inferior ao que a classe necessita. Ele não supre ou ameniza a situação financeira enfrentada, mas, já é alguma coisa”, destacou, em entrevista a UOL.
Será que vai ficar mais fácil conseguir uma corrida agora? Os cancelamentos vão diminuir? Teremos novos aumentos de tarifa pela frente? Vamos acompanhar!
Com informações da CNN Brasil, do G1 e da UOL