Roteiro em Minas Gerais: Um final de semana na Serra do Cipó
Roteiro em Minas Gerais: Um final de semana na Serra do Cipó
A Serra do Cipó é um dos destinos turísticos mais famosos de Minas Gerais. A 100 km de distância de Belo Horizonte, esse é o lar de algumas das cachoeiras mais bonitas do Estado. O Parque Nacional da Serra do Cipó ainda reserva paisagens naturais bem conservadas aliadas a uma infraestrutura turística sustentável.
Nosso leitor Célio Miranda passou um final de semana por lá e compartilhou o roteiro com várias dicas, confira!
Um final de semana na Serra do Cipó (MG)
*Por Célio Miranda
Adoro natureza e gosto de sair um pouco do cotidiano estressante da cidade grande. Sempre que possível, vou para o interior, ver mato, verde e cachoeiras.
Claro que as capitais têm seus charmes e vantagens. Por exemplo, Belo Horizonte, a minha cidade, é a capital dos bares. Tem ótimos restaurantes e a nossa recepção, te garanto, é fantástica.
Dessa vez resolvi passar o final de semana na Serra do Cipó, que fica a apenas 100 km de Belo Horizonte, para aproveitar um pouco de verde e conhecer algumas das cachoeiras mais lindas do Estado de Minas Gerais.
A Serra do Cipó é conhecida por ter grande importância sobre o balanço das águas, fazendo a divisão natural das bacias dos rios Doce e São Francisco. Dentro do Parque Nacional da Serra do Cipó existem mais de 60 cachoeiras que formam uma vegetação única encontrada apenas lá.
Podemos ver ainda campos muito floridos, espécies raras de aves, além de vários vales com picos de mais de 1.600 metros de altitude.
Como chegar à Serra do Cipó
Como moro na capital do estado (Belo Horizonte) e por ser bem perto (100 Km), resolvi ir na sexta-feira mesmo, depois do expediente de trabalho.
Deixei tudo pronto e assim que saí do escritório, já peguei a rodovia MG-010 e fui para a serra. No caminho passamos por uma bela cidade chamada Lagoa Santa, mas como estava à noite resolvemos não parar.
Quem optar por ir de ônibus deve gastar em torno de 2h30, cerca de R$ 30 a R$ 35. Mas de carro é um pouco mais rápido.
Sexta-feira
Ao chegar lá fui para uma pousada, a Aconchego da Serra, deixei minha mala e fui jantar na Pizzaria Forno da Serra. Lá pude saborear uma pizza de carne seca com a massa fininha e ainda ao som de MPB. Comecei com o pé direito!
Antes de voltar para a pousada, no centro da cidade perto da estrada avistei a estátua do Juquinha, um andarilho que vendia flores próximo à estrada, que foi homenageado e ficou conhecido por morrer duas vezes.
A primeira vez, foi quando entrou em um sono profundo, quando todos pensaram que ele estava morto, prepararam velório com caixão e tudo, e bem no meio de tudo ele acordou (imaginem a cara das pessoas)!?
E quando morreu de verdade, ninguém soube muito bem o motivo, ou a idade dele. A sua estátua é um dos monumentos mais fotografados na região. Na verdade, existem duas estátuas do Juquinha. A mais antiga fica a 30 km do centro, e a outra (que visitei) fica no coração da Serra do Cipó.
Depois voltei para descansar um pouco e programar os passeios bem cedo para o próximo dia.
Véu da Noiva e Cachoeira Grande
Acordei bem cedo, tomei café da manhã e já bem próximo da cidade deu para conhecer duas cachoeiras: A Véu da Noiva e a Cachoeira Grande.
Há várias placas para indicar o caminho e dá até para ir a pé por ser bem perto. É uma área de proteção ambiental, e tudo é protegido pela ACM (Associação Cristã de Moços em Minas Gerais). Portanto nem preciso falar sobre o cuidado que é preciso ter com lixo por esses lugares.
O acesso à cachoeira Véu da Noiva custa R$ 30 para passar o dia, ou R$ 11 para ficar por lá por apenas uma hora. Existe um camping por lá, portanto quem quiser passar a noite também pode. Mas sai mais caro.
O local é muito bem estruturado para receber turistas, conta com estacionamento, restaurante, ducha, e até Wi-Fi. E as trilhas para chegar são tranquilas, mas é preciso ir de tênis, pela quantidade de pedras.
De lá fomos para a Cachoeira Grande, que também fica em propriedade privada, dentro do Parque Zareia, e a entrada é R$ 30. Para chegar até lá andei cerca de 1 km, mas dando várias paradinhas para admirar a paisagem.
E o caminho todo valeu a pena para ver mais de 55 metros de extensão de queda d’água e mais de 9 metros de altura. Depois de lá, voltei para a pousada para descansar de toda a andança.
À noite fomos ao restaurante Panela de Pedra onde tem um buffet de comida mineira delicioso. Estava tocando uma banda de pop, então esse é o lugar ideal para quem gosta de comida e música boa. O garçom me disse que à noite sempre tem alguma atração nos finais de semana.
Vale do Travessão
No domingo logo de manhã, resolvi ir conhecer um pouco do Vale do Travessão, um passeio de trekking pela parte alta do Parque. Além dos visuais incríveis, é impressionante como os vales e as serras são vistos de cima.
Lá deu para ver um pouco de pinturas rupestres, e também conhecer mais uma queda, na Cachoeira do Descanso, excelente para descansar das caminhadas.
Se desse tempo queria ter ido visitar o Vilarejo da Lapinha da Serra, onde existem muito mais pinturas rupestres datadas de mais de 7.000 anos.
Eu fiz a visita sem guia turístico, mas é possível contratar o serviço e ficar conhecendo muito mais a história do lugar. Na hora do almoço partimos para o Dumonge Bar, que serve uma sensacional cerveja artesanal e uma costelinha deliciosa que desmancha na boca.
Então voltamos para a pousada e tiramos um pequeno cochilo antes de pegar estrada novamente.
O que eu mais gostei?
Apesar de ter sido um passeio de final de semana, deu para cansar e descansar.
O visual vale muito a pena, mas de todos os passeios pelo Parque, nada foi mais revigorante que tomar um banho de cachoeira.
O que poderia ser melhor?
Se pudesse, ficaria mais alguns dias para conhecer mais cachoeiras, e conhecer mais dentro do Parque que é muito rico.
Eu também poderia ter contratado o guia local para conhecer mais da história da Serra do Cipó.
Raio-x
Onde é melhor se hospedar:
Pousada Aconchego da Serra, pesquisei bastante e tem um ótimo custo benefício.
Restaurante e comidas que recomendo:
O restaurante Dumonge é um dos melhores da região, vale a pena conhecer, a costelinha de porco é um espetáculo.
Passeios e atrações imperdíveis:
Quase todos os passeios são incríveis, mas o Vale do Travessão vale demais a vista.
Melhor forma de transporte:
Se for contratar um guia turístico e puder ir de carro 4×4 dá para conhecer mais coisas. Mas a caminhada também vale a pena.
Como levar dinheiro:
Levei em espécie para facilitar o pagamento das entradas na cachoeira, os restaurantes e a pousada aceitam cartões de credito.
Dicas da Serra do Cipó
– É preciso ter um certo condicionamento físico para fazer os passeios, algumas trilhas são bem longas e antes de chegar até a água é preciso caminhar bastante.
– É recomendável ir de boné ou chapéu e levar uma garrafinha de água para beber no caminho.
Conclusão
Para os amantes da natureza e que gostam desse tipo de passeio em meio à mata, a Serra do Cipó é um ótimo destino.
Vá em turma ou vá sozinho, as paisagens são incríveis e vale super a pena. Com certeza programarei um próximo feriado prolongado para voltar lá.
Agradecemos ao Célio pelo relato! E você, quer compartilhar sua viagem com a gente? Envie seu roteiro para convidado@melhoresdestinos.com.br