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Liberou a revenda! Companhia aérea terá passagens que podem mudar de dono no Brasil

Daniel Akstein Batista
29/03/2023 às 15:37

Liberou a revenda! Companhia aérea terá passagens que podem mudar de dono no Brasil

A Flybondi está querendo mudar o mercado de passagens aéreas no mundo, utilizando a tecnologia blockchain para vender os bilhetes e dando a possibilidade para os passageiros fazerem o que quiser com eles: revender ou dar de presente para outra pessoa, por exemplo.

A premissa do programa Ticket 3.0 é que a passagem aérea pertence ao passageiro que a comprou. “Damos a possibilidade de o cliente fazer o que quiser com o bilhete, com a liberdade de transferir ou renomear. Vai ser uma revolução na indústria”, disse o CEO da Flybondi, Mauricio Sana, em uma entrevista coletiva online da qual o Melhores Destinos participou.

Como funciona o Ticket 3.0 da Flybondi

A companhia aérea low cost argentina fechou uma parceria com a empresa TravelX, que criou uma espécie de NFT Ticket com base na tecnologia blockchain. “Com ela, conseguimos vender as passagens de uma forma muito mais eficiente”, afirmou o CEO da empresa, Juan Pablo Lafosse.

Essa tecnologia foi a solução encontrada para garantir a segurança dos dados dos passageiros e para que a transferência das passagens também seja realizada de forma rápida e segura, sendo possível para a empresa acompanhar todo o processo. “Mas o pagamento é todo feito de maneira tradicional, não significa que seja feita em criptomoeda”, acrescentou Sana.

Hoje, todas as passagens dos voos domésticos da Flybondi já são 3.0. Segundo o CEO da companhia aérea, nas próximas semanas esse tipo de bilhete também deve ser comercializado internacionalmente, inclusive para o Brasil – a empresa tem voos para Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo. “Devemos acertar isso logo, pois depende da regulamentação comercial de cada país”, explicou Sana.

A questão é que no Brasil esse modelo de vendas pode não ser tão implementado tão cedo, já que a Resolução 400 da Anac diz que a passagem aérea é de caráter pessoal e intransferível. Já há um projeto de lei em análise na Câmara dos Deputados para permitir a transferência do bilhete de passagem área para outra pessoa até 72 horas antes da data do voo. A Flybondi respondeu que a empresa está trabalhando para ter o aval regulatório aqui no país.

Na prática, o processo para adquirir essa nova passagem na Flybondi não muda muito e, após a compra, o passageiro já recebe um e-mail mostrando tudo o que ele pode fazer com o bilhete.

Ao acessar a sua conta no site da companhia, o cliente já visualiza as novas opções, como alteração do passageiro e a transferência do bilhete para outra pessoa. Qualquer operação de mudança pode ser realizada até 48 horas antes do horário do voo, sem qualquer burocracia, e tem um custo de cerca de 5% do valor da passagem.

Em uma simulação, uma passagem interna na Argentina teve um custo de menos de R$ 20 para mudar de dono – neste caso, o pagamento tem de ser feito no momento da transferência. Basta o atual dono do bilhete colocar o e-mail do futuro viajante (que deve ter uma conta na Flybondi) para o processo acontecer. Algo muito diferente do que acontece hoje no mercado, já que as passagens aéreas são por via de regra intransferíveis.

Segundo Lafosse, a TravelX já conversou com mais de 60 companhias aéreas para implementar o sistema, mas a Flybondi foi a escolhida para iniciar as vendas do Ticket 3.0. Confira mais detalhes do Ticket 3.0 no site da Flybondi.

Voos para o Brasil

Atualmente, a Flybondi tem três rotas entre Argentina e Brasil, de Buenos Aires para São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis – esta última operação, no entanto, é temporária, indo até 30 de abril.

Além de ampliar o período da rota para Florianópolis para o ano todo, a companhia aérea quer ainda em 2023 ter operações para outras três cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. A Flybondi tem hoje 12 aeronaves em sua frota, querendo chegar a 17 até o final do ano.


O que você achou da possibilidade de comprar uma passagem aérea e depois poder fazer o que quiser com ela? Essa é uma prática que já existiu na década de 1980, mas acabou sendo abolida pois as agências compravam de monte as passagens para algumas datas específicas (férias e feriados) para depois revender mais caro. Será que teremos novamente um mercado paralelo de bilhetes?

 

 

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