GOL não garante queda nos preços das passagens após fim da franquia de bagagem
GOL não garante queda nos preços das passagens após fim da franquia de bagagem
Em duas semanas, a partir do dia 14 de março, entrarão em vigor mudanças importantes com a revisão das Condições Gerais de Transporte (CGT), entre as quais o fim da franquia de bagagem. Na prática, a companhia aérea poderá cobrar por qualquer mala despachada. Em contrapartida, cada passageiro poderá levar até 10 kg de bagagem de mão consigo na cabine e há expectativa de que os preços caiam para quem optar por não despachar a bagagem. Para a GOL, porém, não há garantias que as passagens ficarão mais baratas com a medida:
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“(O consumidor) não vai comparar meu preço antes e depois da regra. Vai comparar o meu preço com o do meu competidor (no dia em que quiser viajar)”, afirmou o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, repercutida em vários veículos de imprensa.
O executivo justificou que o preço das passagens é dinâmico e varia conforme a procura, data da viagem e o câmbio, visto que 50% dos custos são atrelados ao dólar. “A possibilidade de poder cobrar a mala não traz outra coisa senão a intensificação da competição. Cada companhia vai precificar o que cobrar da mala e se vai ou não cobrar.”
Diante da repercussão negativa das declarações, a GOL divulgou um release destacando que a concorrência será benéfica para os passageiros. Mesmo não garantindo que haverá queda de preços no comunicado, Kakinoff não descarta a possibilidade: “O cliente que não quer ou não precisa despachar suas malas, não pagará mais por esse serviço, como acontece hoje”.
O presidente da GOL comparou a nova norma com a liberdade tarifária, aplicada em 2001, que fez o custo das viagens aéreas cair consideravelmente: “Quando a medida que permite a franquia de bagagens entrar em vigor, ela intensificará a concorrência entre as companhias aéreas brasileiras, beneficiando os consumidores”.
Latam garante redução
A postura defensiva da GOL contrasta com a da Latam, onde a presidente Claudia Sender tem sido enfática ao afirmar que as tarifas serão reduzidas: ” “Hoje todos os passageiros pagam como se estivessem viajando com uma bagagem despachada, quando 40% dos passageiros viajam só com uma mala de mão. Para os passageiros que optarem por comprar uma passagem sem a bagagem despachada, esses sim verão uma redução efetiva de preço da passagem”, disse Claudia, em entrevista ao portal G1.
A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), que representa a GOL e a Latam, além da Avianca Brasil e Azul, também tem afirmado que as tarifas serão reduzidas: “Você pode garantir que vai ter passagens aéreas mais baratas. Eu afirmo isso com todas as letras. A bagagem não é gratuita. Hoje, a bagagem é paga sem transparência para o consumidor e de forma injusta, declarou o presidente Eduardo Sanovicz em entrevista a O Globo.
Sabemos que a GOL e a Azul têm estratégias de preços muito mais agressivas que Latam e Avianca – basta ver que elas sempre respondem às promoções da Latam. Com tudo isso, pode ser que as declarações de Kakinoff sejam apenas para evitar uma cobrança futura, caso um contratempo inesperado, como uma alta no preço dos combustíveis impeça uma queda abrupta.
O certo, contudo, é que haverá uma imensa insatisfação por parte dos passageiros caso as companhias aéreas não repassem ao valor da passagem a economia que terão com o fim da franquia de bagagem. Vale lembrar que a mudança só vale para passagens compradas após 14 de março, caso não haja nenhuma medida judicial ou legislativa em contrário até lá.
Não deixe de ler nosso post especial sobre as mudanças na aviação, pois além da questão da bagagem haverá outras alterações importantes. Conheça seus direitos!