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Como é esquiar pela primeira vez: a experiência e as dicas de uma principiante na neve

Jéssica Weber
05/10/2023 às 20:00

Como é esquiar pela primeira vez: a experiência e as dicas de uma principiante na neve

Eu sou uma descoordenada convicta. Já caí com a bicicleta parada, comprei e nunca aprendi a andar de patins, coleciono roxos nas pernas — e olha que já tenho 30 anos. Mas estou aqui para provar que é possível sobreviver à primeira aula de esqui e até deslizar na neve, efetivamente. Neste post, vou te contar como é esquiar pela primeira vez.

esquiar pela primeira vez

Eu toda sorridente – nem parece que caí duas vezes

A minha estreia foi em um dos melhores lugares para iniciantes: Bariloche, na Patagônia Argentina. Além de possuir pistas apropriadas para todos os níveis, é um dos destinos de neve mais próximos do brasileiro, tem até voos diretos partindo de São Paulo no inverno – fique de olho nas passagens aéreas e baixe nosso aplicativo para receber alerta de promoções.

As datas da temporada de esqui variam a cada ano — afinal, depende de São Pedro mandar neve —, mas, normalmente, vão de junho a setembro. Em 2023, o esqui no Cerro Catedral vai até 15 de outubro.

como é esquiar pela primeira vez

Cerro Catedral, em Bariloche

Esse cerro (monte, em espanhol) abriga o maior centro de esqui do hemisfério sul: são nada menos que 120 quilômetros de pistas. Tem 32 meios de subida, como bondinhos, teleféricos e cabos de ascensão, que levam a até 2 mil metros de altitude.

Mas a gente não vai esquiar lá no topo do morro, não: a vista da região é privilégio de quem já pratica o esporte. Com um ângulo de inclinação menor, a pista dos iniciantes fica na base do morro, não precisa usar teleférico para acessar. Se você acha que pode ser humilhante usar a montanha das crianças, não se preocupe: humilhante mesmo é ver as crianças te dando um baile!

Esquiar pela primeira vez: o que eu achei

A gente se sente meio pateta — parece um pato caminhando, resvala para trás sem querer —, mas é uma experiência inesquecível. A sensação que dá deslizar em uma montanha nevada é quase como flutuar. Eu fiquei sorrindo o tempo todo, me senti uma criança.

Como qualquer esporte de aventura, dá um medinho no começo. Especialmente quando você coloca os esquis e repara que não tem mais o total domínio sobre os seus pés, que vai precisar aprender a dar os primeiros passos de novo. O meu receio não foi de cair, mas de perder o controle e atingir alguma pessoa no meio da pista — o que de fato eu fiz com a colega de viagem. Mas eu estava ridiculamente devagar e ela passa bem.

Eu descobri que não é difícil descer o morro: você fica de pé e já sai deslizando. O difícil é aprender a frear e parar, o que é interessante, entre outros, para não morrer hehe.

O professor me ensinou (ou tentou, coitado) a virar pontas dos pés como um “V”. O movimento é conhecido como cunha, ou pizza, como eu ouvi as crianças chamando. Basta abrir bem as pernas e fechar os esquis para dentro, mas sem cruzá-los. E para dominar a velocidade, a primeira lição também inclui fazer curvas.

Eu comecei em uma pequena elevação ao pé do morro. Quando peguei alguma confiança, usei as esteiras para chegar à metade da pista e deslizar uma distância maior. Quer saber se eu caí? É óbvio, duas vezes. Mas os meus amigos conseguiram ficar a aula toda de pé.

Por acaso, essa pessoa não sou eu, mas me representa:

A gente teve duas horas de aula, deu para ter as noções básicas, descer a pista umas cinco vezes e sair com um gostinho de quero mais. No mesmo final de semana, voltei a esquiar no Cerro Otto – o WinterPark tem uma experiência noturna muito massa, com pistas ótimas para iniciantes também. Ali eu me soltei um pouco, deu até para pegar velocidade.

Ah, esquiar é cansativo, tá? Você vai acordar com dor muscular, tipo de primeiro dia na academia. Mas esse não é motivo para não tentar, definitivamente.

Deixa eu esclarecer as dúvidas mais comuns:

Esqui ou snowboard?

A primeira coisa a decidir é qual esporte você quer experimentar: esqui ou snowboard. As lojas de aluguel e as escolas costumam ter as duas modalidades.

  • Esqui (à esquerda na foto): nesse esporte, você desliza pela montanha nevada sobre duas pranchas atadas aos pés, como se estivesse calçando chinelos tamanho 90 hehe. Os dois pés ficam virados pela frente, você pode usar bastões de apoio.
  • Snowboard (à direita na foto): é a mesma pista de neve, mas outro esporte. Nele, os dois pés ficam grudados na mesma prancha, virados para o lado, como em um skate. Não há nenhuma ferramenta de apoio.

Eu escolhi esqui pela probabilidade de ficar de pé. Para quem não pretende virar um esportista, no esqui, é mais fácil de aprender as noções básicas. Nas experiências que ouvi, o snowboard tomou mais tempo do turista.

Precisa de aula de esqui?

Eu diria que sim. Desde aprender a atar os esquis para carregá-lo com facilidade, a botar o equipamento nos pés, a descobrir o macete para tirá-lo, tudo isso requer orientações.

Essa aula inicial costuma ser chamada de batismo. No pé do morro, o professor nos fez deslizar com um pé apenas no esqui, depois com o outro. Explicou o movimento para frear e estava lá para tranquilizar a gente – e até para parar a gente hehe. Eu fiquei bem mais segura tendo um “adulto” por perto, e acabei até arriscando um pouquinho mais.

Eu talvez até teria andado de esqui sem aula, mas teria passado metade do tempo deitada na pista, depois de cair – lentar vestindo esqui é difícil, sabia? Pelo menos duas horas de aula são essenciais para pegar as noções básicas, ou mais dias de aulas para quem pretende aprender bem.

Onde eu arranjo os equipamentos?

Como você nem sabe se vai gostar do esporte, não vale comprar o equipamento de cara – até porque é bem caro. O indicado é alugar tudo no próprio destino. No Cerro Catedral, por exemplo, há lojas de aluguel de roupa ao pé do morro, a poucos metros das pistas.

Os atendentes mesmo que pegam as peças, ajudam a colocar as botas (que não pode estar nem solta, nem muito apertada) e fazem os ajustes nas pranchas. Eu trago ideia de preços mais abaixo.

Que roupa usar para andar de esqui?

O segredo é usar roupa em camadas. A primeira camada é de uma blusa térmica, seguida de uma camada mais grossa, como um blusão de lã, para finalmente vir um casaco a prova d’água, que evita que a neve derretida entre na sua roupa. Luvas também são importantes. Na metade de baixo, o indicado é usar ceroulas e uma calça impermeável.

É recomendado também passar protetor solar e levar óculos escuros, pois a neve reflete a radiação do sol. Nas lojas de aluguel de roupa, também dá para alugar aquelas viseiras com proteção solar, que ficam mais fixas na cabeça — embora as minhas tenham embaçado bastante.

Como a gente não costuma usar essas roupas todas no Brasil, acho que é vantagem alugá-las todas no centro de Bariloche, com destaque para as botas impermeáveis e reforçadas. Encontramos o combo todo a partir de R$ 60 por dia em setembro de 2023.

Leia também:
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Quanto custa esquiar?

Isso varia demais conforme o lugar, mas é sabido que esquiar não é “brincadeira” barata. E tem destinos de esqui que estão entre os mais caros que existem, como a própria Suíça e seus picos cinematográficos.

Mas, neste contexto, Bariloche tem preços mais interessantes. Duas horas de aula estavam custando em torno de R$ 150 em grupos coletivos ou em torno de R$ 500 na aula privativa no Cerro Catedral. Na La Base, o aluguel de equipamento saia cerca de R$ 100 por dia em setembro de 2023.

Além disso, será necessário comprar a entrada para acessar pistas de esqui ou, em alguns destinos, o passe do lift (bondinho).

E fala sobre você: já esquiou ou sonha em esquiar? Compartilha a experiência com a gente nos comentários!

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