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Aeroporto de Congonhas terá sistema de frenagem emergencial de aviões inédito no Brasil

Leonardo Cassol
27/01/2021 às 11:30

Aeroporto de Congonhas terá sistema de frenagem emergencial de aviões inédito no Brasil

O Aeroporto de Congonhas é um dos mais movimentados do Brasil, com quase 22 milhões de passageiros transportados em 2019. Ele possui uma localização peculiar, dentro da cidade de São Paulo, envolvido por prédios e edificações que foram construídos ao longo dos 84 anos de operação do terminal. Por este motivo, não há espaço disponível para ampliação, inclusive de suas pistas para pousos e decolagens, que estão entre as mais curtas entre os principais aeroportos brasileiros.

Infelizmente, em 2007, Congonhas viveu um trágico acidente. O voo 3054 da TAM, que vinha de Porto Alegre, não conseguiu parar e acabou passando direto pela pista, atingindo um hangar da própria empresa e vitimando 199 pessoas. A investigação apontou diversos elementos que contribuíram para o acidente, entre eles uma falha decisiva na ação dos pilotos que mantiveram um dos motores indevidamente acelerando o avião. Mas ficou claro que se houvesse uma pista maior, ou não existissem edificações muito próximas ao terminal, muitas vidas poderiam ter sido salvas.

Após este acidente, a pista passou por reformas e teve seu tamanho útil reduzido para que houvesse uma margem de segurança maior para as operações.

Novo sistema de frenagem emergencial no Aeroporto de Congonhas

A boa notícia é que o aeroporto da capital paulista deve ganhar um valioso reforço de segurança. A Infraero anunciou que irá instalar em Congonhas o primeiro sistema de frenagem emergencial de aviões da América Latina, denominado EMAS (sigla em inglês para Engineered Materials Arrestor System), ou sistema de materiais de engenharia para detenção de aeronaves.

Projeto do EMAS em Congonhas (Infraero)

Basicamente, é uma camada de blocos de concreto porosos colocada nas extremidades das pistas, que causam atrito quando em contato com um avião e se deformam. Se o avião por algum motivo passar da área segura da pista ele acabará afundando e atolando na sua superfície, sem causar danos significativos. Fazendo uma analogia com as rodovias, seria uma área de escape para os aviões usarem em caso de emergências.

“A profundidade do EMAS aumenta quanto mais se avança pela área coberta, fornecendo um arrasto maior, trazendo ainda mais segurança para um aeroporto estratégico para a aviação do País”, explicou o presidente da Infraero, Brigadeiro Paes de Barros.

Em 2016, uma aeronave que estava transportando o Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, deslizou para fora da pista no aeroporto LaGuardia, em Nova York. Felizmente o aeroporto tinha um sistema semelhante ao que será instalado em Congonhas e ninguém ficou ferido.

Incidente com avião que transportava Mike Pence no aeroporto de La Guardia (Reprodução: ABC News)

Naturalmente, após uma única utilização, o sistema precisa ser completamente refeito. Mas até o momento a segurança do mecanismo está comprovada, sem nenhuma vítima grave.

O investimento de R$ 122,5 milhões será feito pela Infraero. O consórcio vencedor do processo licitatório foi Kigab/Conserva, formado pelas empresas Kibag Brasil, Conserva de Estradas e Kibag Airfield Construction AG.

O planejamento da Infraero prevê que a obra seja executada em 16 meses e deixe a pista principal com duas novas áreas de escape. As duas estruturas serão sustentadas por vigas e pilares capazes de suportar as aeronaves e veículos. O projeto prevê ainda obras complementares nas pistas de taxiamento nas regiões próximas aos EMAS.

Crédito: Infraero

Vale lembrar que o EMAS é adotado em aeroportos da Europa, Ásia e Estados Unidos. A tecnologia começou a ser desenvolvida na década de 1990, por meio de pesquisas da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, da sigla em inglês), que conta com um programa para melhorar as áreas de segurança ao final das pistas em aeroportos comerciais, como os de Nova York (JFK e LaGuardia) e de Boston. Desde então, as tecnologias evoluíram e contam com certificação internacional de diversas autoridades de aviação civil pelo mundo.


É uma boa notícia! Eu conheço algumas pessoas que até hoje têm medo de pousar ou decolar de Congonhas, e sentem calafrios quando precisam fazer isso. Afinal, uma tragédia como a que ocorreu em 2007 acaba marcando para sempre. Mas apesar de tudo o aeroporto é um dos meus favoritos, por ser perto da cidade e pela praticidade de se deslocar internamente. Em poucos minutos você chega ao seu portão de embarque ou recebe sua bagagem.

E você, tem algum receio de voar por Congonhas? Se sentiria mais seguro com essa tecnologia? Comente e participe!

Com informações da Infraero, Aeroin e Aeroflap.

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