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Como é voar no A320neo da Azul de Campinas para Buenos Aires

Como é voar no A320neo da Azul de Campinas para Buenos Aires

VCP Campinas
EZE Buenos Aires
8766
Avião Airbus A320neo
Classe Econômica
Poltrona 19D
Data 11/01/2019
Partida 09:10
Chegada 10:48
Duração 2:38
Por
26/02/2019 às 12:20

A Azul voou pela primeira vez de Campinas para Buenos Aires, na sexta-feira, 11 de janeiro de 2019. À convite da companhia, o Melhores Destinos esteve a bordo e traz a avaliação da mais nova rota internacional da empresa. Vale lembrar que a companhia já operava voos diretos para Buenos Aires, mas partindo de Belo Horizonte. Meu estimado colega João Goldmeier esteve no voo inaugural, em março do ano passado, e conta neste post como foi.

Sobre a Azul

Azul Linhas Aéreas Brasileiras é a companhia aérea com o maior número de destinos servidos no país. A empresa detém uma frota de 123 aeronaves, mais de 11.000 funcionários, um número superior a 900 voos diários, mais de 110 destinos servidos e um terço do total de decolagens do país. A Azul tem voos para Fort Lauderdale, Orlando, Montevidéu, Lisboa e Buenos Aires. Em junho de 2019, a companhia passa a operar também voos regulares para o Porto, em Portugal, e Bariloche, na Argentina.

Resumo do review

Azul Voo AD8766
Campinas (VCP) – Buenos Aires (EZE)
Aeronave: Airbus A320neo
Assento: 19D (Econômica)
Destaques positivos: serviço de bordo e lanches
Pontos a melhorar: falta de wi-fi

Check-in

Parti de Porto Alegre rumo a Campinas às 5h55 – ruim por ter de acordar por volta das 4h (e é difícil dormir direito sabendo que é preciso madrugar), mas bom por não ter trânsito na cidade, nem filas no aeroporto. O voo saiu pontualmente e chegou às 7h15 a Campinas, 20 minutos antes do previsto. Tempo de sobra para embarcar, sem correria, no voo para Buenos Aires, previsto para as 9h.

O que não deu tempo, infelizmente, foi de participar da cerimônia de inauguração do voo, marcada para as 7h30. Isso porque foi preciso desembarcar, seguir até a entrada do embarque internacional (sinalizado por poucas e pequenas placas), passar novamente pelo raio-x e aí pela migração.

Já não daria tempo naturalmente. Acontece que (vergonha) acabei esquecendo de um xampu de 200 ml no fundo da mala (vergonha de novo), que foi pego no raio-x. Como não era dos produtos mais baratos, voltei para a área do check-in, que estava beeeem movimentada. Por sorte, fui atendida na fila prioritária por um funcionário muito simpático e, por volta das 8h, estava novamente eu lá, passando pelo raio-x – desta vez, só com a mochila. Como SEMPRE acontece (não pergunte por que), fui parada na inspeção aleatória. E lá se foram mais uns minutinhos.

Na fila da imigração não estavam mais do que 10 pessoas. Segundos após eu chegar, uma funcionária do setor avisou que passageiros com destino a Buenos Aires poderiam seguir sem mostrar o passaporte/carteira de identidade para ela. Então, em poucos minutos, eu já estava no guichê da Polícia Federal apresentando a documentação – naquela hora, os portões eletrônicos de inspeção do passaporte, os e-gates, não estavam funcionando.

Cheguei ao portão de embarque às 8h05. Os discursos das autoridades da Azul e do Aeroporto Viracopos já tinham terminado. A parte boa é que sobraram uns salgadinhos do evento, mais do que bem-vindos para quem havia saído de casa sem café da manhã. Em frente ao portão, instalaram um painel do novo voo, com imagens da Avenida 9 de Julho – na frente dele, a cada pouco, passageiros e funcionários da companhia tiravam fotos. O clima era de festa no lançamento do quarto destino internacional da Azul saindo de Campinas (os outros três são Fort Lauderdale, Orlando e Lisboa).

O embarque teve início às 8h30, 10 minutos após o previsto. Os passageiros receberam um mini alfajor antes de ingressar no ônibus que levaria até a porta do avião. Como eu queria fazer fotos da cabine o mais vazia possível, fui uma das primeiras a entrar no avião. E do meu assento, o 19D, pude perceber, lá pelas tantas, que o embarque estava um pouco confuso. Alguns entraram pela porta traseira seguindo em direção aos primeiros assentos, outros ingressavam pela porta dianteira querendo ir para os assentos mais pro fundo do avião. Nada, no entanto, que gerasse um incômodo maior. As portas do A320neo se fecharam às 8h58 e às 9h10 partimos, dez minutos após o horário previsto.

Cabine

A cabine do A320neo da Azul tem 174 assentos na configuração 3×3, sendo 30 deles situados no Espaço Azul, que garante uma distância maior entre as poltronas. Meu assento, o 19D, estava entre os com menos espaço, os de modelo slimline. Ainda assim, tive uma viagem super confortável até Buenos Aires – tenho pouco menos de 1,70 metro, então dá pra se dizer que havia espaço de chega para as minhas pernas.

Os assentos são todos em couro cinza (cinza claro no Espaço Azul e mais escuro no restante da cabine), bem discretos e elegantes. As poltronas contam com encosto de cabeça ajustável, que, pra mim, faz uma bela diferença na hora de tirar uma soneca. No geral, se percebe que a aeronave não tem muito tempo de uso, é simples e moderna.

Todas as poltronas contam com telas individuais de entretenimento, em touchscreen, com opções de filmes e canais de TV via satélite, além de tomadas universal e USB. No bolsão à frente do assento, estavam a revista da Azul e o encarte com recomendações para casos de emergência. A mesinha para refeições tinha o tamanho padrão e cumpriu bem a sua função.

Entretenimento

Desde o início do embarque na aeronave as comissárias estavam distribuindo fones de ouvido a quem pedisse. O sistema de entretenimento da Azul no A320neo é limitado – porém coerente com a duração das viagens realizadas com a aeronave. No trecho de Campinas para Buenos Aires, por exemplo, havia 30 filmes disponíveis, entre eles, O Último Rei da Escócia, Sex and the City, Independence Day, além de opções para crianças, como Trolls, Noite no Museu e Meu Malvado Favorito 3.

Nenhum filme me chamou atenção – boa parte deles eram mais antigos, eu já havia assistido ou simplesmente não me animaram. Também estavam no catálogo mais de 20 séries, sendo que várias delas voltadas para crianças.

Nestes voos da Azul, o passageiro também podem assistir à programação da Sky ao vivo. Foi o que fiz: embarcada rumo à Argentina, acompanhava pela Globo News a repercussão dos cancelamentos de voos em Guarulhos devido ao temporal da noite anterior.

No bolsão em frente ao assento, estava a Revista da Azul – cujo editorial falava exatamente dos novos voos internacionais da companhia, como é o caso da rota Campinas – Buenos Aires. A publicação já estava um pouco gasta, com as pontas dobradas. Bem se via que o avião já estava sendo utilizado em outra rota e foi realocado para esta. É besteira, mas (não sei por quê) eu fui imaginando que tudo seria novinho em folha, mas o encarte explicando como acessar o aplicativo Azul Play no celular também estava meio detonadinho. São coisas pequenas que, no entanto, não mudam em nada a experiência no voo.

Por volta das 11h, uma das comissárias anunciou que estávamos deixando o território brasileiro e que a TV ao vivo (Sky) deixaria de funcionar. E a transmissão parou logo em seguida. Então fui conferir o mapa de voo, também na tela touch screen: estávamos sobrevoando o Uruguai e, logo, entraríamos em território argentino.

Resolvi também testar o Azul Play, já que tinha um encarte no bolsão mostrando como conectar. Mas não funcionou. Não que fosse necessário, já que toda a programação podia ser acessada a partir da tela do assento, mas como eu estava atenta a tudo naquele voo, aproveitei que uma comissária passou por mim e perguntei se havia algum motivo para não estar funcionando. Ela achava que o serviço não era disponibilizado em voos equipados com as telas touchscreen (o que faz sentido), mas que confirmaria com a líder do voo. Ela levou minha pergunta e nunca mais retornou com a resposta. Eu também não questionei novamente sobre o assunto.

Serviço de Bordo

A Azul não oferece amenidades nesta rota. E tudo bem. Este é praticamente um voo nacional, com menos e tês horas de duração, e talvez não fizesse  sentido a distribuição de amenidades aos passageiros.

Já o serviço de bordo me deixou contente. Fiquei pensando: o que eles serviriam em um voo curto, no meio da manhã, com chegada prevista para antes do horário de almoço? Somente os tradicionais snacks que servem nos voos domésticos?

A resposta para as minhas questões veio pouco antes das 10h (uma hora após a decolagem), quando as quatro comissárias se dividiram entre dois carrinhos, percorrendo o corredor do avião. Além dos snacks (amendoim, batata, goiabinha e balas), foram oferecidas duas opções de sanduíches: de frango e vegetariano. Escolhi o de frango, recheado ainda com queijo mussarela, tomate e alface. O pão era um pouco gelado, mas estava bem fresquinho e macio. Obviamente já comi sandubas melhores ao longo desses 30 anos de muito carboidrato, mas eu gostei de verdade do sabor do lanche. Ponto pra Azul.

Eu, que não sou boba, muito menos controlada, peguei também um pacotinho de amendoim e outro de goiabinha. Mas esses acabei guardando para comer em outra hora. O sanduíche satisfez legal. Para beber, havia água, refrigerantes, suco de laranja e de maracujá light, o meu escolhido.

Comissários e equipe de solo

A simpatia marcou o atendimento da Azul do início ao fim deste primeiro voo de Campinas para Buenos Aires. Pelo o que pude perceber, tanto na ida quanto na volta, os comissários não falavam espanhol com fluência – na verdade, nem mesmo algumas palavrinhas mais simples (como frango, cenoura, suco) saíam em espanhol. Quando os hermanos presentes no voo não entendiam o português, os comissários puxavam o inglês da manga. Mas era nítida a vontade de toda a equipe de compreender e ser compreendido pelos passageiros. Nada que mais alguns voos não resolvam: logo todo mundo vai estar hablando pollo, zanahoria y jugo pelos corredores da Azul.

Claro que em um voo inaugural existe o esforço de todos para que tudo saia o mais perfeito possível. Mas me chamou a atenção como estava legal o clima entre os comissários, que pareciam felizes e orgulhosos da nova rota. Que sigam assim! Eu, enquanto passageira, fui contagiada pelo alto astral.

O voo inaugural também teve direito a discursos do presidente da companhia, John Rodgerson, e do vice-presidente de Pessoas e Clientes da Azul, Jason Ward – que passou em todas as fileira para conversar com os passageiros, carregou bandeja de café e, com sacola em mãos, até recolheu copos plásticos dos assentos.

Em relação à equipe de solo, preciso fazer um parênteses para falar do retorno, no domingo seguinte. Com voo previsto para às 11h40 (horário local), chegamos ao aeroporto por volta das 9h30. A fila para o check-in e despacho de bagagem já avançava por um dos corredores do terminal, dificultando inclusive o trânsito de outros passageiros e funcionários do aeroporto, que pediam licença para puxar filas de carrinhos usados para o transporte das malas. Nesta fila, ficamos mais de uma hora e meia, sem que houvesse qualquer funcionário da companhia para informar o motivo da lentidão ou pelo menos organizar a fila.

Uma vez na fila, tínhamos a garantia de que embarcaríamos de qualquer jeito no voo. Consegui ingressar na aeronave às 12h08, quase meia hora após o horário previsto para a partida. E depois de mim ainda entraram outros passageiros. O taxiamento teve início às 12h23, decolamos às 12h35, chegando no Brasil às 15h50, apenas 10 minutos após o horário previsto. Conforme a companhia, a demora no check-in se deu por conta de questões operacionais.

Programa de Fidelidade

O TudoAzul vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos, mas ainda peca por ter poucos parceiros aéreos (TAP e United). Neste voo você pode creditar os pontos tanto no TudoAzul como na TAP, já que a United é apenas um parceiro de compartilhamento de voos.

O acúmulo dos pontos ocorre em função da tarifa paga, sendo entre 2 e 3 pontos por real gasto na tarifa.

Conclusão

Às 10h34 no horário da Argentina (11h34 pelo horário de Brasília), o comandante informou que iniciaríamos a descida. Mas em seguida veio outro aviso de que teríamos de aguardar autorização para nos aproximarmos do aeroporto. Mas isso não gerou atraso. Previsto para pousar às 11h (horário na Argentina), o avião acabou tocando o solo às 10h48, foi saudado com um arco de água, tradição reservada a eventos aeronáuticos importantes e mereceu mais uma salva de palmas dos passageiros.

Em pouco menos de três horas, estávamos em terras argentinas, alimentados na medida para não termos aquela fooooome, mas com espaço suficiente para deixar as malas no hotel e emendar um belo de um almoço em algum canto porteño. E para quem havia iniciado a viagem cedo, em outras cidades do Brasil, como eu, o tempo de voo foi suficiente para tirar um cochilinho e recuperar as horas de sono perdidas.

Foi uma Buenos Aires ensolarada que, naquela sexta-feira, recebeu o primeiro voo da Azul vindo de Campinas. O tempo aberto deu ainda mais charme à cidade. Saí de lá com uma certeza: a capital argentina é um baita destino pra se visitar – e voltar quantas vezes forem possíveis.

Nota final.

Azul

Campinas - Buenos Aires

Voo 8766

8,8
Embarque 9,0
Assento 9,0
Entretenimento 7,0
Amenidades 10
Equipe 10
Fidelidade 8,0