Mar Morto: como é flutuar no ponto mais baixo do mundo em Israel!

Poder entrar no Mar Morto é privilégio do turista que explora Israel. Única e inesquecível, a experiência de poder flutuar sem esforço pelas águas extramente salgadas (até 10 vezes mais do que as dos oceanos) é a principal responsável pela fama do lugar. Mas não se engane, o cartão postal do Oriente Médio tem tudo para entrar para lista de destinos para se visitar pelo menos uma vez na vida (e você precisa conhecê-lo antes que ele desapareça!).

Cercado por paisagens deslumbrantes, com água oleosa de azul intenso e rica em propriedades medicinais, o Mar Morto oferece sem esforço um passeio memorável no ponto mais baixo do planeta – localizado a 400 metros abaixo do nível do mar. Neste post reunimos informações e te contamos como é conhecer o Mar Morto!

Onde fica o Mar Morto

O Mar Morto, na verdade, é um lago com 50 km de comprimento de água salgada! Ele fica no Oriente Médio e banha Israel, Jordânia e Cisjordânia com suas águas cheias de sais.

Em Israel, o lago fica ao sul do país, no Deserto da Judeia. Na região você pode aproveitar para conhecer alguns pontos turísticos, como as cavernas de Qumran e as ruínas de Massada.

No meu caso, visitei o Mar Morto após conhecer o Parque Nacional Massada, uma incrível cidade antiga construída surpreendentemente como fortaleza no topo de uma montanha no ano 30 a.C.

No dia da visita, meu roteiro previa três paradas. Como havia passado a noite em Éilat, seguimos logo pela manhã para o Parque Nacional Massada, a cerca de 220 km de distância. Após o passeio, continuamos o trajeto para chegar ao Mar Morto, especificamente em Kalia Beach, no clube Neve Midbar (+62 km). Na sequência, seguimos até o destino final do dia: Jerusalém (+47 km). Durante o caminho já era possível avistar as belas paisagens do Mar Morto.

No mapa abaixo é possível ver o trajeto do roteiro que fiz em um dia, cerca de 330 km. Apesar do caminho levar mais de 4 horas, você nem percebe o tempo passar devido às paradas e a estrada com boas condições (*inclusive há placas em inglês para turistas que viajam com carros alugados).

Como foi conhecer o Mar Morto

Confesso que estava cheia de expectativas para conhecer o famoso Mar Morto. Como não sei nadar muito bem, o fato de saber que ia poder curtir a água sem afundar me deixou bem animada. Sem contar a minha alegria de poder conhecer um lugar singular, no ponto mais baixo desse mundo de meu Deus!

Mas vamos aos fatos: expectativa x realidade! Estive em Israel na primeira semana de setembro, o que significa tempo seco e “um sol para cada um”. Encarei o verão israelense e digo que não é brincadeira! Para ter ideia, a sensação térmica chegava perto dos 40 °C. Era preciso se hidratar a todo momento e descolar uma sombra para dar conta. Mesmo assim, isso era um detalhe diante da minha vontade em ver de perto o famoso lago.

A região do Mar Morto conta com alguns beach clubs que oferecem estrutura para os visitantes. O usuário paga a entrada e tem acesso à área de lazer do clube, com piscinas, áreas com sombra e de camping, restaurante, estacionamento, cadeiras de praia e banheiro com duchas. Ficamos no beach club Neve Midbar, a 62 km de Massada (veja mais aqui).

Normalmente, a entrada da visita ao Mar Morto está inclusa nas excursões de um dia, oferecidas por agências de turismo em Israel. O site da Civitatis tem algumas opções, confira aqui. E atenção: não entre no Mar Morto em locais aleatórios, por não saber as reais condições do local, esse tipo de turismo não é seguro!

Assim que cheguei ao portal de acesso à praia, avistei alguns visitantes curtindo o lugar. Uma placa grande dava instruções aos banhistas para aproveitar o atrativo sem maiores problemas, como não mergulhar e não consumir a água do lago.

Não é recomendável que pessoas com pressão alta ou outras condições cardíacas entrem no Mar Morto, e crianças só podem entrar acompanhadas de um adulto.

Eu viajava em grupo e rapidamente procuramos por um lugar com guarda-sol. Deixei minhas coisas em uma cadeira de plástico e, ingenuamente, cobri minha garrafa de água com uma toalha para tentar protegê-la do sol.

Antes de me molhar fui produzir conteúdo e o calor tomava conta do meu corpo enquanto fazia vídeos para o Melhores Destinos. Inclusive, o celular de uma colega parou de funcionar devido à alta temperatura. Nosso tempo era curto no clube e logo segui ansiosa para me refrescar no Mar Morto. Corri pela areia quente e, finalmente, entrei no lago.

A surpresa é que ao entrar na água percebi que ela estava morna! Então apesar de, sim, dar uma aliviada no calor, as temperaturas continuavam elevadas. Outro detalhe é a textura da água, que é oleosa. Ou seja, com o calorão, parece que a gente está sendo frito no meio do Mar Morto, haha. Mas sem problemas, estava carregada de protetor solar e só queria curtir muito aqueles momentos.

Sem dúvida, o visual desértico ao redor é bonito. No entanto, não nego, o que mais gostei foi boiar muito, haha! É muito divertido! Não importava a posição ou esforço, a água com sais sempre empurrava a gente para cima. Uma sensação diferente ao sentir a força da água contra a gravidade! O lago não tem ondas e há uma área delimitada para o banho dos turistas.

Bem pertinho da água, um buraco na areia terrosa revela a lama negra da região. Aproveitei e garanti mais um banho terapêutico para deixar a pele em dia! A lama também estava quente e é bastante oleosa. Passei pelo corpo e esperei alguns minutinhos antes de tomar uma ducha.

O Neve Midbar beach club é legal, mas saiba que a estrutura dele é bem simples e o banheiro não era dos mais limpos. Como estivemos lá por pouco tempo, só ficamos no lago, então não sei ao certo como eram os outros serviços. De todo modo, tinha bastante gente no clube.

Depois de experimentar entrar nas águas do Mar Morto e ter lama negra pelo corpo, posso garantir que a experiência vale muito a pena – mesmo com calor! Senti que minha pele ficou bem hidratada, com toque bem suave. A propósito, acredita-se que os minerais encontrados na lama negra ajudam na circulação sanguínea, a suavizar rugas e rejuvenescer a pele (mara, né?).

Ah, um detalhe! Se você tiver qualquer corte na pele, é bem possível que ele arda bastante ao entrar na água salgada. Eu tinha um pequeno corte na mão que ficou ardendo por uns minutos. O lado bom é que no dia seguinte o corte já estava cicatrizado! Quem se depilar com lâminas de barbear no dia ou um dia antes do passeio, também pode sentir a ardência nessas partes do corpo.

Recomendação: prefira visitar o Mar Morto durante a primavera e o outono, para evitar os períodos mais quentes (julho, agosto e início de setembro) e mais frios (dezembro e janeiro).

Curiosidades sobre o Mar Morto

Quando dissemos que Mar Morto tem águas muito salgadas não é exagero: sua concentração de sal é até 10 vezes maior do que a encontrada nos oceanos, sendo um dos quatro corpos de água mais salgados do mundo! E é essa concentração de sal de 31,5% que permite pessoas do mundo inteiro flutuarem no lago hipersalino mais profundo do planeta.

De maneira simples, devido à alta concentração de sal, a água torna-se mais densa, isso significa que nosso peso corporal fica mais leve e, por consequência, a gente acaba flutuando!

A propósito, é justamente esse fator “salgado” que impede a sobrevivência de quase todos seres vivos nele, por isso, seu nome é Mar Morto. Vale dizer que mesmo com essa característica, a água do lago é muito utilizada, principalmente pelas indústrias da região. E isso tem feito que o tamanho dele diminua ano a ano, causando o risco do atrativo turístico natural desaparecer.

Por causa de suas propriedades, o lugar é considerado o spa natural mais antigo do mundo. Isso porque a alta concentração de minerais antissépticos na lama e no sal do Mar Morto o torna benéfico para doenças de pele, como psoríase e vitiligo. Nossa guia contou, inclusive, que moradores de Israel vão até o lago para fazer tratamentos. Interessante, não?

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Conhece o Mar Morto ou tem vontade de visitar? Participe nos comentários!