Gol estuda entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, diz jornal
Gol estuda entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, diz jornal
Com dívidas que giram em torno de R$ 20 bilhões e sem caixa suficiente para honrar todos os seus compromissos de curto prazo, a Gol avalia entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos nas próximas semanas.
A notícia foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo e, segundo a matéria, a companhia aérea tenta viabilizar um plano de reestruturação de dívidas entre as partes envolvidas sem precisar acionar a Justiça, mas esse possibilidade pode não ir adiante devido ao grande número de interessados, como credores e lessores (arrendadores de aeronaves).
Ao optar pelo Chapter 11 da lei norte-americana, a Gol deve seguir o mesmo caminho da Latam, que em 2020 também se apresentou ao Tribunal nos EUA e, dois anos depois, se fortaleceu e concluiu seu processo de reestruturação.
Segundo pessoas envolvidas na negociação ouvidas na reportagem, “a estratégia de abrir um processo Tribunal de Falência de Nova York é a melhor saída, especialmente porque lá as regras são previsíveis”.
Agências de risco dizem que a dívida financeira da Gol é de R$ 20 bilhões, sendo que R$ 3 bilhões devem vencer em até 12 meses. E a empresa, apesar de ter resultados positivos, está sem novas garantias e caixa suficientes para honrar os seus compromissos.
A Gol, por meio de sua assessoria, afirmou ao jornal “que mantém seus esforços para melhorar a lucratividade, fortalecer seu balanço para posicioná-la, no longo prazo, como empresa que democratizou o transporte aéreo no país”. E diz que “está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações.”
Caso entre com o pedido de recuperação judicial – e a Justiça americana aceite -, a Gol terá todas as suas dívidas (até o momento da entrada da ação) congeladas, ganhando tempo para se reestruturar financeiramente.
Na manhã desta segunda-feira, as ações da Gol na B3 caíram em mais de 10%, após a repercussão das notícias sobre o seu possível pedido de recuperação judicial.
Vale destacar que mesmo que a empresa siga com a recuperação judicial, não estão previstos grandes impactos em sua operação no Brasil, já que as empresas de leasing, as fabricantes de aeronaves e demais fornecedores teriam que cumprir as regras da legislação norte-americana, que são favoráveis a manutenção do negócio.
Vamos torcer para que a Gol encontre o melhor caminho para se reestruturar, preservando a competição nas principais rotas da aviação nacional.