Como é voar com a Mango Airlines, low cost da África do Sul
Como é voar com a Mango Airlines, low cost da África do Sul
A Mango Airlines é uma companhia aérea low cost estatal da África do Sul. Subsidiária da South African Airways, ela voa para seis destinos no país e também para Zanzibar, com uma frota de 14 Boeing 737-800. O leitor Alan Rodrigo (Foca) viajou recentemente com a companhia de Joanesburgo para a Cidade do Cabo, uma de suas principais rotas. Neste relato, ele conta como foi a experiência com a low cost sul-africana. Confira!
Como é voar com a Mango Airlines
Recentemente aproveitei uma excelente promoção para a África do Sul aqui do Melhores Destinos e comprei duas passagens da Latam na rota Guarulhos-Joanesburgo. Mas o principal destino da minha viagem era a Cidade do Cabo e para chegar até lá eu iria precisar de outra passagem aérea. Decidi pesquisar e encontrei passagens com bom preço na data da minha chegada em Joanesburgo, partindo para a Cidade do Cabo, pela Mango Airlines, subsidiária Low Cost da South African Airways (SAA), que vem a ser a maior empresa aérea da África do Sul, controlada pelo governo daquele país e figurinha fácil em grandes aeroportos de todo o mundo.
A Mango se caracteriza pela cor laranja berrante de seus aviões, site, revista e tudo mais o que se possa pintar de laranja dentro do mundo da aviação. Na verdade os aviões totalmente pintados de alaranjado são bem simpáticos, apesar de nada discretos.
A empresa foi criada em 2006 e atende apenas alguns poucos destinos domésticos e um único destino internacional (Zanzibar, na Tanzânia). Os principais destinos na África do Sul são justamente as maiores e mais turísticas cidades do país: Cidade do Cabo, Joanesburgo, Bloemfontain, Durban e Port Elizabeth.
O site da Mango só possui versão em inglês, porém é super fácil e intuitivo para fazer a compra da sua passagem, sendo o processo de escolha dos bilhetes praticamente idêntico ao de qualquer outra companhia. Algo que me chamou a atenção é a quantidade de opções para pagamento disponíveis no site. A maioria dessas opções no entanto são focadas no público doméstico da empresa como vocês podem perceber pela imagem abaixo. A opção escolhida foi cartão de crédito e as bandeiras aceitas são Visa, Mastercard, Diners e Amex. Os cartões Elo, mesmo os que possuem compatibilidade com a bandeira Diners, não são aceitos pela empresa.
Para minha surpresa, a empresa low cost não cobra pelo despacho de um volume de até 20 kg por bilhete. Então eu tive que limitar minha bagagem a este peso, mesmo tendo direito a 23 kg no trecho internacional, pois não estava nem um pouco a fim de pagar excesso de bagagem. De qualquer forma, para nós brasileiros, que já estamos nos conformando com o pagamento da bagagem despachada, isso é um ponto positivo para a Mango.
Por outro lado, a marcação de assento não é gratuita. Como não queria correr o risco de viajar em assentos separados decidi pagar o valor de 110 Rands (equivalente a aproximadamente USD 10 na data da compra) pela marcação dos dois assentos. Não é caro, mas taí mais uma novidade que já já veremos em terras tupiniquins e que não agrada.
O custo total das duas passagens foi de 1.543,42 Rands (pago à vista no cartão de crédito). Pelas contas do Itaucard, isso era o equivalente a US$ 124,48 e com o IOF e a péssima taxa de câmbio do vencimento da fatura, o valor total em reais foi de R$ 523,07 para duas pessoas (R$ 261,53 por pessoa), ainda assim, não foi caro considerando que se trata de um voo de mais de duas horas, que seria equivalente a um voo entre Rio e Salvador.
É importante prever uma boa margem de tempo entre o horário de chegada do voo internacional e o desse voo doméstico, pois caso o primeiro tenha algum atraso, a companhia aérea não se responsabiliza. O voo da Latam chegou a Joanesburgo no horário (por volta das 9 horas da manhã) e foi ótimo ter colocado uma boa folga, pois na chegada tive problema com uma bagagem danificada, o que me custou mais de uma hora para resolver.
Check-in
Problema resolvido, me encaminhei ao balcão de check-in da Mango Airlines, que fica no Terminal B e a área de atendimento estava totalmente vazia. Não havia feito check-in antecipado pois havia a necessidade de despacho de bagagens. Então apresentei os comprovantes de compra coloridos e rapidamente estava com meu boarding pass, tão colorido quanto, em mãos. A equipe foi atenciosa e prestativa, apesar do agente que estava na entrada da fila não saber me informar se era necessário fazer check-in no autoatendimento.
Aproveitei a folga que tinha para tomar mais um café da manhã, dessa vez em um restaurante no salão de embarque, muito bom por sinal. Trata-se de uma rede popular na África do Sul chamada Spur Eagle (que tem um índio como símbolo). Depois disso nos dirigimos para o portão de embarque, passando rapidamente pelo check de segurança do aeroporto de JNB.
O portão de embarque E1 era no andar inferior do salão principal de embarque, o que significa que nossa aeronave estava em uma posição remota no pátio do aeroporto e por isso, seria necessário pegarmos um ônibus até lá. Era uma manhã fria e esse passeio pela área externa do aeroporto poderia ter sido bem desagradável, não fosse eu aficcionado por aviação. No trajeto até a posição remota fui me deliciando com os aviões das empresas locais e também com as grandes aeronaves de empresas de todo o mundo, com destaque para a linda pintura da Kenya Airways.
Chegando ao nosso Boeing 737-800, saco meu telefone para algumas fotos e prontamente sou repreendido por uma agente do aeroporto que me proíbe de registrar o momento. Então peço desculpas mas as fotos foram tiradas de maneira dissimulada e o resultado poderia ter sido melhor. Porém para meu desencanto, nosso voo seria realizado por uma aeronave sem a pintura full, como vocês podem ver na imagem. Avião branco com detalhes em Laranja. Acho que já vi isso em algum lugar.
Cabine
Entramos no avião e a aeronave não escondia sua idade e o cansaço de muitos anos sem uma revitalização do interior da cabine. O interior branco, meio desbotado, os assentos cinzas, já meio gastos, os compartimentos de bagagem rangiam quando o avião balançava, enfim. Um assento é tudo que você receberá da Mango ao voar com eles. O espaço entre as poltronas e sua reclinação é o padrão da indústria: nem apertado nem folgado para meus 1,79m, e a reclinação modesta.
Entretenimento
Não há sistema de entretenimento a bordo, a menos que você considere a revista de bordo como entretenimento. Algumas aeronaves da companhia estão recebendo equipamentos para transmissão de internet por wi-fi. Talvez nessas aeronaves seja oferecido algum tipo de entretenimento por streaming. Mas infelizmente não pudemos experimentar a novidade.
Serviço de Bordo
O serviço de bordo é cobrado à parte e a Mango não oferece nenhum tipo de alimento ou bebida sem custo a seus passageiros. Eu testaria o serviço de bordo deles, mas vou ficar devendo pois acabamos nos esquecendo desse detalhe e enchemos o bucho no restaurante do aeroporto. Mas a título de informação, segue o cardápio para uma ideia de preços. (Na época da viagem R$1 = R3,20)
Comissários e equipe de solo
O speach de segurança foi feito pela simpática comissária sul-africana que chegou de fato a inflar o colete salva-vidas (algo que nunca havia presenciado). Como estávamos muito cansados aproveitamos essas duas horas para um cochilo, que foi possível, apesar da pouca reclinação da poltrona. Comissários foram delicados ao nos acordar para colocar o assento na posição vertical, por isso a boa nota.
Programa de Fidelidade
Apenas clientes do programa Voyager, da SAA podem pontuar nos voos da Mango, ainda assim com um pequeno detalhe: tem que pagar. Alguns bilhetes emitidos com código da South African (SA) operados pela Mango também pontuam no mesmo programa, mas não era o nosso caso.
Conclusão
Às 14h10 já estávamos tocando o solo da belíssima Cidade do Cabo. Às 14h20 já havíamos cruzado o finger de desembarque acessando diretamente o terminal do aeroporto e às 14h30 já estávamos com nossa bagagem deixando o saguão do aeroporto. Não me lembro de ter desembarcado tão rápido com bagagem despachada nenhuma vez na vida. Agora era só aproveitar nossa estadia na Cidade do Cabo.
A nota final reflete bem a experiência que tive. Os itens de nota mais baixa ou sem avaliação não eram tão importantes para mim. A nota ruim para entretenimento foi compensada pelo fato de o voo ser curto e eu ter aproveitado para dormir.
A cabine apesar de antiquada, ofereceu bom espaço para minhas pernas e consegui achar uma posição “dormível”. Para voos mais longos acredito que esses itens comprometeriam mais a nota da Mango. Mas para um voo de duas horas a nota 7 é justa.
Um abraço para o pessoal do MD e para os leitores que acompanharam este voo comigo.
Agradecemos ao Alan pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Capriche no texto e nas fotos e mande para a gente pelo e-mail avaliacao@melhoresdestinos.com.br
Nota final.
Mango Airlines
Joanesburgo - Cidado do CaboVoo JE139