Como é voar com a Maldivian Airlines, companhia aérea oficial das Ilhas Maldivas
Como é voar com a Maldivian Airlines, companhia aérea oficial das Ilhas Maldivas
A Maldivian Airlines é a companhia aérea nacional das Ilhas Maldivas. Opera voos domésticos entre as ilhas, além voos internacionais para Índia, China, Tailândia e Bangladesh. Sua base principal é o Aeroporto Internacional Ibrahim Nasir, em Malé (MLE).
Além do turboélice canadense Dash 8-300, fabricado pela Bombardier, a Maldivian possui outras aeronaves de menor porte em sua frota, como o hidroavião DHC-6, que decola e pousa na água, além do Dash 8-200 e jatos Airbus A320 e A321 (os dois últimos semelhantes aos utilizados pela Latam nos voos domésticos no Brasil).
Voamos com a Maldivian para Kudahuvadhoo, uma das ilhas habitadas de Dhaalu, ou do Atol de South Nilande, nas Ilhas Maldivas. Basicamente, o aeroporto atende um conjunto de resorts e ilhas habitadas que ficam na região, sendo que os passageiros desembarcam em Kudahuvadhoo e seguem para seus hotéis em lanchas rápidas. Veja como foi a nossa experiência!
Check-in
A compra da passagem foi feita diretamente pelo hotel reservado para hospedagem nas Ilhas Maldivas, o Kandima. O custo completo do transfer de ida e volta foi de US$ 350,00 por passageiro para um trajeto de 35 minutos de avião, mais 20 minutos de lancha de alta velocidade. Havia a opção de ir direto de hidroavião por US$ 500. Até seria uma experiência nova e divertida, mas não coube no orçamento já naturalmente inflacionado por uma viagem para a ilha.
Check in
Chegamos ao aeroporto de Malé vindo de Doha e, conforme combinado, um mensageiro do hotel nos aguardava no saguão de desembarque com uma placa de identificação. Nosso voo pousou com quase meia hora de atraso por conta de uma manutenção de última hora na pista do aeroporto de Malé.
O funcionário foi simpático. Disse que ainda dava tempo de pegar o voo. Mas parecia um pouco apreensivo.
Pouco depois nós já estávamos com os cartões de embarque em mãos e com as malas despachadas. Levou menos de cinco minutos. O curioso é que o check-in foi feito 13:20, sendo que a previsão era que o embarque já tivesse iniciado dez minutos antes. Mas havia outras pessoas na mesma situação, então acredito que eles tenham segurado o voo. A manutenção da pista do aeroporto deve ter pego todo mundo de surpresa.
Andando alguns poucos metros passamos pelo controle de segurança e pelo aparelho de raios-x, até chegar ao saguão de embarque doméstico. Muito rápido e prático! As instalações são simples, mas bem funcionais.
Embarque
Não deu nem tempo de sentar. Assim que chegamos na sala de embarque os funcionários chamaram o voo pelo portão 7. Todos os embarques domésticos acontecem em posições remotas.
Eu já sabia que o voo seria operado por um turboélice, mas não fazia ideia qual seria o modelo. Como fã de aviação, fiquei feliz ao ver o Dash-8 da Bombardier no pátio.
Caminhando poucos passos chegamos ao avião, que estava bem em frente ao portão. Estava um lindo dia de sol e com poucas nuvens, ideal para apreciar o visual incrível das Ilhas Maldivas. A ansiedade era grande!
Fui um dos primeiros a embarcar e ainda aguardamos um tempinho até chegar todo mundo. Os últimos passageiros certamente fizeram check-in depois de mim. O avião saiu cheio, com apenas dois assentos livres.
Cabine
O Dash 8-300 tem capacidade para 50 passageiros, todos em classe econômica. São 12 fileiras de quatro poltronas, na configuração 2-2. Sendo que a fileira 1 tem 6 poltronas, sendo duas viradas para trás (E e F).
Apesar de pequeno e de não ser nem de longe um avião novo, estava razoavelmente conservado e era confortável.
O acabamento das poltronas é em couro azul escuro (no voo de volta, era marrom claro). Já mostram sinais do uso.
O espaço entre as poltronas é um pouco melhor do que temos hoje nos voos domésticos dentro do Brasil, com a vantagem de não ter poltrona do meio.
Meu assento era o 10C, exatamente numa saída de emergência, que oferecia ainda mais de espaço entre as poltronas. Bem confortável! Nada a reclamar para um voo de pouco mais de 30 minutos!
O folheto de segurança tinha instruções em inglês e árabe. Mas tinha um segundo folheto, creio que escrito em mandarim, para viajantes chineses.
No mais, um banheiro, uma pequena área de serviço, e corredor e compartimentos de bagagens um pouco menores do que estamos habituados nos aviões maiores.
Entretenimento
O avião não possui sistema de entretenimento, nem mesmo uma revista de bordo da Maldivian. Porém, mesmo assim, torcemos para o voo não terminar, já que o visual é de tirar o fôlego. Incontáveis ilhas e bancos de areia que formam o espetáculo das Ilhas Maldivas. É impressionante! As imagens não conseguem mostrar toda a beleza desse lugar. São mais de mil ilhas, sendo 203 delas habitadas. A maioria com resorts de luxo.
É meio que um entretenimento ilimitado. Vistas incansáveis! Era possível notar os demais passageiros grudados nas janelas, apreciando esse visual incrível. Só um passageiro, que parecia ser nativo das ilhas, que ficou trabalhando o voo inteiro, sem ligar para o visual… difícil de entender! Vai ver que ele já estava enjoado de tanta beleza, hehehe.
Apesar da ansiedade de chegar logo ao destino, o voo foi rápido demais!
Serviço de Bordo
Logo após a decolagem, assim que o comandante autorizou, a única comissária do voo passou distribuindo lencinhos umedecidos para todos os passageiros, com bastante agilidade. Em seguida, ela passou recolhendo e foi para o fundo do aeronave iniciar o serviço de bordo. Sim, mesmo num voo curtinho a Maldivian oferece bebidas aos passageiros.
As opções de bebidas eram água ou dois sabores de suco. Detalhe: não tinha gelo! Mas pelo menos as bebidas estavam levemente frias. Para um voo tão curto, estão perdoados.
Para quem está acostumado com jatos, os aviões turboélices são bem mais barulhentos, mas nada que chegue a incomodar a viagem.
Às vezes, na altitude de cruzeiro, temos a impressão que as hélices do motor não se movem como deveriam, mas isso é apenas um efeito visual que faz parecer que elas estão paradas, quando, na verdade, estão operando normalmente. Medrosos, por favor, não se assustem! Ou não olhem!
Comissários e equipe de solo
Não cheguei a ter contato com a funcionária do check-in da Maldivian, já que o check-in foi feito pelo funcionário do hotel.
A única comissária do voo foi bem profissional e prestativa durante o voo. Cuidar sozinha da segurança de 50 passageiros e ainda ter que passar com lencinhos e servir bebidas não é trivial. Mas ela conseguiu fazer isso com agilidade, sem perder a calma ou passar esbaforida pelos passageiros. Parecia uma ninja!
No desembarque, as malas chegaram rápido e intactas.
Programa de Fidelidade
A Maldivian não possui programa de fidelidade não faz parte de nenhuma aliança. Natural para uma empresa com foco predominantemente regional.
Conclusão
Chegamos com segurança e um pouco de atraso ao aeroporto Dha Alu, em Kudahuvadhoo. As malas foram entregues quase que imediatamente após descermos do avião. Tudo muito rápido!
Alguns passageiros ainda seguiram viagem para um outro destino, que não consegui identificar qual era.
O receptivo do hotel já aguardava com um ônibus para seguir para o píer de embarque. Mais 20 minutos de lancha em um mar com cores indescritíveis nos separavam do paraíso, digo, da ilha que chamaríamos de nossa por alguns dias, nas Maldivas.
Certamente eu voaria novamente com a Maldivian Airlines. Para uma empresa regional, mostrou eficiência e agilidade nas suas operações, com profissionalismo e um bom serviço.
Nota final.
Maldivian Airlines
Male - KudahuvadhooVoo Q2 104