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Como é viajar no voo mais longo do mundo de um Boeing 737 com a Gol

Como é viajar no voo mais longo do mundo de um Boeing 737 com a Gol

BSB Brasília
MCO Orlando
7843
Avião Boeing 737 MAX
Classe Econômica
Poltrona 33D
Data 27/05/2022
Partida 09:50
Chegada 17:10
Duração 08:20
Por Odilon Medeiros
Leitor do Melhores Destinos
6/07/2022 às 6:05

As companhias aéreas nacionais retomaram em boa parte as rotas operadas antes da pandemia. O retorno dos voos domésticos ocorreu de forma bem mais rápida do que as viagens internacionais, as quais ainda estão sendo retomadas gradativamente. Entre estes está o voo mais longo do mundo a bordo de um Boeing 737, que só foi retomado nos últimos dias. O nosso leitor Odilon Medeiros embarcou com a irmã nesta longa viagem operada pela Gol entre Brasília e Orlando e conta tudo para nós! 

O voo mais longo do mundo de Boeing 737 operado regularmente por uma companhia aérea é feito pela Gol e foi retomado em 13 de maio de 2022. A viagem entre Brasília e Orlando, nos Estados Unidos, é feita Boeing 737 MAX que percorre 6.080 quilómetros em cerca de 8h20. Foi nesta viagem que embarquei.

Vale destacar que o meu destino final era Miami. A nossa viagem contemplava duas companhias aéreas: Gol e American Airlines. O voo da Gol vai até Orlando e o da American de Orlando até Miami.

1. Compra de bilhetes

Utilizei uma agência virtual. Foi tudo rápido, simples e sem burocracia. Como quase sempre que utilizo o site da empresa.

2. Reserva de assentos

O que foi simples na compra da passagem se demonstrou mais complicado. Aqui começam os problemas. Com os localizadores em mãos acessei o site da American, mas lá há a informação de que, por se tratar de voo operado por uma empresa parceira, a marcação deveria ser realizada no site da própria Gol.

Tentei pelo site da Gol, mas, mesmo usando o seu localizador (destacando que recebi dois localizadores para essa reserva: um da American e um da Gol), dizia que esse localizador não estava sendo encontrado.

Tive que ligar para a empresa Gol e, depois de mais de 40 minutos de espera, a atendente me orienta a ir ao aeroporto, pois só presencialmente esse serviço poderia ser realizado.

Me dirijo até aeroporto de Brasília e lá, na loja, a atendente me diz que não sabe por que a equipe do serviço telefônico estava encaminhando os clientes para lá porque ela não tinha nem como entrar no sistema com esse fim.

Por fim, descobri um terceiro localizador e com ele, finalmente, consegui fazer a reserva dos assentos.

3. Check-in

Chegamos cedo (eu e minha irmã) e fomos um dos primeiros a serem atendidos, não havia sequer fila. Fizeram uma pré-checagem verificando os documentos exigidos pelo Governo Americano. (Uma declaração COMBINED PASSENGER DISCLOSURE AND ATTESTATION TO THE UNITED STATES OF AMERICA, atestado de vacinação da Covid, teste negativo também da Covid, passaporte e visto). Os funcionários colocam um selo laranja e na segunda verificação, já no balcão outro selo verde no passaporte. Depois de passar pelo raio X é solicitado que seja mostrado os selos.

Foto Odilon Medeiros

Ao receber os cartões de embarque, tomamos conhecimento que houve uma falha no sistema e que as reservas de assentos, que me deu tanto trabalho para realizar, tinham sido perdidas. Fomos distribuídos aleatoriamente e assim, ficaríamos em assentos separados.

Contudo, isso não foi tudo. O cartão de embarque da minha irmã foi emitido corretamente (BSB-MCO e MCO-MIA). No meu, só o trecho Brasília-Orlando. Segundo a atendente, foi mais um erro no sistema, mas que, chegando em Orlando, eu deveria me dirigir a algum funcionário da Gol para solicitar a emissão do cartão de embarque complementar.

Chegando lá, havia realmente uma funcionária na porta da aeronave, expliquei a situação e ela me orientou a procurar algum funcionário da American.

Já dentro do aeroporto, depois de rodar um pouco, encontrei um colaborador da empresa aérea americana. Ele procurou bastante e não localizou o nosso voo. Daí chamou uma colega que decifrou o enigma: haviam mudado o nosso voo e não nos avisaram. Vale destacar que esse trecho (MCO-MIA) é operado por aeronave Boeing 737 MAX da American.

4. Embarque

Ocorreu sem diferenças entre outros embarques da companhia Gol. Foi tão igual que, nos avisos sonoros, era anunciado que aquele era um voo Gol em parceria com a Air France e KLM e nenhuma referência à American.

Aeroporto de Brasília

5. Aeronave

Para quem é leigo é difícil diferenciar uma versão 737 MAX das versões anteriores desse equipamento. Para facilitar a nossa vida as companhias aéreas que chegaram a encobrir o título MAX anteriormente, agora se orgulham em apresentá-lo.

A configuração interna é a mesma utilizada nas rotas nacionais: 3 + 3 assentos. Nos primeiros assentos está localizada a classe Gol + Conforto.

Foto Odilon Medeiros

As tomadas USB estavam localizadas na parte traseira dos assentos e funcionaram perfeitamente.

Penso que essa aeronave não é a melhor opção para fazer um voo tão longo, principalmente sem nenhuma opção de entretenimento para ajudar a passar o tempo, mas acho que ele é justo pela tarifa que paguei.

6. Entretenimento

Nenhum. A Boeing 737 MAX da Gol não conta com nenhum entretenimento a bordo. Não existiam telas nas poltronas, como acontece nos aviões da Gol. E não estavam funcionando o sistema Gogo Entertainment, internet, nada.

Como consolação, estava disponível um exemplar impresso da revista de bordo.

7. Amenidades

Nada nos foi entregue. Estavam disponíveis cobertas para todos os passageiros. Travesseiros apenas para quem solicitasse.

8. Alimentação e bebidas

Com aproximadamente duas horas de voo nos foi servido o almoço. Havia duas opções: carne com arroz e mandioquinha ou uma massa com molho à bolonhesa. Optei pela primeira opção. Posso afirmar que apesar de simples, estava bem saborosa.

As refeições são servidas nessa embalagem que depois de aberta fica assim:

 

A sobremesa foi uma espécie de bolo de brigadeiro. Igualmente saboroso.

Em termos de bebidas havia sucos de laranja e de maçã, refrigerantes (Coca-Cola, Fanta e Guaraná) e água.

Nenhum tipo de bebida alcoólica foi disponibilizado, nem mesmo para venda. Achei interessante quando o passageiro que estava ao meu lado solicitou vinho. A comissária sem se deixar abalar respondeu de uma maneira simpática e descontraída:

– Vinho eu não tenho. Mas tenho uma Fanta gelada que vai deixá-lo satisfeito.

Por fim passaram servindo café.

Quando faltavam noventa minutos para aterrizar foi servido um sanduíche misto de presunto com queijo e as mesmas opções de bebidas do almoço.

9. Tripulação 

Acho que o ponto alto desse voo foi a tripulação. A equipe de comissários estava de certa forma, digamos, eufórica, energizada e motivada.

Voo bastante e sempre acho que as tripulações da Gol são muito profissionais, mas não tão simpáticas. Tanto é que a empresa não é a minha primeira opção. Mas nesse voo foi diferente. Senti felicidade nos integrantes.

Foto Odilon Medeiros

A equipe estava sempre disposta a atender às solicitações dos passageiros, sempre de forma rápida e com um largo sorriso. Mesmo depois de tanto tempo de voo. Ao final do voo fiz questão de parabenizar alguns integrantes.

10. Etapa final do voo

Mais uma vez nada de diferente de outros voos, com as recomendações e os agradecimentos de sempre.

Em nenhum momento foi falado sobre o fato de que se trata do voo mais longo do mundo nesse equipamento. Mas nas vezes que voei no A380 também não se falou nada que estávamos a bordo do maior avião de passageiros do mundo.

11. Voo de retorno

Um semana depois de chegar aos Estados Unidos foi a vez de regressar ao Brasil. A primeira etapa (MIA-MCO) foi realizada no A321 da American. Devo dizer que tive uma certa dificuldade de encontrar o balcão da Gol quando chegamos a Orlando. Foi difícil até de encontrar o centro de informações. Depois foi tudo mais fácil.

As portas foram fechadas antes da hora prevista.

Também não havia sistema de entretenimento e mais uma vez só a revista de bordo estava disponível para passar o tempo. A tripulação era profissional, mas não tão simpática como a equipe da vinda do Brasil.

As opções de refeição era mais uma vez uma massa e agora frango com batata, mas para mim mais parecia um nhoque com frango. Independentemente do título estava saboroso. A sobremesa foi um bolo com uma camada de doce de leite: muito bom também.

Tanto na ida como na volta os voos foram bem tranquilos e com poucas turbulências. Chegamos com 15 minutos de antecedência em Brasília.

12. Conclusão

Definitivamente fazer um voo tão longo em uma aeronave desse porte não é a melhor opção, principalmente para quem está acostumado ao conforto dos modernos Boeings 777 e 787 ou dos Airbus A330 ou A350 nos voos internacionais. Mas também não é algo a ser descartado: para mim o preço cobrado é justo para o serviço oferecido.

Na aeronave não há espaço para circulação e ficar tanto tempo sentado pode trazer alguns problemas para a saúde do passageiro. Talvez a companhia poderia oferecer um folder com orientações sobre a realização de alguns exercícios que podem ser realizados enquanto sentado ajudassem a reduzir esse risco. Eu fiz alguns movimentos e talvez por isso tenha chegado bem ao destino.

De uma maneira geral, considerando todos os aspectos do voo, se não houve surpresas do lado positivo com alguma coisa que me surpreendesse, afirmo que não fiquei decepcionado com o 737 Max 8, pois já sabia o que ia encontrar: o avião é seguro e cumpriu bem o longo trajeto. 

Se me perguntarem se eu faria novamente esses voos, eu responderia certamente! Tanto é que já estou com novos bilhetes comprados!

Foto Odilon Medeiros

Agradecemos imensamente ao Odilon por ter enviado esse relato super completo sobre o voo mais longo do mundo a bordo de um Boeing 737! Quer enviar a avaliação do seu voo para o MD? Basta entrar em contato com a gente pelo e-mail contato@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

Gol

Brasília - Orlando

Voo 7843

6,8
Embarque 10
Assento 7
Entretenimento 0
Amenidades 5
Equipe 10
Fidelidade 9