Como é voar na classe executiva da Aigle Azur no Airbus A330 de Paris a Campinas
Como é voar na classe executiva da Aigle Azur no Airbus A330 de Paris a Campinas
A Aigle Azur é uma companhia aérea francesa, fundada em 1946, e que opera no Brasil em parceria com a Azul. Atualmente voa para 26 destinos e possui 11 aeronaves, sendo duas delas do modelo Airbus A330, que operam entre Campinas e Paris. Em novembro de 2017, parte da empresa foi adquirida pelo empresário David Neeleman, fundador da Azul.
Voamos na classe executiva da Aigle Azur de Paris para Campinas, no voo compartilhado com a Azul, e contamos para você como foi a nossa experiência.
Resumo do review
Aeronave: Airbus A330
Trecho: Paris (ORY) x Campinas (VCP)
Duração da viagem: 10h20
Destaques positivos: cabine, refeições e atendimento da tripulação
Pontos a melhorar: ausência de internet wi-fi
Check-in
A compra da passagem não foi feita por mim. Já recebi o bilhete da agência com o assento previamente marcado, na poltrona 2K. Olhei no Seat Guru a configuração da classe executiva da aeronave e entendi que era um bom assento. Por precaução, entrei no site da Aigle Azur, inseri meus dados pessoais na reserva (opção que sempre recomendo para quem compra bilhetes em agências) e verifiquei que estava tudo certo com os voos e com o assento.
Check-in
Fiz o check-in online pelo aplicativo da Aigle Azur na véspera da viagem. Foi rápido e prático. Dormi mais sossegado. Um alívio, já que no voo de ida, partindo de Campinas, não foi possível fazer o check-in pela internet.
Cheguei ao aeroporto 2 horas e 30 minutos antes do voo. Apesar de não ter bagagem para despachar (foi uma viagem curta), eu queria fazer as fotos do check-in e visitar a sala VIP com calma.
O check-in estava bem tranquilo, com poucas pessoas despachando bagagens. Perguntei se com o cartão de embarque eletrônico eu poderia seguir direto para o embarque, e a funcionária respondeu que sim. Perguntei qual sala VIP eles usavam e ela disse que era a Corsair, dentro da área de embarque, após o controle segurança e de passaportes.
Sala VIP
Indo em direção à Sala VIP, acabei não vendo a sinalização e passando direto por ela. Quando eu estava quase chegando ao portão de embarque, notei que havia algo errado e perguntei para um funcionário do aeroporto. Ele me orientou como chegar. Era bem no início do caminho, logo depois de passar pela segurança… Após uns 10 minutos perdidos entre idas e vindas, cheguei à Sala VIP da Corsair.
A sala estava quase vazia, com apenas quatro clientes, além de mim. Não sei como é em outros horários, mas para esse voo é bem tranquilo. O espaço é amplo e bem confortável, com uma decoração moderna, em tons neutros. Oferece internet wi-fi com boa velocidade, além de jornais e revistas franceses.
No horário que visitei, pela manhã, tinha diferentes tipos de pães, frutas, cereais, bolo, biscoitos e o famoso pain au chocolat. Além disso, queijos franceses, damascos, e diferentes opções de bebidas quentes e frias. Deu para tomar o café da manhã numa boa, com gostinho francês.
É uma boa sala VIP e vale a visita antes do voo. Ela pode ser acessada por todos os passageiros voando em classe executiva. Infelizmente, clientes TudoAzul Diamante voando em classe econômica ainda não têm acesso ao lounge no Aeroporto de Orly. Bem que podiam liberar logo!
Embarque
A área internacional do terminal Sul, de onde parte o voo da Aigle Azur para Campinas, é a mais moderna do Aeroporto de Orly. É bem espaçosa, e oferece opções de entretenimento para adultos e crianças, incluindo videogames e tablets com acesso a internet. As demais áreas do aeroporto não seguem esse mesmo padrão.
O painel indicava o embarque no portão A28, quase no final do corredor. As placas indicativas dividiam os passageiros em grupos: prioridades legais, passageiros em classe executiva junto com demais prioridades comerciais e passageiros voando na classe econômica.
Pontualmente, às 8:15, a equipe de solo da Aigle Azur iniciou o embarque das prioridades legais e, em seguida, dos passageiros da classe econômica. Bateu aquele leve desespero, pois eu queria embarcar o quanto antes para fazer as fotos da cabine, inclusive da econômica. Mas a funcionária explicou que eles estavam apenas adiantando o trabalho, pois a aeronave ainda não estava liberada. Dito e feito, uma fila foi se formando na parte interna da ponte de embarque.
Logo que a aeronave foi liberada, uns 10 minutos depois, começaram a embarcar os passageiros da classe executiva. Eu era o primeiro da fila e, andando a passos rápidos, consegui segundos preciosos para fotografar a cabine sem incomodar ninguém! Ufa… Detalhe, no avião tocava “Garota de Ipanema”, na versão em inglês.
Depois de tirar as fotos, voltei para procurar a poltrona 2K, janela, indicada no meu cartão de embarque. Mas quem disse que tinha poltrona 2K no avião? A numeração era a mesma, mas as letras diferentes. A poltrona da janela do lado direito era 2H. Procurei logo o comissário, com receio de ter algum outro passageiro na 2H, mas ele conferiu o manifesto e era eu mesmo. Os comissários explicaram que o outro Airbus A330 da Aigle Azur tem a poltrona 2K, mas a aeronave do nosso voo tinha outra nomenclatura. Então, se algo aparecido acontecer com vocês, não se assustem.
Devidamente acomodado, logo uma comissária veio oferecer champanhe, água e suco de laranja. Começavam as mordomias típicas de uma boa classe executiva.
Cabine
A cabine da classe executiva da Aigle Azur
A cabine da classe executiva da Aigle Azur tem apenas 18 assentos, no formato 1 x 2 x 1. Todas as poltronas reclinam 180 graus, na posição cama, e oferecem acesso ao corredor. O avião não é novo, mas a cabine pareceu bem conservada.
Notem que dependendo da fileira algumas poltronas são coladas às janelas e outras um pouco mais afastadas. Eu fiquei numa mais afastada, na fileira 2, e não tive nenhum desconforto para manusear a persiana e observar a janela.
No centro, as fileiras ímpares, 1, 3 e 5, possuem assentos bem próximos (ideal para casais viajando juntos), enquanto as pares oferecem assentos bem separados. Mas se você estiver viajando sozinho e sentar no centro numa fileira ímpar, não se preocupe. É possível subir uma divisória e ter um pouco mais de privacidade.
A cabine estava muito bem arrumada e limpa! Logo que entrei tinha cardápio, nécessaire, fones de ouvido, travesseiro e edredom. A primeira impressão foi bem positiva.
O acabamento das poltronas é em tecido azul escuro, com o encosto da cabeça em couro, em cor clara. Nas divisórias, eles colocam uma proteção com o acabamento do encosto para cabeça, o que dá um charme para a cabine, na minha opinião.
A poltrona da classe executiva da Aigle Azur
Todas as poltronas reclinam 180 graus e viram camas. Os assentos são bem confortáveis. Quem for muito grande pode se sentir um pouco apertado, dada a largura da poltrona, mas é possível abaixar um dos braços e ganhar um pouco mais de espaço. É muito parecido com a classe executiva da Azul.
O espaço para colocar os pés não afunila muito, dando uma certa liberdade. Notem que como eu tirei as fotos logo no embarque, a mesinha estava aberta, mas ela recolhe e não atrapalha o movimento.
As poltronas das janelas contam ainda com um compartimento adicional para colocar pequenos objetos.
Vejam mais algumas fotos da cabine, com alguns outros detalhes, como o controle da poltrona e o encosto para a cabeça.
Eu curti bastante a cabine. Como comparação, achei bem melhor que a da Latam nos Boeing 777 ou 767, pela configuração com maior privacidade e espaço, além do acabamento.
Mesmo sendo um voo diurno, consegui dormir por umas cinco horas logo depois de almoçar. Tudo bem, eu estava bem cansado e tenho muita facilidade para dormir em qualquer lugar, especialmente em aviões, mas o silêncio, a poltrona-cama e a temperatura mais fria dentro da aeronave ajudaram bastante.
Pelo que me lembro rolou uma turbulência leve umas três vezes durante o voo. Os avisos de atar os cintos foram ligados nessas ocasiões. Nada demais, e nem demorado. Eu geralmente não acordo com turbulência leve, então pode ter tido outras vezes.
Entretenimento
Sistema de entretenimento
A Aigle Azur oferece diversos filmes, séries, documentários, músicas e jogos no seu sistema de entretenimento. Parte do conteúdo tinha áudio em mais de um idioma, ou legendas em português, mas não tudo. É possível pesquisar o acervo disponível por gênero, como comédia, ação, drama, etc.
A classe executiva conta com telas grandes individuais, de alta definição, operadas por meio de um pequeno controle remoto que fica no braço da poltrona.
No detalhe, o controle remoto (pequenino), o controle do assento e a tomada de energia.
Todos passageiros receberam também fones de ouvido antirruído higienizados.
Depois que acordei, eu assisti ao filme Deadpool 2 no sistema de entretenimento, enquanto esperava pelo lanche. Depois, acabei assistindo às séries que eu tinha no meu celular mesmo, que estava querendo terminar, como The Good Doctor e Veep.
Eu não sei vocês, mas eu quando estou voando prefiro assistir conteúdos que prendam a minha atenção. Então, acabo optando por séries e filmes que já conheço, ou que tenho maior probabilidade de gostar. De preferência comédias ou filmes de ação mais leves, sem muito drama. Uma vez, num voo para Hong Kong, eu inventei de maratonar 6 episódios seguidos de The Walking Dead. Depois fui dormir e fiquei sonhando que o avião tinha sido tomado por zumbis… melhor não arriscar!
Serviço de Bordo
Amenidades
No voo a Aigle Azur disponibilizou travesseiro e edredom, ambos bem macios e de boa qualidade. Além disso, na mesinha das poltronas tinha a nécessaire, com acabamento em couro e, no seu interior, hidratante, toalha umedecida, protetor labial, pasta e escova de dentes, pente, protetor auricular, protetor para os olhos, entre outros produtos. Curti!
Mais uma pra minha coleção! Eu geralmente não uso o conteúdo da nécessaire durante os voos, mas gosto de guardar de lembrança e para usar em outras viagens, especialmente em voos que não oferecem o mimo. Por isso, sempre levo numa outra meu próprio material de higiene. E vocês?
Serviço de bordo
O menu oferecido pela Aigle Azur na classe executiva é assinado por Bernard Bach, chefe francês duas estrelas Michelin.
Antes do avião decolar, uma das comissárias veio perguntar se eu já tinha escolhido as minhas opções do cardápio. No voo diurno, a primeira refeição foi o almoço, pouco mais de uma hora depois da decolagem, seguido de um snack no meio do voo, e um lanche mais completo antes de pousar. Notei que alguns passageiros acharam cedo demais para almoçar, mas comigo não tem tempo ruim com comida! Se tiver bom, não tem horário ruim (hehehe)!
O serviço do almoço começou com toalhas umedecidas em água quente, seguido de bebida com um aperitivo. A comissária me perguntou o que eu queria beber com o aperitivo e com o prato principal, sendo possível escolher opções diferentes. Como era cedinho e eu já tinha bebido a champanhe, optei pela coca zero no aperitivo, e por vinho branco junto com o prato.
Almoço
O serviço foi entregue em fases, começando pelo aperitivo, seguido da entrada, depois pelo prato principal. Por fim, queijos, sobremesa e chá ou café.
Na entrada, opção única de salada grega com cubos de queijo feta, tomate cereja, pepino, pimentão vermelho e amarelo, azeitonas pretas e folha de videira recheada. Como dá para perceber nas imagens, chegou com uma boa apresentação e estava bem saborosa. Eu gostei bastante, apesar do gosto mais forte dos pimentões.
No prato principal, eram três opções, sendo uma delas vegetariana. A primeira era coxa e sobrecoxa guisadas ao suco de cassis e beterraba, batata doce roxa em purê e fritas, cenoura e brotos de espinafre. A segunda opção, que foi a minha escolha, era salmão em crosta de frutas cítricas, manteiga de cidra, compota de cebola roxa e maçãs Granny Smith e ervilhas gourmet. A opção vegetariana era um tortellini de ricota e espinafre com abobrinha cortada em quartos, tomate cereja e molho bechamel.
Quando fui escolher o prato principal fiquei com receio da mistura de sabores doces e salgados, que nem sempre me agrada. Mas foi uma opção muito feliz. Estava simplesmente delicioso! Chegou bem quente e com boa apresentação. O salmão estava num ponto ótimo. E tinha uma mistura de sabores com os acompanhamentos daquelas que a gente não sente com frequência (no meio caso, raramente!). Não sei se eram os temperos, ou a combinação de ingredientes, mas tinha um sabor bem marcante. Gostei bastante! Talvez esse seja o maior retorno para uma companhia aérea ter um menu assinado por um chefe estrelado, conquistar os clientes pelo estômago.
Por fim, queijos franceses variados com frutas. Para a sobremesa, macaron, opera cake ou bomba de chocolate. Passei os queijos, por mais deliciosos que sejam, pois eu tinha tomado café da manhã pouco antes de embarcar e não tinha nenhuma condição de comer mais nada depois da entrada e do prato principal. Quer dizer, exceto para a sobremesa… aqui sempre tem um espacinho guardado para um doce! Fui de opera cake. Estava bom!
Para beber, havia opção de sucos e refrigerantes diversos, além das bebidas alcoólicas.
Whisky (Johnny Walker Black Label), Vodka (Absolut), Gin (Bombay Sapphire) e cerveja (Biére 1664).
Champanhe Arlaux (Brut Premier Cru, Pinot Meunier, Pinot Noir, Chardonay).
Vinhos brancos: F de Fournier (Sauvignon Val de Loiire AOC) ou Cave de Tain Marsanne (Côtes-du-Rhône Crozes-Hermitage). Tintos: Château Gameillan (Médoc Cru Borgeois 2012 AOC – Carbenet Sauvingon, Merlot e Carbenet Franc) ou Domaines Albert Bichot (Bourgogne, Vieilles Vignes de Pinot Noir (AOC).
Chás variados, café Nespresso, Calvados AOC Malandrie e Conhaque Camus VSOP.
Como mencionei, com o aperitivo eu fui de Coca Zero. Com o salmão, escolhi o vinho branco F de Fournier, bem suave e saboroso. Combinou super bem!
Snack no meio do voo
No meio do voo, na área de serviço (galley), os passageiros podem se servir de algumas bebidas, frutas, sanduíches, bolo de frutas, chocolates e biscoitos (ou bolachas, como queiram). Depois de tudo o que eu comi no almoço, não tinha muito espaço para isso. Mas aproveitei para provar o sanduíche, que estava um pouco seco, mas ok.
Lanche antes do pouso
Cerca de duas horas antes de pousarmos, os comissários passaram servindo a última refeição do voo. Tinha uma única opção. Espetinho de frango com queijo muçarela, tomate-cereja, berinjela assada, molho (que eles chamaram de caviar de tomate), acompanhados de pães e de frutas. Para bebida, optei pela Coca Zero, mas tinha as mesmas opções oferecidas no almoço.
Achei a apresentação legal, apesar de parecer que tinham roubado um cubinho de frango do meu espeto (hehehe)! Estava tudo bom! O pão estava morno e as frutas docinhas (não muito, mas estava ok).
Comissários e equipe de solo
Comissários e equipe de solo
Como esse é um voo compartilhado com a Azul, a equipe da Aigle Azur trabalha sempre com duas comissárias da parceira brasileira. No meu voo, a Juliana e a Fernanda, que foram muito gentis e prestativas, e ficaram atendendo os passageiros da classe executiva. Todos os demais comissários e os pilotos eram da Aigle Azur, que foram também muito atenciosos, o tempo todo. Não falavam português, apenas inglês e francês. Mas as comissárias brasileiras falaram no sistema de som que estariam à disposição durante todo o voo, caso algum passageiro precisasse.
Tanto no voo da ida, como no da volta, a equipe da Aigle Azur em solo e no ar foi muito bem. Os comissários, especialmente, se mostraram solícitos e bem dispostos. Acima da média!
Programa de Fidelidade
Acúmulo de pontos
O programa de fidelidade da Aigle Azur é o Azur Plus. No entanto, por ser um voo compartilhado com a Azul, é possível acumular os pontos do voo também no TudoAzul, o que parece fazer mais sentido para os brasileiros que não moram e não viajam com frequência para Paris.
O acúmulo no TudoAzul é em função do valor pago na passagem, sendo 1 ponto a cada real gasto. Clientes TudoAzul Topázio, Safira e Diamante acumulam, respectivamente, 2, 2,5 e 3 pontos a cada real gasto.
A partir de 15 dezembro, o valor do acúmulo de pontos no TudoAzul vai mudar, conforme a tabela abaixo:
Também é possível resgatar voos da Aigle Azur para Paris com pontos do programa TudoAzul, pelo site ou App da Azul.
Conclusão
Pouso
Pousamos um pouco antes do previsto no aeroporto de Viracopos, em Campinas. O desembarque foi rápido e tranquilo. Na fila do controle de passaporte havia apenas duas agentes. Como os passageiros da classe executiva foram os primeiros a desembarcar e não tinha chegado nenhum voo antes do nosso, consegui passar rapidamente.
Como eu não tinha despachado mala, pude sair livremente, sendo um dos primeiros a deixar a área de segurança. O fiscal da Receita Federal nem perguntou porque eu estava voltando da Europa sem malas, foi bem tranquilo.
Posso afirmar que a Aigle Azur possui um bom produto na classe executiva e entregou um serviço consistente. Foi uma experiência agradável e eu certamente voaria novamente com eles.
E você, ficou com alguma dúvida? Já viajou na classe executiva da Aigle Azur? Teve uma experiência semelhante ou diferente da minha? Comente e participe!
Nota final.
Aigle Azur
Paris (Orly) - CampinasVoo ZI 035