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Como é voar com a Air Bagan (e sobreviver aos voos no Mianmar)

Como é voar com a Air Bagan (e sobreviver aos voos no Mianmar)

MDL Mandalay
NYU Nyaung-U
W9 211
Avião ATR 42-320
Classe Econômica
Poltrona
Data 12/02/2017
Partida 17:10
Chegada 17:55
Duração
Por Rafael Castilho
Leitor do Melhores Destinos
28/11/2017 às 9:38

O Mianmar é um país realmente exótico e o seu setor aéreo não foge à regra. Aeroportos antiquados, infraestrutura precária e companhias com histórico de segurança duvidoso. Em meio a tudo isso, está a Air Bagan. Fundada em 2004, a companhia possui uma frota de 4 aeronaves e voa para 20 destinos, com registro de “apenas” uma queda em toda sua operação. Nada mal, para os padrões birmaneses.

Nosso leitor Rafael Castilho encarou o desafio – e ainda conseguiu convencer a esposa a acompanhá-lo, em uma jornada cheia de surpresas, com pousos em pistas esburacadas e monges benzendo as decolagens. Aperte os cintos e confira a avaliação que ele fez para o MD:


Voar dentro de Mianmar não é uma das tarefas mais fáceis e tranquilas. Os sites das companhias são de difícil informação. Alguns, onde há a informação de compra online, os itinerários nunca são encontrados e a venda não é efetivada. Sem contar com os voos cancelados e mudanças de horários que acontecem com frequência.

Pelo menos, a cada ano isto está melhorando e os sites de compras de passagens online já apontam alguns voos de companhias locais, como: Air Bagan, Golden Myanmar, Flying Carpet, Hahn Air, etc.

Esse é o relato sobre a minha experiência de voos em viagem com a esposa para este exótico e encantador país asiático, ainda pouco explorado pelos brasileiros.

Partimos de Bangkok, na Tailândia. No horário previsto, pouco depois do meio-dia, o Airbus pousa no aeroporto internacional de Mandalay, antiga capital de Mianmar. Apesar de possuir quatro fingers, todos vazios, tivemos que descer na pista e seguir até a imigração num ônibus antigo, envolto em placas de uma marca de cerveja. O alfabeto local mais parece bolinhas grudadas uma na outra.

 

O aeroporto parece ser meio abandonado, com pouco movimento e muitas pessoas (homens) sem fazer nada, só observando. Na hora de passar pela polícia não há como não lembrar dos anos de ditadura enfrentadas aqui e até pensar que o policial será duro com vários questionamentos, mas nada disto, a imigração é bem tranquila. Aproveite para trocar dinheiro no aeroporto, apesar da cotação um pouco desfavorável, ali é mais confiável (US$ 1 = MMK 1,300). Não estranhe o “bolo” de notas que você vai sair na mão, não cabe nem na carteira.

 

Após dois dias em Mandalay, já era hora de novamente encarar o aeroporto, agora os voos domésticos. O aeroporto está situado há mais de 20 quilômetros do centro, um percurso de quase 45 minutos por ruas esburacadas, trânsito confuso, e uma autopista de concreto com movimentação quase nula.

Check-in

O prédio do aeroporto é novo, até muito grande pelo baixo movimento de voos. As bagagens são vistoriadas pela polícia antes mesmo do check-in.

O trabalho é todo manual, nada de etiqueta de bagagem impressa na hora e muito menos ticket. Tudo muito precário. Sorte que há poucos voos, pois caso contrário seria uma confusão.

Monge próximo à aeronave

Ao finalizar o check-in a atendente coloca um adesivo colorido na sua camisa, que coisa mais estranha.

Apesar de novo e de boas instalações, poucas lojas operam no local. Parece um aeroporto fantasma. A sala de embarque é uma só para todos os voos domésticos. O banheiro é do lado de fora da sala e a cada ida ao banheiro você deve passar novamente pelo detector de metais.

Grande parte dos voos saiu no horário, menos o nosso. O pior era a falta de informação. No final o nosso voo que deveria ser com a a companhia KBZ foi alterado para Air Bagan, sorte é que os voos, a maioria, saem vazios e tinha lugar para todos.

 

A área de desembarque, se podemos chamar aquilo de uma área, é apenas um espaço, onde os passageiros ficam amontoados esperando a sua mala ser trazida do avião e ser deixada dos lado de fora. Cada um por si. É bizarro.

 

Neste mesmo aeroporto, embarcaríamos dois dias depois rumo a Yangon. Do lado externo o aeroporto até disfarça com a arquitetura que lembra os templos da região, mas internamente o Terminal Doméstico oferece pouco conforto para o passageiro. O wi-fi é lento.

Novamente todo o embarque é manual, você apresenta o e-ticket e o passaporte e recebe um bilhete de embarque carimbado com o assento. O sala de espera é bem distinta com suas cadeiras coloridas. Pelo menos desta vez o voo saiu no horário.

 

Novamente o voo foi feito num ATR da Air Bagan. Ao chegar em Yangon novamente a confusão no desembarque. Seguimos de ônibus até o saguão do Terminal Doméstico, ou melhor, uma velha sala onde passageiros de todos os voos se amontoavam esperando as malas.

Cabine

A viagem até Bagan, nossa segunda parada em Mianmar, foi tranquila a bordo de um ATR, apenas 45 minutos. A pista de pouso precisa de um recapeamento urgente, pois está cheia de imperfeições fazendo o avião chacoalhar nas ondulações.

A aeronave parou a cerca de 100 metros do saguão, mas mesmo assim fizeram todos os passageiros entrarem num ônibus, que parecia pertencer a Coreia do Norte. Seguimos o curto caminho a bordo do velho ônibus.

Entretenimento

Não avaliado pelo leitor.

Nota do editor: Como é de se imaginar, não há nenhum sistema interativo de entretenimento a bordo destas aeronaves. Resta ao passageiro folhear a revistinha da companhia para descobrir as rotas operadas pela Air Bagan e ficar ainda mais motivado a explorar as principais atrações do Mianmar, como a cidade de Bagan, famosa por seus templos e voos de balão.

 

Serviço de Bordo

A viagem até Bagan teve de serviço de bordo: refrigerante, amendoim e água.

O voo até Yangon foi bem melhor. Desta vez serviram um lanche quente mais bebidas. Ótimo serviço de bordo numa viagem tranquila.

Comissários e equipe de solo

Caminhando pelos saguões dos aeroportos, reparei que cada passageiro tem um adesivo de cor diferente colocado na camisa. Descobri que o adesivo é usado para identificar os passageiros de cada companhia na hora do embarque, pois como o aeroporto não tem alto-falante, cabe aos atendentes passarem pela sala chamando os passageiros e verificando, pela cor do adesivo, se nenhum passageiro foi deixado para trás.

O adesivo também ajuda a vida da grande maioria dos passageiros que é de estrangeiros, pois os atendentes falam pouco inglês e a pronúncia é de difícil compreensão.

Programa de Fidelidade

A Air Bagan não possui nenhum programa de milhagem, tampouco é filiada à alguma aliança internacional.

Conclusão

Diferentemente de Bagan, em Yangon o movimento é intenso e você deve ficar esperto para não perder a mala que chega a área de desembarque sobre um carrinho manual e é colocada com as demais perto da porta, onde os passageiros amontados tentam localizar a sua maleta. Muita confusão.

 

Ao sair, a bagunça fica por conta dos taxistas e pessoas que ofertam serviços aos turistas. Vale a pena a reserva antecipada do translado já com o hotel.

Agradecemos ao Rafael pelo relato! Quer ver a sua avaliação publicada no Melhores Destinos? Solicite as instruções, capriche no texto e nas fotos e mande para a gente: avaliacao@melhoresdestinos.com.br

Nota final.

Air Bagan

Mandalay - Nyaung-U

Voo W9 211

7,0
Embarque 6,0
Assento 7,0
Entretenimento
Amenidades
Equipe 8,0
Fidelidade