VoePass e MAP iniciam operações para 7 destinos partindo de Congonhas: veja como foi o voo inaugural
VoePass e MAP iniciam operações para 7 destinos partindo de Congonhas: veja como foi o voo inaugural
Tem duas novas companhias no pátio de aeronaves do Aeroporto de Congonhas. A VoePass, antiga Passaredo, e a MAP começaram a operar no dia 27 de outubro. As duas empresas chegam ao aeroporto mais cobiçado do Brasil após a definição da Anac na redistribuição dos slots da Avianca, que faliu no primeiro semestre deste ano. Os primeiros voos partiram para Bauru de MAP e para Ribeirão Preto de VoePass logo pela manhã de domingo e nós do Melhores Destinos estivemos lá para acompanhar, a convite da empresa.
O voo Z1 2234 estava programado para sair às 9h50, então, para ver um pouco das operações da empresa em Congonhas, resolvi chegar com mais de 1 hora de antecedência. O check-in ocupa as posições 66,67 e 68, as mesmas da antiga Avianca, bem ao lado da Azul. Algumas placas no aeroporto ainda marcam o nome da finada companhia. O trâmite foi bem tranquilo e rápido. É possível também fazer o check-in no site da empresa voepassaredo.com.br. Não há aplicativo.
No total, serão em média 26 voos diários no aeroporto de Congonhas, somando 158 operações semanais. Serão atendidas as cidades de Ribeirão Preto/SP, Bauru/SP, Araçatuba/SP, Macaé/RJ, Dourados/MS, Marília/SP e Uberaba/MG.
A VoePAss é o novo nome da Passaredo, empresa com sede em Ribeirão Preto e que nos próximos meses completa 25 anos. Recentemente ela adquiriu a MAP, companhia de Manaus, que agora também operará voos no interior paulista. “A troca de nome faz parte do processo de modernização da marca. A VoePass está vivendo um novo momento, quer ser mais dinâmica e busca melhorar a qualidade do seu serviço”, destacou Eduardo Busch, CEO da VoePass.
Não tinha nenhuma bagagem para despachar, viajei apenas com uma mochila. É bom destacar que a empresa tem 4 tipos de tarifas, apenas a Light não inclui franquia de mala, que pode ser adquirida no site por R$ 60. Logo me dirigi ao portão de embarque 21, no andar térreo de Congonhas. Antes de entrar no ônibus, que levou os passageiros para aeronave, houve uma rápida cerimônia com corte da faixa, dando assim como inaugurada a operação da VoePass no aeroporto paulistano.
Os voos da VooPass podem ser adquiridos no site da companhia. A empresa tem parceria com a Gol e a Latam para venda de passagens e compartilhamento de voos. Então pode acontecer de você comprar uma passagem com elas e algum dos trechos ser operado pela Passaredo. Também é possível emitir passagens com milhas pelo Smiles.
Para essa data especial, que contou com o CEO a bordo e o fundador José Felício como comandante até Ribeirão Preto, a companhia escalou um ATR72-600 para fazer a viagem de cerca de 1 hora. A empresa, incluindo MAP e VoePass, conta hoje com 11 aeronaves. Para atender o aumento da demanda, com a inclusão de Congonhas na malha aérea, dois ATR72-600 com 5 anos de fabricação foram arrendados. “A expectativa é positiva e devemos crescer. Planejamos terminar 2020 com 20 aeronaves no total”, afirmou Busch.
A decolagem ocorreu com 10 minutos de atraso. O ATR72-600 chegou à VoePass no mês passado e é nítida a pouca rodagem do avião. Com uma configuração 2×2, tudo estava perfeito, não havia riscos, tudo bem conservado, estofados e corredores limpos. Bem diferente de um voo feito recentemente pelo meu colega do MD, Sandro Kurovski. Veja aqui a avaliação da VoePass Passaredo feita por ele.
O serviço de bordo começou 15 minutos após a decolagem. Foram servidos amendoim e batata chips. Para beber tinha água e refrigerante cítrico. Há ainda cerveja oferecida como cortesia, mas somente após às 11h da manhã. Gostei bastante do serviço, ainda mais quando comparamos com as companhias Gol e Latam que deixam muito a desejar neste quesito.
Como entretenimento a bordo só há a revista da VoePass.
O voo foi tranquilo até a aproximação em Ribeirão, quando a aeronave chacoalhou bastante. Como o ATR é menor, ele fica mais suscetível ao mau tempo eu ventos fortes. Pousamos às 11h, exato horário agendado.
Retorno a São Paulo
Já a viagem de retorno foi uma longa jornada. Infelizmente a impressão positiva da companhia que havia ficado em relação ao primeiro voo foi totalmente por água abaixo. A aeronave para retorno a Congonhas foi um ATR72-200 da MAP com 21 anos de uso, prefixo PR-MPY.
O check-in foi tranquilo, assim como o embarque pelo Portão 1. Do lado de fora já era bem nítida a diferença das aeronaves quando comparamos com a que fomos a Ribeirão. Além do número de pás na turbina ser 4 quanto no outro era 6, o estado de conservação chamava a atenção e a alta idade do avião era nítida.
O que era só estético do lado de fora, no interior da aeronave se tornou real. Parecia um ônibus daqueles bem ruins. Poltronas escuras e desgastadas, assentos saindo, sujeira no tecido e no chão, janelas opacas, etc. Para piorar tudo isto, um calor infernal. O ar-condicionado não estava funcionando no momento em que os passageiros embarcaram. Do lado de fora estava 35 graus, lá dentro deveria beirar os 50 graus. Ficamos ali sofrendo por cerca de 20 minutos. Alguns passageiros e até um bebê estavam passando mal.
Tentei desembarcar, por não confiar na qualidade da aeronave, mas fui convencido pela equipe da VoePass de que o ATR era confiável e um dos melhores da frota. Porém as minhas percepções se confirmaram. No momento em que iniciamos o nosso taxiamento, com 15 minutos de atraso, o motor do lado esquerdo apagou. Logo em seguida foi o direito. Graças a Deus estávamos no solo. Tivemos que ser rebocados para o portão de embarque.
Todos os passageiros desembarcaram. O desconforto vivido sob o forte calor estava estampado no rosto de cada um. Com pouca informação, todos tiveram que aguardar uma decisão da companhia. Às 16h30, pouco antes da decolagem do voo da VoePass para o aeroporto de Guarulhos, os atendentes informaram que havia 20 lugares no avião e que quem quisesse poderia seguir para São Paulo. Depois de um rápido tumulto à frente do Portão 1, consegui embarcar no ATR72-500 da VoePass rumo a GRU.
Esta aeronave provavelmente era semelhante à viajada pelo meu colega Sandro. As janelas estavam mais opacas, o carpete e os assentos desgastados, e o desconforto com a falta de ar-condicionado se repetia, como no avião da MAP. O calor estava beirando o insuportável. O ar só foi ligado assim que os motores foram acionados. Mas mesmo ao aterrizar em Guarulhos com atraso de quase 1 hora, após um voo tranquilo de 55 minutos, a cabine ainda não havia gelado.
Infelizmente a impressão da VoePass não foi a das melhores. A empresa tem que melhorar muito a conservação e a manutenção das suas aeronaves, principalmente agora que busca crescer com um novo mercado possibilitado com as operações em Congonhas. A aeronave da ida para Ribeirão estava perfeita, mas o passageiro busca a mesma qualidade voando em qualquer avião da companhia. Espero que os problemas sejam sanados.
E você, já viajou de VoePass ou MAP? Deixe aqui seu relato nos nossos comentários abaixo.
Confira também nosso vídeo sobre o voo inaugural: