Virgin Hyperloop: Trem capaz de ligar Rio a São Paulo em 25 minutos completa primeiro teste com passageiros

O Hyperloop, novo meio de transporte capaz de alcançar velocidades superiores a 1.000 km/h e ligar Rio a São Paulo em 25 minutos, realizou no último domingo seu primeiro teste com passageiros. O protótipo de trem ultrarrápido desenvolvido pela Virgin Hyperloop se baseia em uma ideia do fundador da Tesla e SpaceX, Elon Musk, e tem investimentos de Richard Branson, CEO do Virgin Group.

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Hyperloop: primeiro teste com passageiros

O primeiro teste com passageiros do Hyperloop foi feito em um traçado de testes de 500 metros em Las Vegas. O veículo XP-2 levou os passageiros Josh Giegel, chefe de tecnologia da empresa, e Sara Luchian, responsável pelo setor de experiência do passageiro. Em poucos segundos, o veículo ultrapassou os 172 km/h — uma velocidade ainda bem inferior aos mais de 1.000 km/h que deverão ser alcançados em um futuro próximo.

Primeiro teste com passageiros do Hyperloop

Quando concluído, os vagões de passageiros acomodarão até 28 pessoas. Até agora, foram feitos mais de 400 testes desocupados (e atingiram velocidades de mais de 386 km/h). Apesar dos passageiros relatarem à BBC que não passaram por nenhum desconforto durante o trajeto, um pesquisador do Sweden’s Royal Institute of Technology afirmou que a velocidade do trem poderá tornar uma viagem no Hyperloop em uma “festa de vômito”, além das preocupações acerca da segurança da tecnologia.

Sistema de transporte a vácuo do Hyperloop batizado de Pegasus usa levitação magnética

O objetivo da empresa é obter uma certificação de segurança até 2025 para que as operações comerciais comecem em 2030. Mais de 400 milhões de dólares foram levantados para o projeto, sendo boa parte investida por Branson.

Confira o vídeo do teste:

“Nos últimos anos, a equipe da Virgin Hyperloop tem trabalhado para transformar essa tecnologia inovadora em realidade”, disse Branson, em um comunicado. “Com o teste bem-sucedido de hoje, mostramos que esse espírito de inovação mudará de fato a maneira como as pessoas em todos os lugares vivem, trabalham e viajam nos próximos anos.”

O que é o Hyperloop?

O Hyperloop é basicamente uma cápsula pressurizada que circula dentro de um tubo quase a vácuo. A ideia é reproduzir em solo as mesmas condições encontradas pelos aviões na altitude. O transporte será feito por cápsulas que viajarão dentro de um tubo com baixa pressão atmosférica. No lugar de trilhos, há um sistema magnético, que fará as cápsulas “levitarem” dentro dos tubos.

De acordo com a Virgin Hyperloop, o teste serviu para demonstrar as tecnologias e sistemas que estarão presentes no trem que está sendo desenvolvido pela empresa. Com essa tecnologia, os vagões serão sustentados por um sistema magnético correndo dentro de um tubo com baixa pressão de ar, sendo possível transportar passageiros e cargas a uma velocidade de até 1.080 km/h.

Hyperloop: uma cápsula que “flutua” dentro de um tubo a vácuo. (Foto: Hyperloop TT/Divulgação)

Uma viagem do Rio a São Paulo pelo Hyperloop, considerando as irregularidades do terreno, levaria menos de 25 minutos. Já o trajeto entre São Paulo e Campinas levaria cerca de seis minutos.

Os primeiros 5 km da linha do sistema hyperloop deverão estrear em 2021, nos Emirados Árabes, ligando Dubai a Abu Dhabi em 12 minutos. Outros projetos já estão sendo discutidos para outros países, como Indonésia e Índia.

Hyperloop no Brasil

“O Brasil deve figurar na segunda leva de investimentos, prevista para daqui a cinco anos”, afirma Dirk Ahlborn, fundador e chairman da companhia. Neste momento, o executivo trabalha para viabilizar parcerias com a iniciativa privada e tornar realidade o projeto no país. De acordo com Ahlborn, o mais provável é que o Hyperloop seja financiado por empresas, e não pelo governo.

Cápsula do Hyperloop pode viajar a mais de 1.000 km/h (Foto: Hyperloop TT/Divulgação)

A Hyperloop TT tentou iniciar conversas com governos estaduais, mas elas não avançaram. Há dois anos, a companhia esteve próxima de construir um centro de inovação em Belo Horizonte, mas os planos não foram a frente por falta de recursos públicos.

Outro obstáculo para a implementação do projeto é a legislação brasileira. É necessário haver uma regulamentação específica para este modal de transporte. Segundo Ahlborn, a empresa vem conversando com o Governo Federal e espera alguma resposta ainda este ano.

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