Como é viajar no trem da Vale de Belo Horizonte a Vitória


Como é viajar no trem da Vale de Belo Horizonte a Vitória
Iniciamos hoje mais uma sessão do Melhores Destinos voltada para a participação dos leitores: as avaliações de companhias ferroviárias! Recebemos muitos pedidos para que além das avaliações de companhias aéreas oferecêssemos um espaço para que os leitores pudessem enviar reviews de viagens de trens mundo a fora. E aqui está! Imaginamos que essa nova série será ocupada por trens europeus, americanos e asiáticos, mas temos a oportunidade de dar o pontapé inicial com um serviço brasileiro: o famoso trem da Estrada de Ferro Vitória Minas Gerais (EFVM), operado pela Vale do Rio Doce entre as capitais mineira e capixaba. Acompanhe a avaliação do nosso leitor Vitor Sousa, que fez a viagem com sua família e saiba como é a experiência de cortar parte de Minas Gerais de trem.
Escolhi a Vale pois é a única companhia que opera a ferrovia de Belo Horizonte a Vitória. Era um sonho de infância que foi realizado. É claro que poderia fazer o trecho de avião, mas é muito mais gostoso andar de trem.
Fomos em um grupo de sete pessoas: eu, meu irmão, meu pai, minha mãe, meu avô, minha avó e meu primo.
Compra
A compra das passagens foi realizada pelo site da própria Vale, que é simples e permite a escolha de assentos. Paguei 91 reais por pessoa para ir na classe executiva e fazer o trecho completo (BH até Vitória). Se a viagem fosse menor eu pagaria menos e na classe econômica acho que era 50 reais ou algo parecido. Depois da compra, a Vale envia um voucher pelo e-mail.
Embarque
A estação fica na Praça da Estação no centro de BH, é meio escondida (existe a estação grandona que é do metrô e a menor que é da Vale), os funcionários são atenciosos, e o trem saiu com precisão britânica às 7 e meia da manhã.
O único problema é que pelo fato de o trem ser grande (16 carros) tivemos que andar um pouquinho para chegar ao meu vagão, que era o primeiro.
Trem
O trem era bem limpo, a classe executiva bem confortável e com ar condicionado (que a econômica não tem), a poltrona reclina bastante e o espaço para pernas é grande (tenho 1,75 m).
Acho que durante a viagem o trem não chegou a passar de 80km/h e ele tem prioridade (passam muitos trens de carga por aquela ferrovia). https://www.youtube.com/watch?v=OXx6MMKuFbY,
Viagem
A viagem não inclui serviço de bordo, tanto que cerca de dez minutos depois da partida passaram com um carrinho, parecido com aqueles de avião, vendendo comida.Até o cafezinho era pago (1 real), mas não achei os preços muito absurdos, com água a 2 reais e suco a 3 reais, por exemplo.
As poltronas são muito confortáveis e com bastante espaço para as pernas, foram cerca de 15 estações e uns cinco minutos antes de parar era dado o aviso (repetido três vezes).
Os funcionários passaram verificando os bilhetes três vezes durante toda a viagem (passavam olhando e davam um visto com caneta). Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=DShaugeFL5A,
Refeições
No almoço, eu comi uma marmita, por sinal muito gostosa, no vagão normal mesmo, porque minha avó não queria atravessar o trem. A marmita foi encomendada por volta das 9 horas e nos foi entregue às 11.
Mais tarde, por volta das 17 horas, fomos ao carro restaurante e comemos um lanche. Esqueci de tirar foto, me desculpem, mas tirei foto do cardápio. Também tomei um suquinho do carrinho que passava.

vagão restaurante
Uma observação: os serviços de limpeza e do restaurante são terceirizados e só são funcionários da Vale o chefe do trem e o maquinista.
Entretenimento
As únicas opções de entretenimento eram apreciar a paisagem ou ir ao fundo ou frente dos vagões, onde há uma área para entrar no vagão e com janelas grandes abertas.
No vagão para deficientes havia uma área de leitura com tomadas 220V.
Chegada
Desembarcamos na estação Pedro Nolasco, em Vitória. Chegamos exatamente às 8h30. Na verdade, a estação fica no munícipio de Cariacica e deu uma meia hora de táxi até o hotel, Mercure Vitória.
Conclusão
Eu particularmente gosto de andar de trem, então adorei a experiência. Esse trem não um caráter turístico, sendo mesmo utilizado pela população local, tanto que a Classe Executiva ficou vazia depois da metade do caminho. Com certeza faria a viagem de novo e recomendo!
Agradecemos ao Vitor por compartilhar conosco sua viagem no vagão executivo da EFVM. E você já voou… ops! viajou com os trens da Vale do Rio Doce? Deixe sua opinião nos comentários e participe! Se quiser participar desta nova sessão e enviar a avaliação de sua viagem ferroviária entre em contato com a gente pelo e-mail dicas@melhoresdestinos.com.br e saiba como participar!
- vagão restaurante