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10 tendências para o futuro da aviação

Leonardo Cassol
23/02/2015 às 13:39

10 tendências para o futuro da aviação

Tem interesse em saber para onde caminha o futuro da aviação civil? Gosta de acompanhar as novidades do setor? Confira 10 tendências para o futuro da aviação comercial!

1. Automatização completa de todos os procedimentos que envolvam o cliente (compra, check-in, despacho de bagagem, embarque, upgrade, alteração e antecipação de voos etc.), permitindo, no futuro, que os passageiros embarquem sem precisar ter contato com a equipe de solo das empresas aéreas. Isso é possível utilizando os sites, apps, totens ou celulares para efetuar esses procedimentos. Por exemplo, recentemente a GOL disponibilizou em seu app uma ferramenta que calcula o tempo necessário para chegar ao aeroporto, com base em sua geolocalização, e oferece opções de antecipação (gratuita) ou adiamento (pago) do voo. Outra novidade lançada pela GOL é o auto atendimento para etiquetagem e despacho de bagagens (Bagagem Expressa), disponível nos aeroportos de Congonhas – SP (foto), desde setembro de 2014, e Santos Dumont – RJ, desde fevereiro de 2015. É possível até pagar o excesso de bagagem com cartão de crédito. As ações, pioneiras no Brasil, estão em fase de testes e devem ser ampliadas.

 Estações da GOL de autoatendimento para o despacho de bagagens em Congonhas

Estações da GOL de autoatendimento para o despacho de bagagens em Congonhas

2. Wi-fi em voos nacionais e internacionais. Já é uma realidade presente em grande parte das aeronaves das empresas norte-americanas, como American Airlines, Delta e United, crescendo rapidamente também entre as empresas asiáticas e europeias. Funciona muito bem, com velocidade média superior a um modem 3G no Brasil, mesmo no meio do oceano, em voos intercontinentais. O serviço é pago, mas o custo é bem acessível, variando conforme a rota e a duração do voo. No Brasil, até o momento, nenhuma empresa manifestou disposição em oferecer Wi-fi. Só nos resta torcer e aguardar.

WiFi na aeronave da Delta (Fonte: Site Delta)

Wi-fi na aeronave da Delta (Divulgação)

3. Sistemas de entretenimento modernos e funcionais. Telas individuais touchscreen, com conteúdo on demand (cada um assiste o que quiser), com centenas de filmes, seriados, músicas e jogos, facilitando e muito a vida de quem não consegue dormir no avião ou fica entediado em voos longos. No Brasil, a AVIANCA e a AZUL saíram na frente. A AVIANCA com conteúdo remoto de filmes, seriados e jogos bem diversificado e a AZUL com TV ao vivo na maior parte de suas aeronaves. A TAM possui apenas monitores compartilhados na frota doméstica, mas conta com um bom sistema on demand com monitores individuais em todos as aeronaves que voam para os Estados Unidos, México e para a Europa. A GOL é a única que não possui sistema de entretenimento.

Embraer 190 da AZUL com TV Sky ao vivo

Embraer 190 da AZUL com TV Sky ao vivo

4. Aeronaves mais confortáveis e eficientes. Compartimento de bagagens, janelas e banheiros maiores e melhores, iluminação de LED, melhor pressurização e umidificação do ar a bordo, são alguns exemplos de como o ambiente dentro do avião tende a ficar cada vez mais agradável. No Brasil, a GOL trouxe o Sky Interior em seus novos Boeings e a Avianca um layout mais moderno aos seus Airbus. Os novos Boeings 787 Dreamliners, já avaliados aqui no Melhores Destinos, são os melhores exemplos dessa tendência. Além disso, as novas aeronaves apresentam uma economia de combustível que chega a 30% em relação às gerações anteriores, com inovações no design, novas turbinas e nas asas. O infográfico produzido pela United ilustra bem os avanços tecnológicos das novas aeronaves. No Brasil, além dos Boeing 787, nos resta aguardar os novíssimos Airbus A350 adquiridos pela TAM e pela Azul, os A320Neo adquiridos pela TAM e pela Avianca Brasil, bem como os 737-MAX adquiridos pela GOL, com entregas previstas nos próximos anos. Tecnologia de ponta, mantendo a frota que opera no Brasil uma das mais modernas do mundo.
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5. Integração dos programas de fidelidade das empresas aéreas com outras indústrias, oferecendo diferentes opções de resgate e de acúmulo de pontos, além de passagem aéreas, como cartões de crédito, hotéis, eletrônicos, livros, assinaturas de revista e outros tipos de produtos e serviços. A abertura do capital do Multiplus e do Smiles, como novas empresas na Bovespa, são exemplos dessa tendência. O negócio de milhas se tornou tão promissor que o valor de mercado dessas empresas chegou a ultrapassar o da TAM e da GOL, respectivamente as companhias aéreas que as criaram. Os programas tendem a ampliar cada vez mais suas parcerias, numa concorrência direta, onde voar será apenas uma entre centenas opções para as suas milhas.

Parceiros Smiles

Parceiros Smiles

Parceiros Multiplus Fidelidade

Parceiros Multiplus Fidelidade

6. Diminuição do número de companhias aéreas, com a formação de grandes conglomerados globais e regionais. Isso inclui fusões e aquisições, bem como o fortalecimento das alianças internacionais, ampliação de acordos de compartilhamentos de voos e racionalização de rotas. O objetivo central é gerar resultados, através do aproveitamento de sinergias, ganhos de escala e redução de custos. A criação da LATAM, com a fusão da TAM e da LAN, American Airlines com a US Airways, da United com a Continental, da Air France com a KLM, entre outras, são exemplos dessa tendência. Alguém ainda se lembra da Webjet, da TRIP e da Pantanal?

 Oneworld

Oneworld

Star Alliance

Star Alliance

SkyTeam

SkyTeam

7. Redução do espaço na Classe Econômica e disponibilização de assentos premium pagos. O desconforto com poltronas cada vez mais apertadas parecia ter chegado ao limite, mas o lançamento do novo Boeing 737-MAX, previsto para 2017, vai permitir à Ryanair (low cost europeia) instalar 200 assentos, onde antes havia 170. Será o preço necessário a se pagar para conseguir tarifas mais baixas? Quem desejar espaço terá que pagar um assento especial. Os assentos premium podem ser divididos em 2 grupos: aqueles da primeira fileira e das saídas de emergência ou de fileiras específicas criadas com maior espaço entre as poltronas. São os conhecidos no Brasil pelo Espaço + da TAM, Gol +, Espaço Azul, Economy Plus na United etc. O outro grupo pode ser visto em empresas como a Lufthansa e a Turkish Airlines, que transformaram seus assentos numa classe premium, poltronas e espaço realmente diferenciados, com encosto para os pés, maior reclinação e muito mais espaço do que na classe econômica comum.

Novos assentos GOL+ na primeira fileira do Boeing 737-800

Novos assentos GOL+ na primeira fileira do Boeing 737-800

Comfort Class da Turkish (divulgação)

Comfort Class da Turkish (divulgação)

8. Poltronas Slim (ultrafinas) na Classe Econômica, que economizam até 4 cm em cada fileira de assentos, permitindo que as empresas aproveitem esse espaço para colocar mais assentos ou oferecer mais conforto aos passageiros (o que vocês acham que as companhias aéreas escolheram?). Isso é possível com o desenvolvimento de novas tecnologias para a confecção das espumas dos assentos, tornando-os firmes e leves, mas confortáveis, apesar da espessura muito menor. A TAM e a Avianca Brasil já operam algumas aeronaves Airbus em voos domésticos no Brasil com a nova configuração slim, com assentos em couro.

Poltrona Ultrafina Lufthansa classe econômica

Poltrona Ultrafina Lufthansa classe econômica

9. Assentos que viram cama (full flat / flat bed) e serviço Gourmet na Classe Executiva. Para atrair e agradar os passageiros que viajam a trabalho e que normalmente voam à noite, as empresas têm investido bilhões de dólares na troca e compra de assentos que reclinam 180 graus e viram verdadeiras camas. O sono nessas condições é muito mais agradável. Os investimentos se estendem ao serviço de bordo, com a contratação de chefes de cozinha famosos para desenvolver e assinar os menus de almoço e jantar. Algumas empresas, como a TAM, decidiram acabar com a primeira classe e concentrar todos os investimentos na classe executiva. A TAM recentemente também instituiu um comissário chefe do serviço de bordo em todos os voos internacionais, que supervisiona o trabalho dos demais comissários de bordo, numa tentativa, em conjunto com outras ações, de aprimorar o serviço.

Nova Classe Executiva da American, com poltronas cama e acesso ao corredor em todas as poltronas

Nova Classe Executiva da American, com poltronas cama e acesso ao corredor em todas as poltronas

Salada oferecida como entrada, no serviço de bordo gourmet da Singapore Airlines

Salada oferecida como entrada, no serviço de bordo gourmet da Singapore Airlines

10. Suítes privativas, muito conforto e regalias na Primeira Classe de voos intercontinentais. O foco da primeira classe é em passageiros que querem muita privacidade e conforto e que geralmente abriram mão de voar em jatinhos particulares para utilizar voos regulares. Para atrair esse público, as empresas investem bilhões em novas configurações, chuveiros, bares e no retrofit de cabines para criar suítes. Recentemente, a empresa dos Emirados Árabes Unidos ETIHAD Airways lançou uma super suíte, chamada The Residence, com cama de casal, sala de estar, banheiro privativo e chuveiro, além de um serviço de bordo de causar inveja aos sheiks árabes. As empresas que mantiverem o serviço de primeira classe vão investir muito em diferenciação, para atrair esse exigente público-alvo. E, obviamente, cobrarão preços compatíveis por isso. No entanto, o preço será sempre muito mais competitivo do que a operação de um jato particular. Luxo para poucos!

Suíte Primeira Classe da Emirates

Suíte Primeira Classe da Emirates

The Residence – Super suíte da Etihad

The Residence – Super suíte da Etihad

Antes de concluir, ressalto que uma tendência representa uma direção predominante que o mercado deverá seguir nos próximos anos. Isso não significa que haverá a adesão de todas as companhias aéreas, já que existem diferentes mercados, contextos, objetivos e estratégias para cada empresa. Mas é um bom indicativo do que podemos esperar num futuro próximo.

Agora, pensando num futuro mais distante, fora do campo das tendências, mas sim no das possibilidades, um grupo empresarial promete que, em uma década, poderemos voar em aviões sem janela. Sabe como? Veja o vídeo.

Devemos comemorar ou se preocupar? E você, o que achou? Identifica alguma outra tendência? Comente e colabore.

Leonardo Pereira Cassol é economista e colaborador do Melhores Destinos.

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